O Príncipe Cinza escrita por Micaela Salvya


Capítulo 17
Geraz é Muito Jovem para Morrer




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Zane

Esperei pelo som característico da coruja das torres se aproximar. Ate que vi a plumagem branca limpida do rosto e a cor tipica do corpo caramelado que alcançava o pescoço e terminava num formato perfeito de coração ao redor da cabeça da ave, pousar num galho de arvore a alguns centímetros da minha cabeça.

– Geraz.

Ele agitou as penas num modo de reconhecimento.

– Encontrou-a?

Desta vez a coruja alçou vôo e partiu para leste. Afastei a folhagem e segui a coruja de olhos redondos e adoráveis.

–---

Continuei caminhando em direção ao Mar Gelado, com Gandara em meus calcanhares. Seus passos eram tao silenciosos que eu muitas vezes esquecia sua presença, apesar da essência. Era tao constante que sumia da minha mente. Diversas vezes tomei um susto quando me virei e encontrei-me com ela.

A tigresa/pantera começou a rosnar de modo assustador novamente, e eu nao seria idiota, eu preferia confiar em seus instintos de ótima farejadora e predadora do que me apoiar na sorte.

Expandi meu sentir.

Interessante, ao contrario da ultima vez, Gandara nao me pedira para esconder entre a vegetação. Talvez o perigo fosse menor do que antes.

Um farfalhar de uma essência apareceu aos poucos na minha consciência. Dizer que ela era intrigante era o mínimo. Havia apenas uma pessoa, mas sua essência era tao conflitante que nem mesmo seu dono se auto conhecesse muito bem. Um capa fina de fumaça sufocante cobria-o, porem entre a fumaça pude sentir uma neblina que ocultava o que estava por trás de toda a ilusão.

Sentimentos extremamente crus, nao havia equilíbrio, um caos de emoções e pensamentos me impediram de ser mais precisa quanto a sua essência pura e verdadeira. Talvez se essa pessoa chegasse mais perto, eu seria capaz de dizer mais.

Percebi entao uma outra presença estranha.

Curiosidade.

Assim como Gandara, a outra presença so tinha uma essência verdadeira.

Agora era minha curiosidade que estava mais do que atiçada.

Gandara começou a rosnar novamente quando eu fiz menção de me aproximar. Desisti na terceira tentativa, ela queria que eu esperasse.

Senti o cheiro mutar de repente, cheirei e tossi logo em seguida, estava tao carregado que era como se alguém estivesse fumando incessantemente numa escala terrível. Meus olhos lacrimejaram de tao intensa a fumaça. Alguém estava sendo responsável pelo efeito estufa sozinho, acredite.

O farfalhar de passos me alertou. Gandara começou a rosnar novamente, numa posição de ataque. Tirei meu arco me preparei com minha melhor flecha, minha postura rígida.

Uma figura alta e esguia saiu da vegetação acompanhado por uma coruja em seu ombro, a dona da essência parecida com a da minha amiga híbrida.

Resmunguei gerando um som vergonhosamente nada feminino.

– Posso ver pela sua expressão que se lembra de mim, Splendae.

Suspirei internamente. Estava prestes a ter uma dor de cabeça daquelas.

A tal figura responsável pelo meu transtorno pre-estresse estava, nao soh charmoso com seu cabelo negro caindo incessantemente sobre o olho esquerdo, como também estava vestido da cabeça aos pés de preto. Ou seja, camiseta preta, jeans igualmente escuros e botas de combate naquele calor de quarenta graus numa floresta fechada e cheia de insetos.

Uau. Que calor.

Para mim, nao para ele.

Seus olhos, quase nao reconheci, cinzas pela primeira vez desde que nos conhecemos.

Zane entao sorriu e correu os olhos pela minha amiga felina.

– Sentiu minha falta? Porque eu sim.

– Porque sera que eu tenho a impressão que nao vou acreditar em mais nada do que disser daqui para frente?

– Prometo nao mentir mais, se eu ganhar algo em troca por ser um bom garoto. - seu sorriso alargou.

Percebi entao que o cheiro de fumaça desapareceu em um piscar, e o cheiro de terra molhada, de natureza e a subita tensão de eletricidade no ar me fez subir um arrepio.

– Se for chover, precisaremos de abrigo, Gandara. - avisei minha amiga. O ar estava ficando carregado, denso.

O mais incomum era o fato de que cheiro se foi assim como a cor acinzentada da iris de Zane. Inacreditavel.

– Uou, como voce fez isso?

– Isso o que? Sair de dentro da floresta?

– Nada. - murmurei o resto para mim mesma. - que cheiro horrível era aquele de...? - mexi a cabeca, a fumaca devia estar ligada a Irmandade, e a verdade era que eu nao queria respostas se elas me lançassem ainda mais dentro dos seus segredos sujos.

Me remexi em meu lugar, reajustando o aperto sobre o arco e flecha em sua direção. Eu não hesitaria em atirar.

– Que cheiro? De suor, mato e terra? - ele inquiriu meio rindo.

Balancei minha cabeça, sera que era a visão de tanto verde estava alterando meus neuronios? A cor mutante do seu olho devia ter sido um truque da luz. Bem, e por agora eu tinha um mentiroso com quem lidar.

– Eh minha impressão, ou esta mancando, Vossa Alteza? - ele estreitou os olhos assustadoramente a menção de seu titulo. - Quer um conselho? Você esta muito velho para ficar escalando janelas, talvez fosse melhor manter seus pés no chão de agora em diante.

– Talvez nao devesse empurrar pessoas de janelas em primeiro lugar. Brinque com fogo e ira se queimar. Talvez "sufocar" seja uma palavra melhor. - seus olhos deram uma leve escurecida muito assustadora, naquele momento vi de lance o seu lado "Irmandade Nanquim".

Porque eu tinha impressão que ele so mencionou "sufocar" porque estava relacionado com fumaça? Sorri ante a ameaça.

– Eu admito: adoro um desafio, mas no momento você não esta em posição de me ameaçar, não sou eu quem tem uma flecha sobre a cabeça.

Ele mudou de assunto rapidamente.

– Eu ja dévia esperar que fosse descobrir que eu sou o outro príncipe. Como aconteceu?

– Tente seu irmão. - saudade, choque, culpa. Tudo conflitava por espaço a menção do futuro rei em seu interior. - Descobri da pior maneira, vi, nada mais do que você loiro e adorável.

– Adorável? - sua voz pareceu constrita e por um breve momento senti raiva em sua essencia. - O próximo homem mais poderoso da regiao das Três Ilhas, é adorável?

– Com toda certeza, aqueles cachinhos mel, os olhos dourados, os bons modos... Infelizmente, nao posso dizer que ele sinta o mesmo por mim, se bem me lembro ele me chamou de inconveniente mais de uma vez.

Zane virou a cabeça para tras e gargalhou alto.

– Ele até pode ser adorável, mas perdeu o charme pra mim. - devolvi por alguma razão gostando de ouvir ele rir. Mesmo que fosse por um curto momento.- Minha melhor qualidade é ser inconveniente.

Zane riu alto. Entretanto nem por um minuto relaxei meu aperto sobre o arco.

– Ja entendi você é uma mulher que gosta de algo mais complexo do que somente "adorável". - com toda certeza adorável não era uma qualidade de Zane, e ele sabia disso. Ele não mencionou isso ao acaso.

Engoli em seco, aqueles olhos azuis límpidos estavam perfurando minha alma e seduzindo a minha mente.

So porque eu gostava de um desafio, nao significava que eu tambem me dava bem com "perigoso", "assassino" e "potencialmente poderoso numa sociedade do mal (que estava por acaso tentando acabar com a minha vida)". Hora de mudar de assunto.

– Afinal, quem é esse seu amigo? - apontei para a coruja fofinha.

– A coruja? - ele se virou para examinar a ave empoleirada em seu ombro. - Laura, Geraz. Geraz, Laura. Voce podia ser mais gentil e baixar essa arma, voces mal se conheceram e ja tem uma arma apontada na direção dele?

Ri ironicamente.

– Me dê uma única razão plausível para que eu o faça.

– Eu sou bonito, você não quer arranhar esse rosto, Geraz é muito jovem para morrer. Ele nem achou uma companheira coruja ainda. -dei uma risada alta. Enquanto Geraz parecia ultrajado que sua vida amorosa tivesse sido mencionada.

– Classico perco o amigo, mas nao perco a piada. Eu disse "plausível", não: "me faça de estúpida". Seja sincero e talvez eu considere.

– Eu ja salvei sua vida uma vez. Porque eu faria isso, se fosse te matar agora?

– Ganhar confiança.

Ele suspirou fundo e começou a tirar diversos itens escondidos entre as roupas, duas adagas, um pote estranho pequeno, um espelho, um canivete, uma bussola e um pedaço de papel dobrado.

– Isso é tudo o que eu tenho. Melhor agora?

– Não.

Zane passou os dedos entre os cabelos o que não adiantou nada, os fios teimaram em voltar a cobrir seu olho esquerdo.

– Porque está aqui? -perguntei diretamente olhando em seus olhos já esperando uma mentira sair de seus lábios.- Porque salvou a minha pele, na feira? Porque continuo a cruzar o seu caminho e vice versa? -soltei o ar frustradamente.

Porque ele tinha que ter uma essência tão intrigante, uma aparência tão atraente?

Deus, eu precisava de terapia. Talvez algo mais intenso como lavagem cerebral. Afinal, ele admitiu saber sobre o acidente dos meus pais, e estava metido desde criança numa sociedade malévola que basicamente assassinou aqueles que em botaram no mundo.

Fiquei tão distraída, como Arina sempre me alertara para não fazer, que não percebi que a coruja de Zane se aproximava. Gandara tentou alcançar a ave, mas já era muito tarde. O animal simplesmente dei um rasante e em um segundo golpeou o arco do meu aperto e arranhou Gandara com suas garras afiadas.

Minha companheira desmaiou no chão enquanto eu assistia em surpresa. Zane realmente era mais astuto do que eu imaginava, eu realmente tinha que parar de subestima-lo.

Havia algo nas garras de Geraz que feriu minha amiga.

Corri para alcançar a híbrida, mas braços fortes me seguraram num aperto de ferro. Gritei de frustração e raiva.

– Bastardo desgraçado! É assim que espera ganhar minha confiança? -me debati e debati, mas não consegui afrouxar ser aperto. De repente seu olhos elétricos azuis estavam a centímetros do meu. Meu corpo ficou preso entre um tronco grosso e antigo, e o corpo da pessoa que eu menos queria estar perto naquele momento. Sua altura me deixou ainda mais emprisionada, pareci menor do que realmente era. Seus ombros largos eram intimidantes quando não estavam sendo usados para seduzir.

Respirei fundo. Não desviei meus olhos dos seus, ele veria em meu olhar minha raiva não contida.

– Splendae, respire, e não quero acabar de machucando sem querer.

– E eu não quero ter que arrancar seus olhos com as mãos, me solte!

Ele riu ante isso. Ele DEU RISADA. Eu sabia pelos batimentos acelerados alem do recomendável que se não me acalmasse eu iria fazer algo estúpido. Como morrer de um ataque do coração. Tentei usar minha Yz, mas eu não conseguia usar contra ele. Tentei levitar um pedaço de galho para bater em sua cabeça, mas o galho não chegava perto dele, como se com consciência própria.

Argh!

– Laura! - ele conteve meus braços entre nossos corpos. Senti sua respiração na minha testa, perigosamente perto. - Se acalme.

Parei de me mexer com medo de acabar chegando mais desconfortavelmente próxima dele.

– O que raios quer de mim? O que foi que eu te fiz para vir atormentar minha vida? - tentei conter o turbilhão de emoções dentro de mim. - O que foi que eu e Fin fizemos de tão errado para que a Irmandade viesse atras nós? Merecemos ser caçadas dessa maneira? - desviei os olhos tentando segurar as lagrimas. Eu odiava chorar. E Zane era a ultima pessoa que eu queria que me visse assim, ele era o inimigo, ser vulnerável não era uma opção.

Zane apoiou sua testa na minha respirando fundo, como se estivesse tentando se controlar. Meu interior estava tão confuso que era impossível sentir a essência ao meu redor.

– Splendae. -ele sussurrou docemente arrancando um calafrio da minha espinha.

Esperei que ele gritasse, risse, ficasse bravo. Não. Ele se manteve aquela palavra como se significasse mais.

– O que significa splendae? -perguntei de repente curiosa, tentando me distrair da falta de controle sobre as minha emoções.

– Splendae é uma flor.

Engoli em seco. Por alguma razão aquilo mexeu com o meu interior. Talvez em uma situação normal eu o tivesse ignorado, mas o modo como ele disse, o semblante serio, o sorriso brincalhão longe do seu rosto, o fato de ter sua testa colada na minha. Sua respiração fundindo com a minha.

– Esta flor é a unica que pode sobreviver na superficie do Mar Gelado, seu caule é negro enquanto as pétalas são tão brancas como a neve. Suas raízes são usadas como isolante térmico. E são extremamente raras de encontrar. - seus olhos azuis encontraram novamente os meus. - Me desculpe, você não merece isso. Não merece se envolver em toda a confusão que é minha vida. E é por isso que estou tentado te ajudar. Sua irmã foi enviada para Acelentia, e acredite ela está em perigo.

Ele parecia tão sincero. Mas eu ainda não iria ceder.

– Zane, - eu disse cautelosa. - eu sei o que voce é, e eu não vou simplesmente confiar em você da noite para o dia. - sussurrei.- Tem que me dar algo a mais.

– Eu sei, eu sei. - uma pausa interminável. E uma exalada de ar. - Tudo bem. Você quer saber sobre seus pais, certo?

Assenti esperando.

Ele deu um passo para trás me dando espaço, logo em seguida correu os dedos pelos cabelos e virou de costas se afastando. Corri para Gandara e chequei seu pulso. Estável. Suspirei de alivio.

