A Escolhida escrita por Jamie Hazel


Capítulo 5
Capítulo 4 - Sombra da noite


Notas iniciais do capítulo

Eu não ia postar esse capítulo hoje, mas como esse feriado está um tédio, decidi postar para a felicidade de alguns leitores.
E queria informar também que, apesar de, essa fanfic não ser movida á reviews, estou a espera de novos leitores e reviews para ver se continuo com a mesma ideia de antes ou mudo o rumo da história, então comenta aí, não custa nada mesmo, não é?
Beeijos e boa leitura *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/354184/chapter/5

Já era de madrugada quando Sarah acordou. Chovia naquela noite, um chuvinha fina e murmurante.

Como a chuva não a deixava dormir, ela se sentou, esfregou os olhos e então, se ajoelhou-se em frente á janela molhada pela chuva e olhou para fora. Foi então que ela o viu.

A chuva deixava a escuridão com um tom esbranquiçado e o estranho não passava de uma mera sombra. O rosto dele estava virado em direção á casa de Sarah e, apesar da má iluminação lá fora, Sarah pôde perceber os cabelos encharcados do homem, grudados em sua testa, estava frio lá fora, o homem estava coberto com um grande roupão feito de algodão, todo molhado, pelo que parecia. Deveria estar sentindo frio, mas não parecia se importar com isso. Assim, com os olhos fixos na noite, o estranhos deu as costas para a casa de Sarah e adentrou num cemitério velho ao final da rua silenciosa, exceto pelo som dos pingos de chuva caindo no solo. Descalça, Sarah saiu correndo pelo corredor escuro. Estava frio na casa, embora já fosse o final do inverno.

A luz da cozinha estava acessa. Era comum, sua mãe, Tibrya, ficar lendo até altas horas da noite na cozinha, mas dessa vez, não havia nenhum sinal de sua mãe.

E então Sarah foi até a porta e abriu-a. A noite escura e úmida penetrou na casa. Por alguns instantes, tudo permaneceu quieto lá fora. Somente a chuva caía fracamente. Em meio á noite tenebrosa, Sarah não avistou mais aquele homem de antes, muito menos, havia ouvido qualquer som, a não ser o da chuva. Permaneceu um tempo ali, esperando que algo emergisse a escuridão, mas nada ocorreu. Então, sem mais expectativas, Sarah se conduziu para dentro de casa e fechou a porta atrás de si.

O dia seguinte amanheceu nublado. Sarah levantou-se relutante, no despertador ainda eram cinco horas, queria voltar a dormir, mas tinha decidido que acordaria mais cedo para verificar, novamente, o quintal lá fora, onde a sombra estivera. Perturbada, olhou pela janela, onde esperava ver alguma coisa incomum, mas no quintal havia apenas as folhagens de sempre e um chão molhado. Sarah vestiu uma calça e se arrastou até a cozinha.

Sua mãe estava sentada á mesa preparando sanduíches, quando Sarah entrou na cozinha, ela sorriu gentilmente e pediu que se aproximasse.

– Por acaso, a senhorita anda vagando por aí, tarde da noite? - indagou-a, levando os braços á cintura fina.

Sarah negou com a cabeça e então examinou o rosto de Tibrya, estava preocupada.

– Querida, você sabe que pode contar comigo para qualquer coisa... - ela começara a dizer quando foi interrompida por um longo suspiro de Sarah.

– Já entendi. - disse Sarah, tentando evitar sermões.

Tibrya passou as mãos pelo rosto cansado e levou os olhos aos sanduíches prontos.

– Tudo bem . - falou Tibrya, enfiando os sanduíches num saco plástico, sem olhar para ela. - Tome o chocolate que fiz e não esqueça de levar seus livros.

Sarah fez que sim com a cabeça e bebeu um gole do chocolate. Estava um pouco quente, mas nada para queimar os lábios. Assim, pegou seus livros e enfio-os na mochila.

– Não esqueça o lanche! - Tibrya gritou atrás.

Sarah se arrastou até a bancada onde estavam os sanduíches e pegou um deles. Se dirigiu então, novamente para a porta, um pouco receosa, destrancou-a e penetrou manhã afora.

A manhã estava cinzenta, uma névoa pairava sobre as ruas e Sarah teve a impressão de que a sombra da noite já havia ido embora. Não ventava naquela manhã, o que era raro em Bristol, estava um tempo agradável, apesar do céu nublado e do ar úmido. Enquanto Sarah andava, observou que, todas as lojas e comércios locais a rua ainda estavam fechados. Era cedo. Ela passou pela cafeteria de antes e apertou o passo, estava quase chegando á escola quando, avistou, de longe, Nicholas no portão da frente de sua casa. Ele pareceu notá-la também, acenou e fez sinal para que esperasse. Alguns instantes depois, Dennis também havia saído da mesma casa, Sarah se perguntava se eram parentes ou algo do tipo. Den pareceu surpreso em vê-la e correu em sua direção.

– Ei, Sarah, está melhor? - ele perguntou, sorrindo. - Vejo que já sarou! Um pouco estranho isso de você se curar em um dia, mas acho bom que esteja bem.

Sarah assentiu e apontou para Nicholas que, agora já havia se posicionado ao seu lado.

– Seu irmão?

Den concordou com a cabeça e levou a mão aos cabelos úmidos, balançando-os.

– Dennis é meu irmão mais novo, ele está no primeiro ano. Não sabia que se conheciam. - explicou Nicholas.

Sarah dirigiu os olhos, surpresa para Den. Ele abafou o riso.

– Eu sei que parece que sou mais velho. E mais bonito também.

Nicholas botara a mão na boca, a fim de segurar o riso, virou-se para a rua e agarrou o braço de Sarah.

– Vamos indo. - ele disse, com os lábios entreabertos, no que foi, quase, um sorriso.

– Me esperem! - gritou Den, se juntando á eles.

A escola estava quieta e havia poucas pessoas no pátio á essa hora.

– Parece que chegamos cedo. - concluiu Dennis. - Vou subir para terminar um trabalho, até outra hora!

E lá se foi ele, deixando Sarah e Nicholas sozinhos. Sarah não sabia se aguentaria mais encarar aqueles olhos verdes reluzentes, toda vez que os via, ficava meio esquisita e nunca sabia, ao certo, o que sentia.

Ela fitou a grama verde sob seus pés e voltou a pensar naquele homem esquisito da noite anterior. Será que foi real, o que vira? E quem poderia ser? Atordoada com esses pensamentos, levou um susto quando o sinal para a aula soou. Levantou a cabeça, assustada, e se deparou com Nic a encarando fixamente, como se tentasse desvendá-la.

– Sarah, o que te atormenta? - ele perguntou, como se lesse mentes.

Sarah olhou para ele, depois virou a cabeça de lado e suspirou.

– Vi um homem ontem á noite.

– Um homem, como assim? Onde? - ele pareceu conturbado.

– Em frente á minha casa, tarde da noite. - confessou ela, esperando uma reação confusa dele.

– Ah, Sarah, ficou assustada com isso? Me perdoe.

– Um pouco, talvez. - disse enquanto entrelaçava os dedos. - Perdoe pelo quê?

Nic coçou o queixo e a fitou, mesmo receoso, disse:

– Era eu.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desse capítulo! Gostaria de dizer que fico muito feliz quando vejo novos leitores e reviews, então obrigada!
Outra coisa, no próximo capítulo vou tentar fixar mais em começar a revelar os segredos de Sarah, então não percam né hahah, se não começar no próximo, no outro com certeza o mistério de Sarah já vai se tornar perceptível, está bem ?

Beeeijos e obrigada por ler :3