Full Moon escrita por gabiromboli


Capítulo 5
Capítulo 5 - Pai?




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Forcei minhas pernas a correrem mais rápido esbarrando em alguns arbustos e cortando-me entre espinhos, a leve dor que meu corpo sentia agora não representava absolutamente nada, estava focado apenas nela.

Se não tivesse bebido essa noite a teria reconhecido no primeiro momento! Fui um idiota! Seu coração estava falhando, sua pulsação estava fraca tinha que me apressar antes que o pior acontecesse.

Em 15 min cheguei à casa dos Cullens gritando mentalmente para que Edward chamasse Carlisle. Eles já estavam na porta da casa quando sai da floresta. O Doutor me olhou espantado analisando o rosto perfeito dela, ele a conhecia?

Para piorar o intrometido do Edward não respondeu a minha pergunta como faria normalmente parecia estar concentrado em outra coisa, ou melhor, em outra mente; a de Carlisle.

Subimos até o quarto de hóspedes e eu a coloquei na cama tirando seu sobretudo. Carlisle a examinava cuidadosamente enquanto todos que estavam na casa entravam no quarto sem entender o que estava acontecendo, não dei importância ao que falavam só queria que ele dissesse que ela ficaria bem que esses machucados não eram nada, mas ela começou a gritar e se debater.

 O Doutor agiu rapidamente tentando sedá-la, em vão, tinha a impressão que nada tiraria essa sensação dela, Emmet a pedido de Carlisle tentava segura-la, ao fazer isso pude ouvir o som de alguns ossos quebrando-se. Tive que me segurar para não arrancar sua cabeça do pescoço, afinal Emmet não tinha culpa por isso, simplesmente me coloquei no seu lugar tentando segura-la.

Segurei seus braços forçando seu corpo a ficar parado, ela era gelada e dura como eles, uma corrente elétrica passou por meu corpo ao tocá-la, todos os sentimentos que passaram por mim durante esse tempo voltaram mais intensos junto com uma angústia absurda! Eu a queria bem e a queria para mim! Não agüentaria vê-la sofrer mais!

Quando percebi Edward e Bella me olhavam com uma expressão de dor, talvez vendo a minha dor naquele momento. Deixei que ele visse finalmente o que tinha acontecido me desculpando por não ter dito nada antes.

- Por favor, não diga nada ainda! - Pensei com a convicção de que naquele momento ele me entenderia e aceitaria minha decisão. Ele simplesmente acenou com a cabeça sem dizer nada, não queria falar sobre isso agora, precisava digerir tudo primeiro.

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Passou-se uma semana e ela não havia melhorado em nada. Foi uma semana desastrosa, Carlisle disse que o processo era semelhante ao da transformação que os sanguessugas sofriam, mas o preocupante era que o processo não estava parando. Pelo seu conhecimento normalmente durava cerca de três dias e não era tão doloroso. Ele e Edward estavam pesquisando uma maneira de ajudá-la.

Ela tinha várias crises gritando e se contorcendo, algumas vezes Emmet e eu tínhamos que prendê-la na cama e todas as vezes que o fazíamos ela se machucava mais, sua força era como a nossa, mas sua fragilidade igualava-se ao de um humano normal.

O quarto de hóspedes tornou-se um leito de hospital repleto de aparelhos onde Carlisle checava constantemente seus batimentos cardíacos, pressão arterial e todas aquelas coisas de médico que não entendia. Ele havia tentado lhe injetar morfina, mas sem sucesso, parecia que aquilo nunca teria fim! A cada crise um pedaço de mim morria, sua dor era a minha dor, cada centímetro do meu corpo sentia isso.

Se antes eu era louco agora tinha me tornado um zumbi, não comia, não dormia, não vivia. Passei o tempo todo no quarto esperando por alguma melhora que não vinha suas crises estavam cada vez mais fortes e Carlisle já havia tentado de tudo, mas nada amenizava sua dor.

Seu corpo estava aparentemente se recuperando, não havia mais hematomas ou cortes, seus ossos quebrados também estavam recuperados, mas era um contraste com as crises que estavam piorando.

