Full Moon escrita por gabiromboli


Capítulo 29
Capítulo 28 - Capturado II


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Desculpe a demora!



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Capitulo 28 - Capturado II

POV Dean

Aos poucos sentia a consciência tomar conta de mim novamente. Evitei abrir os olhos controlando o máximo possível minha respiração e pulsação para não me denunciar antes de bolar um bom plano para escapar dali.

Tenho que admitir que aquela baixinha irritante era astuciosa, esperou um deslize meu para atacar! Agucei meus ouvidos tentando saber se havia mais alguém naquele lugar, porém o único barulho que conseguia ouvir era da água pingando das goteiras espalhadas pelo calabouço.

Abri os olhos constatando o que já sabia; estava sozinho naquele lugar úmido e escuro balancei o corpo para quebrar as correntes que prendiam meus braços no alto, mas parecia que estavam bem presas.

Como humano não conseguiria fazer muito além daquilo, se pelo menos estivesse próximo da lua eu teria mais forças! Tentei novamente me balançar levantando minhas pernas em uma tentativa de forçar a corrente presa as minhas mãos com meus pés.

- Droga! – soltei depois da terceira tentativa frustrada de romper a corrente.

Observei melhor ao meu redor quem sabe poderia encontrar algo que me ajudasse a soltar as correntes. Não me lembrava daquele calabouço enquanto estive trabalhando com Lizzy para os Volturi. Pelo menos era o que parecia um calabouço, cheirei o ar buscando quantos odores fosse possível sentir de uma vez só. Mofo, esgoto, limbo, ratos, sopa, chuva, sangue, vampiros.

Uma das vantagens que mantinha quando humano era o olfato extremamente aguçado o que vinha a calhar agora! Definitivamente estava em um calabouço à pelo menos uns 20 metros da entrada do esgoto da cidade, possivelmente devo estar em Volterra só aqui conseguia sentir esse cheiro de sopa. Os vampiros devem estar 4 metros acima daqui e provavelmente se alimentando deixando ainda mais forte o cheiro de sangue que parecia impregnado nas paredes.

Preciso pensar rápido! Antes que aquela vadia aparecesse novamente. Não contaria sobre Lizzy, mas tinha medo de que alguma das “novas aquisições” me obrigassem a falar mesmo que sem palavras!

Tenho que pelo menos saber se ela está bem, se ao menos valeu a pena tudo o que passei e o que vou passar! Não deixaria que visse meu estado inventaria uma desculpa e diria adeus sem enrolar muito.

- É... vai ter que ser assim. – sussurrei verificando pela ultima vez se havia alguém antes de fechar os olhos e me concentrar.

Depois de tantas décadas de prática era fácil como respirar, senti meu coração acelerar enquanto as imagens passavam rapidamente em minha mente procurando igual a um cão farejador seu objetivo.

Acho que nunca me acostumaria com a rapidez que meus olhos percorreriam o trajeto feito por ela, África, América do Sul, América Central, todos os estados dos EUA fazendo um verdadeiro zig-zag tão rápido que só reconhecia seu cabelo balançando através do vento e das imagens embaçadas ao nosso redor!

Não demorou 1 minuto para seu rastro imaginário incorporá-la em uma casa grande cheia de paredes de vidro abraçada a um homem enorme fazendo com que minha menina literalmente parecesse isso!

Sorri percebendo que estava saudável e aparentemente feliz naquele lugar e como era de se esperar minha menina sempre especial percebeu que estava sendo observada por mim não me deixando outra escolha se não me mostrar a ela.

- Dean! – ela gritou eufórica correndo e pulando a poltrona que ficava no meio do seu caminho até minha imagem.

- Elizabeth, minha irmã querida! – falei através da imagem projetada querendo na realidade poder tocá-la.

- Dean! Estava tão preocupada! Mandei sinais telepáticos, mas você nunca me respondia! Por que só me encontrou agora? Onde você está? Você conseguiu escapar de Jane? Você a matou? – Lizzy vomitou todas as perguntas praticamente pulando de tanta felicidade.

- Ei gatinha! São muitas perguntas de uma vez! –brinquei com a ansiedade que transbordava não só dos olhos, mas de todo o corpo.

- Desculpe meu jeito, mas aconteceu tanta coisa enquanto você não aparecia. Quando vai chegar? – ela perguntou ainda ansiosa provavelmente ainda não percebendo que não estava mostrando a minha imagem verdadeira.

