“Compositor de destinos, tambor de todos os ritmos. Tempo tempo tempo tempo, entro num acordo contigo. Tempo tempo tempo tempo...” – Trecho 2. Oração do Tempo – Maria Gadú.

Antonio se despediu do casal e os deixou a sós no quarto. Bruno a puxou para um abraço apertado.

– Vai dar tudo certo, eu vou estar aqui com você! - ele a consolou fazendo àquele carinho nos cabelos que ela tanto gostava.

– Eu sei que você vai. E agradeço. - ela saiu do abraço e bocejou. - acho que estou com sono. - sorriu.

– Eu tenho certeza. - Ele sorriu. - vai deitar um pouco e descanse, você tá com uma cara péssima. - ela emburrou a cara e ele sorriu.

– Seu idiota! Mais eu vou mesmo, por que estou dormindo em pé. - Ela caminhou até a cama se despindo pelo caminho. Ficando só de calcinha e o top que vestia a loira logo se meteu debaixo das cobertas. E olhou pra ele que continuava parado no mesmo lugar. - Vai ficar ai parado? - ele deu de ombros.- Vem aqui, dorme comigo!

– Maria, Maria... Eu não estou com sono. - Ele disse caminhando e deitando ao lado dela após tirar os sapatos.

– Mais eu estou. Fica quietinho e vamos dormir. - Ela se virou e o abraçou pela cintura encaixando o rosto da curva do pescoço dele. Que sorriu e começou um carinho nos cabelos dela. Não demorou muito pra loira logo pegar no sono, ele ficou por quase uma hora só zelando o sono dela e por fim também acabou pegando no sono.

Rio de Janeiro – Brasil.

Juliana e Gil estavam em uma consulta com a obstetra da morena, consulta de rotina como todos os meses eles faziam. Juliana já estava entrando no sétimo mês de gestação. Gil estava a cada vez mais nervoso com a proximidade da chegada da filha, e estava fazendo a mamãe quase ter um ataque de nervos também. Embora Juliana estivesse dando aula de calma e serenidade, apesar de ser mãe de primeira viagem, de uma gravidez que não fora planejada.

– Mais esta realmente tudo bem com a minha filha? Digo, nenhum problema? Tudo certo? Não por que se tiver algo de errado, pode falar. Eu aguento doutora. - Gil tagarelava para a médica após terem terminado de fazer uma ultra.

– Calma papai, esta tudo bem com a Roberta sim. Não precisa ter medo. - Ela sorriu pro rapaz e voltou a atenção pra Ju que observava tudo calada. - São com você os cuidados mais atentos agora Juliana, a gestação esta se aproximando do fim, então você precisa descansar, evitar esforço físico excessivo, faça caminhadas leves, se alimente muito bem e nos vemos daqui a um mês para a próxima consulta antes do nascimento. - Juliana assentiu.

– Eu vou poder continuar trabalhando né? - A morena finalmente perguntou.

– Vai sim, normalmente. Pode ficar tranqüila. A sua gravidez esta correndo perfeitamente bem, você esta com a pressão boa. Esta tudo bem.

– Ah sim. Muito obrigada doutora. - Ju agradeceu e se levantou na cadeira com a ajuda desnecessária de Gil.

Tchau doutora, até o mês que vem. - Gil disse se despedindo da mulher.

– Tchau, vão com Deus. - a mulher se despediu do casal rindo.

Juliana entrou no carro com uma cara emburrada e enquanto Gil tava a partida no carro, percebeu mais resolveu ignorar. Queria fazer uma surpresa para a namorada e se ele abrisse a boca ali eles iam brigar e além de não fazer bem pro bebê e pra Ju, também ia estragar a surpresa. Desde o inicio da gravidez, ninguém podia entrar no quarto que seria de Roberta além de Gil e Bruno, ah e uma única vez Vitor também entrou para ajudar com umas sacolas. E Ju já estava ficando impaciente, por duas vezes ela esperou Gil ir dormir para tentar entrar no cômodo, mais as tentativas foram em vão. Quando o casal chegou a casa Gil colocou um sorriso tenso nos lábios, ele não sabia, pouco imaginava como seria a reação da namorada ao ver o quarto da filha pronto.

– Amor, vamos ali ao quarto? Quero te mostrar uma coisa. – Ele disse já com uma venda rosa nas mãos.

– Agora não Gil, eu to cansada. Vou tomar um banho, colocar um pijama e depois você me mostra o que quiser. – Ela deu de ombros indo até a cozinha.

– Não Juliana, depois você faz tudo isso. Agora você vai ao quarto comigo! – vociferou e foi atrás dela que bebia água na cozinha.

– Esta bem, contanto que você não olhe mais na minha cara pelo resto do dia. – Juliana bufou e voltou pra sala levando junto um bote de biscoitos. Essas mudanças de humor da morena não afetavam o namorado, Gil já estava acostumado com as inconstâncias dela. Gil a vendou e deu-lhe um selinho a puxando pela mão até a porta do quarto da filha, abriu a porta e junto com ela abriu um sorriso feliz e orgulhoso do trabalho.

– Entra. – empurrou-a devagar pra dentro do quarto, acendeu as luzes e tirou a venda dela. – gostou? – Ele perguntou sustentando um sorriso aberto.

– Meu Deus do céu, se eu gostei? Eu amei meu amor. Está lindo! – ela disse pulando no pescoço dele. Com os olhos lavados d’água. – muito obrigada! Eu te amo, te amo. – disse enquanto distribuía beijos por todo o rosto dele.

Quarto da Roberta.

