Forever & Ever escrita por soulsbee
Notas iniciais do capítulo
As vezes, certas coisas precisam acontecer para que a história possa nos levar para o próximo capítulo de nossas vidas... E devemos aceitar essas mudanças, mesmo que elas nos façam sofrer.
A luz da minha casa começou a piscar freneticamente, algo que me despertou facilmente e me deixou completamente irritada, uma vez que odiava ser acordada por luzes e de uma maneira... Um tanto quanto, brusca.
- Tudo bem? – Robert perguntou preocupado no fundo do quarto.
- Ai meu Deus! – Gritei apavorada com sua presença inesperada no local.
- Desculpa... Mas as coisas vão mudar... – Disse com uma expressão de preocupado.
- Como assim? – Perguntei apavorada.
- Desça... – Disse e apontou para a porta do meu quarto.
Algo, não sei o que, parecia ter total controle das minhas pernas, pois, mesmo cansada, caminhei perfeitamente bem pelos corredores da minha casa até a ponta da escada. Olhei para baixo e reparei uma nevoa densa, igual a do banheiro da casa de Robert, e uma fraca luz ao fundo clareando minimamente o ambiente.
Sabia que não podia e que não deveria descer ali, sabia que era a maior ‘loucura’ que poderia fazer, mas desci os degraus, um a um como se não temesse nada, como se não visse nada e como se não sentisse nada... Apenas fui. Claro que, minha mente gritava coisas como “ Você enlouqueceu? Você vai sofrer!” Mas eu não conseguia evitar... Eu só descia e prosseguia...
A luz meio avermelhada passou a impressão de algum ritual – sim, foi o que pensei no momento – e no meio da nevoa pude ouvir um ruído baixo do vento passando com força na minha frente fazendo-me cruzar os braços na frente do meu corpo e tremer de frio.
Ao cair na real, notei que não estava mais na minha casa e sim naquela maldita floresta. Notei que a lua não iluminava mais o céu, pois a copa alta das arvores impedia, e notei que aquela luz era completamente distinta do resto do local. Olhei para trás e vi as escadas que havia descido estarem em ruínas em meio algumas arvores e um pequeno corredor com uma luz branca em sua frente. “ Macabro”.
Novamente, ao olhar para a frente e para a direção da luz, vi um homem alto completamente vestido de preto, com uma foice e com uma mascara branca que tinha um sorriso desenhado. Ouvi sua gargalhada alta destruindo o silencio do lugar e vindo diretamente para cima de mim como se ele estivesse ao meu lado.
- Você acha que pode fugir do que você é, mas eis que lhe digo: Seu futuro só será cada vez pior! – Disse com seu tom rouco e grave em meio as suas gargalhadas
Acordei atordoada com as lembranças vividas e intensas que tive durante a noite e com aquele pesadelo. Meu corpo estava tremulo, minha respiração falha e meu coração batendo forte. Queria entender que droga de sonho foi aquele e o que ele quis dizer com aquilo. Meu celular ainda estava em minhas mãos, mas os fones não. Fui desligar sua musica quando notei várias ligações perdidas de Robert e antes que pudesse retorná-las ouvi algumas batidas fracas na minha janela, eram pequenos pedregulhos sendo jogados nela.
Levantei-me da cama e cambaleei até ela ainda pensando naquele sonho que tive. Esfreguei meus olhos com força e olhei para baixo procurando alguém, mas estava muito escuro e não existia nenhuma luz acessa nas proximidades que pudesse me ajudar. Vi um rápido vulto se mexer destacando-se no meio das sombras.
- Psiu, Hay! – Sussurrou alto uma pessoa que não consegui ver devido a escuridão.
- Vai embora! - Gritei e corri para debaixo das minhas cobertas como uma criança de 5 anos com medo do escuro ou com medo do armário.
- É o Jared, me deixa entrar! – Sussurrou ainda mais alto.
- O que você quer? – Perguntei da cama irritada com sua presença, mas um tanto quanto aliviada.
- Conversar... – Pediu.
Sai do meu quarto e desci as escadas completamente apreensiva, pois me lembrei do meu pesadelo e do que havia acontecido quando cheguei no ultimo degrau, mas, por minha sorte, a casa ainda estava ali, não haviam neblinas, nem luzes, arvores ou aquele homem. Só a mobília e o silencio.
Abri a porta da sala, senti uma forte rajada de vento frio bater no meu rosto. Jared entrou sem dizer nada e se sentou no sofá completamente encolhido devido ao frio que estava do lado de fora.
- O que você quer? – Perguntei impaciente enquanto batia o pé freneticamente no assoalho de madeira.
- Primeiro, quero que você pare de fazer isso – Pediu.
- Ta, prossiga – Sentei-me ao seu lado e o encarei. Ainda impaciente, comecei a bater os dedos em minha perna.
- Por que você fica assim comigo? – Perguntou desanimado. – Lembra aquele dia na praia...? Quando te vi depois de tanto tempo...?
- Sim. O que tem? – Perguntei grossa.