- Lizzy não tenho muito tempo até eles voltarem, preciso que me ouça com atenção! – disse tentando não demonstrar minha tensão com a possibilidade de alguém aparecer e me pegar desprevenido.

Ela parou por um instante parecendo finalmente analisar minha imagem e pesar minhas palavras, esperei que fizesse mais perguntas enquanto observava o quanto estava ainda mais bonita com os olhos ainda mais intensos e claros.

- O que está acontecendo Dean? Por que você está se escondendo? – como havia imaginado ela travou totalmente tensa despejando as perguntas de uma só vez

- Não está acontecendo nada importante Lizzy.

- Mentira. – rebateu rapidamente vendo a mentira mal contada em meus olhos.

- Não estou mentindo, esse sou eu. Não estou me escondendo. – tentei inutilmente manter a mentira.

- Mentira outra vez. – ela rosnou nervosa pela mentira. – Você pode conseguir mentir para os outros, mas pra mim não! Se mostre Dean.

- Não! – rosnei de volta travando a mandíbula.

- Mostre agora! – Liz gritou fazendo com que sentisse um pouco de dor de cabeça, ela estava bem mais poderosa! Com essa distância ela conseguia me causar dor mental!

- Não tenho tempo para isso Elizabeth! – falei tentando não alterar muito a altura da voz, eles estavam próximos e se gritasse ouviriam com certeza.

- Irmão! – Lizzy suplicou para mim com a voz tremula, provavelmente tentando conter as lágrimas.

- Me promete que vai fazer o que disser? – disse na esperança dela me obedecer apenas dessa vez e continuar escondida.

- Não vou prometer nada antes de você se mostrar realmente.

- Irritantemente teimosa! – suspirei derrotado, ela sempre foi extremamente teimosa.

Sabia que o impacto ao me ver não seria nada bom, mas não conseguiria mentir para ela durante muito tempo e precisava me despedir rápido antes que um Volturi aparecesse.

Aos poucos seus olhos foram se abrindo se tornando ainda mais brilhantes pelas lágrimas contidas caindo sentada no chão da sala onde estava.

- Dean... – sua voz saiu aterrorizada.

- Está tudo bem Liz. Sei que deve estar feio, mas eu aguento muito mais do que isso! – tentei animar sorrindo fazendo meus lábios arderem com o processo.

- Onde... – ela sussurrou tentando formular a pergunta.

- Estava em Zurique, vacilei em achar que havia despistado ela. Jane me torturou até ficar inconsciente e me trouxe de volta. Tenho que admitir que aquela tampinha sabe brigar! – ri tentando fazer piada com minha tragédia ganhando apenas a reclamação das minhas costelas quebradas.

- Mas como Jane arrastou você sozinha?

- E quem é você? – perguntei vendo o fortão se aproximar de uma maneira protetora e possessiva da minha irmã.

- Jacob Black.

- Então fortão, eu não tenho muito tempo pra dar explicações, mas eles tem novas aquisições. Lizzy você tem que tomar muito cuidado! – disse sentindo o cheiro podre de vampiro se aproximar.

- Dean me diga exatamente onde está eu vou buscá-lo! – Lizzy falou se levantando em seguida completamente decidida.

- Não! Você tem que se esconder se vier vai acabar com todo o meu trabalho em mantê-la viva! Não passei por tudo isso para você voltar para cá! – disse um pouco mais baixo olhando ao meu redor com medo de Jane aparecer.

- Não vou deixar eles te matarem como fizeram com nosso pai! – ela gritou claramente com medo.

 - Me escute, Lizzy, não venha atrás de mim! Não quero que corra risco para me defender. Liz... quero que você saiba... nunca vou esquecer de você, minha irmã! – tentei manter a voz firme inutilmente enquanto sentia uma lágrima esquentar meu rosto, não podia chorar na sua frente precisava me manter forte.

- Não Dean, não! – ela sussurrou sem forças para fazer algo além disso.

- Jacob cuida dela para mim? – perguntei ignorando as negativas dela, sabendo quem quer que seja aquele homem ele cuidaria dela como eu cuidaria.

- Pode confiar em mim. – prometeu assumindo um semblante de líder.

- Não, não, Dean não! – minha pequena sussurrava agora completamente incoerente sendo amparada por Jacob.

- Irmã olhe para mim. – pedi não conseguindo disfarçar a dor da voz. – Em todos esses anos tive apenas uma missão, protegê-la e estou orgulhoso por ter visto você se tornar essa mulher maravilhosa que é hoje!

- Não... por favor! – ela continuou sussurrando chorando descontroladamente ajoelhada no meio da sala.

A tensão e a raiva aumentavam em mim, precisava encontrar algum jeito de matar aqueles desgraçados. Senti o cheiro se aproximando cerca de uns 5 minutos a passos humanos, agora tinha certeza de que era Jane que vinha em minha direção.

- Eu sinto muito por não ter ficado mais ao seu lado. Não tenho muito tempo. Sinto muito! – falei novamente percebendo os passos se aproximarem. Merda!

- Dean... n-não me deixe! – ela me pediu novamente não me deixando cortar nossa ligação antes de Jane aparecer.

Aquela vadia deve ter ouvido minha voz e veio mais rápido do que havia previsto, não dando tempo para piscar me atacando cruelmente. Não conseguia manter o controle sob meu corpo apenas sentia o fogo consumir cada célula do meu ser fazendo os gritos saírem sem minha autorização deixando um leve sorriso brotar em seu rosto branco e infantil.

- Dean! Dean fale comigo! – Lizzy gritou assistindo a toda minha dor não me deixando cair na inconsciência.

Deixei que ela me torturasse o quanto quisesse, porém travei o maxilar impedindo os gritos de dor saírem pelo menos esse prazer eu não lhe daria! Quando se cansou senti como se meus músculos estivessem esfarelados.

- Tenho que admitir que você é uma pessoazinha desprezível! – disse olhando para ela e para a nova Volturi ao seu lado. – Pode ter certeza que quando me soltar vou matar você por ultimo apenas para poder me divertir ouvindo seus gritos!

- Não acredite muito nisso querido Dean. – ela me respondeu mantendo o leve sorriso no rosto.

Minha felicidade era que apenas eu sabia da sua presença, assim Lizzy não ficaria ainda mais apavorada. Finalmente minhas limitações serviram para algo, eu só posso me projetar e não o que está ao meu redor da mesma maneira que só eu vejo para onde sou projetado.

- Dean fala comigo, por favor! – Lizzy me chamou novamente tentando inutilmente me tocar.

Ah como queria poder sentir seu toque realmente! Olhei novamente para minha irmã tentando guardar novamente suas imagens, não eram exatamente as que mais me agradavam, porém serviriam para me dar um motivo para lutar. Seus olhos tristes e brilhosos pelas lágrimas encontraram os meus e tentei naquele olhar mostrar todo o meu amor, devoção e carinho depositados em cuidados por tantas décadas.

- Sinto muito por não ter conseguido fazer mais por você. Vou sentir saudades. – sussurrei sentindo novamente Jane me atormentar, sorri para a imagem de Lizzy finalmente conseguindo me desconectar.

  - Não... não... NÃO!consegui ouvir Lizzy desesperada antes de desconectar completamente.

- Então vira-lata vai me contar com quem estava conversando? – Jane perguntou parando de me torturar e socou meu estomago. – Será que era a sua queria irmãzinha?

Fechei os olhos tentando controlar meu corpo que ainda queimava mesmo sem os efeitos de Jane. Como iria conseguir escapar? Não. Não havia maneira de escapar a minha pergunta deveria ser quando é que vão me matar!

- Sabe Jane, eu mandaria você para o inferno, mas se você realmente fosse o diabo não te suportaria então acho que vou fazer um favor pra ele mantendo você aqui por mais tempo. – disse sarcasticamente depois de cuspir um pouco de sangue que havia em minha boca.

- Você continua fazendo piada? – ela me perguntou incrédula. – Então vamos ver até quando consegue rir enquanto eu estiver estripando Elizabeth bem na sua frente.

- Não ouse tocar nela! – rosnei tentando inutilmente me soltar das correntes.

- Eu vou arrancar o coração dela bem devagar e depois vou pisoteá-lo na sua frente. – ela falava aumentando cada vez mais o sorriso.

- OUSE TOCAR NA MINHA IRMÃ E EU MATO VOCÊ! – gritei ferozmente fazendo a outra vampira se encolher com medo enquanto tentava me soltar daquelas correntes.

- Pode gritar o quanto quiser Dean, é apenas uma questão de tempo para descobrirmos onde ela está. – ela falou calmamente se aproximando novamente de mim. – Eu tenho uma novidade para você... Aro me autorizou matá-la quando e como eu quiser, uma maneira justa para vingar a morte de um irmão não acha filho da lua?

Não conseguia respirar, minha cabeça girava na cena de Lizzy sendo torturada por aquele monstro na minha frente! No fim todo meu esforço em protegê-la tinha ido por água abaixo, minha vida tinha sido em vão! Precisava encontrar uma maneira de matar Jane antes que ela encontrasse Lizzy nem que se para isso tivesse que morrer junto!

