The Bright Side escrita por Anna C


Capítulo 1
O Livro de Scorpius Desafia a Gravidade


Notas iniciais do capítulo

Não tinha postado aqui ainda porque estava morrendo de preguiça de fazer a capa, mas então eu resolvi pegar uma das reservas e só pus o título, hehe (Podem notar que nem combina com a história, mas enfim...)

Boa leitura!



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Estava quase, quase no fim. Outro ano estava prestes a se encerrar, então ele precisaria apenas cursar o sétimo ano para enfim ficar livre. Mal via a hora de deixar aquele lugar. Bom, não que o rapaz propriamente odiasse Hogwarts, não entendam mal. Ele apenas não suportava mais olhar para as mesmas caras todos os dias.

— Quando você se formar e tiver um emprego, será a mesma coisa, Scorpius – foi o que sua mãe disse quando ele lhe falou aquilo durante o último feriado.

Scorpius simplesmente riu em resposta, pensando "Pelo menos estarei fazendo o que quero e não precisarei dividir um dormitório com aqueles idiotas...". Ah sim, para ele, seus colegas eram todos "um bando de imbecis", lhe admirava que alguns deles soubessem proferir algum feitiço. E, não querendo ofender os professores, mas o loiro também já estava farto das aulas. Felizmente, não tinha dificuldades nos estudos, então essa irritação que vinha se acumulando não afetava suas notas.

Tudo bem, talvez estejam achando algo como "Que sujeito mais arrogante, quem suportaria uma figura dessas?" e, pois é, vocês têm toda razão. Ele mesmo poderia até admitir que era alguém difícil de se lidar. Porém, desde sempre deixara claro que não tinha pretensão alguma de agradar a alguém, a não ser talvez seus pais. Ele jamais se perdoaria se desapontasse os dois.

Mas é claro, Scorpius era um filho exemplar, por isso, nunca recebeu reclamações sobre comportamento ou desempenho, aliás, era sempre elogiado. E isso era tudo que lhe importava no fim das contas.

Faltava exatamente um mês para o término das aulas de seu sexto ano. As provas finais ocorreriam em duas semanas, além de alguns trabalhos que seriam cobrados na mesma época. "Sem problemas para mim, estou mais do que preparado." Scorpius sorria confiante, ouvindo vagamente a revisão da matéria de Defesa Contra as Artes das Trevas. Ele não precisava dar sua total atenção à explicação visto que já a sabia de cor.

Contudo, isso não parecia ser o caso de todos os alunos.

— Er... Professor? Pode explicar de novo a parte dos Inferi? – perguntou um aluno na primeira fileira.

— Claro, eu vou...-

— Ah, então será que pode falar mais uma vez sobre os grindylows? Vai cair na prova também! – disse uma grifinória no fundo da sala.

— O quê? Mas essa matéria vocês já deviam saber desde o terceiro ano!

— É, mas já me esqueci...

— Também não me lembro! – falou outra garota. – São aqueles que se alimentam de sangue humano, né?

— Acho que isso que você está descrevendo é um Kappa, Stacy...

— E não é a mesma coisa?

Então, uma discussão sobre as matérias não só daquele ano, mas também dos anteriores, começou. Scorpius inspirou fundo, tentando adquirir um pouco de paciência. "Mas como são idiotas..." ele observava enquanto os outros se empolgavam, falando absolutos absurdos.

Diante da cena, o professor se desesperou. Não era possível que seus alunos não tivessem aprendido nada naquele tempo todo que ele lecionara ali em Hogwarts. É verdade que vários sempre passavam por um triz, porém ele nunca imaginara que a situação fosse tão séria. Ele precisava de uma saída, precisava de uma solução que fosse prática e eficaz.

— Já sei! – o homem berrou, assustando a maior parte dos presentes. Pigarreou, ajeitando a gravata borboleta. – Acho que sei uma maneira de vocês aprenderem de maneira mais rápida. Que tal se vocês próprios ensinarem uns aos outros?

Os olhares ainda mais confusos naqueles jovens rostos o forçavam a prosseguir.

— Digo, será como um trabalho, porém, ao invés de valer nota de atividade, garantirá 20% da sua média final. Vocês receberão cada um seu próprio tema e estudarão sobre ele durante esse fim-de-semana. Na segunda-feira que vem, começam os seminários, os quais poderão durar no máximo metade da minha aula. Sendo assim, aprenderão o conteúdo que estão com defasagem e em tempo dos testes finais, sem que se sobrecarreguem. O que acham?

Todos se puseram a cochichar, refletindo sobre a ideia e seus possíveis resultados.

— Acho que será uma boa! – disse Albus Potter na segunda carteira da terceira fileira. – Dessa forma, acho que a gente vai pegar a matéria mais facilmente. As explicações serão mais simples e resumidas já que serão feitas por nós.

