Rakuen PROJECT I ~ FIRST STAGE [BETA VERSION] escrita por Teud


Capítulo 12
OUTSIDE CHAPTER #5 ~ Apocalypse*


Notas iniciais do capítulo

E aí, pessoal, beleza? Trazendo mais um capítulo curto para vocês, explicando sobre algumas coisas que ficaram soltas. Não vou falar sobre o Geas aqui diretamente, só no CHAPTER #6, mas darei uma pista com um flashback! Enfim, sem mais delongas, o capítulo!



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Visão de Noyogi Shoujo

[13/04/2013 – SATURDAY – OVERNIGHT]

Antes de Ara-kun desmaiar com a seringa, uma chave flutuante saiu de seu peito e voou acima da cabeça de todos, causando um clarão e forçando a todos ali presentes dormirem, com exceção de mim e Yami-san.

– O-o que foi isso?! – gaguejei.

Dawn’s Key... – Yami-san respondeu solenemente.

– O que é isso?

– Uma chave que muda as pessoas e o espaço. Alguém entregou essa chave para ele, e agora este está alterando a memória de muita gente.

– E a marca na testa dele?

Yami-san arregalou os olhos.

– Você sabe sobre a maldição? – ela questionou perplexa.

– Óbvio! Ela começou a brilhar na minha frente duas vezes! Na primeira, foi quando eu tentei seduzi-lo, trancando a porta! Na segunda, porém, foi mais estranho. Ele estava sufocando, pois um garoto enforcava ele, enquanto o amigo dele mexia comigo. Aí ele, tentando se soltar, pareceu estar dominado de repente por algo muito... agressivo. Ordenou a morte deles, e o amigo saiu ferido por uma corrente esverdeada que surgiu do nada...

– Hmmm... Isso significa que a Dawn’s Key não funciona em você! Isso é ruim... Tenho que descobrir mais sobre isso...

Ela saiu em disparada. Logo cai no sono, cheia de dúvidas e pensando sobre aquele dia, sobre o beijo... Aqueles momentos não foram reais. Ele estava alucinado apenas. Tinha que construir memórias reais com ele. Porém... eu dei mancada. Se eu não tivesse respondido a mensagem da Yui-chan... Bem, o ciúme causa até morte, né? Então isso não foi tão ruim. Além disso, se estou com ciúmes, significa que ainda não aceitei de fato o harém. E talvez nunca aceite de verdade.

Nisso, acabei ligando para Tomo-kun. Ele era um bom amigo, mesmo sendo tão pervertido quanto Ara-kun. O albino atendeu rapidamente.

– Moshi moshi~ O que deseja, Shoujo-chan?

– Ajuda com o Ara-kun...

– Como assim?

– No domingo ele vai sair com a Yui. Eles vão se encontrar no McDonald’s às 11 horas. Você pode segui-los?

– Sim, mas... o que você quer descobrir?

– Se ele realmente gosta dela. O Ara-kun parece que gosta, mas eu quero saber... se ela é boa o bastante para roubá-lo de mim.

A linha ficou um bom tempo muda.

– Entendo. Farei isso. Depois te digo o que vi. Matta Ashita*~! – a ligação foi encerrada.

Apertei a tecla vermelha e bloqueei o celular. Coloquei-o onde estava e deitei na cama. Sem sono algum, fingi que estava dormindo até o sol raiar. Grandes preocupações ocupavam minha mente, e eu não sabia o que fazer... Só podia aguardar o Tomo-kun agir.

Visão de Yami Tsuki

[13/04/2013 – SATURDAY – OVERNIGHT]

Depois que saí do quarto das garotas, questionei meu pai pela ligação empática.

Pai, você interviu em alguma hora no comportamento de Arashi?

O que quer dizer com isso, filha?, ele se fez de desentendido.

Pare de fingir! Você o fez usar as correntes do King, não?!

Por que está nervosa? Ora, alguma hora ele tem que...

Mas não agora! Quer estragar seus próprios planos?!

Silêncio. Ele não ousou me responder. Botei em minha mente que, assim que possível, estudaria mais sobre a Dawn’s Key, mas naquele exato momento eu estava preocupada com Arashi. Levei-o até sua cama, coloquei sua calça, tirei a roupa toda e deitei por cima dele, dando-lhe um selinho. Acabei dormindo assim...

Visão de Shinrasei Tomodachi

[14/04/2013 – SUNDAY – MIDDAY]

Assim como Shoujo-chan pediu, eu comecei a seguir o Arashi-chan. Yuri-chan também o seguiu, mas em uma direção diferente da minha e logo se apresentou para ele. Continuei seguindo-o nas sombras, porém senti que alguém me vigiava...

Ao longo do passeio, a tensão de estar sendo observado só aumentava. Quando Arashi-chan ficou a sós com Yui-chan, senti meu peito, que pulsava como um rio feroz, começar a abaixar o ritmo. Comecei a perder os sentidos, e sabia que, além de desmaiar, iria ser percebido. Porém, antes de cair, senti uma lâmina gélida em meu pescoço.

– Esse é o fim – uma voz ríspida declarou.

