Normal’s POV

Sa-chan congelou. Seus olhos rápidos de ninja procuraram ao redor a pessoa que faltava, mas apesar de não ver ninguém, ela não conseguia se acalmar.

Seita: Gin-san! Eu soube que você estava viajando.

Gintoki: É, eu voltei hoje. Que raro você estar fora de Yoshiwara de noite Hinowa.

Hinowa: O Seita queria muito vir numa loja, então eu vim trazer ele.

Sa-chan: É bom ver você Hinowa. E a Tsukky, veio também?

Hinowa: Não, ela preferiu ficar lá vigiando as coisas. Desculpe a pergunta, mas vocês dois estão juntos?

Sa-chan: É... Nós?

Hinowa: Desculpe, eu não queria me meter. Bem, nós já vamos indo.

Seita: Apareça por lá qualquer dia Gin-san, eu tenho certeza que a Tsukuyo-nee vai ficar feliz em ver você.

Hinowa: Seita!.... Nós já vamos. Até outra hora. (Hinowa e Seita vão embora)

O que o garoto havia dito acertou a kunoichi como um milhão de kunais afiadas. Ele não fez aquilo por maldade, mas jogou a verdade na cara dela. Era estranho. Antigamente, Sa-chan não sentia nenhum receio por Tsukuyo ser sua rival amorosa, mas agora, que finalmente havia conseguido algum progresso, seu coração se contorcia de medo de perder o samurai de cabelos prateados para a amiga. Tentou afastar os pensamentos ruins e mexer seus membros duros como pedra, e entrou na loja, para resolver tudo o mais rápido possível e voltar para seu apartamento.

Sougo’s POV

A noite já tinha chegado, e estava bem agradável. Desde que havíamos feito a aposta de não brigar mais, eu e Kagura não tínhamos trocado nenhuma palavra, apenas começamos a assistir um filme qualquer. Será que não conseguíamos conversar sem brigar? Decidi fazer um teste.

Sougo: Você não terminou de me explicar como seu pai quase descobriu sobre nós.

Kagura: Ele e o Gin-chan desconfiaram pelo jeito que eu fiquei quando você se machucou, ou alguma coisa do tipo.

Sougo: Danna também?

Kagura: É, mas pelo visto a Sa-chan conseguiu enganar ele. Sorte nossa, porque o jeito que eu usei para convencer meu pai não iria dar certo com o Gin-chan.

Sougo: Entendo... Eu sei que uma hora ou outra todos vão descobrir a verdade, mas eu quero que seja do jeito certo.

Kagura: E qual é ‘‘o jeito certo’’?

Sougo: Te conto quando eu descobrir.

Kagura: De preferência quando você não estiver tão quebrado e puder se defender.

Sougo: Sabe china girl, você fica muito fofa cuidando de mim desse jeito.

Kagura: Seja grato por ter uma namorada tão boa.

Sougo: Boa e convencida, mas enfim...

Kagura: HA, você me xingou! Perdeu a aposta!

Sougo: Certo, o que vai querer que eu faça?

Kagura: O que eu quero.... (fica meio triste)

Sougo: Pode falar.

Kagura: Você... Não planeja me deixar um dia, não é?

Sougo: O que? Claro que não.

Kagura: De qualquer jeito, é isso que eu quero por ter ganhado, que você nunca vá embora.

Sougo: Porque está agindo desse jeito?

Kagura: As pessoas sempre vão embora... Minha Mami morreu... O careca começou a viajar o tempo todo... E nem quero falar do Aniki.

Sougo: Não seja boba, não devia desperdiçar deu desejo com um pedido tão besta. Você nunca vai se livrar de mim idiota, nem que eu tenha que te seguir até os confins do universo.

Ela não falou mais nada, só se aconchegou nos meus braços e adormeceu.

Normal’s POV

O clima estava tenso no apartamento. Logo depois de abandonar as compras pro jantar em cima da mesa, Sa-chan desapareceu no banheiro, dizendo que ia tomar um banho. Embaixo da água gelada, ela finalmente deixou algumas lagrimas caírem. Não era justo. Sendo corajosa e encarando a verdade, ela acabou percebendo que desde que Tsukuyo havia entrado na vida das pessoas ao seu redor, todos achavam que ela ia conquistar o coração de Gintoki. Para os outros a loira era a pessoa certa para o samurai, e não Sa-chan, a pessoa que não tinha vergonha de demonstrar o seu amor, que passava todos os segundos da sua existência pensando nele, para as pessoas isso não era nada, só a viam como uma stalker maluca.

Era impossível afastar aqueles pensamentos ruins da sua mente, então só se enrolou na toalha e saiu do banheiro. Ficou surpresa ao ver Gintoki praticamente a esperando, sentado no futon e a observando com aqueles olhos de peixe morto que com certeza escondiam uma pitada de duvida. Para disfarçar os olhos marejados, Sa-chan ficou observando a janela, mas logo ouviu passos se aproximando mais dela.

Gintoki: O que você tem?

Sa-chan: Como assim?

Gintoki: Tá toda esquisita faz um tempo. Não que você não seja esquisita normalmente...

As mãos largas dele passaram pelas suas costas, fazendo a kunoichi se arrepiar, mas ela ainda sentia estar fazendo algo errado. Será que ele se sentia forçado a estar ali com ela? Será que ele não preferia estar com Tsukuyo? A garota se virou, deixando seus olhos inchados a vista, mas logo os escondeu quando pressionou seu rosto no peito de Gintoki.

Sa-chan: Gin-san... Vai embora, por favor.

Gintoki: Qual o problema?

Sa-chan: Eu nunca quis... Eu não quero te forçar a nada. Eu te amo, mas todo mundo sempre diz que você tem sentimentos pela Tsukky, então se é ela que você quer pode ir embora. Eu já estou feliz o suficiente, por você ter ficado perto de mim pelo menos uma vez.

Gintoki observou atentamente as feições da garota. Ela estava pálida, com os olhos vermelhos, e com uma expressão angustiada. É, parece que não ia ter jeito, ele ia ter que contar a verdade. Desencostou delicadamente o rosto de Sa-chan de seu peito, a olhando no fundo dos olhos.

Gintoki: Sinceramente, você sempre dificulta as coisas...

Sa-chan: Gin-san, eu estou falando serio, pode ir embora se...

Gintoki: Eu amo você, sua stalker idiota.

Sa-chan: O que? Po-pode repetir, por favor?

Gintoki: Saco, é melhor me recompensar por isso depois. Eu estou apaixonado por você. Nossa, desde quando ficou tão insegura?

O samurai não obteve resposta falada, mas viu que seu objetivo foi cumprido quando sentiu seu corpo ser jogado pra trás, já que Sa-chan tinha pulado em cima dele.

Sa-chan: Eu não acredito que você disse isso!

Gintoki: Ai Ai, você quase quebra minhas costas!

Sa-chan: Desculpa. É melhor eu ir fazer o jantar!

Gintoki: Se fizer natto juro que te jogo pela janela.

Sa-chan: Tudo bem...

Gintoki: E Sa-chan, não seria melhor colocar uma roupa antes?

Sa-chan (percebe que sua toalha está caída no chão e sorri maliciosamente): Acho que não será necessário...

E ela saiu andando pelo apartamento, e apesar da estranheza que sempre envolveu o relacionamento dos dois, ambos estavam felizes com o decorrer dos eventos. Gintoki apenas se aconchegou no futon, achando uma de suas Jumps que estava na mala que ainda não havia levado para o Yorozuya.

Gintoki: Que droga, parece que eu realmente me apaixonei por essa maluca...