Forever & Ever escrita por soulsbee


Capítulo 40
Encontro de mundos




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Uma tempestade assolava aquela floresta impiedosamente, como se tentasse criar o ambiente perfeito para o grand finale onde enfrentaria a morte, frente a frente, onde, talvez, eu sobrevivesse ou voltaria para o looping infinito desse maldito congênere.

Violet podia estar me atraindo para uma armadilha, não confiava nela ainda, apesar das longas conversas que tivemos nas ultimas horas, entretanto, essa era a única maneira de me aproximar da irmã malvada e acabar com ela de uma vez por todas.

Robert não aceitou de primeira o fato de sair com a loira, mesmo ele sendo “amigo” dela, entretanto, ele concordou em ficar longe o suficiente para não se machucar, mesmo que isso custasse minha vida, algo que ele não sabia.

– Não saia de perto – Violet pediu, andando sorrateiramente atrás de mim.

– Claro – respondi irônica murmurando alguns xingamentos silenciosamente.

A copa das arvores impedia que a chuva penetrasse na floresta violentamente, porém, não nos protegia das muitas gotas gélidas que escapavam e caiam em nosso rosto.

A terra estava se tornando uma lama muito escorregadia e era necessário agarrar nas arvores e ignorar o musgo verde e pegajoso de sua casa, caso quiséssemos nos manter de pé e não escorregar em algum barranco.

Alguns raios caiam próximo dali, fazendo um estrondo tão assustador que eu só conseguia me imaginar em quase todos os filmes de terror que eu vi até hoje, nessa curta existência, desse congênere, ao menos.

Violet tentava disfarçar, mas ela estava tão assustada quanto eu e, quando seu pé escorregou em uma pedra que estava em falso no chão, ela soltou um grunhido alto e se agarrou em meu braço, implorando internamente por sua vida.

Soltei uma leve risada e continuei seguindo mato a dentro, fazendo a trilha da campina onde tudo havia começado.

Podia sentir uma aura negra se aproximando de mim, pesarosa e assustadora, conforme a lua parava de iluminar o caminho, sendo coberta pela copa.

– Eu posso senti-la... – Violet sussurrou encarando atentamente qualquer ruído a nossa volta.

– É claro, seu radar – Debochei recendo uma fuzilada de olhar pelas costas. – Qual é, eu posso estar morrendo, mas meu senso de humor da vida não. – Revirei os olhos.

– Tem como levar algo a serio uma vez na vida? – Indagou andando pesado ao meu lado.

– Nah. – Respondi empurrando alguns galhos que bloqueavam a passagem.

Ouvi um barulho de galho se quebrando, e não foi de nenhum dos que eu havia tocado, à minha esquerda, atraindo totalmente minha atenção para o local, porém, estava escuro demais para enxergar qualquer coisa além das arvores e dos arbustos altos. Talvez fosse um animal, Deus queira que seja, caso o contrario, eu adoraria estar há quilômetros dali.

– Ouviu isso? – Sussurrei para Violet, agachando atrás de uma pedra.

– Sim, mas continue andando. – Pediu me seguindo.

– Isso não me parece na... – Antes que pudesse concluir a frase, pisei em uma pedra solta e escorreguei em uma pequena ribanceira, rolando violentamente contra alguns pedregulhos e galhos quebrados, parando apenas em sua base, com o rosto totalmente coberto de terra.

– Hayley! – Violet me chamou alto o suficiente para que eu a ouvisse e ninguém mais.

– Porra... – Murmurei sentando no chão, limpando todo barro do meu rosto e juntando o cabelo em um rabo de cavalo solta, apenas para tirar as folhas dele. – Violet? – Chamei-a, porém sem resposta.

Podia ver a campina dali, há poucos metros, com um acampamento recém montado e com uma fogueira acessa em seu centro, não sabia que as pessoas ainda acampavam ali, mesmo após o incidente, na verdade, eles haviam mudado de região justamente por nunca terem prendido o responsável pelo massacre.

Algo estava errado.

– Não vá muito longe! – Um homem na meia idade gritou para um rapaz que seguia do lado oposto da campina, com umas garrafas na mão – Cuidado com os bichos – Completou.

– Relaxa treinador. – Uma voz familiar respondeu.

– Não... – Resmunguei sentindo algumas lagrimas de ódio se formarem em meus olhos.

Conforme eu me aproximava do acampamento, algo que parecia durar uma eternidade, os alunos se afastaram, um a um, do centro, sendo iscas perfeitas para um assassino acabar com todos sem muita dificuldade.

Nem mesmo o treinador havia ficado no acampamento, ele saiu à procura de Jared que estava demorando em voltar com as garrafas de agua, entretanto, se ele tivesse esperado mais um minuto que fosse, encontraria o garoto regressando, procurando-o em todas as tendas até me acordar.

