Music Of My Heart escrita por esmecullen


Capítulo 9
Capítulo 6 - Visitas Surpresa


Notas iniciais do capítulo

IMPORTANTE: Esse cap é o 6, então leia ele antes destes outros dois daqui de cima, dai depois leia o "Aproximação" e "Host Killer: O Show"
dESCULPEM A CONFUSÃO DE CAPÍTULOS, MAS NÃO QUERO APAGAR ESSES DOIS DAQUI DE CIMA:/



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- Essa! – exclamou ele depois de examinar a folha por alguns segundos – você poderia cantá-la pra mim?

Me deu um frio na barriga, como na primeira vez que cantei essa musica, mas agora havia mudado o expectador. Essa canção representava muito pra mim, foi uma das primeiras que escrevi, mas a havia terminado recentemente.

[OBS: para quem não lembra a canção é essa: http://www.youtube.com/watch?v=rGNwWZaq3ys]

Comecei a cantar, e ele me olhava com o mesmo sorriso bobo de sempre, talvez tivesse ficado preso ali desde o dia em que eu havia o conhecido.

- A musica é mais linda do que eu imaginava – o sorriso bobo ainda estava lá – mas claro, sua voz perfeita ajuda muito.

Eu não disse nada, abaixei a cabeça e ri entre meus joelhos que agora estava em meu peito um riso sem graça. Eu havia corado.

- Acho que agora eu vou aceitar uma água, depois desse show – disse ele – se não for dar trabalho é lógico.

- É claro.

- Que vou dar trabalho?

- Não! – disse rápido – que vou te dar um copo de água.

Levantei-me e fiz sinal para ele me acompanhar. Fomos em direção da cozinha, abri rapidamente geladeira para pegar água, antes que ele olhasse bem e percebesse que ali tinha muita pouca comida para uma casa normal – será que passávamos fome? – Minha mãe não gosta que a comida estrague, ela diz que tem tantos humanos famintos por ai.

Coloquei água em um copo e passei a ele do outro lado da bancada.

- Eu posso te fazer uma pergunta? Não quero ser mito indiscreto, mas... – ele perguntou tomando mais um gole.

- Pode perguntar.

- Da onde você veio? Tipo, quando os Cullens te adotaram.

Meu Deus, como eu iria responder isso? Nunca havia pensado numa resposta para isso. Então respirei fundo, mas mesmo assim falei a primeira palavra que veio em minha cabeça.

- Kansas – ai o que eu fiz? Se ele perguntasse de que cidade eu não me lembraria de nenhuma.

- Ai, olha só, desculpa, não vou mais te incomodar com esse tipo de pergunta, esquece.

- Tudo bem, relaxa. – reconfortei-o. – Tive uma idéia, porque não tocamos um pouco? Eu posso cantar as outras musicas no violão, assim você pode escolher melhor.

- Tudo bem. - Antes de ele terminar a frase o puxei pelo braço arrastando-o até a sala.

- Espera ai que eu vou subir para pegar meu violão, um segundo.

Eu queria voar pelas escadas, mas fui devagar até meu quarto e peguei o violão que estava sobre a cama. Quando me virou de volta a porta alguma coisa na floresta me chamou a atenção, enquanto um cheiro familiar me invadira as narinas. O-ou, problemas.

Desci com pressa as escadas, será que eu o tiraria daqui? O que eu poderia inventar? Ele me alcançaria de qualquer jeito mesmo, não adiantaria fugir de carro... Mas... Ok, respirei fundo, é melhor ficar por aqui e agir naturalmente, ele iria perceber se ficasse muito agitada.

- Pronta? – ele me perguntou do sofá enquanto eu estava no pé da escada, não havia percebido que ficara ali pensando por alguns segundos.

- Ok – fui até o sofá. - Qual você quer tocar? – sentei ao seu lado.

- Essa...

Continuamos num ritmo calmo, mas minha mente corria agitada, meus neurônios estavam ficando maluquinho. Ele estaria espiando? Esperando o melhor momento para entrar? Bateria na porta?

Passou-se 45 minutos que parecia ser um ano e ele não havia se aproximado muito, até eu ouvir as folhagens mais próximas se agitarem. Os passos lá fora estavam lentos, mas muito barulhentos na folhagem seca. Era questão de segundos para a campainha tocar.

