POV Stefan

- Elijah. – Disse surpreso. – A que devo a honra de sua visita?

- A honra de minha visita, se deve ao seu recente ato como o “Doutor Stefan Salvatore”. Você sabe que desobedeceu a uma regra importante, então, por favor, nos poupe tempo. Todo ato tem sua consequência, e eu vim aqui sentenciar a sua. – Ele respondeu seriamente em quanto andava elegantemente por meu quarto.

- Estou plenamente consciente do que aconteceu hoje de tarde Elijah, e sim, eu sei que serei punido, mas por favor, considere o fato de eu ter sido surpreendido e ter correspondido por instinto.

- Instinto? Não questione a minha inteligência, anjo. Eu sei que aquilo não foi instinto. Você vai negar que você não sente nada por sua protegida? Vai negar que a ama?

Gelei instantaneamente. Era obvio de mais que eu amava Elena. Ela não era só minha protegida, ela era aquela com quem eu queria passar a eternidade e desfrutar tudo de maravilhoso que poderia existir nela, mas para isso acontecer só teria dois caminhos e eu não queria arriscar nenhum deles. Eu não queria coloca-la em perigo ou força-la a algo que ela não queria.

- Eu não vou negar que meus sentimentos por Elena cresceram Elijah, mas não a ponto de comprometer a minha função. – Respondi o mais impassível que podia.

- Será, Stefan? Conhecemos bem o histórico dos Salvatore com assuntos desse tipo. Você melhor do que ninguém sabe o que aconteceu ao seu irmão.

- Eu sei Elijah, isso não vai acontecer comigo. A história não irá se repetir. – Fitei seus olhos determinados.

- Eu te darei mais uma oportunidade, mas não falhe, Salvatore. E enquanto ao que ocorreu hoje, você será punido por três semanas de distanciamento de Elena Gilbert. Não será permitido nenhum contato entre os dois, nem em sua forma humana, nem em sua forma de Protetor. Caroline cuidará dela por você durante a punição. Esse tempo será para analisar suas escolhas e sua decisão. Já é de seu conhecimento que para que fiquem juntos, só tem dois métodos e nenhum deles é fácil, ou menos traumático. A escolha é sua, e mais uma vez, não se esqueça do que aconteceu com Damon. – Elijah me sentenciava com sua voz carregada de autoridade.

- Obrigado senhor e sim, eu usarei esse tempo para refletir. – Respondi sem ter muito mais o que falar.

- Ótimo. Agora eu tenho que ir cuidar de outro protetor. – Ele disse arrumando seu terno.

- Espere, Elijah. Eu tenho mais um assunto para conversar com você.

Ele parou e voltou a me olhar. Talvez eu pudesse confiar em Elijah para conversar sobre o caso de Damon e Klaus. Apesar de ser severo, ele era justo e além do mais, ele era o irmão mais velho de Niklaus.

- Diga Stefan.

- Eu sei que esse já é um assunto resolvido, mas é porque eu tenho uma série suspeita. – Disse o encarando seriamente. – O caso de Damon e Klaus, há algo de errado.

- Como assim? – Ele perguntou.

- Você soube o que ocorreu com Damon após sua punição?

- Sim, ele foi mandado para o inferno, junto com Klaus. – Apesar de não deixar transparecer muito, notei um tom de tristeza em sua voz ao falar do irmão.

- E depois disso? Escute Elijah, há algo acontecendo. Algo grande que eu ainda não sei o que é, mais envolve alguém espionando o Conselho. Damon foi resgatado do inferno pelo Arcanjo Miguel e está vivendo desmemoriado aqui, em Mystic Falls.

- O que? Como assim ele está aqui? Como você sabe disso? – Elijah me questionou surpreso.

- Um anjo da guarda celestial de Miguel,  me contou que ouviu sobre a interseção dele por Damon, e eu encontrei meu irmão esses dias aqui na cidade totalmente desmemoriado. Ele só lembrava que era da Itália e que tinha uma leve impressão de me conhecer. É estranho ninguém saber também noticias de Klaus, não acha? Eu conversei com Caroline e ela também compartilha de minha opinião. Há alguém infiltrado no Conselho. – Respondi tentando mostrar a ele a minha lógica.

- Sim, eu entendo seu ponto de vista e também já tinha reparado alguns fatos estranhos nas reuniões. – Ele fez uma pausa fitando a janela, sem nada ver. – Stefan, se há algo de errado, eu vou te ajudar a descobrir. Conte comigo para isso, mas sua punição continua de pé. Eu preciso ser justo.

- Eu entendo Elijah, e já é de grande importância saber que você está ao nosso lado para descobrir esse mistério. – Uma pontada de esperança surgia em meu coração.

