Blackout {hiatus} escrita por Santana


Capítulo 16
A Toca


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiiii genteeeeeeeeeeeeee
Tudo bom com vocês? Estava com saudade! Como foi o Natal?
Então, vamos ao que interessa, um capítulo grande, nos meus padrões, porque eu amo vocês e demorei para postar.
Preparados? Aproveitem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/357228/chapter/16

Eu odeio você.

Algumas vezes três letras podem ser a felicidade de uma pessoa, outras vezes três letras podem ser o fundo do poço para alguém. Eu gostaria de estar certa ao dizer que me enquadrava na primeira opção, que não estava encolhida na cama em posição fetal feito um casulo pequeno e murcho e que não dormi com os olhos ardendo e vermelhos de tanto chorar depois que Dylan saiu por aquela porta.

Meu celular tocou três vezes no bolso, mas era Ronald e eu não queria ter de atender e dizer que estava me sentindo uma fracassada fujona.

Que besteira.

Virei e encarei o pôster do Hellboy acima da minha cabeça, no teto. Não sei quantas mil vezes peguei Stev assistindo esse filme na sala com o Dylan e quantas mais mil vezes eu recusei o convite do meu irmão para me sentar ao lado dos dois. Seria diferente se nos tornássemos amigos? Tipo, se quando Dylan entrou por aquela mesma porta há dois anos eu não tivesse me escondido?

Estava me escondendo o tempo todo.

Não sei quanto tempo passou e por quanto tempo o travesseiro ficou encharcado. Ouvi Stev me chamar e bater na porta algumas vezes, mas ele desistia na terceira tentativa. Mamãe e papai não vieram me perturbar e eu fiquei feliz por isso. Quando abri os olhos o som da chuva era desconexo batendo na janela de vidro e lá fora já estava escuro.

Ouvi uma porta bater e minha mãe reclamar Stev. Suspirei.

– Julia? – ouvi a voz forte do meu pai me chamar do lado de fora e ele bateu três vezes contra a madeira – Seu irmão quer pegar uma roupa para tomar banho, você poderia abrir?

Pisquei com força e me levantei cambaleando no escuro para abrir a porta. Se eu deixasse meu pai me chamar duas vezes, considerando que ele ainda não havia me perturbado, ele com certeza a arrombaria para brigar comigo.

A luz do corredor me deixou cega por uns cinco segundos. Stev me empurrou para o lado e passou por mim correndo para entrar no quatro e remexer as gavetas.

– O que você tem? – papai me perguntou preocupado – Quer um remédio ou algo assim?

– É só cólica, vai passar.

Sorri de lado e August ergueu uma sobrancelha suspirando, mas me deixou em paz.

Me joguei na cama novamente ouvindo Stev resmungar sobre uma camisa do Capitão América mas não dei bola. Ouvi ele me chamar algumas vezes para perguntar sobre um cinto qualquer mas não quis abrir a boca para responder.

Eu só conseguia pensar em como era péssimo ser eu naquele momento. Uma nanica sem graça com uma das dúvidas mais idiotas na sua mente, se apaixonando por um menino que a odiava e pensando em dar uma chance para um cara incrível.

Darwin Baker parecia ter uma placa enorme e brilhante que daria para enxergar se eu estivesse na África do Sul pendurada no pescoço com os dizeres “Sou perfeito para você.” e eu só conseguia pensar no modo como a boca do Dylan se moveu quando pronunciou o “odeio” tão sinceramente.

Rolei para baixo e enfiei meu rosto no travesseiro. Senti um movimento no colchão e uma mão no meu cabelo embaraçado. Fiz força para continuar com o rosto ali, eu sabia que era Stev porque ele era o único que tentaria virar o meu rosto quando eu não queria sem medo de levar um tapa na cara. Estava tão mal que liguei o foda-se e encarei o meu irmão, o rosto contorcido em uma careta. Ele estava bem parecido comigo.

– É sério, eu preciso daquele cinto. A minha única calça limpa tá caindo Julia.

Espremi os olhos e tensionei os lábios, o que me libertou um pouco da vontade de rir.

– Você vai sair? Tá caindo o maior toró.

Minha voz saiu rouca pela falta de uso e minha boca tinha um gosto ruim de garganta seca, tipo o bafinho matinal.

– O Dylan aprontou... Estava demorando. Adivinha qual a primeira pessoa para quem ligam?

