20 Dias Com Percy Jackson escrita por Lyna


Capítulo 14
Another problem, Perseus damn!


Notas iniciais do capítulo

Hi! Demorei um tanto menos para postar comparando ao tempo dos últimos capítulos! Primeiramente, quero agradecer a Mila Valdez pela recomendação! Capítulo dedicado a você, e também aos meus mais de sessenta leitores fantasminhas que não comentam, mas tudo bem, ler e gostar é o principal! Muito obrigada a todos vocês, que comentam, recomendam, favoritam ou apenas leem, eu não mereço vocês cara... Enfim, nos vemos nas notas finais!



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— Annie! ANNIE! Espere aí!— Luke disse correndo atrás de mim. Eu estava evitando ter qualquer tipo de contato com ele desde o acontecido há uma semana, o que fora inútil já que ele acabara de me achar.

— S-sim? — E a senhorita Sabidinha ainda gagueja, vê se pode?

— Eu posso falar com você? — Luke estava diferente. Além das roupas estarem ameaçadas, os cabelos mal penteados, as olheiras em baixo dos olhos cansados e dos sapatos e meias trocados, claro. Parecia que ele não dormia ou prestava atenção em nada há bastante tempo. E o que eu posso dizer de mim? Bom... Eu estava em um estado ainda mais deplorável. Suéter rosa claro pouco abaixo da cintura, cabelos presos em um coque mal feito com a franja caindo sobre os olhos, óculos sem grau, meu velho all star vermelho e branco desbotado e uma calça preta. É, eu tenho um péssimo gosto para roupas, além de que meus olhos estavam cada vez mais escuros e tempestuosos. Assim como Thalia parece poder soltar faíscas elétricas pelos olhos azuis, qualquer um que me visse pensaria que a tempestade poderia saltar dos olhos a qualquer hora.

— Já está falando. — Sim, eu fui grossa, mas eu não tenho conseguido ser de outro jeito há um tempo. Culpa das más influências como Thalia!

­

— Tudo bem se nós formos a um lugar mais reservado? — ele disse, e eu assenti pensando que não seria muito agradável o Sr.D nos encontrar conversando no meio do corredor ao invés de estarmos na aula. Fomos até a parte de trás do colégio, onde ficávamos no intervalo, com várias mesas e bancos de madeira espalhados. Era um lugar um tanto mitológico, devido às colunas de pedra rodeadas por cipós cheios de flores segurando um tipo de teto de mármore cinza (Lembrando apenas que o nome do diretor do nosso colégio era Dionísio). É, era um colégio estranho.

— Então, o que você quer? — Perguntei tentando manter a pose de quem mal se importava de estar ali ou não, mas por dentro meu coração saltava mais que criança em cama elástica (Me joguem tomates depois dessa).

— Conversar... Sobre o que aconteceu na... — não o deixei terminar.

— Olha, eu sei que nenhum de nós dois queria aquilo, principalmente você por causa dessa coisa toda de reputação e as líderes de torcida, e por mim tudo bem, não vou me importar se você fingir que aquele beijo não aconteceu e não passou de um erro e... — disparei a falar, tentando encontrar um jeito de amenizar a situação e voltar a ser a mesma pessoa que eu era antes com ele. Mas Luke encontrou um jeito ainda melhor para tirar a tensão do ar.

É estranho o fato de que meu amigo de infância agora tinha pegado o hábito de me beijar, tipo: Cale a sua boca e coloque-a na minha, por gentileza?. Os lábios de Luke eram quentes, diferentes dos meus, gélidos e machucados, eles eram macios e cativantes, e se... Mexiam, digamos, de uma forma inexplicavelmente gostosa e aconchegante. Eles eram simplesmente doces. E eu poderia ficar ali à tarde inte...

