Between Heaven And Hell escrita por Ariany


Capítulo 22
Capítulo 18 - Ops...




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POV Stefan

– E esse foi o motivo de eu ter sumido ontem. – Conclui a minha ‘super mentira’ para Elena, que me encarava com uma sobrancelha arqueada e com a cara de quem não tinha acreditado muito na minha história.

– Então quer dizer que você tinha ido a Denver e seu carro quebrou no meio da estrada, onde não tinha nenhum sinal e você demorou o dia inteiro para conseguir uma carona e um guincho para o carro?

– Sim. – Assenti concordando com a mentira.

– Bem, isso pode ser considerado um baita dia azarado, então.

– Pode ter certeza que foi.

– E por que Caroline também sumiu o dia todo?

Fiz uma careta.

– Bem, ai eu já não posso te dizer, morena. Eu estava fora, lembra? Ela não foi à faculdade? – Perguntei com minha melhor cara de inocente.

– Não, e também não atendia o celular. – Elena respondeu jogando pedrinhas na água da cachoeira onde estávamos sentados nas pedras.

– Acho que vou ter que interroga-la quando chegar em casa, então. Mas e você, o que fez ontem?

– Nada de mais. Eu e Bonnie fugimos da última aula e fomos ao cinema com Matt.

– Hmmm. Você anda bastante com o Matt, hein? – Disse um pouco enciumado.

Elena olhou para mim e começou a rir.

– Você está com ciúmes, Dr. Salvatore?

– Eu? Com ciúmes? Claro que não. – Senti meu rosto começar a fica corado.

Ela deu uma risada infantil e se jogou contra mim, fazendo com que eu acabasse deitado na pedra com ela em cima de meu corpo. Seu rosto estava a centímetros do meu e seus olhos eram intensos, revelando uma paixão crua que dominava a atmosfera a nossa volta.

– Ah Doutor, eu acho que está com ciúmes sim. – Elena riu novamente e me deu um beijo rápido. – O que eu vou fazer com você? – Sussurrou em meu ouvido.

Sua boca percorria o caminho abaixo da minha orelha até o meu pescoço aonde ela mordiscava de leve, fazendo com que gemidos baixinhos de aprovação escapassem de meus lábios. Colocou seu indicador em meus lábios enquanto continuava a tortura em meu pescoço, e depois desceu a mão para meu abdômen, onde passava a mão de leve, porém arranhava com certa força. Ter seu corpo tão colado ao meu, sentir seu cheiro tão próximo de mim, e sentir sua boca me torturando em meu pescoço, me causavam arrepios e me deixavam totalmente embriagado.

– E-Elena. – Seu nome saiu mais como um gemido. – Não me torture assim.

Ela levantou a cabeça com os lábios fazendo um muxoxo.

– Não me olhe assim. – Sorri passando o polegar levemente em sua boca.

– Doutor, você sabe como estragar um clima. – Elena respondeu com uma falsa expressão de reprovação, enquanto se levanta e ficava de pé do meu lado.

– Eu? – Levantei-me também e passei os braços em volta de sua cintura.

– Sim, você. Só porque eu estava gostando de te torturar.

– Bem, então eu acho melhor a gente voltar ao ‘clima’ em outro lugar, para você voltar a me torturar. – Respondi baixinho perto de seu ouvido.

Ela se afastou um pouco e me olhou enquanto um sorriso travesso surgia em seu rosto.

– Acho que você vai ter que me pegar primeiro.