Confesso não ouvi mais nada depois daí, estava presa no início da frase e tinha uma leve noção de que meu irmão estava falando alguma coisa e eu estava o olhando, mas quando caí em mim não tinha prestado atenção em mais nenhuma palavra.

– Caralho Julia! Você vai dizer se você viu a porra do cinto ou vai ficar com essa cara de doente? – Stev disse zangado.

Não retruquei.

– E o que o Dylan aprontou? - perguntei como quem não quisesse nada, mas meu coração bateu forte com a possibilidade de ele ter feito uma merda muito grande.

Eu deveria mesmo estar desejando que ele tivesse sido preso, ou batido o carro. Ele me odiava não era? O problema era que por mais que eu quisesse que o sentimento por ele fosse recíproco eu não conseguia controlar aquele que estava nascendo e que já era imutável, eu podia sentir.

– Ele bebeu, saiu de carro e discutiu com alguém. Parece que vomitou no sapato de um amigo nosso e agora não sei – Stev balançou a cabeça – Aconteceu algo na faculdade hoje?

Senti alguma coisa se revirar no meu estômago.

– Porque eu saberia? – minha voz saiu fina demais.

– Sei lá, vocês voltam pra casa juntos, ele poderia já está esquisito e você saber de alguma coisa.

– Eu não voltei com ele para casa – respondi, Stev me olhou curioso e deu um sorrisinho – o que foi? Eu voltei com o Darwin.

Ao invés de reclamar e fazer todo o papel de irmão ciumento que ele havia feito na praia, Stev deu risada e apertou as minhas bochechas, depois perguntou onde estava o cinto e eu virei o rosto para a janela novamente, observando a chuva fazer o que ela fazia de melhor: chover.

– Não é o seu único cinto que você esqueceu na casa da Cora?

– Que merda! – resmungou e bateu a porta do quarto.

Eles iriam se acertar, eu sabia disso e poderia dizer tão convicta quando se diz para alguém que o céu é azul.

Quando eu acordei no dia seguinte estava enrolada nos lençóis com a mesma roupa do dia anterior e morrendo de fome. Olhei as horas no celular e de acordo com ele eu já havia perdido um tempo e se não corresse perderia a aula do Sr. Leeroy, o que significava que eu estava muito fodida então nem dei atenção às sete chamadas perdidas no meu celular e corri para o banho.

Mamãe entrou no quarto quando eu estava desembaraçando o cabelo e o prendendo em um coque preguiçoso, peguei um casaco perdido do Stev no quarto.

– Seu pai avisou que estava com cólica não te acordei porque pensei que ainda estava, quer uma carona?

Apenas assenti e corri para baixo enquanto mamãe saia para pegar o carro. Joguei uns biscoitos na minha mochila e sai comendo um cheetos.

Mamãe correu e entrou na contramão porque eu disse que estava muito atrasada, então quando chegamos na universidade pelo lado contrário e meio que de ré havia um grupinho olhando com a boca escancarada. Bati a porta do carro murmurando o que eu acho que foi um ‘obrigada’ e Dona Amelia cantou pneu até a esquina. Corri pelo prédio e o professor Leeroy me olhou com uma cara ainda mais feia do que o normal quando me bati em sua mesa e derrubei as suas canetas separadas por cor misturando todas elas, mas ele não disse nada então eu peguei uma por uma e me desculpei.

Tomei o lugar vazio entre Ron e a parede, ele olhava fixo para frente, o queixo meio levantado, não olhou para mim e o Sr. Leeroy ainda não havia começado a aula, era só esperar alguns minutos e Ronald diria alguma coisa.

Não demorou muito.

– Você não atendeu as minhas ligações, filha de uma mãe.

– Eu estava dormindo, desculpe mesmo.

– O que rolou? – Ron perguntou curioso e se virou para mim.

Eu abri a boca para responder, mas a sala foi tomada pela voz monótona do professor e as conversas paralelas chegaram ao fim.

– Depois te conto – sussurrei.

Honor não pareceu muito feliz, já que era chegado a uma fofoca. Revezei entre desenhar cubinhos das bordas da folha do fichário e anotar informações importantes enquanto ouvia o professor Leeroy. Sem pedir, minha mente migrou para ontem à tarde. Eu odeio você. Aquilo ficou rodeando a minha mente, por todos os cantos do meu cérebro. A coisa toda começou a perder o controle quando comecei a ouvir o professor Leeroy dizer que me odiava então balancei a cabeça assustada e olhei para o lado, para o caderno de Ron, ele estava desenhando um vestido.

