Suteki da Nee escrita por Yoruki Hiiragizawa


Capítulo 14
Estado imutável, amizade inabalável...


Notas iniciais do capítulo

Música do capítulo: Groovy!, primeiro encerramento de Card Captor Sakura.



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SUTEKI DA NEE
por Yoruki Hiiragizawa


Capítulo Quatorze
Estado imutável, amizade inabalável


Apesar de já estar morando no Japão há quase quatro anos, Shaoran ainda se impressionava com o envolvimento da comunidade nos eventos escolares. Era algo que ele não vira em nenhum outro lugar em que residira.

Observava as pessoas que chegavam, começando a se aglomerar no pátio a espera do início das atividades, enquanto seguia seu caminho. Parou por um instante ao ver o irmão de Sakura conversando com algumas pessoas e se aproximou, cumprimentando-o com um pequeno sorriso.

“Bom dia, Li. Há quanto tempo...” - o moreno respondeu bem-humorado.

“É verdade. Ainda nem tive oportunidade de parabenizá-lo pelo noivado...”.

“Muito obrigado!” - olhou para o chinês com gratidão por um instante, antes de abrir um sorriso debochado. - “Espero que a monstrenga não esteja dando trabalho... Apesar de já ter ouvido falar que você tem se atrasado quase todas as manhãs durante essa semana...”.

“Como você é maldoso! Isso não é verdade!” - Shaoran riu, meneando a cabeça.

“Não precisa defendê-la! Eu conheço a minha irmã e sei que ela é uma dorminhoca profissional...” - Touya viu o rapaz sorrir de forma carinhosa.

“Ela demora um pouco para se levantar, sim, mas tem se esforçado muito durante essa semana por causa da gincana...” - seu tom era de preocupação, o que fez um sorriso ser esboçado nos lábios do irmão da garota.

“Ela é forte. Não precisa se preocupar...”.

“É um pouco difícil não me preocupar...” - comentou com um tom um pouco cansado. - “Bem, eu tenho que entrar! Vejo você por aí mais tarde...” - acenou, afastando-se.

Suspirou pesadamente enquanto caminhava para longe de Touya, aliviado por não ter deixado transparecer o desconforto que começou a sentir desde que iniciaram o diálogo. Deu graças aos deuses pelo moreno não ter feito suas costumeiras insinuações sobre seu relacionamento com Sakura, pois não sabia dizer como iria reagir e não gostava de sequer imaginar o que o irmãozinho superprotetor daamiga faria caso descobrisse que andaram se beijando. Touya podia ter se acostumado com sua presença perto da irmã, mas Shaoran não acreditava que o homem veria com bons olhos o que estava acontecendo entre eles no momento.

‘Se ao menos estivéssemos namorando...’, pensou enquanto o canto direito de seus lábios se curvava levemente para cima, mas balançou a cabeça. ‘Isso não daria certo e acabaria com a nossa amizade...’, concluiu exasperado. Estava cansado daqueles pensamentos. Por que tudo ficara tão complicado em sua mente de repente? Não podia simplesmente continuar aproveitando os beijos da japonesa sem se importar com as conseqüências como fizera até o momento?

“Não sei em que você está pensando, mas parece estar sofrendo muito com seja lá o que for...” - foi arrancado de seus pensamentos ao ouvir alguém falar. Virou-se para o lado vendo Yamazaki com um sorriso animado.

“Bom dia!” - cumprimentou-o um pouco sem-graça.

“E aí? Animado para as atividades de hoje? Vai participar de alguma coisa?” - o rapaz indagou, voltando-se para frente enquanto seguiam pelo corredor em direção à sala de aula.

“Eu coloquei meu nome como substituto em algumas atividades, mas só porque as equipes precisam ter reservas para se inscreverem...” - o chinês respondeu com tranqüilidade.

“Vocês têm sorte por poderem escolher se envolver ou não... São nessas horas que eu detesto ser Monitor da Turma...” - Yamazaki suspirou cansado.

“Você ficou encarregado de quê dessa vez?” - Li quis saber, vendo-o fazer uma careta.

“Vou cuidar da coordenação das barracas de comida...” - abaixou a cabeça, desanimado. - “E depois da gincana ainda tenho que trabalhar na lanchonete. Ninguém merece! Preferia até ter me inscrito em uma maratona e você sabe o quanto eu detesto participar de corridas de longa distância...” - completou, fungando.

Shaoran teve que se conter para não rir do desespero do amigo. Assim que entraram na sala, separaram-se, indo cada um para seu lugar e Shaoran voltou a ficar distraído, observando os arredores. Não viu Sakura em lugar algum.

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Sakura percorria os corredores do colégio com passos apressados. Sua cabeça estava a mil e ela sentia toda a tensão se acumulando pela responsabilidade que tinha. Queria muito que tudo aquilo acabasse para descansar e relaxar.