E dizendo isso, Elena se desvencilhou dos meus braços e saiu correndo e pulando entre as pedras da cachoeira, enquanto eu a observava surpreso e fascinado. Era um desafio e tanto ser um protetor de alguém como ela, além de ser excitante. Acho que nunca haveria um dia de tédio com aquela morena. Comecei a correr atrás dela, rindo e pensando. Deus, como eu a amava! Poderia passar horas a vendo correr livre como uma criança sem nenhuma preocupação, assim como também poderia passar horas vendo-a dormir serenamente. Amava seu sorriso, o jeito que ela arrumava o cabelo quando ele pendia sobre seus olhos, como ela arqueava a sobrancelha quando desconfiava de algo e como fazia caretas em qualquer situação. Era um amor tão intenso e tão sufocante, que eu sentia por Elena, mas ao mesmo tempo tão acalentador e profundo. Porém éramos muito diferentes, de mundos diferentes; ela ainda estava viva, teria muito que aprender e viver, eu por outro lado já estava morto e deveria somente a estar protegendo. Parei de correr um pouco franzindo a testa. Eu tinha que achar uma solução para nós dois e rápido.

Uma previsão rápida acabou interrompendo meus pensamentos: Elena iria tropeçar em uma pedra e iria cair na cachoeira, batendo a cabeça gravemente. Quando voltei meu olhar para ela, as imagens ficaram em câmera lenta: pude ver seu pé direito entrar em contato com a pedra e ela perder o equilíbrio, enquanto gritava surpresa. Concentrei em meus poderes, para poder chegar o mais rápido que podia perto dela, e assim aconteceu. Abracei seu corpo que ainda estava caindo e com os pés, dei um impulso fazendo com que caíssemos na água, e não nas pedras da beirada. Assim que emergi a superfície procurei por ela, que instantes depois, também emergiu.

– Elena, você está bem? – Perguntei aflito enquanto procurava em seu rosto e braços algum ferimento e suspirando de alivio por não ver nenhum sangue nela.

– Sim,sim. Estou bem. – Respondeu em meio a tosses e me olhando atônita. – Como você conseguiu me pegar tão rápido?

– Eu estava atrás de você e vi quando tropeçou. – Falei desconcertado com sua pergunta.

– Eu achei que tinha ficado para trás. – Elena arqueou uma sobrancelha e com uma expressão inquisitiva.

– Achou errado, senhorita Gilbert. – Passei os braços em sua cintura e a apertei forte contra mim. – Não me dê mais um susto desses, e nada de correr na beirada da cachoeira, ok? – Murmurei.

– Ok. – Senti seu sorriso em meu pescoço enquanto ela retribuía o abraço. – Prometo não correr mais na beirada da cachoeira. – Ela se afastou para me olhar com uma expressão solene e divertida. – Palavra de escoteira.

– Acho bom mesmo. – Puxei-a de volta e colei meus lábios nos seus.

O beijo começou casto, mas o medo de perdê-la que eu tinha sentido instantes antes, fez com que eu intensificasse o beijo abraçando seu corpo mais forte. Quando nossos pulmões já ardiam por falta de oxigênio, fechei meus olhos e encostei minha testa na dela, tentando controlar a respiração.

– Deus! Como eu te amo, Elena. – Murmurei aflito com a intensidade daquele momento.

Abri meus olhos e encontrei-a me observando com uma incredulidade, e até surpresa. Ela jogou os braços em meu pescoço, me puxando para outro beijo intenso. Suas mãos puxavam meus cabelos molhados, enquanto as minhas viajavam por sua cintura e suas costas, aproximando mais ainda o seu corpo molhado, do meu. Quando sua mão desceu para o meu braço que aparentemente tinha machucado durante a queda, estremeci de dor e um grunhido acabou escapando de minha boca.

– O que foi? – Ela perguntou interrompendo o beijo e me olhando preocupada.

– Não é nada de mais, é só um machucado bobo.

Elena arquejou surpresa olhando meu braço.

– E um machucado bobo sangra desse jeito?

Olhei para meu braço e vi que um grande corte que estendia até o ombro, escorria bastante sangue. Oh merda, aquilo estava feio. Minha morena puxou a barra da minha camiseta, tentando tirá-la sem encostar muito no corte.

– Isso está horrível, Stefan! – Ela suspirou, em seguida tirando a própria camiseta e a rasgando em uma tira, para passar em volta de meu ombro.