- Estávamos indo tão bem... Digo... Você agiu de uma maneira estranha comigo no começo, mas depois ficou tão mais solta... e então, sei lá, parece que você viu algo e ficou completamente esquisita... O que aconteceu? - Notei que ele estava tentando entender o que havia acontecido.
Para ser sincera, nem me lembro direito daquele dia... Lembro-me apenas de quase ter beijado Robert no meio da praia, mas fui interrompida por Jared e depois fomos dar uma volta por ai apenas para jogar conversa fora e lembrar de algumas coisas de 2010... Lembranças que me cortaram por dentro e me deixaram com uma saudade irreparável daqueles poucos meses na escola e dos jogos de vôlei que tínhamos 3 vezes por semana durante as tardes... Saudades de quando eu não fazia nada com nada com as minhas amigas e zoavamos o amigo de Robert, Jared que, na época, não conversava com quase ninguém. Sim... Por incrível que pareça, eles já foram melhores amigos... Mas, de uns tempos para cá, começaram a passar por muitos desentendimentos e então aconteceu o negocio no acampamento o que piorou ainda mais a relação entre eles...
- Hello? Terra chamando Hayley, terra chamando Hayley – Disse enquanto balançava sua destra sobre os meus olhos.
- Para de ser besta – Sorri e empurrei sua mão para longe.
- Você poderia parar de ir para o mundo da lua com tanta freqüência - Disse com um lindo sorriso torto no rosto que exibiu suas covinhas.
- Só... Estava me... lembrando – Disse muito pausadamente, pois fiquei desnorteada com seu sorriso e, conseqüentemente, lembrei-me da forma como ficava quando via isso a algum tempo atrás.
- Do que?
- De como as coisas eram antes de todos brigarem... Sabe? Os jogos de vôlei... – Suspirei com a lembrança
- É... também sinto falta... Hoje em dia, Robert me olha como se quisesse me matar e você fica toda esquisita... – Suspirou em desabafo.
- Desculpa é que eu me lembro do acampamento e da forma como tudo acabou...
- Sim, sei que é difícil pra você... e sinto muito por você não se lembrar de nada... Mas não matei ninguém, também fui vitima.
- Pelo menos, é o que a lei diz... – Murmurei alto.
- Qual é? Vai jogar na cara também? – Reclamou ofendido.
- O que? Você não diz onde esteve!
- Por que Robert fez aquilo com você...? Parecia que vocês discutiram... – Perguntou tentando mudar de assunto.
- Você estava me observando? – Fiquei ainda mais nervosa.
- Ia falar contigo, mas ele estava parado na sua porta e quando estava indo embora a vi chegando e acabei vendo tudo aquilo... – Admitiu.
- Aham, acredito e você ficou até agora aqui esperando para falar comigo? – Era evidente e ironia e raiva em minha voz.
- Não, fui embora e ai acabei sendo torturado por minha mente e forçado a voltar para saber se você estava bem...
- Onde você esteve? – Perguntei novamente separando as silabas para que ele entendesse que eu realmente queria saber aquilo.
- Perdido no meio da floresta. – Disse.
- Sei.
- Olhe, estou tentando ser seu amigo de novo e não quero falar sobre aquilo, ta bem? – Tentou por fim na discussão, mas ele ainda mantinha o mesmo tom alterado e ofendido.
- Tudo bem... – Murmurei tentando dar-lhe uma chance, mas sei que não voltaria a confiar nele 100% igual era antigamente.
- Deraj – Disse seu nome ao contrario.
- Da um tempo vai – Revirou os olhos – Yelyah – Revidou falando o meu ao contrario também.
- Ah qual é? O seu é menos pior que o meu – Sorri e dei-lhe um leve chute na canela.
- Saudades – Murmurou enquanto sorria. Seu olhar ficou distante como se ele tivesse sendo transportado para aquela época.
- Hey, agora é você quem está indo para o mundo da lua.
- Mas eu não fico com uma cara escrota quando faço isso.
- Como assim? – Perguntei.
- Você meio que faz uma careta... Tipo assim... – Ele franziu o cenho, semicerrou o olhar e fez um pequeno bico com seus lábios.
- Se mata – Revirei os olhos e cruzei os braços.
- To brincando, você fica só sem reação, mas, mesmo assim, continua linda – Sorriu meio sem jeito.
- Ainda to de mal contigo – Continuei com os braços cruzados parecendo uma criança quando não recebe o que quer.
Ele veio para cima de mim e começou a fazer cócegas nas minhas costelas atingindo meu ponto fraco e fazendo-me lançar para a frente e me debater na tentativa de afastá-lo de mim. Meu corpo estava completamente preso embaixo do dele e ele não parava de fazer cócegas em mim. Rimos juntos por muito tempo até que ele fraquejou um pouco dando-me uma pequena brecha para tira-lo de cima de mim. Chutei sua virilha e ele quase desmontou sobre mim pressionando-me ainda mais contra o chão. Seu rosto ficou a centímetros do meu e pude sentir sua respiração contra meu rosto. Ele estava se levantando quando a porta se abriu violentamente.
- É por isso que não me atendeu – Robert disse rangendo os dentes e fechou as mãos em fortes punhos.
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É isso, por hoje é só e o próximo só no final da semana que vem (: