Forever & Ever escrita por soulsbee


Capítulo 15
O tempo transforma cada um de nós


Notas iniciais do capítulo

As vezes, certas coisas precisam acontecer para que a história possa nos levar para o próximo capítulo de nossas vidas... E devemos aceitar essas mudanças, mesmo que elas nos façam sofrer.



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                A luz da minha casa começou a piscar freneticamente, algo que me despertou facilmente e me deixou completamente irritada, uma vez que odiava ser acordada por luzes e de uma maneira... Um tanto quanto, brusca.

                - Tudo bem? – Robert perguntou preocupado no fundo do quarto.

                - Ai meu Deus! – Gritei apavorada com sua presença inesperada no local.

                -  Desculpa... Mas as coisas vão mudar... – Disse com uma expressão de preocupado.

                - Como assim? – Perguntei apavorada.

                - Desça... – Disse e apontou para a porta do meu quarto.

                Algo, não sei o que, parecia ter total controle das minhas pernas, pois, mesmo cansada, caminhei perfeitamente bem pelos corredores da minha casa até a ponta da escada. Olhei para baixo e reparei uma nevoa densa, igual a do banheiro da casa de Robert, e uma fraca luz ao fundo clareando minimamente o ambiente.

                Sabia que não podia e que não deveria descer ali, sabia que era a maior ‘loucura’ que poderia fazer, mas desci os degraus, um a um como se não temesse nada, como se não visse nada e como se não sentisse nada... Apenas fui. Claro que, minha mente gritava coisas como “ Você enlouqueceu? Você vai sofrer!” Mas eu não conseguia evitar... Eu só descia e prosseguia...

                A luz meio avermelhada passou a impressão de algum ritual – sim, foi o que pensei no momento – e no meio da nevoa pude ouvir um ruído baixo do vento passando com força na minha frente fazendo-me cruzar os braços na frente do meu corpo e tremer de frio.

                Ao cair na real, notei que não estava mais na minha casa e sim naquela maldita floresta. Notei que a lua não iluminava mais o céu, pois a copa alta das arvores impedia, e notei que aquela luz era completamente distinta do resto do local. Olhei para trás e vi as escadas que havia descido estarem em ruínas em meio algumas arvores e um pequeno corredor com uma luz branca em sua frente. “ Macabro”.

                Novamente, ao olhar para a frente e para a direção da luz, vi um homem alto completamente vestido de preto, com uma foice e com uma mascara branca que tinha um sorriso desenhado. Ouvi sua gargalhada alta destruindo o silencio do lugar e vindo diretamente para cima de mim como se ele estivesse ao meu lado.

                - Você acha que pode fugir do que você é, mas eis que lhe digo: Seu futuro só será cada vez pior! – Disse com seu tom rouco e grave em meio as suas gargalhadas

                Acordei atordoada com as lembranças vividas e intensas que tive durante a noite e com aquele pesadelo. Meu corpo estava tremulo, minha respiração falha e meu coração batendo forte. Queria entender que droga de sonho foi aquele e o que ele quis dizer com aquilo. Meu celular ainda estava em minhas mãos, mas os fones não. Fui desligar sua musica quando notei várias ligações perdidas de Robert e antes que pudesse retorná-las ouvi algumas batidas fracas na minha janela, eram pequenos pedregulhos sendo jogados nela.

Levantei-me da cama e cambaleei até ela ainda pensando naquele sonho que tive. Esfreguei meus olhos com força e olhei para baixo procurando alguém, mas estava muito escuro e não existia nenhuma luz acessa nas proximidades que pudesse me ajudar. Vi um rápido vulto se mexer destacando-se no meio das sombras.

- Psiu, Hay! – Sussurrou alto uma pessoa que não consegui ver devido a escuridão.

- Vai embora!  - Gritei e corri para debaixo das minhas cobertas como uma criança de 5 anos com medo do escuro ou com medo do armário.

- É o Jared, me deixa entrar! – Sussurrou ainda mais alto.

- O que você quer? – Perguntei da cama irritada com sua presença, mas um tanto quanto aliviada.

- Conversar... – Pediu.

Sai do meu quarto e desci as escadas completamente apreensiva, pois me lembrei do meu pesadelo e do que havia acontecido quando cheguei no ultimo degrau, mas, por minha sorte, a casa ainda estava ali, não haviam neblinas, nem luzes, arvores ou aquele homem. Só a mobília e o silencio.

Abri a porta da sala, senti uma forte rajada de vento frio bater no meu rosto. Jared entrou sem dizer nada e se sentou no sofá completamente encolhido devido ao frio que estava do lado de fora.

- O que você quer? – Perguntei impaciente enquanto batia o pé freneticamente no assoalho de madeira.

- Primeiro, quero que você pare de fazer isso – Pediu.

- Ta, prossiga – Sentei-me ao seu lado e o encarei. Ainda impaciente, comecei a bater os dedos em minha perna.

- Por que você fica assim comigo? – Perguntou desanimado. – Lembra aquele dia na praia...? Quando te vi depois de tanto tempo...?

- Sim. O que tem? – Perguntei grossa.