- DINDOM, DINDOM!

- Já vai! – corri em direção da porta, queria muito que fosse um vendedor de bíblias ou seguro, mas eu acho que por aqui isso não é muito comum, não no meio da floresta.

Eu abri a porta devagar, não olhei diretamente em seus olhos, encarava seus tênis velhos. Mas ele olhava para mim, nos meus olhos, não queria levantar minha cabeça.

- Atrapalhei algo? – ele disse depois de quase um minuto.

- Você sabe que não – disse enquanto abria mais a porta e ia para dentro, esperando ele entrar.

- O que você esta fazendo aqui? – disse ainda perto da porta.

- Vim te ver.

- Não sabia que ver era sinônimo de vigiar – disse o encarando.

Ele não respondeu, somente deu um de seus sorrisos irônicos e olhou por cima de meus ombros para o garoto que estava sentado no sofá da sala. Ele levantou um braço e o cumprimentou com um aceno, Fred somente balançou a cabeça e abriu um sorrisinho amigável.

- Esse é o Jacob, um amigo da família – apresentei-o caminho até o sofá.

- Jacob, esse é Fred, um hu... Amigo do colégio.

Eles trocaram agora um aperto amigável, espero que Jacob não tenha apertado a mão do garoto.

- Hm, showzinho particular – Jacob viu as músicas espalhadas e o violão jogado no sofá.

- Sim – respondi no mesmo tom sarcástico.

Eu e Jacob nos entreolhávamos com frieza. Não ia suportar a reação dele por mais um minuto, queria explodir e dizer para ele me deixar em paz! Mas uma ação repentina de Fred chamou minha atenção.

- Acho que estou indo – ele disse se levantando do sofá. – Foi uma ótima tarde, mas tenho que ir.

- CLARO QUE NÃO – percebi que havia estourado minha raiva com a pessoa errada, então respirei e controlei minha voz. – fica mais um pouco, por favor.

- É fica! – disse Jacob, o que ele estava fazendo? Porque abrira aquele sorriso riso zombadeiro?

Eu liguei a TV e ficamos sentados em silêncio em olhares fixos para o programa de show de talentos. Jacob passou a mão se ‘espreguiçando’ por cima dos meus ombros e a deixou parada ali, Fred só olhava de vez em quando pelo canto dos olhos e eu queria poder quebrar o braço de Jacob ali mesmo.

Jacob de repente se aproximou do meu ouvindo e sussurrou “você tem visita”, isso me causou um enorme arrepio, não sei se foi pela voz rouca ou pela lembrança de meu sonho da noite passada.

Ele tinha razão, um cheiro familiar se aproximava, e só poderia ser de uma pessoa, e tinha certeza que ela não tocaria a campainha.

Eu estava tão concentrada que senti o ar que a maçaneta movimentou ao girar, era frio, como a minha respiração e a pessoa que entrava neste momento.

- Alice! Olá – eu abri um sorriso curvando minha cabeça em direção da porta.

Os braços quentes de Jake ainda estavam em meu ombro, e pareciam muito bem acomodados, não iriam se mover tão cedo.

- Olá Nessie. Cheguei em má hora? – ela disse se aproximando.

- Não é claro que não. – eu me levantei e ela dava um tchauzinho abrindo um sorriso para Jake. – Esse aqui é Fred, um amigo do colégio. – apresentei-o.

Ele se levantou – Prazer.

Eles trocaram um aperto de mão, não pude deixar de notar quando o seu braço estremeceu ao tocar a pele fria de Alice.

- Nessie, agora eu tenho mesmo que ir – ele agora se virava para mim, ainda em pé.

- Ah, mas ta tão cedo! Mas a gente se vê amanhã no colégio não é? – eu sorri.

- É claro, e eu quero te agradecer de novo, valeu por tudo mesmo.

Jacob nos olhava com o seu rosto mais sem expressão e frio possível, enquanto Alice, sempre simpática sorria o tempo todo.

- Não se preocupa não, pode contar sempre comigo.

- Ah, e eu tenho outra coisa pra te entregar – ele disse – eu trouxe convites para sexta, axei melhor entregar para você aqui, eu poderia esquecer de levar no colégio. Você vai não é?

- Ai! Muito obrigada, eu vou com certeza.

- Eu trouxe três, talvez você queira convidar seu amigo e a sua irmã.

- Não eles não...

Quem disse que deu tempo para mim responder? Alice antes mesmo de ele terminar a frase saiu saltitante até nos e abriu um enorme sorriso.

- Oba! Eu adoro shows, seria demais Nessie – disse ela.

- Eu topo! – Jacob tirou os convites da mão de Fred os encarando – Estarei lá.

Não, Não e NÃO! Eles só queriam um jeito de me vigiar, ai esta! Se bem que meu pai não me deixaria ir sozinha, mas eu daria um jeito.

- PERFEITO! – Fred disse se virando – Tchau para vocês – ele acenou para Jacob e Alice.

- Até amanhã – eu disse quando chegamos até a porta.

Ele hesitou por alguns segundos e me deu um beijo estalado na bochecha que me fez ficar parecendo um pimentão.

- Até mais – ele disse indo até o carro que estava debaixo da cobertura das arvores.

Acenei quando ele buzinou e fiquei esperando na porta até ele sumir fazendo a curva à direita.

Eu fui caminhando devagar até a sala querendo explodir, mas me concentrei e somente disse algo um pouco inaudível, mas tenho certeza que eles escutariam muito bem.

- Eu espero que vocês saibam que não vão. – eu disse os encarando e cruzando o braço.

Jacob e Alice se entreolharam, ela soltou uma risada escandalosa, mas Jacob somente soltou um risinho entre os dentes.

- Do que vocês estão rindo? – agora sim estava brava.

- Minha querida, você viu ele nos convidou – Alice disse como se isso fosse óbvio. – Jacob concorda comigo, não é? – ela agora olhou para ele.

Jacob estava parado, em uma pose majestosa, talvez só porque ele fosse bem mais alto que eu, mas seu queixo insistia em subir e seus olhos me miravam bem abaixo.

- É claro, estou precisando mesmo me divertir. – ele sorriu torto.

- E seu pai não iria te deixar ir sozinha, você sabe disso. – Alice completou.

- Ah! Porque vocês fazem isso comigo? Não sou uma criancinha. – eu disse bufando e subindo em passos firmes e barulhentos as escadas.

Legal, agora eu tinha guardas atrás de mim, quando eu iria poder ser independente?

Bati com força a porta do quarto, para que fosse bem audível para os dois que continuavam lá embaixo. Tinha certeza que Alice subiria dentro de alguns minutos para falar comigo, então tratei de secar as lagrimas que escapavam e deitei na minha cama.

Eu ainda podia sentir o cheiro doce e agradável de Fred em mim.

- Nessie – Alice estava na porta do quarto.

Sentei na cama e fiz sinal para ela entrar.

- Meu bem, você sabe que as coisas têm que ser assim. – ela disse se sentando ao meu lado. -  Nós somos diferentes, você é ainda muito jovem, não entende algumas coisas.

- Ele é só meu amigo, não vou sair por ai beijando humanos. Eu só quero ir ao show. Sozinha. – falei a ultima palavra em sílabas.

- As coisas são mais complicadas do que você imagina. Eu tenho certeza que você não esta namorando com esse garoto, porque somente quando você for maior vai entender algumas coisas. – ela estava falando como meu pai, e isso me irritava.

- Você não está falando sobre sexo, esta?

- Não, não! Relaxa meu amorzinho, é um pouco mais complicado.

Eu não disse mais nada somente abaixei a cabeça e encarei meus joelhos.

- Agora que tal descermos? – ela disse se levantando e me puxando. – tem uma pessoa lá embaixo, não é legal deixar as visitas sozinhas! E seu pai chegará daqui uma hora.

- Alice, era sobre isso que eu queria falar também – eu hesitei enquanto ela me olhava com curiosidade.

- Diga – incentivou ela.

- Meu pai, você sabe, não aprova muito essas coisas de humanos, se você pudesse pegar leve, não pense em coisas ruins sobre isso o que aconteceu aqui tudo bem? Eu vou tentar contar do melhor jeito...

- Prometo! Agora vamos. – ela me puxou.

Eu desci as escadas em passos duros, mas ela continuava brilhante, sorrindo e saltitando entre os degraus.

Encarar Jacob ficava cada vez mais difícil, a despedida da noite passada não foi tão boa, mas tenho certeza que ninguém tocaria no assunto, não essa noite.

 


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