O Mistério Da Fera escrita por Liz


Capítulo 7
Capítulo 7 - Encontre isto você mesmo


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Queria pedir desculpas por ter demorado tanto a atualizar...
Espero que gostem desse capítulo!
Boa leitura!



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- Alteza...

- Gisele? – Estevão logo direcionou seu olhar para ela. - Não me chame de alteza. – Estevão disse. – Por favor, diga mais coisas. Acorde, por favor, Gisele.

- Onde está a alteza?

- Estou aqui.

Gisele o olhou e abriu mais os olhos. Logo semicerrou os olhos e tocou o rosto de Estevão.

- Então, este é você? – Gisele disse.

- Por favor, não tenha medo de mim.

- Não estou com medo. – Gisele disse, enquanto acariciava as cicatrizes dele.

O rosto de Estevão não era completo de cicatrizes. Mas era parcialmente coberto por algumas. Pareciam cortes que estavam prestes a sumir, mas não sumiam. Gisele não sentiu medo e nem pena dele. Ela teve a mesma reação ao ver qualquer pessoa andando na rua. Ela tinha a mente aberta e nunca o julgaria pela aparência.

- Ficou aqui o tempo todo?

- Vinte quatro horas por dia, madame. – Fernan entrou no quarto com um copo de suco na mão. Ele entregou este a Gisele, que se sentou na cama para tomá-lo. – Se sente melhor?

- Me sentiria melhor ainda se me chamasse apenas de Gisele.

- Gisele. – Fernan disse. Os três sorriram.

Estevão parecia um bobo ao sorrir daquela forma para Gisele. Gisele passava a impressão de que tinha algo de errado com o sorriso de Estevão de tanto que olhava para este: “O rosto pode não ser o mais perfeito... Mas o sorriso... Ah, que sorriso maravilhoso o dele”.

- Com licença. – Fernan disse, e saiu.

- Você vai me contar mais coisas sobre a sua vida?

- Ainda não. Vamos aos poucos. – Estevão sorriu.

No tempo em que silenciaram, como ele estava sem sua capa e capuz, Gisele acabou notando seu, surpreendentemente, corpo musculoso. Era o corpo de um príncipe. Ela podia ver seu cabelo também: era preto, ondulado e ia até seus ombros. Ela também observou seus olhos escuros e seu lindo sorriso. Ele não se achava bonito de jeito nenhum e muitas pessoas que o viam também não achavam, nem seus pais (tanto que eles o isolaram nessa mansão), mas Gisele o admirava como seu fosse um dos homens mais bonitos que existem. 

Estevão se levantou da cama e foi até a janela. Parecia estar envergonhado do olhar concentrado de Gisele em direção a ele. Ela, numa atitude precipitada, se levantou e foi até ele. Ficou em sua frente e passou a observar a janela também. Estevão a olhou fixamente. Gisele se aproximou, olhando no fundo dos olhos dele, tocou seu rosto com as duas mãos e o beijou. Antes que o beijo pudesse ser aprofundado, Estevão interrompeu.

- Você deveria estar deitada.

- Não quer que eu esteja perto de você?

- Nesse momento não.

Estevão havia sido ignorante com Gisele, mas ela podia perdoá-lo facilmente por isso.

- Aconteceu alguma coisa?

- Não. - Ele continuava olhando através da janela.

Gisele se deitou na cama, novamente, decepcionada com o tom de Estevão.

- Eu volto logo.

Estevão saiu pela porta sem ao menos esperar que Gisele dissesse algo. Quando estava prestes a descer as escadas, viu Fernan, descendo estas.

- Onde estava?

- Perdoe-me, mas não pude deixar de ouvir a conversa. Eu gostaria de saber: por que agiu daquela forma com Gisele?

- Que forma? Agi normalmente.

- Tratou-a com frieza, alteza.

- Tratei?

- Sim. Achei que queria se apaixonar.

- É que... Nunca aconteceu isso comigo antes. É estranho.

- Mas, alteza, terá que passar por experiências estranhas e um dia verá que foi o necessário para viver e fazer outras coisas.

- Vou tentar me acostumar com isso. Vou sair um pouco.

- Está bem.

Colocou seu capuz e saiu de casa e resolveu ir ao centro da cidade, que é muito movimentado nesse horário. Só queria andar. Sem explicações, motivos...

Andando por lá, viu uma pessoa que lhe lembrava o seu motivo de não sorrir ao olhar seu reflexo: a mulher que lhe jogou aquele feitiço. Estevão, praticamente, empurrava todos que estavam em sua direção e foi atrás daquela mulher, que entrou em uma rua mais vazia. Estevão a perseguiu.

- Ei! - A mulher olhou para trás com o grito tão alto dele.

- O que foi? - Ela respondeu, incomodada com seu tom.

Bastou que Estevão tirasse seu capuz para que aquela mulher entendesse quem era ele. A mesma se aproximou, com sorriso sarcástico.

- Então, seu coração não amoleceu ainda?

- Por que fez isso comigo?

- Estou apenas te ajudando.

- Mas o que lhe fiz para me tratar assim?

- Não sei se foi importante para você.

- Me diga, para que eu lhe explique.

- Não é uma coisa só.

- Diga o que é!

- Você não trata seu empregado bem.

- E como você sequer sabe que eu tenho um empregado?

- Observei você quando veio ao comércio com ele.

- E foi próximo desse dia em que você me transformou. O que mais? - Ele disse, irado.

- Não trata ninguém bem. Não trata a você mesmo bem. 

- Me trato como eu mereço!

- Será que merece isso mesmo? Um homem de apenas 25 anos não precisa ter o coração tão duro.

- Eu não tenho o coração duro! 

- Eu sei disso. Mas você quer ter.

- E isso não seria bom?

- Seria bom ser assim pelo resto de sua vida?

- Você precisa mesmo da minha resposta?

- Então, encontre você mesmo.

- A resposta?

- O amor, a compaixão, a educação, mas encontre o seu verdadeiro eu.

- Como faço para voltar ao normal? 

- Pelo visto, não entendeu nada do que eu disse, não é?

A feiticeira saiu andando. Quando ela virou na esquina, ele resolveu ir atrás dela.

- Volta aqui! - Estevão saiu atrás dela. 

Quando ele virou a esquina, não a viu mais.

***

- Essa história de amor não vai dar certo, Fernan.

- Deseja um copo d'água, alteza?

- Quero sua opinião!

- Bem... É que, se eu disse o que realmente penso, dará no mesmo.

Estevão estava sentado em um banco alto próximo ao balcão da cozinha. Fernan lustrava alguns copos.

- Pode dizer, Fernan. - Estevão tentou se conter para não ser grosso com o mordomo. 

- Eu concordo plenamente com ela, alteza.

- Cite com o que você concorda.

- Você trata mal algumas pessoas.

- Acha que te trato mal?

- Eu não me importo, alteza. - Fernan sorriu. 

- Ele não está sendo sincero. - Gisele disse, enquanto abria a geladeira e pensava.

- Devia estar deitada. - Estevão disse.

Gisele o olhou, de forma indiferente. Fechou a geladeira e subiu para o seu quarto.

- O que houve com ela, Fernan?

- Converse com ela, alteza.

- É isso o que eu vou fazer.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido!
Fique com Deus...
Beeeeeeeeeijos :*



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