Como na historia original, ouvimos um barulho estranho e ele saiu para ver, enquanto eu o aguardava. Pouco tempo depois ouvi os gritos de um casal de amigos que estava voltando para a campina, depois de transarem em algum lugar afastado, provavelmente, levantei do colchonete e segui o som, deparando-me com o assassino vestido de preto.

O rapaz teve sua morte violenta, sua namorada presenciou e foi em seguida e eu simplesmente tropecei e cai, atraindo a atenção do monstro.

Tentei fugir, mas nada adiantava, ele se aproximava com aquela faca, prestes a me matar, quando Jared entrou na frente, recebendo-a em meu lugar.

Essa foi a primeira versão da historia.

Aproximei-me mais e então o corpo de Jared, inerte no chão, desapareceu, dando lugar ao meu corpo atirado no chão, pedindo ajuda para minha outra versão, como se os mundos tivessem se fundido distorcidos um no outro e aquele meu sonho fosse, na verdade, uma lembrança de outra vida dentro desse congênere.

Minha cabeça começou a latejar insuportavelmente e eu via muitas coisas, todos os pesadelos que tive, todas as vezes que eu pensei que não era nada além de uma lembrança distorcida dessa noite, era, na verdade, uma lembrança real de outras vezes que eu vivi esse ciclo finito, misturadas todas de uma só vez, mostrando como eu morreria e Jared também, não importava o que eu fizesse, nosso fim estava ali.

Não eram dois assassinos, como também não era um, mas era a mesma pessoa multiplicada pelas vezes que eu dei um looping e, com certeza, não foram poucas vezes que eu tentei quebrar esse ciclo.

– Era a garota que meu irmão amava! – Um deles gritou - Era irmã da garota que ele amava. – Outro disse em sequencia.

Tapei meus ouvidos com força, caminhando no meio daquele tumulto, sentindo uma ventania forte tomar conta do local, como se aquele fosse o centro enérgico do congênere, fundindo-se totalmente nas outras realidades que eu vivi, criando uma maciça bola negra no chão, separando as Hayley dos assassinos.

De repente, tudo se acalmou e desapareceu, em um piscar de olhos, voltando para a parte original da Matriz onde o assassino saboreava do desejo de matar Hayley após ter atingido Jared.

– Quantas vezes eu vou ver isso?! – Gritei socando uma arvore a minha esquerda, desejando apenas acordar dessa realidade destruidora ou morrer e nunca mais ser obrigada a vivê-la.

– O quanto eu quiser – Murmurou uma mulher ruiva de olhos azuis ao meu lado direito. – Olá, irmãzinha. – A garota sorriu maleficamente, empunhando uma adaga prata brilhante.

Fiquei inerte com nossa semelhança, ela poderia muito mais ser confundida como minha gêmea do que como a de Violet. Ela possuía, além dos olhos, cabelo e tom da pele, traços de mediador, iguais o meu, o tom de sua voz e até mesmo sua feição.

– Finalmente você apareceu – Disse despertando do transe, porém, muito assustada internamente – Achei que nunca sairia das sombras, morcego. – Provoquei me arrependendo, porém, era algo involuntário da minha parte.

– Achei que nunca fosse acabar com esse congênere. – Revirou os olhos – Demorou muito dessa vez, mas foi bom, agora eu posso por um fim nisso tudo e voltar pra Matriz.

– Então você morreu também? – Indaguei com um sorriso torto. – Alias, como posso te chamar além de puta?

– Chloe e infelizmente, pra você, não. – Respondeu com prazer – Tive que vim pra esse mundinho horrível para acabar com você.

– E porque não fez isso na Matriz? Eu estou em coma!

– Preciso fazer um ritual e, para isso, você precisa estar consciente. – Disse encostando a ponta do dedo na adaga.

Vi Violet esgueirando-se pelas arvores, esperando ficar próximo o suficiente de Chloe para saltar sobre ela.

– E se eu não falar? – Tentei fazer Chloe se focar em mim, enquanto Violet se aproximava. – Porque eu não to com vontade de falar.

– Você não tem que querer nada. – Replicou.

– Não é assim que as coisas funcionam – Violet se jogou contra a garota, levando as duas ao chão brutalmente.

Violet tentou acertar a garota com o canivete que tinha levado consigo, porém, Chloe era forte o suficiente para afastar as mãos de Violet e recuperar sua adaga no chão, levantando em direção a jugular de sua gêmea, posicionando-a a centímetros de seu pescoço, pronta para mata-la.


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Notas finais do capítulo

Demorei, desculpa. Esse é o penultimo, ou anti, capitulo antes de finalizar a primeira parte do Forever & Ever. Claro, vou reescrever, corrigir algumas (muitas) coisas e editar aqui no Nyah, como também postarei no Wattpad.
Ela vai ficar impecável e terá acréscimos de algumas coisas que eu senti falta e retirada de outras que foram desnecessárias. A leitura será mais dinâmica.

Enfim, ja estou escrevendo o proximo capitulo que será postado apenas no inicio de 2016.
Até a proxima.



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