“Nunca mais me envolvo nessas coisas...” - reclamou, parando diante da porta da sala de sua turma. Bateu na porta, antes de abri-la, vendo o professor Onoda passar algumas instruções sobre o evento. - “Com licença...” - pediu timidamente.

Assim que entrou na sala para passar os últimos recados, Sakura foi surpreendida por um som que a fez parar, espantada. Seus colegas tinham se posto de pé para aplaudi-la. Ela mordeu o lábio inferior abaixando momentaneamente a cabeça, respirando profundamente tentando conter o constrangimento que se misturava a um sentimento de orgulho. Sentiu sua energia ser, subitamente, renovada com aquele gesto e abriu um lindo sorriso. As palmas foram desaparecendo lentamente até a sala ficar em silêncio para que ela pudesse falar, mas foram necessários alguns segundos antes que conseguisse encontrar a própria voz.

“Ahm... Muito obrigada, pessoal!” - respirou fundo, acalmando-se o suficiente para que sua voz não saísse tremida. - “Eu tenho alguns recados para passar a vocês antes de irmos ao auditório para a abertura da gincana...” - olhou para a prancheta que tinha em mãos. - “A inscrição para a ‘Caça ao Tesouro’ deve ser feita até meio-dia, lembrem-se que essa atividade é realizada em dupla e que os visitantes também poderão participar, então chamem seus familiares para ajudá-los. Assim todos poderão se divertir, nee...” - sorriu, colocando o cabelo para trás da orelha, olhando rapidamente para a prancheta. - “Quanto às outras atividades exclusivas para os alunos, os participantes devem confirmar seus nomes com os responsáveis de cada modalidade até às dez e meia da manhã ou serão desclassificados. Os mapas com a posição dos responsáveis estão fixados nos murais dos corredores. E finalmente...” - passou os olhos pela sala, notando a alegria nos rostos de todos. - “Desejo que todos tenham um dia maravilhoso Vamos dar o nosso melhor para que esse evento seja memorável!!” - concluiu entusiasmada, inclinando-se para frente em reverência. Ao se erguer, voltou-se para o professor Onoda, dando a palavra novamente a ele.

“Muito bem, pessoal...” - o homem falou sorrindo. - “Vamos dar início a esse festival!” - exclamou, vendo os alunos se levantando e saindo da sala em direção ao auditório, seguindo-os pouco depois, mas não sem antes parabenizar Sakura pelo empenho.

A garota acompanhou com os olhos a figura de seu professor saindo da sala de aula com uma mão no peito, percebendo que todo o trabalho que tivera não fora em vão. Lembrou-se do que Shaoran lhe dissera no dia anterior sobre o respeito que os colegas tinham por ela e sorriu, voltando-se para o lugar em que o rapaz se sentava, tendo certeza que ele ainda estaria ali.

Encontrou-o olhando em sua direção, a cabeça apoiada na mão e um sorriso terno no rosto. Assim que os olhos castanhos mergulharam nos seus de forma profunda todos os sons ao seu redor desapareceram, fazendo-a ouvir apenas o próprio coração batendo acelerado.

Sakura encarava-o emocionada Mordeu levemente o lábio inferior e contraiu os ombros, vendo-o levantar-se lentamente e dar alguns passos em sua direção. Estava tão perdida nos olhos dele que apenas notou alguns rapazes, que tinham voltado para a sala, quando abordaram o chinês com tom de urgência. Shaoran voltou-se para eles, prestando atenção no que estavam falando enquanto ela se retirava em silêncio.

Tinha muito que fazer ainda...

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A movimentação no palco onde aconteceria a abertura da gincana era intensa. Enquanto Rika se encarregava de fazer alguns pequenos ajustes no vestido de Tomoyo, a morena observava Eriol auxiliar o pessoal do Clube de Música a conferir se os equipamentos de som estavam todos em ordem. Haviam testado tudo mais cedo, mas nunca era demais tomar certas precauções.

“O teatro está lotado! Ai que nervoso!” - uma das garotas do coral falou, espiando através de um espaço nas cortinas do palco.

Tomoyo olhou para a colega com um sorriso sem-graça. Ela, sinceramente, não precisava ficar sabendo daquele detalhe a poucos minutos da apresentação.

“Terminei!” - Rika se levantou satisfeita. - “Está pronta para arrasar, Tomoyo...”.

“Obrigada...” - a corista falou, com uma das mãos sobre a barriga, tentando conter o nervosismo. - “Os ajustes que fez no vestido ficaram ótimos, Rika...”.

“Só precisei tirar um pouco do comprimento...” - a garota sorriu. - “É melhor eu voltar para o auditório. Boa sorte! Boa sorte a todos!” - desejou se afastando.

Tomoyo fechou os olhos, respirando profundamente.