— É, mas não precisamos de mais um trabalho, já temos o de Transfiguração, o de História da Magia e recebemos um novo na aula de Runas de sexta passada – argumentou alguém que Scorpius não conseguia enxergar de onde estava sentado. De má vontade, espichou o pescoço para observar melhor o que acontecia. "Ugh." Ele revirou os olhos. "Era só a quatro-olhos da Lauren Finnigan."

— Certo, mas se esse seminário vale 20% da nota, já pode salvar a pele da maioria da classe. Desde que prestemos o máximo de atenção nas apresentações e que nos esforcemos com nossas partes, acho que é quase certeza de que todos ficarão com médias altas. – Disse Albus em um tom praticamente incontestável.

Lauren Finnigan até tentou pensar em algo com que objetar, mas desistiu, se endireitando na cadeira. O professor sorriu, mais otimista que nunca com sua ideia recém-formulada.

— E então, o que acham? Aqueles a favor, levantem a mão, por favor.

Scorpius ficou impressionado quando viu o número de braços erguidos no ar. Um pouco decepcionado também, para ser sincero. Ele esperava que as pessoas ali ainda tivessem um resto de orgulho próprio e decidissem se virar sozinhas para aprenderem. Não era isso que ele sempre fazia? Pedir ajuda era apenas em último caso, se estivesse completamente desesperado. Não que algo do tipo já tivesse acontecido, é claro.

Deu outro longo suspiro de exasperação. Não havia jeito. Mesmo que protestasse, ele não tinha chances contra a maioria esmagadora. Com um gosto amargo, aceitou sua derrota, cruzando os braços contra o peito.

— Ah, e eu mencionei que o trabalho será em trio?

Scorpius arregalou os olhos. Como era? Ele havia escutado bem? "Nem pensar! Eu não trabalho em grupo, muito menos se for com alguém dessa sala de estúpidos!". Mas, ao contrário dele, o restante pareceu ainda mais entusiasmado com a ideia, já se organizando nos grupos.

Ele sabia que aquilo aconteceria, que não seria chamado. Scorpius podia ter algumas das melhores notas de seu ano, mas não era exatamente popular e muito menos sociável. "E esses tolos acham que a melhor maneira de se montar uma equipe é por afinidade. Hunf, que amadores... O time campeão de Quadribol é sempre o com os melhores jogadores, o mesmo vale para um trabalho à-toa de DCAT como esse." Mas, tendo razão ou não, ele continuava sozinho em sua carteira, apenas olhando enquanto os trios se formavam.

— Então, todos já se ajeitaram? – perguntou o professor, vendo os aglomerados de alunos espalhados pela sala.

— Professor, não sobrou lugar nos trios... Será que pode ter um quarteto?

Scorpius não pôde deixar de procurar quem dissera aquilo. Era provável que tal pessoa tivesse que se unir a ele por falta de opção.

"Ah não! Que droga!" praguejou mentalmente ao ver Rose Weasley, a desastrada da Grifinória.

— Mas que estranho, eu achei que tivesse o número certo de alunos...

— O Trevor Eastwood se transferiu para Durmstrang no semestre passado, não se lembram? – comentou Dimitri Boot.

— Tem razão. Mas, nesse caso, deveria haver pelo menos mais um aluno sem grupo.

— Ué, e não é o Malfoy ali, por acaso? – apontou Dimitri na direção de Scorpius.

O loiro sentiu um frio peculiar no estômago. Fora descoberto. Ele já esperava por aquilo, mas, em algum canto, lá no fundo, tinha esperanças de que passaria despercebido.

— Bom, então acho que está resolvido! Vocês formarão a única dupla.

Rose não parecia muito satisfeita. Ela olhou para o seu agora parceiro de trabalho com desânimo.

— Mas, Professor Butler...

O professor lançou um olhar discreto a Scorpius e arrumou sua gravata mais uma vez.

— Sinto muito, Weasley, mas senão haverá mais temas do que grupos. Pense que durará apenas uma semana e também que o Sr. Malfoy é um dos melhores alunos. Certamente, farão um bom trabalho juntos.

Rose só pôde soltar um muxoxo de desapontamento. O professor começou a ir de trio em trio revelar os temas e a ruiva se viu na obrigação de ir falar com aquele sonserino isolado do restante da turma. O garoto estava acomodado na última carteira, bem no extremo da sala.

— Oi – ela disse de braços cruzados e com a cara amarrada, se recusando a olha-lo diretamente.

Scorpius analisou a grifinória da cabeça aos pés com grande desgosto. Ele teria que trabalhar com... "Aquilo"? Bom, ela podia até ter notas decentes para seus padrões (que eram bem altos) e não tinha fama de relaxada, mas provavelmente estaria entre suas cinco últimas escolhas.

— Que azar – ele comentou, recostando-se na cadeira e olhando pela janela.