– Fico feliz o aliviado que tenha gostado. Eu fiz pra vocês e comprei de acordo com o que eu achei que fosse a carinha da nossa filha. – Gil sorriu, levantou a barra da camisa que Ju usava e ajoelhou-se beijando a barriga já bastante redondinha da namorada. – o papai espera que você goste do seu cantinho viu filha? O tio Bru ajudou com todo, lembrasse de sorrir pra ele quando nascer, mais só um pouquinho pra ele não ficar metido. – Ju deu uma gargalhada e ele se levantou rindo também, limpou as lagrimas da namorada e a levou ao centro do quarto. – Aprovado mesmo?

– Super! Eu amei! E quero matar o meu irmão, safado que me escondeu até as chaves esse tempo todo. – ela falava enquanto ia caminhando pelo quarto passando as mãos por todos os moveis, berço e até as paredes. – ah não, os armários já esta com as roupinhas dela? Como isso que eu não vi? Quem lavou? – ela perguntou mexendo nas roupinhas da filha, todas nos devidos lugares.

– Minha mãe e a sua. Mais calma, elas não viram o quarto. – ele pegou pelas mãos dela saiu do quarto trazendo-a consigo. Foram para o deles. – Vai la tomar seu banho que ainda falta eu mostrar um outro presente.

– E tem mais? – ela perguntou e ele assentiu com a cabeça. – Ok, vou tomar banho logo então.

Ju foi para o banho e Gil correu em umas das suas gavetas e pegou o tal presente, sabia que teria que ir com calma, afinal. Juliana não ia gostar nada do presente, mais teria que se acostumar. A filha também era dele. Oras. Sentou-se na cama com o embrulho nas mãos e esperou meia hora. Já era inicio da noite, e ele tava cochilando quando a namorada chegou perto dele e lhe deu um beijo.

– Gil, acorda. To preocupada com o meu irmão, ela não me ligou lá de Madrid ainda. – Ju estava com a feição preocupada com o “sumiço” do irmão. – depois vou ligar pra minha mãe, talvez ele tenha ligado pra ela né? – o namorado concordou.

– Tá, mil anos depois posso te dar o meu presente pra Beta? – Ju fez que sim com a cabeça. – antes de qualquer coisa a filha também é minha e eu tenho esse direito ok?

– Ih credo, mostra isso logo estou até com medo. – Gil tirou o macacão do pacote e Juliana só faltou cometer um homicídio. – NÃO DEFINITIVAMENTE NÃO, minha filha não vai vestir isso Gilberto!

Presente da Roberta.

– Ah, mais ela vai. O pai é. O padrinho é. A avó é. Todos são flamenguistas, Roberta também vai ser. – Gil disse dando de ombros. – E eu é que não vou deixar minha filha linda torcer por times de segunda.

– Time de segunda é o cacete! Eu não vou vestir esse lixo na minha criança. – Ju disse emburrada.

– Vamos ver se não vai! – Gil deixou o pacote com a roupinha de lado e pegou a namorada nos braços deitando na cama junto com ela. – Eu amo vocês. – sorriu. – vou tomar meu banho e já venho pra gente jantar.

– Ta bom. Estamos te esperando.

Madrid – Espanha.

Já era madrugada na capital Espanhola, quando Fatinha acordou com frio e sentiu um peso sobre o seu corpo. Sorriu ao ver que Bruno dormia ali todo torto, arrumou um jeito de sair sem acordá-lo e foi até a sacola da lingerie que tinha comprado e resolveu então fazer uma surpresa pro moreno. Pegou o conjunto e correu até o banheiro, tomou um banho sem molhar os cabelos e se vestiu com a roupa, voltou ao quarto e Bruno continuava dormindo do mesmo jeito todo torto na cama. Ela chegou mais perto do moreno e soprou no ouvido dele... Nada, ele continuou imóvel.

Lingerie - Babydoll de Fatinha.

– Bru, ei Bru acorda. – Ela chamou chacoalhando o corpo do amigo.

– Hm, ta bom, amanha Maria. – Ele reclamou e virou-se de costas pra ela, que deu a volta na cama e cutucou o amigo por baixo da camisa.

– Olha pra mim, ainda acorda ai vai... – ela disse e subiu na cama novamente beijando a testa machucada dele.

– Hm, para me deixa dormir e dormi você também, Maria. Por Deus, voc... – Reclamou finalmente abrindo os olhos e parando de tagarelar assim que reparou bem como a amiga estava vestida. Sorriu.

– Gostou? – Ela sorriu mostrando os dentes e fez uma pose “sexy” gargalhando logo em seguida.

– Eu achei lindo isso no seu corpo, mais preciso ser sincero em dizer que ficará mais lindo ainda quando eu puder arrancar isso de você. – Ele riu malicioso e avançou nela distribuindo vários beijou pelas partes do corpo dela que estão expostas.

– Pra quem estava com sono, você está animado até de mais, não? – Ela falou entre dentes sentindo os carinhos dele.

– Posso tirar logo isso? Você esta muito gostosa e eu estou explodindo – riu e ela gargalhou maliciosa – de saudades ta? Criatura de mente suja.

– Minha mente é pior do que você imagina. Você ainda não viu nada! – tirou a camisa dele e a arremessou pelo quarto. – Anda logo, tira logo isso.

Bruno não tardou em obedecer à amigona e tratou de despi-la e digamos que terminar o serviço. Agora sim poderiam dizer que haviam matado as saudades realmente. Os corpos caíam cansados sobre a cama e os dois sorriram felizes, tempos bons estão por vir e eles estavam esperançosos o bastante, tudo que é novo e de coração é bom. Iriam voltar para o seu país e quem saber não começar um planejamento de vida nova juntos?