‘Não pense em nada... Esvazie a mente, esqueça todo e cada som ao seu redor...’, repetia mentalmente, tentando se acalmar. Sentiu tocarem seu ombro e abriu os olhos com um largo sorriso.

“Estás nervosa?” - Eriol indagou, vendo-a concordar suavemente. Sorrindo, ele se aproximou e a envolveu pela cintura. - “Não te preocupes... Dará tudo certo!” - afirmou, depositando um beijo suave nos lábios da namorada.

“Muito bem, pessoal, preparem-se!” - Kaho entrou no palco, apressando-os. - “O diretor vai fazer a abertura cerimoniosa e, assim que ele terminar o discurso, bem... vocês sabem o que fazer...” - enquanto falava a mulher viu cinco meninas do coral se posicionarem rapidamente no centro do palco. Sorriu levemente com o estado de animação e nervosismo em que elas se encontravam. Desviou o olhar para Tomoyo e Eriol que se encaminhavam até o piano de mãos dadas e aumentou ainda mais o sorriso. - “Boa sorte a todos!” - disse antes de se retirar.

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As cadeiras do auditório já estavam todas ocupadas quando Shaoran chegou para a cerimônia que daria início aos jogos daquele dia. Ele, então, contornou o anfiteatro se aproximando o máximo possível do palco, considerando os vários alunos que se encontravam de pé nas laterais do salão.

Não demorou muito para o diretor subir no palco dando início ao evento. Ele, no entanto, não prestou atenção em tudo que o homem falava. Estava pensativo, lembrando do motivo porque seus colegas o abordaram na sala alguns minutos antes.

Quando concordara em fazer o papel de quinto elemento para a corrida de revezamento com bastão, não imaginou que precisaria correr, afinal entrara como reserva da equipe apenas para que sua sala pudesse participar da modalidade também. Por causa disso, não chegou a se empenhar em praticar com os colegas e agora, sentia-se pressionado pela súbita necessidade de sua participação na gincana.

‘Droga! O Ikeda tinha que escolher justo hoje para torcer o pé?’, aborreceu-se, passando a mão pelos cabelos. ‘Eu até sou rápido em curtas distâncias, mas estou arrependido por ter levado o assunto tão levianamente...’, suspirou cansado, aplaudindo o final do discurso do homem no palco e passando os olhos pela multidão a sua frente.

Piscou algumas vezes, não acreditando na cena que se desenvolvia a alguns passos de distância. A corrida e tudo que se passava à sua volta sendo imediatamente esquecido.

‘Como ele se atreve!’, apertou os olhos sobre a figura de Yoshida que, despreocupadamente, fazia uma pequena trança com uma mecha dos cabelos de Sakura. O rapaz movimentava as mãos cuidadosamente enquanto ela parecia estar se controlando para não rir de algo que ele dizia, mantendo os olhos fixos no palco.

Parecendo ecoar à distância, uma melodia foi crescendo e preenchendo o teatro do colégio, mas ele não percebeu…

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Eriol se alongou demoradamente, sentado em frente ao piano. Tomoyo havia se juntado às outras cinco meninas do coral no centro do tablado. Do outro lado das grossas cortinas vermelhas, o diretor encerrava o discurso de abertura e as palmas, que começavam a ressoar no teatro, foram a deixa para que as cortinas se abrissem.

Durante alguns segundos apenas o silêncio se fez ouvir no amplo salão. O palco estava fracamente iluminado, sendo possível apenas distinguir seis silhuetas no centro.

Então, do meio da escuridão, alguém bateu levemente com o pé no tablado quatro vezes, ditando o compasso e, com as luzes se acentuando, a melodia foi iniciada pelo piano acompanhado pelas palmas das garotas do coral. No meio da introdução, uma das garotas deu o tom e Tomoyo começou a cantarolar, saltitando em direção ao piano enquanto as meninas continuavam acompanhando Eriol com as palmas. Com um sincronismo perfeito, a morena parou ao lado do namorado e voltou-se para a platéia começando a cantar.

Não demorou muito, localizou Shaoran na platéia, parecendo alheio à apresentação. O rapaz encarava um ponto a sua frente com um olhar assustador.

Se não tivesse visto o que estava monopolizando a atenção do amigo, poderia ter ficado chateada com a falta de consideração dele, mas apenas aumentou o sorriso e continuou a cantar. Iniciou o refrão, com as garotas se juntando a ela no coro.

Canção de um novo Amor...
Ale, aleluia!
”.

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‘Como ela pode se sentir tão à vontade com outro cara?’, o chinês arregalou os olhos ao ver Yoshida se aproximar um pouco parecendo confidenciar algo a Sakura que a fez abrir um sorriso.

