Mágica Nerfal escrita por Robert Julliander


Capítulo 34
Capitulo 33


Notas iniciais do capítulo

Capitulo esclarecedor e meio tenso...
Espero que gostem, não revisado, qualquer erro me perdoem e pfv me
informe obrigado.



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*--Algumas horas antes--*

— Uma barreira de luz, protege tudo que estiver dentro dela, de qualquer coisa que tenha propriedades malignas! — Explica Gabriel Soliver. Ele riscou no chão uma estrela de seis pontas, dentro de um pequeno círculo, logo depois, no centro da estrela, ele desenhou um outro círculo, este representa o sol.

— Então o Erick não passaria por essa barreira professor? — Solta Juliana rindo debochada. O sacerdote me olhou desconfiado.

— Não sei responder ao certo! — Ele disse.

— Por que não fazemos um teste? — Pergunta Danilo Soliver.

— Acho melhor não! — Gabriel reclama com seu filho.

— Ah, eu gostaria de ver o Erick passar pela barreira! — Billy concorda com o Danilo. Eu no entanto só estava sem graça, eu não sou uma atração de circo, para fazerem experiências comigo.

— É, pode ser divertido, o Erick tem algo maligno dentro dele! — Era só o que me faltava, até a Sophia?

— Você não precisa fazer se não quiser Erick! — Fala o Senhor Soliver, mas do jeito que ele falou, basicamente dava pra ver sua torcida mental, implorando que eu tentasse.

— Ok, eu vou! — Aceito meio irritado.

— Isso! — Comemora Danilo.

— Legal cara! — Billy se animou.

Respirei fundo e dei pequenos passos, sinceramente estou com medo. O que pode acontecer comigo se eu tentar passar? Arriscando ser arremessado para longe da barreira de luz, caminhei até o círculo mágico riscado no chão. Passei o primeiro pé depois da linha e nada aconteceu, respirei fundo mais uma vez e caminhei normalmente para dentro da barreira de luz.

— Não entendo, por que ele não explodiu? — Perguntou Juliana rindo pra mim de um jeito maldosa.

— Não é assim que a barreira de luz funciona senhorita Oivlar! — Explica o sacerdote. — Ela apenas não deixa que seres malignos ultrapassem, elas não são destrutivas, não servem para atacar!

— Que saco, achei que ele ia ser pelo menos arremessado pra longe! — Sorri Billy.

— Tudo bem gente, acho que vocês estão exagerando! — Reclama Luce que até agora não havia falado nada.

— Ui, ela tá defendendo o namoradinho? — Juliana destila seu veneno, fazendo a doce e tímida Luce corar.

— Podem parar por favor? — Grita o professor. — Paremos de brincar, e começaremos a levar essas aulas mais a sério! Fui claro?

— Sim! — Todos falaram em coro.

— Muito obrigado Erick, pode voltar ao seu lugar! — Desde quando ele é tão legal? O Gabriel Soliver tem sido um professor entanto esses dias, é estranho, mas é legal. Quer dizer, ele ainda trata a gente mal, apesar de ter parado mais de nos humilhar tanto por não sabermos das coisas.

Obedeci e voltei ao meu lugar no banco, sentei entre a Luce e a Sophia.

— Você nunca traz seu grimório? — Questiona a doce garota de cabelos rubros, Sophia.

— Eu não sei onde o coloquei, acho que perdi! — Admiti.

— Trate de achar, o Gabriel pode ser bem áspero com quem não traz esse livrinho! — Cochicha Luce, ajeitando seus óculos quadrados, mas ainda deixando uma franja castanha na frente, quase impossibilitando de ver seus olhos azuis.

— OK, eu vou procurar! Não se preocupem comigo! — Sorrir, mas onde está meu grimório? Sério, a muito tempo que não vejo ele. Será que meu pai achou? Não, se ele tivesse achado já teria me perguntado. Droga preciso mesmo achar isso.

— Tudo bem gente, uma pausa! Logo ensinarei para vocês a barreira das valquírias! — Fala o Soliver entrando na cabana. Quando ele fala uma pausa, é tipo um intervalo na escola. Passamos uma hora conversando e comendo porcarias. Sim, isso parecia a escola de certa forma, aliás mesmo sem mesas, cada um comia separado, como se estivessem fazendo grupinhos escolares.

— Oi posso sentar ao seu lado? — Perguntei a juliana, sim a vadia.

— O que quer? — Ela entronchou sua boca vermelha, e me olhou de lado.

