POV Elena

– Vamos Stefan! Você da conta.

– Elena, eu nunca fiz isso em toda a minha eternidade.

– Mas é fácil meu amor. Só precisamos encaixar nossos corpos e ir para frente e para trás e algumas vezes para o lado controlando os movimentos para não ser nem muito rápidos e nem muito lento. – Mordi meu lábio e arqueei uma sobrancelha desafiando-o. – Vai me dizer que não dá conta de fazer isso?

Ele deu um sorriso extremamente sexy e me agarrou pela cintura encaixando nossos corpos e me fazendo suspirar de surpresa. Sua boca foi para o meu ouvido onde ele sussurrou:

– É claro que eu dou conta.

E assim começaram os movimentos lentos. Lentos até de mais.

– Stefan! – Repreendi-o fazendo um muxoxo. – Também não é para ser tão devagar.

– Você é mesmo uma coisinha mandona, hein?

E assim ele começou a se movimentar no ritmo ideal, me fazendo rir.

– Finalmente! Achei que vocês dois nunca iam aprender. Eu e Katherine já rodamos todo esse salão e vocês não saíram do lugar. – Damon rodopiava com Katherine ao nosso redor com uma expressão de deboche, enquanto minha irmã ria tentando acompanhar seus passos.

– Cada um tem facilidade com uma coisa e definitivamente dança não é a minha praia. – Stefan me puxou em seus braços de novo e recomeçou os passos suaves da nossa valsa enquanto respondia Damon. – Eu só estou aprendendo isso para não passar vergonha no meu próprio casamento.

– Não adianta irmãozinho, já que os padrinhos vão dançar melhor que os noivos. – Meu cunhado provocou.

Em uma atitude totalmente ousada e inesperada, Stefan me movimentou com seus braços e depois me inclinou fazendo com que meu cabelo que estava solto tocasse o chão. Trazendo-me de volta a posição normal, ele respondeu.

– Isso é o que nós vamos ver. – Um grande sorriso travesso atravessou seu rosto.

– Ok, ok. – Respondi arquejando e com o coração batendo rápido por causa do susto do movimento que Stefan havia feito. – Vamos fazer uma pequena pausa para descansar.

Katherine fez uma careta.

– Elena, eu vou ter que sair agora com Damon, porque o padrinho esqueceu-se de comprar o presente dos noivos. – Ela deu um tapa no ombro de Damon que se encolheu e correu em direção a porta.

– Memória não é uma das minhas facilidades! – Ele gritou imitando o que Stefan havia dito.

Assenti rindo e Katherine seguiu Damon, jogando beijos para nós.

– Vejo vocês amanhã no altar. – Ela piscou e saiu.

– Enfim sós. – Stefan passou os braços por minha cintura e me observava com um sorriso brincalhão.

– É, mas já temos o que fazer. – Respondi passando o braço por seus ombros e esticando o outro braço.

Ele colocou sua mão na minha e juntos começamos a rodar pelo salão em perfeita sincronia.

– Muito bem, Senhor Salvatore! – Murmurei apreciativa.

– Obrigada futura Senhora Salvatore. – Stefan riu. – Você sabe, se há dois anos antes de eu aparecer na Terra como seu psicólogo, me dissessem que eu estaria agora dançando a valsa para o meu casamento, eu não acreditaria.

– Para você ver como o futuro é imprevisível. – Respondi sorrindo.

– Com certeza, mas eu não posso reclamar; o futuro tem sido muito generoso comigo. – Se aproximando mais de mim, ele fechou os olhos e colou nossas testas enquanto nos movíamos em um ritmo lento e de mãos dadas.

– Eu também não tenho do que reclamar; recebi uma segunda chance de Deus, conclui minha faculdade, encontrei o amor da minha eternidade e agora vou me casar com ele. O que mais eu poderia querer?

– Filhos, talvez.

Afastei um pouco nossos corpos de modo em que eu pudesse olhar em seus olhos.

– Sério?

– Claro que sim. Não por agora, pois temos muitas coisas para fazermos juntos, mas daqui a alguns anos, por que não?

– Um passo de cada vez, Senhor Salvatore! – Falei rindo.

Stefan deu uma longa risada também.

– Certo. Um passo de cada vez. – Ele olhou seu relógio. – Eu preciso ir. Hoje é a última prova do terno.

Soltei suas mãos.

– Oh, por favor! Vá então. Eu não quero meu noivo mau trapilho em nosso próprio casamento. – Dei uma risadinha.

– Eu estava pensando em aparecer só de cueca, meia e gravata! – Ele fez uma expressão de surpresa falsa.

– Vá assim e você não terá uma noiva. – Respondi puxando-o para perto de mim pela lapela de sua jaqueta. – Isso é sério.

– Ok, mandonazinha! Até amanhã.

Stefan me deu um selinho rápido e se virou para ir embora, mas eu o puxei de volta dando-lhe um beijo longo e intenso.

– Agora sim ‘até amanhã’. – Sorri virando-o de volta para a direção da porta e dando um tapa de leve em seu bumbum. – Te vejo na igreja amanhã, senhor Salvatore e acho bom estar com seu terno e alguns maravilhosos passos de valsa ensaiados.