Aquilo já era demais! Ele não sabia sobre o que conversavam, mas aquele cara, sem dúvida, estava flertando com Sakura, então, por que ela não reagia? Seria possível que estivesse interessada nele? Isso não poderia estar acontecendo! Shaoran desviou o olhar e fechou as mãos em punhos, controlando a vontade de socar alguém. Entretanto, foi subitamente ‘atingido’ pelo retorno de sua razão.

‘Eu devo estar ficando maluco! No que eu estou pensando? É óbvio que ele se sente atraído por ela, afinal ela é linda! E, mesmo tendo-a beijado algumas vezes, não estamos juntos...’, mas interrompeu seus pensamentos. Estava ficando revoltado consigo mesmo. O que estava acontecendo com ele, afinal? Por que aquele assunto sempre voltava a assombrá-lo? Decidiu ignorar a questão, pois aquilo o estava incomodando demais.

Olhou para o palco pela primeira vez, desde que a apresentação começara, prestando atenção na música alegremente interpretada por Eriol ao piano e a bela voz de Tomoyo, muito bem acompanhada pelo coro e com percussão de palmas durante o refrão...

Canção maravilhosa de Amor...
Ale, aleluia!
”.

Abriu um pequeno sorriso ao notar a interação dos amigos no palco. Não precisou de mais que alguns segundos para notar como eles pareciam se entender através de simples olhares. A felicidade deles era quase palpável e Shaoran sentiu uma pontinha de inveja de Eriol por causa disso. Não conseguia imaginar um casal mais perfeito ou que tivesse tantas coisas em comum…

De maneira irrefletida, voltou a observar Sakura, que dançava devagarzinho no ritmo da música que era apresentada no palco, mas se arrependeu imediatamente de tê-lo feito, pois no instante seguinte, Yoshida tocou Sakura no ombro, fazendo-a olhar para ele, enquanto se aproximava dela para falar ao seu ouvido.

Shaoran se sentia prestes a explodir de raiva. Tinha certeza que as pessoas à sua volta poderiam ver fumaça saindo de suas orelhas. Enquanto observava o rapaz sussurrar ao ouvido de Sakura, o auditório foi ficando cada vez mais abafado e resolveu sair de lá… mas, não conseguia ignorar a sensação de estar evitando alguma coisa…

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Tomoyo olhou rapidamente para Eriol e sorriu cantando o segundo o refrão. Voltou-se para o público e viu o exato momento em que Yoshida colocou a mão sobre o ombro de Sakura. Sem conseguir se controlar, observou Shaoran com curiosidade, vendo-o franzir o cenho e ficar vermelho de raiva, pouco antes de se virar a sair do auditório.

Dançando na rua...” - Tomoyo deu um passo de Jazz, deslizando para o lado e arrancou alguns gritinhos da platéia. - “Luz maravilhosa que atravessa a noite!”.

Voltou a cantar com um sorriso ainda maior pela evidente demonstração de ciúmes do rapaz. Ele não sabia disfarçar... Deixou o assunto de lado momentaneamente para encerrar a música.

Vamos ser gentis uns com os outros...” - iniciou o último trecho da canção, com o som do piano e das garotas apenas cantarolando agora, e foi diminuindo o ritmo pouco a pouco. - “Vamos ser complacentes...” - então, antes de iniciar a frase final, Eriol encerrou o instrumental e, quando o coro foi silenciado, a única voz que restava sobre o palco era a dela. - “Vamos ser gentis uns com os outros...”.

Assim que terminou, o auditório estourou em palmas e ela se curvou agradecendo. Não demorou muito para que Eriol e as outras meninas se colocassem ao seu lado, e ela repetiu o movimento, antes de sair do palco e retomar seus pensamentos…

Shaoran, definitivamente, não sabia disfarçar... E Sakura estava sendo cruel, provocando ciúmes no namorado daquela forma. Sim! Namorado, pois, depois da evidente demonstração de ciúmes, diferente de qualquer reação de superproteção que Li já tivesse manifestado, não poderia haver outra explicação. E havia também o beijo que testemunhara no dia anterior...

Apenas uma coisa a incomodava nessa história, e era o fato de Sakura não ter lhe contado nada sobre o assunto...

“Em que estás pensando?” - Eriol a encarava curiosamente. - “Parecias entretida com algo durante nossa apresentação...”.

“Eu estava observando Shaoran quase explodir de ciúmes de Yoshida…” - comentou marotamente. Eriol ergueu ligeiramente uma sobrancelha.

“Isso não é novidade... Esse é o comportamento padrão do Shaoran diante do Yoshida…”.

“Mas dessa vez foi diferente…” - Tomoyo o interrompeu. - “Eu diria que havia algo de possessivo no jeito que ele observava o que acontecia entre...”.

“Tomoyo! Eriol!” - Sakura os interrompeu, aproximando-se do casal acompanhada de Naoko e Yoshida. - “Vocês foram esplêndidos!” - abraçou-os demoradamente.