– Ha nove anos atras, eu tinha acabado de entrar para a Irmandade e eu mal sabia do que se tratava, naquele tempo eu era privado de muita coisa para que eu criasse um ligação com a sociedade.

Ele ainda parecia relutante em me contar, seus olhos desviados para o céu. Fixos, como se voltados no tempo.

– Um dia ouvi uma conversa entre duas Sombras que eu não deveria ter escutado, minha ingenuidade passou a se esvair dai. Um casal ia ser executado. Ela era uma Caçadora e ele o General da Guarda Real.

–Meus pais. - ele assentiu levemente.

– Fiquei tão desesperado que abri uma porta, já que como não nasci como uma Sombra eu tenho Yz, e me encontrei pela primeira vez no Continente. Com dez anos de idade encontrei a casa dos seus pais. -Zane se sentou numa pedra e fechou os olhos, com os cotovelos apoiados no joelho.- Me escondi e assisti pela janela uma família feliz, brincando e sorrindo como a que eu tinha deixado para trás. Eu sabia que não podia deixar que a Irmandade fizesse o que fizeram comigo, com vocês. A tarde, sua mãe saiu pro jardim e me abordou, sabendo exatamente onde eu estava escondido sem hesitar. Ela era uma rastreadora assim tão boa. Me perguntou o que eu fazia ali e eu contei tudo a ela. Romania não chorou, não pediu por misericórdia. Ela simplesmente disse: "vivi, fui feliz, me casei e tive uma família. Ja posso ir embora, fugi demais do meu destino." Ela levou você e Serafina ateh um local seguro, e tentou convencer Timoteo a permanecer com vocês. Ele se recusou. "Não deixarei você sozinha, fizemos o melhor que pudemos com elas, Ania. O seu destino é o meu destino." Não me lembro muito bem do resto. Ninguém nunca descobriu que eu estivera ali, e ateh entao a Irmandade não tinha ideia de que Romania e Timóteo havia tido filhos.

Sentei devagar no chão me sentindo levemente tonta. Entao meus pais sabiam que as Sombras estavam atras deles. Eles se deram ao destino como se pulassem de um precipício. Num minuto estavam la, e no outro...não estavam mais. Respirei fundo. Isso definitivamente nao era o que eu esperava de uma Sombra.

– Eles morreram por minha culpa. - O tom dele tinha tamanho remorso e culpa que mesmo que ele tentasse, não poderiam se manter longe de suas palavras. Zane salvou minha vida e de Fin. E ele nao tinha ideia disso.

– Zane, meus pais escolheram qual caminho tomar. Você tinha dez anos, e por mais que eu queira te odiar, te culpar, eu não posso. Você salvou nossas vidas, o fato de Romania e Timotio terem aceitado que iriam morrer ao invés de continuar fugindo foi uma escolha deles.

– Você não entende, se eu tivesse tido mais coragem...

– Voce era uma criança! E o passado já aconteceu. Passou. Acabou.

– Se eu fiz algo assim tão nobre porque a culpa ainda me destrói por dentro? Eu sinto que aquele dia foi a primeira vez que eu me senti oficialmente capaz de realizar o meu destino. Eu nunca havia entendido antes, mas a partir daquele momento eu soube que eu seria capaz de fazer o que eu havia negado como possível. Eles sempre estiveram certos, o meu futuro nao irá ser reluzente e brilhante. O meu futuro é sombrio.

– Se é assim tão sombrio, porque salvou minha vida novamente no dia em que eu cheguei em Core? Porque não termina a minha vida? Porque se importa com o bem estar de Fin? Você mesmo disse que ela está em perigo.

Gandara mexeu levemente a pata e eu acariciei seu pêlo acalmando seus nervos.

– Eu não ...sei. -ele disse frustrado.

Me levantei. E peguei minhas coisas. Gandara se levantou também, mas seu corpo cambaleou um pouco. Sorri. Ela parecia estar bêbada.

– Se quer me ajudar, estou partindo. - virei as costas. Eu me importava, mas pressionar sobre o assunto faria Zane se fechar, ou se arrepender de ter se aberto comigo. Minha reação iria ditar suas próximas ações, como ele iria agir ao meu redor. Fingir que nada havia acontecido podia parecer indiferente, mas nesse caso era o melhor caminho a se tomar.

Zane se levantou, recolheu seus pertences espalhados no chão e se aproximou de mim. Geraz no seu encalço.

Num movimento rápido peguei minha adaga e cortei seu peito superficialmente fazendo com que um filete de sangue escorresse da ferida.

– O que...?

– Isso foi por usar sua ave maligna para dopar Gandara. Da próxima vez eu subo o corte pro seu pescoço.

O principe sorriu ante a isso.

– Lidere o caminho, Caçadora.


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