Então procurei. Meus olhos vagaram pela sala procurando um cabelo preto e uma nuca pálida. Minha mente ficou repetindo aquilo.

Cabelo preto e nuca pálida. Cabelo preto e nuca pálida. Cabelo preto e nuca pálida.

Mas a única coisa que encontrei foi um cabelo preto, a nunca pálida eu não podia ver, e ele pertencia a Mariah Pena e ela não se parecia nem um pouco com Dylan Thorne, nem mesmo de longe.

Quando os períodos do dia acabaram eu peguei as minhas coisas e saí correndo enquanto Ron ouvia alguma fofoca que Margarida contava. A única coisa que conseguia pensar era que Dylan não havia dormido em casa e tinha arranjado uma encrenca, ele também não tinha vindo à universidade, o que me deixava preocupada e sem dúvida incomodada com tamanha preocupação. Bom, pelo menos eu estava pensando nisso até ver cabelos meio encaracolados louros e uma jaqueta jeans. Pisquei fortemente. O que Baker estava fazendo nesse prédio?

– Oi – cumprimentei tímida, algumas garotas passavam e cochichavam e eu fiquei ainda mais incomodada quando vi Demetria me olhando com o canto dos olhos, um sorrisinho brotou no canto dos lábios rosados e ela saiu rebolando – O que você está fazendo aqui?

Assim que Darwin se virou para mim sorrindo todas as preocupações pareceram fugir. Aliás, quem era Dylan mesmo?

– Eu estava esperando você sair – respondeu. Vi o seu braço se movimentar para frente, mas logo retornou. Ele ia me abraçar, hum, eu sabia. – Eu quero te mostrar uma coisa.

– Você só espera...

– O Dylan não veio hoje, eu percebi, então você não precisa falar com ninguém que você vai demorar, não é?

– Na verdade eu não ia dizer isso.

Ele me olhou meio encabulado.

– Desculpa, é que você tá sempre indo para casa com ele e... Eu prometo não falar sobre o Dylan hoje – Darwin olhou para o lado, tamborilou os dedos na perna e se virou para mim, o sorriso poderia dar voltas de tão grande – Tudo bem, quem é Dylan?

Eu entendi o que ele estava fazendo. Quem era Dylan?

Sob os poucos olhares curiosos, eu e Darwin atravessamos os corredores e logo depois o campus.

Nossas mãos estavam quase entrelaçadas.

Fiquei imaginando o que Ronald diria a alguns meses atrás. Sobre como ele duvidaria se eu voltasse do futuro e dissesse “Darwin Baker me chamou para sair e caminhamos para um lugar desconhecido, você acredita?”, não, ele não acreditaria.

Para falar a verdade eu não estaria acreditando se não estivesse vivendo isso. Darwin era exatamente o que eu imaginava quando não trocávamos nem um olhar e o mistério era apenas uma capa com a qual ele se cobria para se manter longe da escória das fofocas ruins do colégio. Ele sabia que não funcionava, mas mesmo assim estava tentando e isso me fazia sentir bem, porque, apesar de tudo, eu me sentia em paz quando estava com ele, não aquela confusão e bolo de sentimentos quando ousava encostar no melhor amigo do meu irmão.

Dylan me guiou pelas árvores grandes e eu quase cai duas vezes quando tropecei tentando desviar de algumas poças de água depois da chuva da noite anterior e o tempo um pouco ruim de hoje.

Darwin não se incomodou nem um pouquinho em segurar minha cintura, eu também não reclamei.

Estávamos quase na grama alta e já havíamos passado do prédio anexo, onde aconteciam as aulas de Darwin e eu já podia ver a frente velha e meio barrenta da Alfa Hall, uma das fraternidades mais antigas de lá. Darwin pegou o meu braço e rodeamos a construção enquanto uma menina de cabelos escuros nos observava, até estarmos à frente do muro que ditava o limite da Universidade.

Que porra o Darwin queria ali? Estávamos praticamente no mato, atrás de um predinho sem vigilância.

Eu resolvi confiar em Darwin, embora o cérebro cogitasse a opção que ele era um estuprador assassino e a luz de alerta apitasse para que eu corresse o mias rápido possível.