— Quero te pedir desculpas! — Ok, sei o que você deve estar pensando. Essa garota é uma vaca total, mas querendo ou não, preciso de dez bruxos para fazer o ritual, que levará Williams para o vale do esquecimento, ou melhor, a dimensão das trevas. Então sim, preciso dela mesmo não aderindo muito bem a esta ideia.

— Desculpas pelo o que? Pela reunião de malucos que você fez outro dia? — Ela já estava saindo do lugar onde estava sentada.

— Sugiro que você sente, — Uma onda de energia passou pelo meu corpo, fazendo com que a garota sentasse de volta no banco, contra sua vontade.

— O que você fez? — Ela me olhou com raiva tentando se levantar, mas era como se um grupo de pessoas a segurassem no mesmo lugar e ela não pudesse se mover. — Você está usando magia contra mim, e isso é contra as regras!

— Que seja, — reclamei — só quero que você me ouça! — Ela então começara a olhar para um balde enferrujado não muito longe da gente, percebendo o que ela pretendia, me concentrei no objeto e o joguei para longe do alcance de sua visão.

— Ok, me rendo! Pode falar, eu não vou fugir, ou gritar, ou qualquer coisa do tipo! — Ela disse frustrada.

— Promete?

— Prometo! — Então a soltei. Esse negócio de magia está ficando até fácil pra mim. Por um momento, senti que isso tudo realmente faz parte de mim.

— Aquilo que te falei, é sério. — Eu disse me sentando ao seu lado.

— Aquela maluquice do guerreiro das trevas? — Ela pode parecer ter ignorado, mas pelo que vejo, prestou bastante atenção.

— Sim! Esta maluquice mesmo. Juliana, posso provar que ele existe.

— Ok, então Erick, se você pode provar me mostra! — Ela se levantou. Algo na Juliana não estava legal e quando eu falo isso, não falo do jeito vulgar que se veste, ou do jeito de agir.

— Se eu te mostrar, você vai nos ajudar? — Quase implorei.

— Se você provar, — Ela sentou ao meu lado de novo — talvez eu possa te ajudar! — Percebi então seus olhos cheios de lágrimas.

— Você, você está... — Olhei bem para seus olhos castanhos escuros, eles brilhavam de um jeito triste. — Você está bem?

Juliana Oivlar se virou enxugando as lágrimas.

— Seja sincero comigo! — Ela virou novamente para me encarar. — Eu não sou a pessoa mais legal do mundo, eu como sozinha aqui, na escola, não tenho um namorado que dê certo e ninguém olha pra mim como realmente sou!

A garota vadia e vulgar, na verdade, não passa de uma garota assustada e incompreendida. O que eu estou fazendo? Desde o começo jugando ela. Apesar dela não ter dado muita chance, parecendo se achar demais, aparentava ser forte mas ao mesmo tempo uma imbecil. Mas o que a Juliana é de verdade, é uma garota frágil e sensível, que encontrou o jeito errado de chamar a tenção. Eu sou uma das únicas pessoas que não poderia tê-la jugado, eu sei o que é ser sozinho. Olha pra mim, antes do Jhon aparecer e eu descobrir essa maluquice mágica de ser bruxo, eu só tinha o Ruan e a Dani. Ninguém queria falar comigo, todos me ignoravam como se eu fosse invisível. Mesmo sem perceber a Juliana está certa. Todos somos bruxos da mesma linhagem mágica, como se fossemos irmão, mas nenhum de nós, mesmo sendo da mesma espécie, falamos com ela.

Segurei em seus ombros e senti uma tristeza tomar conta de mim, era uma leitura de aura. Li sobre isso outro dia, enquanto procurávamos uma cura para minha mãe. Quando um bruxo toca o outro, ele as vezes pode sentir o que o outro está passando neste exato momento. Claro que a Juliana poderia me bloquear, mas ela não saberia como fazer, a não ser que tenha lido o mesmo livro.

Quando a tristeza passou pela minha leitura de aura, uma angustia e solidão, passaram pelos meus sentidos. Como se a Juliana sempre estivesse sozinha, como se sua vida não fizesse sentido. Essa garota está em depressão e mesmo assim, não deixou que ninguém percebesse o que sentia. Seu coração está sangrando, está ferido de quase todas as formas possíveis e o que me fez tremer. Então eu a abracei, forte, seguro, calmo e sem más intenções.

Ela chorou nos meus braços por alguns minutos. Afastou seu rosto do meu peito e olhou para mim.

— Obrigada! — Ela disse gentil, como nunca vira ela fazer antes. Sorri para ela e ela continuou a falar. — Ninguém precisa saber disso! — Afirmei balançando a cabeça.

— Vou te provar, esse tal de guerreiro das trevas existe. — Limpei as lágrimas de seu rosto enxado e bochechas vermelhas e então meu celular vibrou. — Com licença, eu vou... — Mostrei o celular.

— Ok, tudo bem, obrigada! — Ela diz limpando o rosto e pegando um estojo de maquiagens de sua bolsa.

— De nada! — Sorri para ela enquanto me afastava. Era uma mensagem de texto, o que me surpreendeu. Não por ser uma mensagem, mas sim, de quem era. Era do Allan, o que significa que Williams David mandou pra mim.

De repente pareceu que eu tinha distonia, a palma de minha mão e meus dedos estavam quase empurrando o celular para fora de sua posse, de tão molhados que estavam. Abri a SMS e lá estava.

“Preciso conversar com você, é algo de seu interesse

Me encontre hoje na praça Luce Nerfal

E venha só, é muito importante

Juro que é para o bem de todos!”

Mas que merda é essa? O que o Williams quer comigo?

*--*--*--*--*

— Você não vai sozinho! — Grita Jhonatan.

— Concordo o Jhon Erick! — Fala Lexa.

— Gente vocês não percebem? Não quero ir sozinho, vocês podem ficar escondidos!

— Então qual seu plano? — Jhon pergunta mais conformado. Eu estava matando aula de bruxaria e estávamos no meio da floresta, perto da praça. Não teríamos muito tempo, então precisaria explicar rápido meu plano, para voltar e explicar para os outros bruxos.

— Essa pode ser a oportunidade perfeita, para provar a minha linhagem de bruxaria, que o tal guerreiro das trevas existe e está possuindo o corpo do Allan.

— Até aí eu entendi mas, o que você planeja? Desembucha! — Reclama Lexa.

— Preciso irritar o Williams, para ele mostrar quem ele é de verdade! — Falei.

— E isso não vai ser tão difícil! Só é citar o nome da Charlote e ele vai ficar muito puto! — Jhonatan riu, parecendo gostar da ideia.

— Ainda acho muito arriscado! — Lexa parecia preocupada. — Primeiro, antes de expor o Ercik desse jeito, deveríamos descobrir o que ele quer de verdade!

— Concordo com a Lex, precisamos de um plano B, sabemos o que ele pode tentar fazer, ele pode quebrar seu pescoço num piscar de olhos! — Disse Jhon. Suspirei meio irritado mas eles tinham razão.

— O que podemos fazer? — Pergunto.

— Eu já sei! — Lexa sorri. — Tenho o plano perfeito.

*--*--*--*--*

Assim que a aula de bruxaria chegou ao fim, mandei um SMS mental para todos os outros casulos, obvio menos para o filho do Gabriel. Na real, SMS mental foi como eu chamei a comunicação telepática. Lexa mesmo sem poder usar magia, é sim, uma ótima professora. Acabei de aprender a fazer isso e sério é muito legal.

“Pessoal, aqui é o Erick, depois ensino vocês esse truque legal. Mas agora peço que me encontrem atrás da cabana! Por favor, venham todos!”

Assim foi feito, todos estavam vindo.

— Hey, truque maneiro! — Billy disse.

— Eu também quero aprender! — Brinca Sophia pulando e sacudindo seus vermelhos fios capilares.

— Estamos todos aqui, por que nos chamou? — Luce parecia meio irritada.

— Espera, ainda falta uma pessoa! — Pedi, até que Juliana sai de trás de uma árvore.

— Ah não, essa vaca de novo? — Reclama Sophia. — Erick eu te adoro, mas a Juliana é muito nojenta, ela nem consegue ter um diálogo saldável, sem ter que xingar ninguém!

— É cara, essa puta vai fazer a mesma coisa que antes! — Reclama o Billy.

— Ei, por favor, eu peço respeito a todos! — Sim, fui grosseiro. — Sei que todos tem seus motivos para odiar a Juliana, mas peço que enquanto nosso assunto, seja o bem de toda cidade, coloquem suas diferenças de lado. Depois que acabarmos com isso, podem se odiar infinitamente novamente, mas a Juliana está aqui para ajudar.

Parece que tenho voz, todos pararam suas implicâncias e continuaram a me ouvir. No entanto Juliana não ficou calada, o que pra mim vai dificultar bastante.

— Eu não preciso de nenhum de vocês, bando de perdedores de merda! Foi o Erick que me chamou, pra participar dessa porcaria e nem sei porque aceitei isso! — Ela cruzou os braços.

— Se quiser pode sair, nem precisamos mesmo de você! — Desabafa Sophia.

— Ok, parem! — Gritei. — A vida de todos estão em risco e quero provar isto. Hoje é o dia perfeito para mostrar que o guerreiro das trevas existe e anda entre os humanos livremente.

— Como vai fazer isso? — Pergunta Luce.

— Venham comigo, ele estará me esperando na praça Luce Nerfal! — Sorri confiante. Com esse plano em mente, nada pode falhar.

Andamos até a praça Luce Nerfal. Onde vimos uma cena um pouco incomum.

— Erick o que você está fazendo ali? — Pergunta Luce.

— Legal né? Aquilo ali é um clone de barro meu. — A ideia da Lexa foi primeiro descobrir o que o Allan realmente quer.

O plano é bem simples, o clone é feito com meu sangue e uma mecha de cabelo, porem o clone não sobrevive mais que dez minutos. O que acho ser tempo suficiente para descobrir o que o Allan planeja. Com uma conexão mental, posso controlar a cópia e fazer o Allan mostrar sua verdadeira face o irritando, o que fará com que os casulos percebam o que realmente o Allan esconde.

Se o Allan realmente quiser por um fim nisso, não destruirei esse tratado de paz. Mas felicidade, bem estar e finais felizes, não é o que esperamos quando se trata de um ser tão diabólico quanto Williams David.

— O que quer comigo? — Perguntei, aparentemente deu certo. Eu simplesmente já estava mais confiante, ele até agora nem percebeu nada.

— Quero te pedir, uma trégua! Estou cansado, apenas quero ter uma vida! — Sério? Acho que não, o que ele realmente quer?

— Por que mudar de ideia, por que agora? — Tenho motivos de sobra para desconfiar.

— Erick o que está acontecendo? — Pergunta Sophia.

— Não o atrapalhe Sophia, ele agora está na mente do clone! — Diz Lexa. — Enquanto ele estiver na mente do clone, ele não está neste corpo, o corpo dele é vulnerável.

— As pessoas mudam! Eu quero mudar, não tenho esse direito? — Ele disse e na verdade está certo. Talvez eu tenha julgado ele mal demais, ou obviamente não. É muito cedo pra dizer alguma coisa. — Me admira você ter vindo só! Muito corajoso de sua parte! — Ele falou, mas não percebi maldade em seu olhar. Ou ele fala a verdade ou é um bom ator.

— Não tenho medo de você! — Retruquei para tentar ferir seu auto estima e ego inflamado.

— Não precisa, a partir de hoje serei apenas o Allan! — Ele estendeu a mão, mas eu estava relutante sobre o fato dele ter mudado da água pro vinho, da noite pro dia. Então pensando na possibilidade dele estar tramando algo e nada poder acontecer de fato comigo apertei sua mão.

— Tudo bem! Aceitarei a trégua, aliás ninguém ganhará nada com essa guerra toda! — Então nos cumprimentamos.

No mesmo instante que apertei sua mão, pude ver em seu rosto seu sorriso malicioso. Totalmente o entregando. Uma luz vermelha como sangue saiu de sua mão, então voltei para meu corpo.

— O que tá acontecendo ali? — Pergunta o Billy.

— Eu não sei exatamente, ele disse que queria um acordo de paz e apertamos as mãos e a mão dele começou a brilhar! — Falei surpreso.

— Então olhem o verdadeiro mal! — Fala Jhon apontando para a cena.

O Allan dava uma gargalhada como se tivesse ganho na loteria, mas logo seu sorriso se desfaz, quando o clone derrete a sua frente virando apenas uma poça de lama, marrom e escura. Um grito raivoso ecoou de sua garganta, o grito dele era parecido com um rugido o que assustou a todos nós. Seja lá o que ele planejava, nós arruinamos isso. De repente, ele olha furioso para o lugar onde estávamos escondido e anda em nossa direção.

— ERICK!!! — Pude ver a veia de sua garganta pulsar enquanto ele gritava meu nome. Seu rosto estava vermelho com uma expressão nada agradável de ira. — Vou matar todos que você ama, vou matar toda sua família, amigos, irmãos de linhagem mágica, mentores, professores e até mesmo você!

— Droga o que você fez? Você irritou ele! — Grita Juliana apavorada.

— O que vamos fazer? — Reclama Sophia chorosa.

— Eu não sei, mas acho que acordamos o gigante! — Comenta Jhon assustado.


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Notas finais do capítulo

Agora o bicho vai pegar :)
Ansiosos? Curiosos?
Eu tbm!