Observei a vampira que acompanhava Jane e pela primeira vez percebi que havia algo estranho nela, estava louco ou tinha ouvido seu coração bater acelerado?

Acho que notando meu olhar Jane voltou até seu lado com um sorriso diabólico nos lábios.

- Está admirando minha mais nova aquisição Dean? É bonita não acha? – ela dizia como se a mulher ao seu lado fosse mais um objeto do que um ser vivo.

Ouvi o coração da mulher acelerar ainda mais enquanto Jane se aproximava novamente praticamente a arrastando junto.

- Diga seu nome. – Jane ordenou para mulher olhando fixamente para mim. – Está surda? Vamos diga seu nome! – ordenou novamente fazendo a mulher estremecer levemente e abaixar a cabeça.

- Chiyo Sakamoto. – a mulher sussurrou deixando o medo transparecer na voz.

Olhei melhor para a mulher na minha frente ela deveria ter em torno de 1,65m estrutura pequena e magra com leves curvas a deixando um pouco infantil até, seus cabelos eram extremamente negros e lisos caindo por seus ombros chegando até a sua cintura totalmente retos escondendo ainda mais seu corpo e rosto. Então como se soubesse que queria ver seu rosto ela levantou a cabeça olhando diretamente em meus olhos.

Nunca havia visto olhos tão cheios de expressão como aqueles, nem mesmo os olhos de Lizzy se igualavam! Eram tão escuros quanto o cabelo mostrando sua descendência asiática, sua pele ao contrario de Jane não era branca como mármore era de um tom branco rosado deixando o sangue acumulado nas maçãs altas, o nariz era longo e bonito harmonizando ainda mais o rosto além das sobrancelhas arredondadas dando um ar tranqüilo e sereno a aquela mulher, e por fim sua boca proporcional ao rosto, mas também volumosa e carnuda. Todo o conjunto formava uma mulher excepcional ao mesmo tempo delicada, porém de um espírito forte! Naquele instante percebi que não conseguiria ficar longe daquele olhar, nem que para isso precisasse morrer ou matar!

- Gostou do que viu filho da lua? – Jane disse interrompendo minha avaliação. – Agora você vai me dizer onde está aquela vagabunda ou Chiyo vai lhe mostrar o por que está na guarda dos Volturi.

- Você pode me torturar o quanto quiser Jane eu não vou falar nada... sabe que até estou gostando da dor, estava precisando mesmo massagear meus músculos mesmo. – disse debochando da tortura que me causava.

- Ah não serei eu a tortura você, apenas estou aqui para me divertir com a cena. – ela disse se afastando um pouco com o mesmo sorriso no rosto. – Chiyo também é uma hibrida assim como os outros filhos de Johan, mas ela tem um dom muito útil para Aro e por isso estamos aqui. Aro ordena que diga onde Elizabeth está se não Chiyo irá arrancar a informação de você!

- Aro que descubra sozinho! De mim não vão saber nada! – falei travando a mandíbula pensando nas possibilidades de escapar e matá-lo primeiro.

- Sabia que diria isso. – Jane soltou rindo. – Pode começar Chiyo.

Chiyo se aproximou mais de mim com os olhos vacilantes e brilhosos quase como se estivesse contendo o choro, podia ouvir agora seu coração batendo freneticamente. Ela levantou o braço alcançando meu rosto com certa dificuldade por causa da altura, senti seu toque morno assim como o cheiro de cereja próprio da sua pele, por um instante quis apenas que ela mantivesse aquele toque por toda eternidade. Como nunca havia visto aqui durante o tempo que estive com eles? Somente eu mesmo para amar alguém no estado em que estava!

Abri os olhos novamente para olhar os dela e por um instante pude perceber o quanto ela sofria, o quanto seus olhos estavam atormentados!

- Me perdoe. – ela sussurrou ainda com a mão em meu rosto deixando uma lágrima escorrer por seus olhos.

Quase como que simultaneamente senti meu rosto queimar onde ela estava com a mão, o cheiro da carne da minha bochecha sendo torrada era horrível além da dor insuportável vinda pelo calor que me queimava. Sem conseguir mais segurar gritei desesperadamente sabendo que agora minhas chances eram nulas em escapar vivo desse lugar!


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Notas finais do capítulo

E ai? O q achara do Dean?
No prox cap volta nosso casal favorito ok!
Bjo Bjo



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