– Eu não vou fazer nada com você, relaxa, Jules – ele sorriu doce percebendo que eu estava hesitando.

– Tá, tudo bem. – disse balançando a cabeça e ele sorriu ainda mais – O que exatamente estamos fazendo aqui?

– Digamos que eu confie em você o bastante para te trazer à Toca. – ele piscou, seus músculos ficaram rígidos por trás da jaqueta e ele andou até o meu lado, começando a empurrar uma porta pesada com o aviso de perigo adesivado.

Automaticamente segurei o seu braço, ele me olhou confuso e eu o olhei alarmada.

– Para! Se tem o aviso de perigo não é para entrar.

Eu estava um pouco assustada porque era meio medrosa. Quando morava com Amelia ela me deixava assistir filmes onde pessoas morrem ao entrarem no lugar errado e aquilo parecia errado demais.

Tudo o que Darwin fez foi dar uma gargalhada e continuar a empurrar a porta. Ela se abriu com um estrondo e tudo que pude ver foi uma parede de tijolos nus alaranjados.

O loiro entrou normalmente e se virou estendendo a mão.

– Eu não vou entrar aí – cruzei os braços com as mangas folgada do casaco do meu irmão e olhei para o outro lado.

– Se você não gostar pode ir embora e eu não vou impedir – ele veio até a mim novamente e ficou tão perto que o calor se intensificou não só pelo que eu estava vestindo – Nesse momento eu só preciso que você entre ali comigo.

Eu não precisei nem olhar nos seus olhos para descruzar os braços e entrar no lugar, sendo seguida por ele e o seu sorriso enorme.

A força que ele fez para abri-la fez para fechá-la e todo o lugar ficou escuro. Dei um tempo para os meus olhos se acostumarem, mas percebi que não adiantaria e tateei ao meu redor achando o braço de Darwin.

– Jules, me diz que é você porque tá escuro e pode parecer infantil, mas eu ainda tenho um pouco de medo.

Ri internamente e continuei calada segurando o riso, recuei o meu braço novamente e encostei as minhas costas na parede, ouvi ele se virando.

– Droga, Jules.

Espremi os olhos quando uma luz alcançou o meu rosto e abri o maior sorriso que pude, claramente divertida com a situação. Darwin deu uma risada gostosa e continuou com a lanterna do celular ligada, dessa vez não para o meu rosto e sim para o lado, mas suficiente para que ele pudesse me enxergar e também para que eu pudesse ver que estávamos em um cubículo e que havia degraus a alguns passos de mim e eles iam para baixo.

– Isso não foi engraçado – ele disse já bem próximo à mim e fez uma careta.

– Não se preocupe porque isso ficará entre nós dois – disse sorrindo e ele me devolveu.

Foi então que senti que o corpo dele já tocava o meu e ele precisava olhar para baixo para encontrar os meus olhos.

O canto dos meus lábios começou a formigar, bem onde ele havia me beijado ontem.

– Hum, eu acho que vou te beijar – ele falou naturalmente, como se dissesse “Ovos e bacon, por favor” – Eu posso?

Ele não precisava ter me levado ali só para aquilo.

Não sei se não tive forçar para responder ou se estava tímida demais para isso.

Talvez até a minha expressão já dissesse que ele não só podia como deveria me beijar, mas eu assenti e senti sua boca quente contra a minha. O seu lábio inferior brincou com o meu movendo-se para cima e para baixo, me fazendo procurá-los.

O celular caiu da mão de Darwin quando ele suspirou fortemente e sua mão se segurou firme a minha cintura, a apertando. Ele puxou o meu lábio com os seus e depois voltou segurando-o com os dentes, sua outra mão na minha nuca, como se ele pensasse que eu viraria o rosto ou algo assim e eu gemi baixo.

Sim, eu gemi!

E ainda nem havia língua no meio do beijo.

Senti que ele sorriu e lambeu os meus lábios, entendi que ele queria tornar aquele um beijo de verdade e eu iria dar a passagem se não tivéssemos ouvido passos na escada.

– Darwin, cara, é você?

Ele deixou a minha boca e fez um grunhido de frustração olhando para o teto. Eu dei um risinho. A sua mão ainda segurava a minha cintura, o dedo roçou a pele descoberta durante nosso agarramento.

– Sim Kyle. – respondeu alto, mas sua voz estava um pouco rouca e se afastou pegando o celular no chão e jogando iluminação nos degraus. Segurei em sua jaqueta quando ele foi na frente.