— Lucas Castelo e Annabell Christian, aqui não é lugar para vocês... Saciarem suas vontades indecentes! Isso é um colégio de respeito, e agora é o horário de aula! Já pra diretoria, os dois! — Sr.D estava vermelho e inchado, parecia uma uva rechonchuda e raivosa, pronta para atacar. E sim, eu tenho noção de que o que eu acabei de falar foi completamente sem sentido e fora de lógica.

Luke engoliu em seco, e, ao mesmo tempo, nós dois olhamos para os vários alunos que estavam vendo a cena um tanto afastados. E em meio à multidão, meus olhos se encontraram com outros verdes marejadas; Meu coração se encheu de culpa ao ver Percy com um olhar triste e surpreso, e de raiva ao ver Calipso sorrindo vitoriosa ao seu lado. Minha intuição dizia que ela ainda me traria problemas.

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— ...E por fim, vocês irão lavar a louça do refeitório, separados, assim que acabarem o relatório. — A vice diretora Ártemis me olhou desapontada. Ela tinha algum problema com romances, ou melhor, com homens em geral, e tinha convencido Sr.D a proibir demonstrações amorosas dentro do colégio. E, claro, ele concordou pelo simples fato de nos odiar. — Agora, se me dão licença, eu irei procurar algum professor que tome conta de vocês enquanto cumprem as punições, e vou tomar um café também. Quando voltar espero que já tenham acabado o relatório.

Assim que Ártemis saiu da sala, Luke caiu na risada. O olhei raivosa.

— Como você consegue rir em uma situação dessas? — Estava quase batendo nele, mas percebi algo em Luke que eu nunca tinha reparado em todos esses anos de amizade; Sua risada era contagiosa. De repente, me vi rindo tanto quanto o mesmo.

— Somos loucos. — ­ Ele suspirou sorrindo.

— Somos idiotas. — Falei, pegando um papel e uma caneta para começar a escrever aquela droga, porém algo passou pela minha cabeça. — Luke. — Chamei. — O que você queria me falar quando me levou para a parte de trás do colégio?

Senti Luke sorrir com a pergunta. Ele com certeza iria me dizer o que era, se o professor de educação física, Apolo, não tivesse entrado de repente na sala discutindo com Ártemis.

— Eu já disse que não precisa! — a vice diretora quase gritou. Ela estava completamente vermelha, e por um momento me ocorreu que não fosse somente por raiva.

— Você não estava procurando alguém para tomar conta deles? Eu estou livre hoje, meus horários acabaram! — ele disse, mantendo toda a calma. Era como se ele soubesse que iria conseguir convencê-la.

— Simplesmente não quero deixar dois alunos de sexos opostos e com hormônios a flor da pele, com um professor irresponsável e com mais hormônios ainda! — ela disse, trincando os dentes.

— Não seja tão grossa, eu sou o único professor livre hoje, todos os outros estão ocupados com as provas do quarto bimestre. — Ela suspirou algumas vezes, antes de olhar apreensiva para mim e Luke.

— Por que ainda não fizeram o relatório? — ela disse, tentando ser rígida, e antes que Luke falasse alguma bobagem, falei:

— Você não deu o tema, não sabemos sobre o que é o relatório.— Fiz minha melhor cara de inocente. E não é que deu certo?

— Olhem, por favor, não deem a mínima atenção para o que esse cara falar! Apenas façam o que eu mandei, separados. — Ártemis disse logo em seguido saindo furiosa pela porta.

— Vou deixar vocês sozinhos por alguns minutos, para ver se consigo amenizar a situação pro lado de vocês, e pro meu também. — ele sussurrou a última parte. — Enquanto isso, aproveitem, vocês são jovens, cheios de energia e desimpedidos. Só não exagerem. — ele deu um sorriso para nós dois, saindo. Luke veio direta em minha direção.

— Sobre o que eu queria falar com você antes...

— Mas por quê? — Piper insistia enquanto andava atrás de mim por onde quer que eu fosse. Eu tinha deixado escapar sem querer que estava apreensiva sobre ser amiga de Perseu novamente. E agora ela não parava de me perguntar o motivo.