– E você é enfermeira desde quando, senhorita Gilbert? – Disse com um sorriso afetado pela dor, enquanto ela enrolava.

– Ora Doutor, desde sempre! Temos que dar um jeito de parar esse sangramento. – E dizendo isso, ela deu um puxão no tecido fazendo com que eu desse um grito de dor. – Desculpa, desculpa! Vem, vamos sair de dentro d’água. – Falou puxando minha mão e me fazendo sentar nas pedras na beira da água.

Depois de fazer o sangue estancar, Elena torceu minha camiseta encharcada e passou em meu braço retirando o sangue que ainda estava ali. Aquela era uma cena hilária: os dois ensopados, eu com o braço machucado, eu e ela sem camiseta, e ela só de sutiã e short lavando minha roupa. Um riso sufocado acabou escapulindo por entre meus lábios enquanto eu admirava seu corpo perfeito e pequeno.

– Do que você está rindo? – Ela perguntou estendendo minha camiseta em uma pedra.

– Dessa situação ridícula.

– Você por um acaso está me chamando de ridícula, Stefan? – Ela semicerrou os olhos e sentou em meu colo com as pernas cruzadas em meu torso.

– Eu não ousaria senhorita enfermeira. – Mordi meu lábio reprimindo outro riso.

– Sei. – Ela mordeu meu lábio inferior que eu tinha acabado de soltar. – Olhe, eu sei que está tudo perfeitamente lindo com nós dois vivendo como dois náufragos em uma cachoeira, mas temos que voltar para casa e cuidar desse machucado.

Soltei um suspiro e com meu braço bom segurei seu corpo, enquanto levantava e ela gritava surpresa, enroscando suas pernas em volta de mim com mais força.

– WOW Senhor Músculos, me solte! Você não pode fazer esse esforço todo. – Elena ria.

– Ok então, senhorita. – Soltei seu corpo e me abaixei para pegar a camiseta estendida. – Agora vista isso, por favor. Eu posso acabar batendo o carro vendo você seminua desse jeito.

Ela riu e me bateu no braço bom, pegando a sua bolsa e a chave do meu carro.

– Sorte sua Doutor, que eu ando com uma blusa reserva na bolsa. E nem pensar que você vai dirigir. – Ela abriu a porta do passageiro. – Agora, por favor, entre no carro.

E sem querer discutir, aceitei meu destino.

***

Quando estávamos já perto de minha casa, concentrei-me em Caroline, para avisar que estava levando Elena em casa e ela escondesse Katherine. Não recebi nenhuma resposta, mas interpretei o silêncio como um “ok”.

– Bem, chegamos. – Elena parecia tensa de repente ao estacionar o carro na garagem.

– Você quer entrar? – Questionei.

– Claro, eu te acompanho até lá dentro.

– Que enfermeira cuidadosa a que eu tenho.

Ela mostrou a língua enquanto desligava o carro.

Ao entrarmos, me deparei com Damon estirado no sofá, dormindo, e a televisão ligada.

– Professor Damon? – Elena perguntou confusa e eu suspirei.

Meu irmão pulou do sofá no mesmo instante e olhou de mim para Elena com uma expressão de quem pede desculpa.

– O-oi, Elena. – Ele gaguejou.

– Professor Damon está passando uns dias aqui em casa, Elena... – Comecei a explicar.

– Damon, aqui não tem chocolate quente como você quer. Onde já se viu um anjo gostar tanto de chocolate quente? - A voz de Katherine me interrompeu, enquanto ela adentrava na sala segurando uma xícara e olhando para o conteúdo dentro dela.

Elena arquejou profundamente e arregalou os olhos surpresa. Lágrimas brotaram em seus olhos.

– Katherine? – Ela murmurou praticamente sem voz.

Katherine soltou a xícara instantaneamente no chão, partindo-a em mil pedaços e derramando todo o líquido.

– Elena! – Ela respondeu em choque.

Eu olhava aquela cena totalmente paralisado.

Aquilo não podia estar acontecendo.


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