Ele parou me olhando de costas, colocando seus óculos escuros e dando um sorriso torto. Deus, como meu noivo podia ser tão sexy?

– Espero te encontrar amanhã de branco e segurando um buquê, futura senhora Salvatore.

Abaixando os óculos e olhando para mim, Stefan deu uma piscadinha e saiu, deixando-me sorrindo feito uma boba, enquanto arrumava alguns detalhes da decoração.

Com toda a certeza absoluta aqueles dois últimos anos tinham sido os melhores da minha existência e eu ainda tinha a sensação de que o melhor estava por vir.

“ Você vai se casar amanhã Elena Gilbert, com o amor da sua vida! “

Uma partezinha de minha consciência comemorava incessantemente.

Sim, amanhã começa uma nova fase. Amanhã não será mais Elena Gilbert, mas Elena Salvatore.

**

POV Stefan

– Ok Stefan, já pode parar. – Klaus me segurava pelos ombros me impedindo de continuar a caminhar de um lado para o outro no altar da igreja de Mystic Falls. – Essa sua andança já está me dando nos nervos.

– Eu nem sei mais o que são nervos, Klaus. E se ela não quiser mais vir? – Questionei sentindo o pavor se propagar em meu estômago.

– Não seja bobo, irmão! Vocês estavam ensaiando sua valsa ontem, o poderia fazê-la desistir? – Damon me repreendia enquanto tomava seu lugar de padrinho ao lado de Klaus.

– Ai está você todo elegante e lindo! – Caroline subiu apressadamente as escadas do altar com seu vestido azul esvoaçante e me deu um abraço rápido. – Quem diria Stefan! – Ela falava enquanto ajeitava minha gravata. – Agora vai ser um homem de família de verdade. – Caroline segurou meu rosto em suas mãos e seus olhos brilhavam com lágrimas não derramadas. – Eu estou muito feliz por você, meu amigo! Você merece tudo de melhor.

Lágrimas ameaçaram surgir em meus olhos e eu limpei minha garganta tentando encontrar a voz enquanto abraçava Caroline novamente.

– Obrigado Car! Eu amo você.

– Não querendo ser chata, mas já sendo, acho melhor vocês assumirem seus lugares porque a noiva já chegou. – Katherine anunciou tomando o braço de Damon.

Um arrepio profundo desceu por toda a minha coluna enquanto encarava Caroline me dando seu sorriso encorajador e logo posicionando ao lado de Klaus.

Virei-me em direção a porta da igreja no mesmo instante em que a marcha nupcial começou a ecoar e como em uma visão do paraíso, eu vi o anjo mais belo de todos surgir em seu simples, mas perfeito vestido branco, tomara que caia de renda. Seu véu era longo e claro, como se demonstrasse sua pureza e cobria seu rosto onde havia o sorriso mais genuíno e inocente que eu já havia visto. Seus olhos se encontraram com os meus e o seu sorriso aumentou ainda mais enquanto um leve rubor se estendia por suas bochechas. Naquele momento não havia mais ninguém ali, a não ser ela. Era como se todo o resto do mundo houvesse sido deixado de lado e nós estivéssemos em nossa própria bolha. Senti meu coração se inchar dentro de mim, mas isso não causava dor, muito pelo contrário, causava felicidade, pois ele se inchava de amor por aquela mulher pela qual muitas vezes eu havia chorado e sofrido. Agora mais do que nunca eu sabia a sua importância na minha existência.

Depois de mais alguns passos ao lado de seu pai, ela parou em minha frente com os olhos marejados de lagrimas e o senhor Gilbert beijou sua mão e apertou a minha, deixando-nos nos encarando. Levantei o véu do seu rosto e beijei-lhe a testa demoradamente enquanto ela segurava minhas mãos e as apertavam sutilmente. Voltei a olhar em seus olhos e sussurrei: “Eu amo você”, Elena sorriu novamente e sussurrou de volta “Como eu amo você”.

**

POV Elena

A cerimônia e a festa seguiram rápidas e quando menos esperávamos, já estávamos sozinhos na casa onde a partir daquele dia moraríamos.

Ainda com o vestido de noiva, entrei em nosso quarto tentando controlar minha respiração. Nós já tínhamos feito sexo, mas naquela ocasião eu me sentia extremamente tímida. Stefan que já estava só com a camisa e a calça de seu terno, saiu do banheiro me assustando. Ele riu e parou de frente a mim me observando.

– Hey! O que foi? – Stefan perguntou erguendo levemente meu rosto para olhá-lo nos olhos.

– Eu não sei. – Dei um sorrisinho torto e fraco. – Me sinto tímida hoje.

Ele sorriu e me virou devagar para assim ficarmos de frente a um grande espelho que tinha ali. Meu reflexo me encarava confusa, enquanto o reflexo de Stefan me olhava com admiração. Ele me puxou para mais perto de si, fazendo com que minhas costas tocassem seu abdômen. Suas mãos foram para meus ombros e sua boca se aproximou de meu ouvido enquanto ele ainda nos olhava no espelho.