O reflexo dos óculos do sujeito cegou-me por um instante, e então ele sumiu. Antes de eu cair, uma mulher loura me segurou.

– Você... está bem? – ela perguntou. Sua voz era familiar...

Levantei a cabeça e vi quem era. Fiquei pasmo, mas minha pressão continuava baixa, então ela não deixou-me cair, prensando meu corpo contra uma parede atrás de mim violentamente. Não senti muita dor, mas ela quis me agredir. Sua expressão mudara de repente. De preocupada e fofa transformou-se em estressada e aterrorizante.

– Seu pedaço de merda, me passe logo o que é meu! – ela exigiu.

– O quê?! – inquiri.

– Não se faça de desentendido! Me passa logo, porra!

Eu não podia crer. Chie-sensei não era daquele jeito.

– Passa! – ela gritou.

– Eu não sei... do que você tá falando... – respondi confuso.

– Jiki-san, por que você se afastou? Ou melhor, você o fez esquecer?

– Mas é claro, senhorita – a pessoa que tentou me matar antes surgiu. Os mesmos óculos e a mesma voz comprovaram isso.

– Não vai me dizer que foi por que ele se descontrolou?

– Mas é...

– É sempre a mesma desculpa! Porra, trabalha direito, seu idiota!

Jiki ajeitou os óculos, e sem ser afetado pelo comentário, respondeu ainda sério:

– Ele é uma ameaça.

– Você pensou mesmo que matando ele o selo iria voltar pra mim? Idiota!

Ele desviou o olhar. Eu estava cada vez mais confuso.

– De qualquer maneira, eu vou pegar o selo de volta. Dê-me licença.

– Toda, minha senhorita... – ele sumiu da mesma forma que apareceu.

Engoli em seco. Não estava entendendo nada e estava apavorado demais para perguntar qualquer coisa. Assim que ele sumiu, ela me encarou e logo abriu um sorriso sádico. Arregalei os olhos em pavor, e ela lambeu os lábios em estupor. Seu olhar analisava-me e se deliciava com meu medo. E não havia nada que eu pudesse fazer. Meu corpo não se movia, e ela me comprimia cada vez mais na parede, pressionando seu belo corpo contra o meu. Mesmo que eu fosse um pervertido de plantão, eu estava apavorado e não conseguia pensar merda naquela hora. O rosto dela estava colado ao meu e então confessou:

– Eu não te amo. Isso é apenas para pegar um tesouro meu que está dentro de você.

–Mas o q.. HM?!—

Fui interrompido por um beijo na boca. A língua dela rapidamente invadiu a minha boca, e enquanto ela tentava me seduzir, uma energia contagiante era transferida dela para mim, contaminando-me. Ela me invadia minha alma, mesmo que fosse só com um beijo. Procurava intensamente por uma coisa utópica. Ela ficou dois minutos e meio tentando, e nada. Mas nessa hora minha mente já havia entrado em modo ero... Assim que, insatisfeita, terminou o beijo, declarou:

– Eu não achei o Geas... Ei, seu nojento! Pare de me olhar assim!

Ela me deu um tapa fortíssimo, e da mesma maneira que surgiu, desapareceu. Fiquei encostado naquela parede por um bom tempo. Contudo, ao voltar para a realidade, percebi que tudo estava cinza. Olhei na direção onde Yui-chan e Arashi-chan estavam conversando, mas vi uma pessoa a mais: Jiki. Gelei ao vê-lo conversando naturalmente com Arashi-chan, que, ao contrário de Yui-chan, não estava congelado. Em um dado momento, o diálogo parecia estar chegando ao seu fim, assim como a vida de meu amigo.

–Por que... he he he... eu... não preciso mais de você – Jiki revelou.

–O quê? – Arashi-chan inquiriu.

–APENAS MORRA!

Nesse momento, uma dor lancinante veio a minha nuca. Segurei-a com as duas mãos para aliviar a dor, mas ela só piorava. Não sei quanto tempo se passou, entretanto os dois pareciam se mover muito lentamente, principalmente Arashi-chan. Repentinamente uma voz masculina em minha mente recomendou:

Deixe que as lembranças voltem...

O quê? Que lembranças?

Elas voltaram com tudo. Então eu lembrei: minha irmã, minha família, meus amigos, meus vícios, minha vida, meus olhos. Tudo eram farsas que eu mesmo criei para não enlouquecer. Porém meu amigo iria morrer. Eu não podia deixar. Eu tinha que usar o Geas.


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso. Deixem reviews senão eu puxo o pé de vocês a noite!!
Vocabulário:
—Apocalypse: Versão inglesa de Apocalipse, que por sua vez é uma adaptação à língua portuguesa do grego apokálypsis, que significa Revelação (aglutinação de apo, tirado de, e kallumna, véu. Assim sendo, véu retirado), segundo algumas fontes. Outras fontes dizem que o significado real dessa palavra nunca foi encontrado, e que na verdade a definição anterior é apenas mais uma das inúmeras mentiras da Igreja Católica. O autor utilizou esse nome como título escolhendo a primeira definição.
—Matta Ashita: Até o próximo encontro em japonês. É a formalismo de Matta Nee ou Jya Nee.