Minhas esperanças diminuíam cada vez que a via se debatendo pela dor, seus cabelos estavam constantemente encharcados pelo suor frio que escorriam pelo seu corpo, lágrimas desciam de seus olhos estando abertos ou não e quando abriam eram sem foco e mortos, não enxergando realmente o que acontecia a sua volta.

Sua temperatura variava muito ora como um sanguessuga ora como um lobo, ela delirava constantemente dizendo coisas sem nexo. Não sabia mais o que fazer queria simplesmente morrer junto com ela e nada mais.

Sentei-me na poltrona que havia perto da janela de seu quarto e acabei cochilando acordei quando senti uma mão gelada e pequena no meu ombro.

- Vá embora! – murmurei com os olhos ainda fechados.

- Jacob acorda! – a voz soprano de Alice chegou aos meus ouvidos.

- Alice me deixe aqui e em paz! – deixei a irritação transparecer na minha voz, ultimamente estava no meu limite e eles sabiam.

- Vem Jacob, por favor! – levantei em bufando e tremendo levemente ela apenas acenou com a mão para irmos fora do quarto, olhei brevemente para ela queria ver seu rosto gravar cada mínimo detalhe. Como estava com um semblante tranqüilo segui Alice para fora do quarto, quando chegamos ao corredor ela virou-se e continuou.

- Jacob porque você não via para casa descansar um pouco? Carlisle está fazendo tudo o que é possível se acontecer alguma mudança nós te avisamos! – ela disse com um pouco de preocupação, mas sua voz se tornou quase um sussurro quando ela viu minha reação.

- Eu não vou a lugar nenhum! – foi a única coisa que consegui dizer meu corpo tremia, estava a ponto de me transformar ali mesmo. Ouvi os passos silenciosos de Bella pelo corredor em nossa direção, mas Alice continuou mesmo assim.

- Não entendo o porquê você tem que ficar aqui mofando se não está acontecendo nenhuma melhora! E você morrendo aqui não vai ajudar em nada! – ela me disse cruzando os braços e batendo o pé no chão Bella estalava o beiço atrás de mim olhando em direção de Alice.

Neste momento Edward chegou ao andar, claro que ele não deixaria de se meter no meio da conversa, já não bastava estar na nossa cabeça 24hs por dia ele teria que intrometer nisso também?

- Acalme-se Jacob! E Alice ele não pode ir embora. – ele disse com a maior naturalidade, ela se focou nele.

- Como assim Edward? Ele não pode continuar mofando aqui! – ela irritou-se colocando as mãos na cintura e subindo dois oitavos na voz, eu sentia que iria me transformar ali mesmo por tamanha raiva que sentia naquele momento por Edward estar interferindo e os outros estarem interferindo. Isso é assunto meu! Só meu!

- Você realmente não vê Alice? Por que ele teve a impressão, agora não consegue ir. Não enquanto ela estiver neste estado! – Alice, Bella e eu paralisamos, ele não podia ter dito isso! Alice piscava sem parar com a boca aberta.

– Você é vidente, mas não vê o que está no seu nariz! – Edward disse achando um pouco de graça nisso e simplesmente virou-se indo embora para sei lá onde! Eu ia matá-lo ali mesmo!

Bella me deteve segurando meu braço, pela expressão de seu rosto ela já suspeitava disso, fazendo sinal para deixá-lo ir com toda certeza ela falaria com ele depois.

- Deixe Jake! – ela apenas sussurrou e sumiu em direção ao andar abaixo.

Como se despertasse do traze Alice começou a bater as mãos e a pular olhando para mim com o maior sorriso que ela poderia dar, pulou no meu pescoço e me abraçou gritando no meu ouvido apenas consegui dar um sorriso amarelo em retorno.

- Eu realmente queria ter visto isso! - disse soltando-se de mim - É realmente uma pena não ter previsto isso. – ela disse derrepente me fitando de uma maneira diferente.

 – Jacob você está um lixo, vamos dar um jeito nisso! Vamos, vamos, vamos! – ela andava na minha frente saltitando, mas parou quando percebeu que eu não havia me mexido nenhum milímetro.