“Fiquei emocionada com a performance!” - Naoko piscou para Tomoyo. - “E a escolha da música foi simplesmente perfeita!”.

“Concordo plenamente. Meus parabéns!” - Yoshida os cumprimentou reservadamente.

“Ficamos muito gratos...” - Eriol sorriu, segurando a mão da morena, que estava um pouco pensativa. - “Não é, meu anjo?”.

“Sim, é claro...” - sorriu, encarando Sakura. - “Será que eu posso conversar com você por um instante? Em particular...” - pediu, vendo-a olhar no relógio.

“Puxa, Tomoyo, eu vou ficar presa no clube de fotografia até às três da tarde. Podemos conversar depois que eu encerrar meu turno?” – perguntou incomodada por não poder dar atenção a Tomoyo. Quase não se falaram durante a última semana.

“Claro! Eu encontro você lá, às três horas, então...”.

“E você sabe onde está Shaoran?” - Eriol quis saber.

“Não o vejo desde que saímos da sala...” - a jovem de olhos verdes respondeu.

“Ele deve estar com Mamoru e os rapazes se inscrevendo na corrida de revezamento...” - Naoko respondeu.

“Ele vai participar da corrida?” - Sakura se espantou, vendo a amiga confirmar.

“Ikeda torceu o tornozelo vindo ao colégio hoje cedo e o Li vai substituí-lo...” - explicou, vendo Sakura tirar um panfleto de horários do bolso.

“Ah! Essa não! A corrida de revezamento acontece no meu horário de serviço!” - suspirou desanimada. Yoshida observava quietamente o panfleto por cima dos ombros dela.

“Uhm... Eu posso cobri-la, se você quiser...” - dispôs-se, recebendo um olhar surpreso da garota.

“Você faria isso?” - inquiriu emocionada.

“Sem problema!” - deu de ombros. - “Só preciso que você volte o mais rápido possível, porque tenho uma partida de futebol marcada para o horário seguinte à corrida...”.

“Eu volto! Voltarei correndo, não se preocupe...” - garantiu, pegando as mãos do rapaz e sorrindo. - “Muito obrigada, Isamu!”.

“É para isso que servem os amigos, não é?” - piscou para ela, recebendo um olhar doce.

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“Vocês querem que eu percorra o último trecho da prova?” - Shaoran olhava incrédulo para os colegas. O último trecho era o mais importante da corrida; uma responsabilidade grande demais para alguém que nem ao menos treinara para aquilo. - “Isso não vai dar certo...”.

“Ah, qual é, Li! Você é um dos mais rápidos da sala em curta distância...” - um deles respondeu despreocupado. - “E depois, o Ikeda ia fazer a última parte da corrida, fica complicado mudarmos a ordem agora...”.

“Eu devia ter participado dos treinamentos...” - lamentou-se, fazendo os colegas rirem.

“Corredores, em suas posições!” - o coordenador da prova gritou, avisando às equipes que a corrida iria começar.

“Hei, não esquenta, Li. Você vai se sair bem...” - Mamoru deu um tapinha nas costas do chinês, antes de se encaminhar à linha de largada.

“Acho que não tenho escolha...” - suspirou exasperado, indo para seu lugar.

No percurso pensou em todas as técnicas de relaxamento que conhecia tentando se livrar da tensão que crescia pouco a pouco e embrulhava seu estômago. Detestaria acabar deixando seus colegas na mão.

‘Que droga! Até parece que estou usando tênis de chumbo...’, pensou enquanto fazia um último alongamento antes da largada, sentindo os pés pesados. Fechou os olhos, respirando lentamente.

“Shaoran!” - uma voz o chamou, fazendo-o olhar para a torcida. Um sorriso se formou em seus lábios quando encontrou um par de esmeraldas olhando em sua direção. - “Ganbare!” - Sakura gritou animada e apontou para a linha de chegada, dizendo que o esperaria lá.

Shaoran a acompanhou com os olhos até perdê-la de vista. Não compreendeu o que acontecera, mas, de repente, estava se sentindo mais à vontade.

“Equipes preparem-se!” - ele ouviu e, pouco depois, o tiro de largada.

‘Vamos lá!’, concentrou-se na pista, vendo o bastão de sua equipe ser passado para o segundo corredor e depois para o terceiro.

A sua equipe foi a segunda a passar o bastão para o último membro, com pouco menos de um segundo de diferença. Ele se manteve um passo atrás do adversário, até o último instante, quando acelerou o máximo que pôde e cruzou a linha de chegada em primeiro lugar.

Parou de correr ofegante, caminhando com as pernas um pouco moles enquanto buscava por Sakura com o olhar no meio da torcida barulhenta, o coração a mil pelo esforço da corrida. Viu-a aproximando-se com uma toalha nas mãos e um sorriso maravilhoso no rosto. Shaoran se adiantou alguns passos e, abraçando-a pela cintura, girou-a no ar.