– Você não tem noção de como você está magnifica, não é? – Ele sussurrou. – Você é tão perfeita, meu amor!

Fechei meus olhos sentindo minha pele arrepiar ao som de sua voz e ao sentir ele tirar carinhosamente os grampos que prendiam meu cabelo, que caiu onduladamente por sobre o meu colo. Ouvi a respiração de Stefan falhar. Seus dedos começaram a trabalhar nos botões que prendiam meu vestido, enquanto ele depositava beijos por todo meu pescoço e nuca. Minha timidez e raciocínio já estavam se perdendo e meu sangue já corria quente por minhas veias. Um gemido de apreciação saiu da garganta de Stefan ao me puxar pela mão, de frente para ele para que eu saísse do vestido ficando só de calcinha e sutiã perante meu marido. Novamente a vergonha invadia meus sentidos e automaticamente abaixei a cabeça.

– Tão linda. – Stefan beijou minha testa e depois roçou vagarosamente seus lábios nos meus. – E agora minha esposa. – Ele murmurou.

Não aguentando mais a distância, puxei seu rosto com uma mão para poder beijá-lo enquanto a outra travava uma batalha contra os botões de sua camisa. O beijo era intenso e enlouquecedor, mas nenhum dos dois parecia querer se afastar um do outro e depois de alguns minutos e já sem paciência com os botões da camisa que teimavam em não abrir, eu puxei todos de uma vez, fazendo com que alguns voassem pelo quarto, mas o objetivo tinha sido alcançado: a camisa estava no chão. Stefan interrompeu o beijo por falta de oxigênio, mas eu investi meus beijos em seu pescoço e orelha.

– Elena. – Ele tentou falar, porém saiu mais como um gemido.

– Hmm. – Respondi de forma incoerente.

– Por favor, pr-preste atenção.

Levantei o olhar confusa para seu rosto e pude ver o tanto de autocontrole ele estava usando naquele momento. Seus olhos queimavam e sua respiração era difícil, mas mesmo assim ele me olhava de forma solene, como se fosse fazer o mais importante dos comunicados. Passando os braços ao redor de minha cintura, acariciando ritmicamente ali e com os lábios a milímetros dos meus, Stefan começou a falar.

– Você é linda, perfeita e maravilhosa fisicamente, capaz de enlouquecer até o mais controlado dos homens e o mais fraco dos anjos.

Suas mãos passearam suavemente por minha cintura.

– Seu corpo foi feito sob medida e eu amo a maneira como ele se encaixa perfeitamente mim.

Ele se afastou um pouco enquanto roçava vagarosamente meus lábios com o seu polegar.

– Eu amo o que sai daqui e como ela faz eu me sentir o cara mais sortudo e especial do mundo.

Stefan se inclinou sobre mim novamente agora roçando o nariz no meu pescoço e cabelo me fazendo arrepiar completamente.

– Eu amo o seu cheiro, que me persegue mesmo quando eu estou longe de você e até em meus sonhos. – Murmurou roucamente e baixinho em meu ouvido. – E mais do que tudo, - nossos narizes se tocavam, mas ele olhou para baixo e colocou a mão sobre o meu coração. – eu amo o fato de estar ai dentro. Ser amado por você era tudo o que eu sempre quis e você não pode imaginar o quanto me fez feliz ao dizer “sim” perante o padre, a sua família e nossos amigos. Eu sei que seu amor por mim é grande, mas ele não supera o que eu sinto por você. Eu te amo de todas as formas e maneiras possíveis, Elena Salvatore, e nossas almas podem se perder novamente, ou pode se passar milênios, você vai ser a única que eu vou amar eternamente.

Lágrimas escorriam meu rosto e eu não conseguia pensar em mais nada. Atirando meus braços em volta de seu pescoço, eu puxei-o para um beijo intenso, porém doce. Aquele tinha que ser o momento mais incrível da minha vida. Ouvir aquela declaração de Stefan só sustentava a minha ideia de que ele era a melhor escolha que eu já havia feito e a felicidade e o amor que eu sentia irradiar por mim naquele instante era imensurável. Não importava o que havíamos passado, ou o que poderíamos passar. Não importava eu me sentir estranhamente tímida naquele momento em sua frente. Nada além do nosso amor fazia sentido e desde que estivéssemos juntos, ninguém poderia estragar nossa felicidade.

Stefan foi me empurrando devagar em direção a nossa cama e quando eu senti-a atrás de mim, me empurrando com um pouco mais de força, fez-me cair deitada. Seu corpo já estava sobre o meu, e ele segurava nossas mãos unidas ao lado de minha cabeça enquanto beijava meu colo, arrancando gemidos meus. Sua boca subiu para meu pescoço mordendo de leve.

– Eu te amo, Stefan. Para sempre. – Sussurrei baixinho, mas com convicção em seu ouvido.

Ele levantou o rosto e me fitou de forma confusa, porém intensa e até feliz.

– Eu te amo Elena, meu amor. Para todo o sempre.

Stefan me beijou apaixonadamente e eu me rendi a intensidade de nossos sentimentos, conseguindo pensar somente nas promessas e palavras de um futuro bom.