- O que está fazendo aí? Vamos! Você não quer que ela acorde e te veja neste estado! – voltando e puxando-me pela mão, praticamente me arrancando de onde estava para o banheiro no andar superior.

- Bella, Nessie vocês querem ajudar também? – ela perguntou enquanto me puxava escada acima. Pude ouvir as risadas dos outros na sala rindo as minhas custas. Emmet era o mais exagerado.

Alice simplesmente me trancafiou no banheiro me dando roupas novas, por fim desisti de lutar contra suas vontades, ela era realmente impossível! Tomei banho e fiz a barba ela cortaria meu cabelo quando estivesse pronto, podia ouvi-la com Bella e Nessie no quarto ao lado especulando sobre o que aconteceria comigo depois que Ela acordasse, já estava prevendo tudo! Teria que fugir dali antes que elas me torturassem, mas do andar abaixo um grito estridente e latente de dor acabou com o momento.

Praticamente arranquei a porta do banheiro chegando ao seu quarto meio segundo depois. A cena que vi despedaçou meu coração, essa era sem dúvida a pior crise que havia tido, seus corpo contorcia-se violentamente na cama, seus gritos eram ensurdecedores!

Todos da casa estavam no quarto em pleno desespero. O coração dela tinha quadruplicado os batimentos, os aparelhos ligados ao seu corpo estavam descontrolados Carlisle, em vão, tentou lhe dar uma dose cavalar de morfina para conter a crise.

Lágrimas grossas e quentes escorriam pelo meu rosto ao vê-la naquele estado, Emmet e eu tentamos segurá-la, mas ela estava incrivelmente forte, mais do que os outros dias, nos lançando contra a parede do quarto. Seus batimentos estavam irregulares demais, sua temperatura era altíssima como também sua pressão era comparável a uma panela de pressão prestes a explodir!

Os aparelhos ligados a ela estavam caindo no chão e pela primeira vez em minha vida vi Carlisle ficar paralisado sem saber o que fazer. Não me contive e agarrei-o pela camisa erguendo alguns centímetros do chão.

- FAÇA ALGUMA COISA! NÃO A DEIXE MORRER! – gritei contra seu rosto, as lágrimas e a fúria me dominavam.

Em meio a rosnados alguém me segurou, não tentei resistir e soltei Carlisle, apenas esvaindo em lágrimas grossas. Pela minha visão periférica vi Jasper contorcer-se de dor Alice tentava acalmá-lo, ele deveria estar sentindo as dores dela. Todos ficaram apenas observando horrorizados por sua cena de dor.

 Agora tinha certeza ela morreria ali! Coloquei as mãos no rosto para não ver sua morte. Parecia que seria o seu fim em meios aos gritos e lágrimas de dor, seu corpo contorcendo-se.

Então algo inexplicável aconteceu. Ao mesmo tempo as luzes da casa e de todos os monitores do quarto explodiram, os vidros das janelas quebraram caindo alguns cacos em minha direção deixando alguns machucados pelo meu corpo. Senti a casa tremer por alguns segundos, todos estavam perplexos pelo que estava acontecendo, era como se estivéssemos em meio a um terremoto e tudo que havia no quarto começou a flutuar.

Simultaneamente seu corpo arqueou mais uma vez de tal maneira que poderia quebrar sua coluna e soltando um grito estridente de dor, Jasper que continuava se contorcendo soltou ao mesmo tempo um urro de dor, seus olhos dourados estavam quase negros e sem foco, acredito que se pudesse chorar ele estaria fazendo agora.

Sem que esperássemos seu coração foi bruscamente desascelerado parando em um sopro fazendo seu corpo mole cair na cama. Não havia nenhum sinal de respiração ou de batimento. Prendi minha respiração tentando conter minha dor, tudo tinha ficado cinza e em câmera lenta.

Agora para mim nada mais teria sentido, minha vida tinha ido embora juntamente com aquela linda e desconhecida mulher! Todos estavam paralisados não se ouvia barulho algum, somente os corações daqueles que ainda tinham.