- Estávamos indo tão bem... Digo... Você agiu de uma maneira estranha comigo no começo, mas depois ficou tão mais solta... e então, sei lá, parece que você viu algo e ficou completamente esquisita... O que aconteceu? - Notei que ele estava tentando entender o que havia acontecido.

Para ser sincera, nem me lembro direito daquele dia... Lembro-me apenas de quase ter beijado Robert no meio da praia, mas fui interrompida por Jared e depois fomos dar uma volta por ai apenas para jogar conversa fora e lembrar de algumas coisas de 2010... Lembranças que me cortaram por dentro e me deixaram com uma saudade irreparável daqueles poucos meses na escola e dos jogos de vôlei que tínhamos 3 vezes por semana durante as tardes... Saudades de quando eu não fazia nada com nada com as minhas amigas e zoavamos o amigo de Robert, Jared que,  na época, não  conversava com quase ninguém.  Sim... Por incrível que pareça, eles já foram melhores amigos... Mas, de uns tempos para cá, começaram a passar por muitos desentendimentos e então aconteceu o negocio no acampamento o que piorou ainda mais a relação entre eles...

- Hello? Terra chamando Hayley, terra chamando Hayley – Disse enquanto balançava sua destra sobre os meus olhos.

- Para de ser besta – Sorri e empurrei sua mão para longe.

- Você poderia parar de ir para o mundo da lua com tanta freqüência  - Disse com um lindo sorriso torto no rosto que exibiu suas covinhas.

- Só... Estava me... lembrando – Disse muito pausadamente, pois fiquei desnorteada com seu sorriso e, conseqüentemente, lembrei-me da forma como ficava quando via isso a algum tempo atrás.

- Do  que?

- De como as coisas eram antes de todos brigarem... Sabe? Os jogos de vôlei... – Suspirei com a lembrança

- É... também sinto falta... Hoje em dia, Robert me olha como se quisesse me matar e você fica toda esquisita... – Suspirou em desabafo.

- Desculpa é que eu me lembro do acampamento e da forma como tudo acabou...

- Sim, sei que é difícil pra você... e sinto muito por você não se lembrar de nada...  Mas não matei ninguém, também fui vitima.

- Pelo menos, é o que a lei diz... – Murmurei alto.

- Qual é? Vai jogar na cara também? – Reclamou ofendido.

- O que? Você não diz onde esteve!

- Por que Robert fez aquilo com você...? Parecia que vocês discutiram... – Perguntou tentando mudar de assunto.

- Você estava me observando? – Fiquei ainda mais nervosa.

 - Ia falar contigo, mas ele estava parado na sua porta e quando estava indo embora a vi chegando e acabei vendo tudo aquilo... – Admitiu.

- Aham, acredito e você ficou até agora aqui esperando para falar comigo? – Era evidente e ironia e raiva em minha voz.

- Não, fui embora e ai acabei sendo torturado por minha mente e forçado a voltar para saber se você estava bem...

- Onde você esteve? – Perguntei novamente separando as silabas para que ele entendesse que eu realmente queria saber aquilo.

- Perdido no meio da floresta. – Disse.

- Sei.

- Olhe, estou tentando ser seu amigo de novo e não quero falar sobre aquilo, ta bem? – Tentou por fim na discussão, mas ele ainda mantinha o mesmo tom alterado e ofendido.

- Tudo bem... – Murmurei tentando dar-lhe uma chance, mas sei que não voltaria a confiar nele 100% igual era antigamente.

- Deraj – Disse seu nome ao contrario.

- Da um tempo vai – Revirou os olhos – Yelyah – Revidou falando o meu ao contrario também.

- Ah qual é? O seu é menos pior que o meu – Sorri e dei-lhe um leve chute na canela.

- Saudades – Murmurou enquanto sorria. Seu olhar ficou distante como se ele tivesse sendo transportado para aquela época.

- Hey, agora é você quem está indo para o mundo da lua.

- Mas eu não fico com uma cara escrota quando faço isso.

- Como assim? – Perguntei.

- Você meio que faz uma careta... Tipo assim... – Ele franziu o cenho, semicerrou o olhar e fez um pequeno bico com seus lábios.

- Se mata – Revirei os olhos e cruzei os braços.

- To brincando, você fica só sem reação, mas, mesmo assim, continua linda – Sorriu meio sem jeito.

- Ainda to de mal contigo – Continuei com os braços cruzados parecendo uma criança quando não recebe o que quer.

                Ele veio para cima de mim e começou a fazer cócegas nas minhas costelas atingindo meu ponto fraco e fazendo-me lançar para a frente e me debater na tentativa de afastá-lo de mim. Meu corpo estava completamente preso embaixo do dele e ele não parava de fazer cócegas em mim. Rimos juntos por muito tempo até que ele fraquejou um pouco dando-me uma pequena brecha para tira-lo de cima de mim. Chutei sua virilha e ele quase desmontou sobre mim  pressionando-me ainda mais contra o chão. Seu rosto ficou a centímetros do meu  e pude sentir sua respiração contra meu rosto. Ele estava se levantando quando a porta se abriu violentamente.

                - É por isso que não me atendeu – Robert disse rangendo os dentes e fechou as mãos em fortes punhos.

             


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Notas finais do capítulo

É isso, por hoje é só e o próximo só no final da semana que vem (:



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