— Eu já disse que não é nada importante! — falei, me sentando na escrivaninha do meu quarto, pronta para começar aquele livro. Já tinham se passado três dias do meu prazo de vinte. E eu ainda não tinha a menor ideia sobre o que escrever! Cúmulo para uma autora...

— Se não fosse importante você não estaria tão nervosa! E nem tão hesitante em me contar o que aconteceu! — Suspirei, sabendo que Piper não ria parar de me perguntar enquanto eu não lhe desse uma resposta.

— Você só precisa saber que o que ele fez, não me prejudicou apenas emocionalmente, eu consegui um emprego com Quíron aqui em Nova York por pouco, e apenas porque ele acreditava na minha inocência. Esclareci as suas dúvidas? — Piper estava entre surpresa e confusa. Talvez ambos ao mesmo tempo.

— Você apenas me deu mais delas! — bufei, tomando um gole do meu cappuccino de chocolate. Eram apenas cinco horas da manhã, e eu tinha aproveitado o fato de que Quíron havia me dado férias durante o meu prazo para que eu pudesse me dedicar mais ao meu trabalho e que Perseu não acordava tão cedo para poder ter um momento de sossego e escrever aquele maldito livro. Ainda tinha algumas horas antes daquele Cabeça de Algas vir pra cá. Porém, em compensação, Piper mão desgrudou de mim um minuto seque desde que acordamos.

— Olha, sinceramente, eu preciso escrever pelo menos umas cinquenta páginas desse livro hoje! Então por favor, pare de me encher! — quase gritei a última parte, e ela bufou irritada. Como assim ela está irritada? Sou eu quem tem que estar irritada aqui! ELA NÃO PODE ESTAR IRRITADA! Ok, calma... Respira, inspira e não pira... Você é Annabeth Chase...

— Annie, por favor, me conta pelo menos um pouco da história! — Piper implorava tanto que eu já estava começando a ceder... Só um pouco da história...

— No colegial, terceiro ano do ensino médio, Perseu e Calipso começaram a namorar. Ele tinha acabado de entrar para o time de futebol americano do colégio, mas antigamente você não parava der ser tratado como um perdedor mesmo que não fosse mais um, por isso... engoli em seco. Por isso eles pediram para que Perseu fizesse algumas coisas, pois só assim ele seria aceito como um deles. Mas justamente quando eles pediram essas coisas, eu e Luke assumimos namoro, e eles achavam que manchariam a reputação dom time se o melhor jogador namorasse uma... Como se chamava mesmo? Loser? Acho que é isso. Enfim, por isso as coisas que eles pediram a Perseu foram relacionadas a mim e Luke e também... — a porta bateu.

— ANNIE! Annie, você tem que ver isso! — Percy chegou ofegante no meu quarto, apoiando o corpo nos joelhos com as costelas dobradas. Piper engoliu em seco e me olhou. Suspirei.

— O que você quer aqui cabeça de algas? — perguntei, terminando de beber o cappuccino. Bebida quente sempre me acalma. Ele tentou recuperar o fôlego, e depois de algum tempo, perguntou:

— Você escreve bem não é mesmo?

— Artes gerais? Que tipo de artes gerais Perseu? — Perguntei quando chegamos a uma enorme construção, com uma arquitetura completamente detalhada até nos mínimos detalhes, pintada em tons de branco, azul e dourado. De certa forme aquilo me lembrava o Olimpo, dos livros de mitologia que eu havia lido, assim como o refeitório do meu antigo colégio; Uma escada ficava no centro entre duas colunas de mármore, que seguravam um teto triangular com uma águia desenhada entre um tridente e um elmo. A porta era pintada com um falso ouro e contornada de azul, enorme, e o resto era resumido em colunas e mais colunas, sendo apenas as duas primeiras e as duas últimas enroladas por um tipo de cipó de flores artificiais pintadas de dourado, janelas douradas com símbolos gregos, conchas e flores azuis em todas as laterais e no começo do teto.

— Artes gerais Annie! Desenhos, pinturas, artes plásticas, fotografias, teatro, dança, musica, poesia, decoração... Tudo! As aulas são grátis e eles dão pelo menos três vezes por semana! — ele sorriu animado.

— Perseu Jackson. — ele fez careta. — Eu tenho dezessete dias para escrever um livro bom o suficiente para vender no mínimo oitenta e cinco mil cópias e você quer que eu faço aula de artes em geral, três vezes por semana?! — Perguntei exaltada, e ele bufou.

— Você é estressada demais Annie... — ele disse com a expressão fechada. Suspirei, e perguntei com a expressão vencida:

— E em qual dessas aulas você pretende me colocar? — ele sorriu vitorioso. Pensei em algo como desenho ou decoração, mas Perseu é surpreendentemente babaca.

— Teatro. Isso é algum tipo de piada? — Por que eu sou horrível em atuação.

— Até porque eu consigo me expressar como ninguém não é mesmo? Interpretar um personagem é a cosia mais fácil do mundo. — ele revirou os olhos como se eu fosse a lerda ali.

— E quem foi que falou em atuar? — franzi as sobrancelhas. — Qual é a melhor inspiração para escrever um livro do que uma peça de teatro, ainda mais de for dirigida por você!

— Eu estou quase quebrando a minha cabeça para escrever aquele livro e você ainda quer que eu escreva uma peça de teatro? — perguntei indignada.

— Annie, olha só, pensa comigo. — ele me segurou pelos ombros. — Você precisa de um tema, de personagens, de um objetivo para eles e de um final épico que cause impacto nas mentes adolescentes e adultas ao mesmo tempo. Misturamos um tema adolescente, com personagens adultos, e damos a eles um objetivo qualquer e deixamos um deles morrer no final. Quíron confiou você a mim porque eu posso te dar isso!

— Isso o quê? — Perguntei, tentando assimilar um pouco as falas de Perseu.

— A inspiração. — ele sorriu. — E sobre o objetivo, é só pegarmos algo que já virou rotina na vida das pessoas, e mudar radicalmente. Um problema que os personagens tem de resolver de uma forma adolescente! Algo que faça os adultos se encaixarem nos personagens e sentirem que podem fazer aquilo de uma maneira diferente. Por exemplo, muitas pessoas têm problemas com dívidas, então fazemos os personagens adultos terem de pagar uma dívida, e pra isso eles... Eles... Eu não sei! Eles criam algo engraçado, divertido, diferente e que ao mesmo tempo, sirva para pagar aquela dívida. — fiz careta. — É só um exemplo sua chata. Temos que pegar algo comum e chato, e fazer com que seja resolvido da maneira menos provável possível. E o público adolescente com certeza vai se atrair pela parte do tema. Porque Annie, você tem talento para escrever e descrever, e eu tenho a parte da criatividade e do humor. O que era verdade, Perseu era tão engraçado que eu quase ri quando ele disse isso. Juntamos nossas idéias e pronto! O livro vai ser um sucesso, e a peça também, além de que ela pode servir para a divulgação do seu nome.

— Mas a proposta não era eu escrever o livro sozinha em vinte dias? — perguntei um tanto confusa do porque Perseu estar me ajudando. Ah, claro, é tão preguiçoso que está doido para receber os créditos no livro e voltar para sua vidinha de moro na casa da minha mãe.

— Eu só vou te mostrar o caminho Annabeth Chase, e você vai se divertir muito!


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Notas finais do capítulo

Pois é, eu decidi ser boazinha com vocês e revelar um pouco do que aconteceu no passado entre a Annie e o Percs, mas o resto só vai vir pra lá do capítulo dezesseis, mais ou menos. Obrigada pelo tempo de vocês, e... Sério, eu tenho onze anos e me pergunto porque vocês não imaginam isso!