Com um pouco de dificuldade levantei-me aproximando, a passos lentos e pesados, de seu corpo pálido e sem vida. Sentia as lágrimas quentes e os soluços saindo de mim então me encostei delicadamente na cama tocando em seu rosto lindo e tranqüilo.

Em um batimento algo mudou. Ela abriu os olhos azuis furiosamente segurando meu pulso com força violentamente o quebrando como se fosse papel.

- Nunca mais encoste suas mãos em mim! – a partir daí tudo aconteceu muito rápido.

Me vi ser jogado contra a parede do quarto abrindo um buraco enorme e quebrando algumas partes do meu corpo, a dor era latente! Emmet, Rose, Alice, Nessie, Seth e Bella ficaram em posição de ataque, enquanto Jasper continuava jogado no chão se recompondo da dor que havia sentido. Esme estava paralisada e Carlisle e Edward estavam em choque atrás dos outros.

Consegui me mover um pouco para ver melhor o que acontecia, ela parecia em perfeito estado como se nada tivesse acontecido, como se não tivesse sofrido nada, nenhum aranhão! Estava com a aparência saudável com as bochechas levemente coradas mesmo na pele pálida, seu coração batia forte e rápido superior aos meus batimentos.

Ela deu um rosnado alto e ameaçador mostrando todos seus dentes brancos e perfeitos, virando–se e indo a direção à janela que dava para a floresta, era realmente muito rápida, mas por um momento paralisou após ouvir Carlisle, voz que saiu quase como um sussurro.

- E-LI-ZA-BETH? – Carlisle disse quase soletrando seu nome. Seu nome? Ela manteve as mãos apoiadas na janela pronta para pular, mas por alguma razão não o fez. Carlisle tinha se aproximado mais deixando somente a cama entre eles, seu rosto parecia confuso.

- Elizabeth... Lizzy... Liz é você? – ele disse tremendo um pouco a voz cada vez que pronunciava seu nome os batimentos dela correspondiam a voz de Carlisle.

Um segundo se passou, seus batimentos estavam descompassados, parecia que ela estava decidindo se iria embora ou não então sem que esperassemos virou-se com os olhos marejados.

- Pai? – sua voz saiu como um sussurro repleto de angustia, mas espera ai o quê ela disse? Carlisle abriu levemente os braços.

- Pai! – ela gritou atravessando a distancia entre eles pulando em seus braços.

Todos nós ficamos perplexos enquanto ela chorava e soluçava em seus braços apertando-o. Com certeza se Carlisle fosse humano já teria sufocado pela força e a urgência que era abraçado. Edward suspirou despertando a todos. A ficha estava caindo agora.

- Ela por acaso disse pai? – Emmet conseguiu dizer o que todos nós pensávamos. Edward que estava com a boca aberta apenas acenou com a cabeça.

Tentei levantar, mas precisei da ajuda de Seth e Jasper para me manter em pé, ela realmente tinha acabado comigo! Ficamos parados observando a cena, ela continuava a chorar e a dizer coisas sem sentido.

- Procurei tanto... eu... eu... não... deixem... eles... não quero voltar... pai! – seu choro era angustiante Carlisle tentava acalma-la, mas ela só conseguia repetir isso e chorar mais.

- Tudo bem criança, agora estará a salvo! – Carlisle dizia alisando seu cabelo. – Lizzy... Lizzy... Lizzy... – ele começou a cantarolar em seu ouvido tentando controlar o choro e os soluços dela.

- Jasper, por favor? – Edward disse baixo o fazendo entender o que queria.

Uma sensação de paz e tranqüilidade pairou no ar enquanto Jasper estava tentando acalmar a situação. Como esperado os ânimos se amenizaram até que Carlisle a segurou no colo cantarolando ainda seu nome fazendo-a dormir. Delicadamente Carlisle a colocou na cama já completamente adormecida a cobrindo com o cobertor. Quando ele virou-se todos nós ao mesmo tempo perguntamos.

- Pai? – Carlisle simplesmente colocou as mãos nas têmporas massageando.


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