— Como é?

— O que foi? Esperava uma festa de boas-vindas? Não estou nem um pouco contente em fazer esse trabalho com você.

— Se alguém tem que ficar insatisfeita aqui, sou eu! Acabei justo com o cara menos cooperativo e mais antipático do sexto ano.

— Que bom que está sabendo como eu funciono, pois eu não estava planejando bancar o bonzinho.

— Ora, seu...

— E vejamos qual será o tema de vocês... – eles foram surpreendidos pela voz grave do professor.

— Será que não posso fazer isso sozinho? Dou conta, eu juro – sugeriu Scorpius.

— Desculpe, mas a Srta. Weasley não pode ficar sem nota e não será justo com os outros grupos se eu coloca-la em um trio.

Scorpius bufou, irritado, e Rose o olhou, indignada.

— Deixe-me ver... Acho que os dois podem cuidar dos Dementadores. É uma das nossas matérias mais recentes, mas não deve ser muito difícil para vocês. Tudo bem, então?

Scorpius deu de ombros, preferindo folhear o livro sobre sua mesa, como se tivesse coisas mais importantes com que se preocupar. Rose, mesmo que contrariada, assentiu.

— Ótimo. Boa sorte – e o homem seguiu para o próximo trio.

— Ok, ok... – Rose se sentou na carteira à frente da de Scorpius. – Como não temos escolha, vamos dar logo um fim nisso. Nos encontraremos amanhã na biblioteca para pesquisar sobre o assunto, pode ser?

O loiro sequer ergueu o olhar, virando uma página de seu livro.

— Malfoy, estou falando com você.

— E eu ouvi.

— Tá, então amanhã, na biblioteca, às cinco. Combinado?

— Não tenho a intenção de comparecer.

— O quê!?

— Eu não vou aparecer, você vai ficar esperando feito boba.

— Como assim, Malfoy!? Não ouse me deixar com todo o trabalho! E será que dá pra me olhar enquanto eu falo com você?

Scorpius então a mirou com seus olhos frios e cinza, fazendo o possível para demonstrar hostilidade. No entanto, Rose não se sentiu nem minimamente intimidada.

— Eu não preciso da nota – ele disse.

— Ora, e nem eu! Mas nem por isso deixarei de fazer, a nossa explicação pode ajudar aqueles que não entenderam a matéria.

— Bom, é uma pena que eu não dê a mínima – Scorpius deu um sorriso de zombaria e voltou à leitura do livro.

— Argh, me dá isso aqui! – Rose agarrou bruscamente o livro de Scorpius, fazendo com que o objeto escorregasse de seus dedos e voasse.

Pela janela.

— VOCÊ PIROU!? – Scorpius pôs-se de pé no mesmo segundo.

— Er... F-foi sem querer... – a ruiva se encolheu no lugar, visivelmente sem jeito. – V-você me aborreceu e...

— Uma ova! Vai ter que comprar um novo, sua louca!

— T-tá legal, eu compro, mas não fique tão zangado...

— Você achava o quê? Que meu livro ia sair flutuando, é? Saiba que a lei da gravidade se aplica a ele também, genialidade.

— Eu não sou tonta, Malfoy! Já disse que foi acidente! Mas, quer saber? Foi bem feito, já que você estava se recusando a me ajudar.

Scorpius cerrou os punhos, furioso até os poros. Dado por vencido, socou a superfície da mesa.

— Ótimo! Na biblioteca, amanhã então! – ele recolheu o restante de seu material e rumou para a saída da sala.

— Sr. Malfoy! A aula ainda não terminou! Sr. Malfoy, espere mais cinco minutos! – os protestos do Professor Butler foram ignorados, como era esperado.

Rose começou a fitar a porta pela qual Scorpius acabara de passar, ainda um pouco atordoada.

— E depois eu que sou a louca...


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Notas finais do capítulo

Para não perder o hábito, apresento-lhes a minha mais nova R/S, a qual gosto de chamar de "Chá de Desastre com Biscoitos de Sarcasmo". Por quê? Não sei, sou estranha. Isso a gente logo nota vendo o título do capítulo que é praticamente irrelevante ao conteúdo dele HSUAHSUHASUH' E nem vou me desculpar pela sinopse horrorosa, pois vocês já sabem que sou péssima com elas... :PEnfim, esta fic será longa. Tipo, é sério. E o romance vai demorar. Tipo, e muito. Por isso, já logo deixo avisado que ninguém estará caindo de amores ou com conflitos de sentimentos em 5 ou 6 capítulos. Oh não, vai custar pra isso acontecer. Mas, com sorte, valerá a pena quando o momento chegar! Paciência é a palavra chave pra essa fic!Eu espero sinceramente que curtam e, se assim for, deixem um review de incentivo! Os autores cansam de falar, mas é sério, os reviews são importantes!Beijoooooos!