“Shaoran!” - Sakura riu surpresa, segurando-se a ele. - “O que está fazendo?”.

“Você viu aquilo?” - ele indagou, colocando-a no chão.

“Foi uma vitória emocionante, digna de cinema...” - comentou brincando e entregando-lhe o que trazia.

“Eu estava tão nervoso!” - suspirou. - “Não pensei que fosse conseguir...”.

“Hei, Shaoran...” - foi chamado pelos rapazes da equipe que o esperavam para receber a premiação.

“É melhor você ir... Eu também tenho que voltar ao trabalho...” - ela sorriu. - “Meus parabéns!”.

“Obrigado...” - retribuiu o gesto, observando-a docemente. Seus olhos se demoraram um pouco mais nos cabelos dela onde uma pequena trança pendia.

‘A trança que Yoshida fez...’, ele franziu levemente as sobrancelhas, erguendo a mão devagar e começando a desfazê-la.

“Eu gosto mais do seu cabelo solto...” - disse suavemente, fazendo-a arregalar os olhos. - “Pronto...” - passou de leve a mão no rosto dela. - “Tenho que ir agora...” - afastou-se, vendo-a concordar com a cabeça.

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“E ela fica brava quando eu a provoco dizendo que são namorados...” - Touya balançava negativamente a cabeça, olhando a irmã e Shaoran se abraçarem na pista de atletismo. - “Olha só aquilo!”.

“Ela fica brava porque você  implica com isso na frente do Li...” - Kaho respondeu com uma expressão de cumplicidade. - “Aliás, estou surpresa por você ainda não estar lá, tentando chutar o rapaz por estar abraçando sua irmãzinha...” - comentou debochada.

“Não adiantaria muito... Sakura é que acabaria me chutando de lá...” - passou o braço pelo ombro da noiva.

“Você não tem com que se preocupar, eu sei que o Li é um bom rapaz... e gosta muito da Sakura...” - encostou a cabeça no ombro do moreno.

“É... até pode ser...” - disse com um sorriso tranqüilo. - “Mas é melhor ele não magoar a minha monstrenga...” - completou seriamente.

“Deixe-a ouvir você dizendo isso... Vai acabar levando uma surra...” - a mulher riu, voltando o olhar para a futura cunhada que caminhava para o prédio do colégio com passos apressados.

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Akio acompanhou Kinomoto se afastar da pista de atletismo com um olhar gélido. O que estava acontecendo ali? Por que tinha a impressão de que algo estava acontecendo entre aquela tonta e o Li? Não aceitaria isso! Iria fazer o chinês se arrepender de tê-la menosprezado e voltar a comer em sua mão...

‘Não será aquela sem-graça da Kinomoto quem vai estragar meu plano...’, decidiu, voltando o olhar para o rapaz que conversava com os colegas.

Teria que acelerar a execução de seu esquema. Havia pensado em dar um tempo a Shaoran por causa da indiferença que ele demonstrara no dia anterior, mas assumiria uma outra estratégia a partir de agora. Iria cercá-lo por todos os lados até que ele voltasse a rastejar por ela.

Yamazato arquitetava seus próximos passos enquanto o observava, esperando uma oportunidade para se aproximar. Teve que esperar durante o resto da manhã e parte da tarde até ter uma chance.

Já eram quase três horas quando o rapaz ficou finalmente sozinho, após Hiiragizawa seguir a namorada, que se afastara alguns instantes antes.

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Tomoyo começou a rir subitamente, interrompendo uma conversa animada entre Li e Eriol.

“O que houve, Tomoyo?” - Eriol indagou, curiosamente.

“Nada, não... desculpem-me...” - ela falou, olhando para Shaoran e abrindo um sorriso. - “Que horas são agora, Eriol?” - pegou a mão do namorado para olhar em seu relógio. - “Acho melhor eu ir, antes que Sakura decida fugir de mim...” - comentou com um sorrisinho, afastando-se em seguida. - “Até mais, garotos...”.

Shaoran acenou, olhando confusamente para a amiga. Ela passara a tarde toda rindo à toa e olhando para ele como se quisesse falar alguma coisa, mas, quando ele perguntava se havia algum problema, ela desconversava.

“Por acaso, Tomoyo viu passarinho verde hoje ou será que tem algo estranho comigo?” - perguntou, vendo Eriol abrir seu sorriso mais irritante.

Shaoran não gostou daquela reação do amigo. Sempre detestara aquela expressão do inglês que parecia dizer: eu sei o que você andou fazendo. Começou a sentir-se incomodado com aquele olhar. - “Se você tem algo a dizer, diga de uma vez ao invés de ficar me olhando como se eu tivesse aprontado...”.