- Eu preciso ir, mas volto daqui a três semanas. Qualquer novidade sobre Damon ou Klaus, não hesite em me chamar ou comunicar.

- Pode deixar.

E como já era de se esperar, Elijah sumiu.

Uau! Aquele dia estava sendo intenso e tinha me dado muita coisa para se pensar.

Elena... Eu teria de ser forte por essas três semanas e resistir a tentação de ir vê-la, mesmo em minha forma de anjo. Como ficaria a situação entre nós depois daquele beijo? Quase que como por reflexo, levei os dedos aos meus lábios, relembrando aquele momento e de como era doce a sensação de tê-la tão perto de mim. Não. Eu não devia pensar naquilo agora, não quando eu ainda não sabia o destino que nossas vidas iriam tomar. Talvez fosse melhor me distanciar um pouco de Elena, me daria tempo para pensar sobre nós e também sobre Damon.

Damon. Eu focaria essas semanas de punição em descobrir mais sobre o que ocorreu com ele. Eu poderia ligar e marcar um almoço, como tínhamos combinado aquele dia.

Era hora de começar a resolver alguns mistérios e colocar os pensamentos no lugar.

POV Elena

- Duas semanas e três dias, Bonnie. Esse tempo todo e ele não me ligou, nem veio me ver. Será que ele desistiu do meu caso? – Perguntei tristemente enquanto terminava de me arrumar para a faculdade.

- Talvez, só talvez, se você não o tivesse atacado daquela forma, ele já teria vindo te visitar. Provavelmente ele só está pensando em como agir quando encontrar com você. – Ela respondeu.

- Claro, afinal ele precisa de 17 dias para pensar em qual atitude ele vai tomar, não é mesmo? – Eu encarava com o sarcasmo.

- Ei, ei! Não desconte sua frustração em mim senhorita atiradinha! Por que você não liga para Caroline e pergunta noticias sobre ele?

- Ela vai ser evasiva como sempre, Bonnie. Eu a entendendo, ela não quer se meter no assunto, mas é tão frustrante essa situação! Eu gosto tanto dele e sei que ele gosta de mim. Só queria saber o que o impede de ser feliz comigo.

- Quem sabe ele não saiu de um relacionamento recentemente e está se sentindo com medo. Você sabe tão pouco sobre ele, Elena! Se você quer o Stefan, você tem que conquistar a confiança dele e ir com mais calma. Agora vamos logo, ou vamos nos atrasar para a faculdade. – Bonnie respondeu girando as chaves da casa entre os dedos.

- Você tem razão. Eu acho que fui rápida de mais me atirando nele daquele jeito. Bem, depois eu penso nisso.

Dei um empurrão de brincadeira na minha amiga, enquanto descíamos a rua em direção a faculdade.

***

- Hei meninas! – Matt vinha ao nosso encontro junto com Caroline.

- Hei Matt! Caroline, preciso falar com você depois. – Disse dando um olhar conspirador para ela e pelo jeito que ela havia me olhado, tinha dado a entender que já sabia o que era o assunto.

- Claro Lena! – Ela respondeu com um sorrisinho.

- Vocês ficaram sabendo que a professora de italiano de vocês tirou licença? Dizem que agora veio um professor direto da Itália. – Matt dizia enquanto fazia uma careta. – É uma pena, porque aquela professora era linda e extremamente gostosa.

- Matt Donovan se iludindo com uma professora com idade de ser sua irmã mais velha. URRGH! – Bonnie tirava sarro dele.

- Bem, eu só sei que vamos descobrir agora quem é esse novo professor, porque a primeira aula é dele. – Falei distraidamente enquanto olhava meu horário.

- Então vamos logo! Vamos ver quem é esse italiano. – Caroline respondeu puxando minha mão de um lado e a de Bonnie do outro, mal dando tempo de darmos ‘tchau’ para Matt. Que curiosidade toda era aquela?

Ao entrarmos na sala, dei de frente com Rebekah, ela me fuzilou com o olhar, mas dessa vez não vez nenhuma gracinha e nem disse nada. Parece que depois da ‘conversinha’ que Matt teve com ela, ela estava tentando controlar seu gênio difícil. Bem, eu deveria lembrar de agradecer ao meu amigo depois.

Já estávamos sentadas e continuávamos conversando sobre bobeiras, quando uma voz grave ecoou na sala:

- Buongiorno alunos!

 Virei na cadeira olhando para frente para ver de onde vinha a voz e minha boca se abriu em surpresa. Um homem jovem, alto, de pele branca e bochechas rosadas, com o rosto moldurado por cabelos lisos e negros e com olhos azuis claros profundos, sorria sarcasticamente olhando para a sala. Ele parecia tão jovem para ser professor e era tão lindo...

- Meu nome é Damon Schiavonni, seu novo professor de língua italiana.