O jovem casal entra em casa, como sempre aquela agitação. Esmeralda não consegue conter o nervosismo e preocupação. Já estava cogitando a hipótese de nunca mais sair de casa.

– Gata relxa, ele não viu a gente! – Fala Ikki tentando acalmá-la.

– Como você sabe?

– Nós atravessamos a rua e pronto! Sumimos do campo de visão dele....e outra como VOCÊ sabe que realmente era ela naquele bar?

– Ikki aquela voz me amedrontou durante anos, eu até gostaria de esquecer essa voz, mas infelizmente é uma “lembrança” que sou obrigada a carregar comigo para o resto da vida. Todos os momentos com meu pai foram traumatizantes....então sim, aquela voz era dele.

Ikki por um momento se sensibilizou com as palavras da garota. Ele gostaria muito de ter o pai por perto, e ela que tinha....este era melhor que fique o mais longe possível...a vida era realmente complicada de se explicar.

– Mas Esmeralda, você não sabe se eles nos viu....não pode ficar com essa paranoia!

–Está bem, eu tenho certeza se ele nos viu....mas e SE ele realmente nos viu? O que eu vou fazer Ikki? Eu ainda sou menor.

– Esmeralda você já tem 17, já pode pedir emancipação, não é obrigada a viver com seu pai.

– Mas eu ainda não sou emancipada, eu deveria ter pedido antes, mas essas coisas levam tempo, e eu nunca fiz nada a respeito, nunca fui atrás de um juiz ou dos meus direitos...tenho medo da lei se voltar contra mim.

– Esmeralda, você apanhava dele, ele era um bêbado, ninguém vai permitir que você volte a morar com ele, o juiz aceitaria isso. Você ta viajando, a lei está sim ao seu favor, pare de encanar com isso.

– Ahh Ikki, eu queria ser mais otimista assim como você.

– Você consegue...entenda que você não está sozinha, eu e o Shun vamos estar aqui sempre. Mas....... – Ikki faz uma cara séria como de preocupação e alerta.

– Mas o que Ikki?

– Apesar de eu não achar que seu pai tenha nos visto, vamos dobrar a atenção. Tente não sair sozinha. Quando for trabalhar, eu ou o Shun vamos te acompanhar, e ao chegar um de nós vai estar esperando por você no ponto de ônibus.

– Tá vendo! De novo eu dando o maior trabalho para vocês! Ikki eu não posso mobilizar a casa toda cada vez que eu tiver que sair.

– Esmeralda presta atenção! – Ikki calmamente a coloca sentada no sofá e arrasta uma cadeira onde ele se senta na frente da garota. – Sim vai dar um pouco de trabalho, mas isso não vai durar para sempre. Quando você vaio para essa casa, você nos ajudou muito, agora eu e o Shun temos comida fresca todos os dias e moramos em uma casa limpinha e arrumada rsrs – Ele fala em tom divertido para fazê-la rir. – Nós apenas estamos retribuindo o que fez por nós. Shun e eu jamais permitiríamos que você sofra qualquer tipo de violência, somos amigos e cuidamos um dos outros.

– Mas você é quase uma babá para mim Ikki, toda vez você precisa se enrolar em uma capa vermelha e me tirar de alguma situação ruim que eu sempre me meto.

– Hahahahaha em uma coisa você tem razão, você adora se meter em encrencas, mas fique fria garota...eu adoro uma briga.

– Ikki pelo amor de Deus, não vai fazer nenhuma loucura, um de nós se metendo em encrencas já é o suficiente....Você se arrisca muito.

– Quem se arrisca são eles....e agora chega desse assunto, vamos para a cozinha, que meu estomago está reclamando.

E assim eles foram prepara algo para comer.

// //

Enquanto isso Shun está em outro planeta.....ou melhor na casa de June.

– Já chega por hoje...não aguento mais ver números.

– Tem certeza? Entendeu tudo? Podemos recapitular se quiser!

– Não Shun é sério, já estou confiante obrigada. Está com fome?

– Um pouco.

– Vamos comer alguma coisa então.

Ela se levanta e pega sua bolsa.

– Vamos?

– Como assim vamos? Achei que íamos comer aqui.

– Ah não comer em casa de sábado ninguém merece. Anda vêm.

Eles descem as escadas e June fala com seus pais

– Mãe, pai, vou sair com o Shun, vamos no shopping comer alguma coisa.

– Vocês querem carona? – Pergunta o pai de June gentilmente.

– Não pai obrigada, a gente vai de ônibus mesmo, tchau, voltamos em breve.

E assim os dois saíram. Shun estava tão nervoso que não sabia se iria conseguir comer. Andar no shopping com a June, pra ficar ainda melhor, só falta encontrar alguém da escola .

Eles comeram e conversaram muito. June se sentia a vontade ao lado de Shun, ele era simples, com ele, ela não precisava ser a garota sexy e popular da escola, ela era Ela mesma.

– Gosto de conversar com você Shun, lamento não ter sido sua amiga antes. Onde você se escondeu esse tempo todo?

– Rsrs eu sempre fui da sua sala June, mas garotos como eu não são notados. Mas não estou reclamando, acho que tudo tem seu tempo.

– Desculpe se alguma vez agi como uma idiota com você.

– Relaxa June, não vamos ficar lembrando do passado. Crescemos bastante, ou nem tanto rsrs (ele arranca algumas risadas dela). Estamos entrndo em uma nova fase, daqui a 6 meses será nossa formatura, vamos para universidade e seguir rumos diferentes.

– Seria muito legal se fossemos para a mesma universidade né?!

– Seria sim, mas eu não tenho condições de pagar uma.

– Hora pequeno gênio RS, você é inteligente passará em uma pública facilmente. Eu estava pensando, se não for te atrapalhar, podíamos estudar juntos toda semana e prestar vestibular para mesma universidade o que acha?!

– È uma ideia perfeita. Mas seus pais não vão achar ruim, eu frequentar a sua casa?

– Claro que não, meus pais te adoram rsrs.

– Então...mãos a obra.

– Hahaha nada disso, hoje já estudamos o suficiente, agora eu vou atrás de um sorvete.

Eles se levantam e começam a andar. Sutilmente Shun pega na mão June. Fui uma atitude rápida e sem pensar muito, se pensasse de mais ele desistiria. No momento que ele entrelaça seus dedos nos dela, ele nem olha para o lado, continua andando agindo normalmente como se nada tivesse acontecido. Foi um momento de tensão para ele, pois ele não sabia como ela ia reagir, mas precisava arriscar e foi o que fez.

Para sua felicidade, ela não reclamou, aceitou a mão dele e assim continuaram andando em direção ao quiosque de sorvete.

Shun comprou uma casquinha para June e outra para ele. Sentaram em um banco mas não tocaram no sorvete. Shun se aproximou da garota e lhe deu um pequeno beijo quase roubado. Na verdade ela estava louca para que isso acontecesse mas queria que ele tomasse a iniciativa, e por fim ela veio.

– Achei que não fosse fazer isso nunca rsrs.

– Desculpe, eu estava sem jeito rsrs.

Ele novamente se aproximou até suas bocas se tocarem de novo, mas dessa vez o beijo saiu mais calmo. Após esse pequeno intervalo, voltaram a atenção para o sorvete.