“Por que eu teria algo a dizer? Andaste fazendo alguma coisa, por acaso?” - questionou simplesmente.

“É claro que não!” - rebateu, arrepiando-se ao pensar na possibilidade de Eriol vir a descobrir o que estava acontecendo entre ele e Sakura.

Shaoran encarou o amigo com desconfiança por alguns instantes. ‘Será que ele sabe?’, considerou pensativo. ‘Não! Ele não teria como descobrir, certo?’, decidiu descartar a idéia, pois Eriol certamente já teria feito comentários a respeito do assunto se soubesse.

“Bem, se me deres licença, meu caro, tenho que falar com Yamazaki antes que ele vá para a lanchonete...” - anunciou, deixando o outro para trás.

Shaoran soltou o ar lentamente de forma pensativa, mas foi impedido de entrar em reflexão pela aproximação de alguém e, por algum motivo, não ficou surpreso ao ver Yamazato parar ao seu lado. Mais uma vez, ela o abordava em uma situação na qual não poderia evitá-la. Desse jeito começaria a pensar que o estava vigiando.

“Espere! Não diga nada...” - ele começou, colocando as duas mãos nas têmporas como se estivesse se concentrando em algo. - “Você veio até aqui para falar comigo...” - declarou como se tivesse feito uma difícil adivinhação com um sorriso de deboche. ‘E, embora eu já imagine do que se trata...’, pensou consigo mesmo. - “Fale o que quer...” - encarou-a, entediado.

Ela o olhava deixando evidente que não estava confortável com o jeito que a estava tratando, mas não comentou nada a respeito.

“Eu... uhm... eu pensei um pouco no que você me disse ontem...” - falava de maneira muito tímida, quase frágil. Mas, então, seu olhar se tornou mais determinado. - “E percebi que você tem razão. Não posso ficar apenas reclamando da autoridade de meus pais, sem tomar uma atitude, e esperar que as coisas mudem como mágica...”.

“Estou pasmo...” - ele comentou, nem um pouco impressionado. - “Conseguiu perceber isso tão rápido. Meus parabéns!” - sorriu para ela, vendo-a franzir o cenho.

“O que você quer de mim afinal?” - ela perguntou irritada, mas sem erguer a voz. - “Foi você mesmo quem disse para eu avisá-lo caso decidisse mudar... Eu achei que me ajudaria com isso!” - o fez arregalar levemente os olhos.

“E o que você quer que eu faça? Que eu lhe entregue uma fórmula mágica de amizades instantâneas?” - ergueu levemente uma das sobrancelhas, deixando-a sem saber o que dizer. - “Eu acho ótimo que você tenha decidido mudar e que queira tomar as rédeas da sua vida a partir de agora, mas é você quem tem que descobrir o que fazer para atrair novas amizades...” - viu-a abaixar a cabeça. - “Verdadeiras amizades levam muito tempo para serem construídas. Confiança leva tempo para ser conquistada... mas eu vou lhe dar uma dica e espero que, com isso, consiga enxergar o caminho que deve seguir...” - esperou alguns segundos até que ela levantasse o rosto, encarando-o para continuar. - “A primeira coisa que deve fazer é descer do seu pedestal e parar de desvalorizar os outros por serem diferentes... aceite os defeitos e aprenda a encontrar as qualidades das pessoas que a cercam... quando você conseguir fazer isso, terá dado um grande passo...” - fechou os olhos momentaneamente, sentindo-se um pouquinho tentado a acreditar na ruiva, apesar de tudo. - “E, caso se sinta insegura para dar o próximo passo, procure por mim... Isso não é uma promessa de que seremos amigos, mas eu tentarei ajudá-la...” - concluiu, indo embora.

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Sakura sentiu ser arrastada por Tomoyo pelos corredores do colégio até chegarem a uma sala onde poderiam conversar sem interrupções e com privacidade. O que a morena queria lhe falar devia ser, realmente, muito importante.

“O que você quer falar comigo?” - decidiu ir direto ao assunto, por não conseguir conter sua curiosidade. A amiga estava em um estado de animação extrema. ‘O que será que aconteceu?’, indagou-se sem conseguir sequer pensar em uma resposta.

“Nós não nos falamos direito durante essa semana e eu estava me perguntando quais seriam as novidades...” - Tomoyo começou, causando estranhamento em Sakura.

“E, quais são as suas novidades?” - questionou, vendo a corista rolar os olhos.

“Nada de especial, quais as suas?” - perguntou rapidamente, com um estranho brilho nos olhos.

“O que você quer saber?” - Sakura não estava entendendo onde a outra queria chegar.

Tomoyo suspirou pesadamente. Por que Sakura fingia não saber do que estava falando?

‘Será que ela não estava planejando me contar?’, perguntou-se, sentindo-se chateada. Decidiu lançar mais uma indireta.

