Arremedo escrita por magalud


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

A missão de Sev



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Capítulo 4 


Harry achou que era cedo quando se levantou da noite mal-dormida e foi espiar Sev. Ele não estava no quarto. Nem em lugar nenhum dos aposentos. Harry foi encontrá-lo no laboratório, apagando o fogo de um grande caldeirão.

 

– A Poção Wolfsbane está pronta – anunciou a cópia de Snape. – Lupin vai ter o suficiente para quatro doses.

 

– Você conseguiu fazer uma poção complicada como essa depois da noite de ontem?

 

– Eu disse que confiava nas minhas poções. Acordei bem cedo.

 

Mas Harry notou que ele não parecia tão bem quanto pretendia. Ele suava em profusão, e a respiração estava toda errada.

 

– Sev, tem certeza de que está bem?

 

– Claro, Harry. Mas acho que agora é melhor você me ajudar a chegar à enfermaria.

 

– O que houve?

 

– Meu tempo está chegando ao fim – ele tentava manter a voz firme e as pernas estáveis, mas teve que se apoiar no balcão. – Posso sentir.

 

– Mas... – Harry alarmou-se – Não pode ser! Madame Pomfrey disse que você ainda tinha alguns dias!...

 

– Ela também me pediu que não me excedesse, ou esse prazo seria... diminuído. – O ar lhe faltou.

 

– Ai, Sev – Harry sentiu uma pontada de culpa. – Vamos, eu ajudo você.

 Os dois começaram a longa subida até a enfermaria, Harry praticamente sustentando Sev, que apoiava o peso de seu corpo nos ombros do jovem jogador de Quidditch. Quando os dois finalmente chegaram à enfermaria, Madame Pomfrey arregalou os olhos: – Mas o que está acontecendo? – Ele não está bem, Madame Pomfrey – disse Harry, ajudando Sev a se deitar na maca mais próxima. – Ele começou a ficar pálido, a suar muito... Ela passou a varinha nele: – Ele realmente está muito fraco. Seu ciclo de vida foi alterado, e ele está perto da expiração. Como é mesmo que você o chama? – Sev – disse Harry. – O nome dele é Sev. – Sev – a enfermeira falou com o homem deitado –, procure respirar fundo. Vamos fazer a operação agora mesmo. Mr. Potter, lamento, mas terá que sair agora. – Não! – A voz da cama era fraca, e Sev esticou uma mão, débil. – Por favor... deixe-o ficar... Por favor... Harry pegou a mão trêmula e ficou ao lado dele: – Não se preocupe, Sev, eu não saio daqui. A enfermeira franziu o cenho, mas não reclamou: – Vou preparar Severus para a operação também. Mr. Potter, traga a maca para a sala de isolamento. Harry obedeceu, reparando que Sev rapidamente perdia a cor e a respiração era cada vez mais rala. Ele se deteriorava a olhos vistos, seu corpo estava simplesmente parando de funcionar. O arremedo ergueu o braço, e Harry voltou a pegar a mão dele.  – Acho que... vou ter que ir... mais cedo que esperava... – Eu fico com você, Sev. Vou ficar do seu lado o tempo todo. Você não estará sozinho. Sev fechou os olhos, cansado. – Harry? – Ele abriu os olhos. – Você foi... meu melhor amigo... Não tenho lembrança... de outro amigo assim... Você me abraçou... Não me deixou sentir fome quando era pequeno... Nunca levantou a mão para me... bater... Isso... tem importância para mim... – Você foi importante para mim também, Sev. – Harry... – ele apertou a mão de Harry com mais força, mas estava terrivelmente fraco. – Seja amigo dele também... Não deixe... que ele o afaste... – Sev... – Harry sentiu as lágrimas se formando. – Não pode morrer. Primeiro Ron, agora você. Vou sentir sua falta. Droga. – Eu vou estar nele... Eu não vou sair daqui... Não vai dar por minha falta... – Não, acho que não. – Harry procurou sorrir, procurou conter as lágrimas. – Faça-o... experimentar aquele tal... guacamole... – Vou pedir que Rosmerta providencie uma garrafa de tequila, também. Um pifão de tequila é uma experiência inesquecível. Sev sorriu, mas Madame Pomfrey interrompeu o que ele ia dizer. – Estamos prontos, Mr. Potter. Sev, você precisa tomar essa poção. É uma anestesia. Ele obedeceu, e disse, fazendo uma careta: 

– Aposto como essa não fui eu quem fiz...

 E pendeu a cabeça, inconsciente. Madame Pomfrey se virou para Harry: – Lamento, Mr. Potter, mas essa operação é muito delicada. Não pode ficar aqui. As lágrimas corriam pelas faces do jovem: – Eu quero ficar com ele! – Ele já apagou por causa da poção – falou ela suavemente. – Em alguns minutos, ele terá expirado completamente. Se quiser, pode ficar atrás do biombo. 

Não havia como discutir com ela, e ele sabia disso. Ficou na enfermaria, onde esperou com ansiedade muito mal disfarçada o final da operação, mesmo sabendo que Sev não sairia daquela ala. Foi esse conhecimento, combinado à já mencionada ansiedade, que o levou a correr até uma figura conhecida que adentrou a enfermaria.

 

Dumbledore.

 

– Você sabia – ele acusou, a voz triste, as lágrimas voltando, descontroladas. – Sabia que isso ia acontecer. Ele está morrendo!

 

– Sim, Harry. E você também sabia que isso ia acontecer. Mas você o fez se sentir amado, Harry. Ele não foi apenas uma coisa, um simples arremedo.

 

– Ele não era uma coisa!

 

– Não, por sua causa, ele nunca foi uma coisa. Ele também nunca se sentiu uma coisa, Harry, porque ele teve você. Entendeu agora por que essa solução tem um preço tão alto?

 

Harry concordou com a cabeça, incapaz de falar. Hermione chegou até ele e, sem dizer, nada, abraçou-o forte. Ele se entregou ao abraço da amiga, em pranto aberto e sofrido. Mal tinha conseguido se controlar, ele se virou para ver Madame Pomfrey a seu lado, com um avental ensangüentado e uma expressão cansada.

 

– Acabou – ela anunciou. – Severus já está respondendo ao procedimento.

 

– Ele vai ficar bom? – perguntou Hermione.

 

– Ainda é cedo para ter certeza, mas tudo indica que sim.

 

Harry suspirou, mas não sabia dizer se era de alívio ou de tristeza. Pelo menos Sev não morrera em vão.


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