– Graças a Deus, não aguentava mais ficar aqui segurando vela sozinho, é sério – a voz ficava cada vez mais alta à medida que nos aproximávamos.

Darwin riu e a luz do seu celular iluminou um rapaz quase do seu tamanho com os cabelos castanhos bagunçados e com nariz um pouco grande demais para seu rosto de olhos e boca pequenos. Ele nos interceptou na meio da escada que descíamos em caracol, então a luz que ele segurava se moveu para o meu rosto e eu coloquei a mão na frente um pouco incomodada.

– Fala sério – ele gritou com falsa raiva, mas a frustração era evidente – Eu vou segurar duas velas?

Com certeza eu estava corada com a afirmação do tal Kyle.

– Essa é a Julia, a menina que eu disse que ia trazer aqui. – Darwin se afastou para o lado e eu acenei para Kyle.

– Ah, a Jules – ele riu provocando Darwin.

Ele me deu um oi rápido, mas pareceu ser um cara engraçado e descemos o resto da escada onde tínhamos que dobrar para a esquerda no final e entrarmos em um corredor onde havia luz mais a frente.

– Jules, essa é A Toca. – Darwin começou assim que entramos em um cômodo grande e bem iluminado – Você com certeza já ouviu falar no grupo de música, mas ficaria chato se qualquer um quisesse participar, então pedimos às meninas da Alfa Hall para ficarmos nesse porão inutilizado para que só quem realmente importa souber onde fica.

Sim, o grupo de música do qual Ronald falava o tempo todo assim que entramos na universidade, mas o qual ele nem sequer havia descoberto onde funcionava.

Havia pufes coloridos espalhados e um tapete enorme e verde onde um menino e uma menina assistiam Drama Total agarrados e rindo. Tinha uma bateria em um canto mais afastado, junto com três violões e uma guitarra. Observei o teclado perto de um amplificador e havia papel jogado por todo o chão e em cima de uma mesa muito perto de uma geladeira vermelha e um microondas, as paredes eram de tijolos, mas daqueles que pareciam meio envernizados e não como se faltasse reboco.

– Uau – sorri, aquele era um lugar muito legal e confortável – Você está me dizendo que esse é o lugar do grupo de música?

– Gostou?

– Tá brincando? Isso é incrível!

A menina e o menino se viraram e olharam para mim se levantando na mesma hora.

– Oi, sou Chase e essa é a Luce. – o garoto tinha o cabelo louro bem parecido com o de Darwin e um sorriso brincalhão e não era muito alto, a menina deu uma cotovelada em seu braço.

– Eu ainda sei me apresentar, Chaz. – ela disse e revirou os olhos. Caminhou até a mim e me deu um abraço – Ele quer fazer tudo por mim desde que começamos a namorar – ela lançou uma olhadela para trás e ele deu língua – Como ele disse, sou Luce.

– Eu sou a Julia. – sorri.

Jules. – Kyle riu, ele estava pegando algo na geladeira.

Luce olhou para Darwin e ele pigarreou incomodado e quando o olhei, estava um pouco vermelho.

– Claro, a Jules do Darwin. – ela riu – A menina por quem o Darwin brigou com Dylan, hum. Ele disse que ia te trazer aqui.

Ouvimos Kyle tossir e ele cuspiu o suco que estava bebendo.

– Falando no diabo...

Então nos viramos para a entrada do corredor, todos, sem exceção engolimos em seco e meu coração deu dois pulos ridículos que talvez fossem de medo.

– O que ela está fazendo aqui?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu adorei esse beijo, me julguem.
O que acharam disso tudo?
E, para quem leu o Especial, sim, o Chase e a Luce são o casal de lá, é que eu gostei tanto deles que aproveitei o rumo da história e os encaixei. kkkkkkk Quem não leu, o link continua no disclaimer se quiser ler.


Um super feliz Ano Novo. Que todos os desejos de vocês se realizem, eu os amo igualmente como se fossem meus amigos de longa data só por lerem o que eu escrevo e se continuam significa que gostam! Muita saúde e fé, que com isso você consegue tudo o que deseja, tá? Muita inspiração para fics e que continuem amando ler e escrever, porque isso é lindo.
Nos vemos em 2014, rapidinho, logo a gente tá lá.
Um beijo, meus fiéis vorazes.