“Como está sendo ficar no apartamento do Shaoran?” - viu Sakura sorrir e abaixar a cabeça.

“Está sendo ótimo! Muito divertido! A senhora Li é muito gentil comigo...” - falava sem olhar para a morena, então não pôde ver a expressão de desânimo no rosto dela. - “E estou descobrindo muitas coisas sobre Shaoran também... ele fica tão envergonhado quando ela começa a con...” - foi interrompida por Tomoyo que segurou suas mãos com olhos suplicantes.

“Não é disso que estou falando... eu quero saber sobre seu relacionamento com Shaoran...” - explicou, vendo Sakura arregalar os olhos.

Sakura abriu a boca para responder, mas a fechou imediatamente. Não queria mentir para Tomoyo, mas também não poderia contar a ela tudo o que acontecera. Tinha a impressão que a amiga não aceitaria aquilo muito bem...

“Sakura...” - chamou-a. Os olhos violáceos seriamente pousados sobre ela. - “Eu vi vocês ontem...” - disse, fazendo-a desviar o olhar. - “No telhado, antes do almoço...”.

“Tomoyo, eu...” - não conseguiu completar o que iria dizer, diante do olhar magoado da morena. - “Eu não queria contar nada antes de definir a situação... porque nós não estamos namorando...”.

“Como não, Sakura? Eu vi vocês se beijando...” - foi interrompida.

“Sim! Nós estávamos nos beijando, mas o Shaoran ainda está muito confuso com tudo isso... Tudo aconteceu muito rápido...” - explicava de maneira apressada, atropelando as palavras. - “Nós estamos dando um passo muito importante, mas não temos conversado sobre o que isso significa...”.

“Como não têm conversado?” - inquiriu incomodada. - “Isso não é uma brincadeira e ele sabe disso, não é?...” - prendeu a respiração diante da inércia de Sakura. - “Não me diga que ainda não contou a ele!”.

“Tomoyo, por favor, entenda...” - foi cortada.

“Eu não acredito nisso! Sakura, no que você está pensando?” - levou as mãos à cabeça. - “Se fosse um sentimento novo para você também e decidisse deixar rolar para ver no que dá, eu até entenderia, mas...”.

“Aí é que você se engana...” - Sakura a corrigiu. - “Tudo estaria muito mais complicado se eu não tivesse certeza do que sinto por ele...” - sorriu calmamente para a amiga. - “Eu sei bem como é difícil admitir para si mesma que um sentimento tão gentil se tornou intenso... tão forte que às vezes até machuca...” - apertou as mãos da outra garota de forma delicada. - “Eu ainda me lembro do turbilhão de emoções e da confusão que se sente... é por isso que não quero assustá-lo... não quero apressá-lo... Eu já esperei tanto, Tomoyo. Não quero empurrar meus sentimentos para ele e forçá-lo a aceitar...”.

“Você realmente compreende muito bem o que está fazendo, não é?” - suspirou resignada. - “Tudo bem... mas me conte, como foi que tudo começou?” - abriu um sorrisinho de lado, vendo Sakura dar risada.


Continua...


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Notas finais do capítulo

Aiya!
O que eu posso falar sobre esse capítulo? É um capítulo de transição, e traz informações importantes para o que vai acontecer a partir de agora... o.ò


A cobra parece estar ainda mais perigosa! E o Shaoran está muito confuso, coitado!! Dá até pena... o.ò Mas o que é incrível mesmo é o fato da Sakura conhecê-lo tão bem... Tão perceptiva que até assusta...


Acredito que, a partir de agora, Tomoyo sossega um pouco na animação... Tadinha... estava tão feliz por causa do suposto namoro dos amigos que parecia ter sido afetada por gás do riso... Deve ser engraçado ver a Tomoyo rir feito boba... XDD


Eu queria fazer uma observação sobre a tradução da música Groovy! que usei na cena da apresentação da Tomoyo, antes que alguém decida vir me corrigir... Eu utilizei “Canção de um novo Amor” ao invés de “Canção nova de amor” que seria a tradução correta do “Brand-new love song” da letra. Mas foi um trocadilho intencional que eu fiz porque combinava mais com o momento da cena. Shaoran se remoendo de ciúmes e tudo o mais... Ele está quase percebendo!


Traduzindo:

Ganbare - Boa sorte, esforce-se, dê o seu melhor. Essa expressão tem um sentido bem mais completo em japonês que qualquer outra em português, por isso acabei utilizando-a.


Sobre o capítulo, creio que seja só isso. Agora, quero muito agradecer a quem está acompanhando SDNEE: MUITÍSSIMO OBRIGADA!!!


Prometo me esforçar mais para que um atraso tão grande como esse não volte a acontecer.


Beijinhos. Ja matta kondo, nee!


Yoru. (10/12/2009, 13:15h).