Linha Tênue escrita por Anne Laurentino


Capítulo 12
Capítulo 12




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“O amor perfeito é a mais bela das frustrações, pois está acima do que se pode exprimir...” - Charles Chaplin.

– Bruno, está me ouvindo? – perguntou sacudindo o braço dele e nada. – Bruno, para de olhar pra essa mulher e presta atenção, estou falando com você! – vociferou irritada.

– O que é Rebeca? – Bruno perguntou impaciente. E ela se irritou ainda mais.

– Quer saber mesmo o que é Bruno? É você e todo esse seu fascínio pela Fatinha, para pra reparar o jeito que você olha pra ela. Completamente hipnotizado, e eu cansei hoje lá na sua casa antes de transarmos você só falava nela, o tempo inteiro de como ela era bonita, inteligente, especial... quer saber pro? Bruno fica aí com ela. Por que eu fui! – Ela levantou se nem se quer deixar ele responder alguma coisa. E saiu do bar.

Bruno pareceu nem ter notado a partida dela, pois continuava a olhar Fatinha dançando, pelas contas dele aquele já era o décimo copa de vodca. Começou a se preocupar mais ainda, todos já estavam de volta a mesa, até Fera e Fatinha continuava dançando uma música que a banda tocava. Um homem se aproximou dela e ele viu quando a mesma negou alguma coisa com a cabeça. E o cara insistiu novamente dessa vez pegando nos braços dela. Ele bufou nervoso e olhou pro lado e como magia o pessoal que tinha voltado para a mesa já tinha sumido novamente. Ele voltou o olha para onde Fatinha estava e viu quando a mesma disse para o cara parar de agarra-la. Não aguentou e foi até lá.

– Fatinha, o que está acontecendo aqui? Esse cara está te incomodando? – Bruno chegou com uma cara brava.

– Não... Nós só estávamos conversando! – Fatinha mentiu temendo uma briga.

– Mentira! Eu vi que esse babaca, estava tentando te agarrar! – Bruno encarrou o cara.

– E o que você tem a ver com isso, idiota? Sai daqui! – o cara empurrou Bruno pelo ombros e o mesmo devolveu o empurrão.

– Para Bruno! Deixa ele, vamos sair daqui! – Fatinha tentou puxa-lo. Mais ele deu um soco no rosto do homem. Que revidou, mas a briga foi logo apartada pelos meninos e um segurança – Porra Bruno, eu já mandei você parar. O que você quer? Arrumar uma confusão, idiota? Eu disse que não era pra você se meter. O cara já estava indo embora!

– Cala a boca! Você ia ficar aqui deixando o cara te cantar até quando? Ele tirar a sua roupa aqui mesmo? – Gritou e ela arregalou os olhos. Juliana foi intervir e segurou o irmão pelo braço.

– Bruno, chega! Você já está exagerando. – Ju falou alto e Bruno parecia não ligar.

– Bruno, nunca mais fala comigo. Não quero mais olhar na sua cara! Você não é nada meu, não tem moral pra falar assim comigo. Ridículo! – Fatinha ia dar um tapa no rosto dele, mas ele foi mais forte. Pegou-a pelo punho e saiu puxando ela dali. Juliana ia atrás, mas Gil a segurou.

– Deixa amor, eles precisam conversar... sozinhos. – Juliana bufou preocupada e abraçou o namorado.

Do lado de fora do bar bruno a levava em direção onde seu carro estava estacionado. E ela gritava para solta-la.

– Me solta! Porra meu braço, está m-machucando. - Fatinha choramingou tentando se soltar e com o braço livre socava o peito de Bruno.

Mas não adiantava, Bruno era bem mais forte que ela e, pra completar sua bebedeira a impedia de ter qualquer tipo de coordenação e reflexo, que dirá força!

– Cala a boca! Eu já mandei você ficar calada. – Ele gritou com ela e a soltou quando chegaram ao carro fazendo-a ficar encostada na lataria do mesmo.

– Você não é nada meu pra me tratar assim. Seu idiota, eu não tenho culpa da vadia que estava com você ter ido embora. Ficou maluco? – ela socou o peito dele com a força. Há essas alturas ela já chorava, talvez pela decepção em ver seu melhor amigo lhe tratando assim, talvez pela bebida, porque pessoas quando estão bêbadas se tornam mil vezes mais sensíveis. Talvez pelos dois motivos.

– Fiquei! Maluco de raiva de você! De ver como você é uma louca inconsequente! – Bruno exclamou.

– C-omo? – Fatinha perguntou assustada.

– Isso mesmo, Maria de Fátima! Você deveria ganhar o troféu de babaca do ano. – Bruno sorriu irônico.

– O único babaca que eu estou vendo aqui é você! – Fatinha sussurrou.

– Jura? Quem estava agora mesmo provocando um cara que se quer você conhece? Por favor, Fatinha.

– Presta bem atenção no que vou te dizer... PARE DE ME TRATAR COMO UMA CRIANCINHA, NÃO TENTA ME PROTEGER DA MINHA PRÓPRIA VIDA! E NÃO SE META NELA, COMO SE TIVESSE DIRETO A ISSO! – Fatinha vociferou explodindo.

– E você ainda fica brava? Por Deus, olha pra você está quase caindo de bêbada estava dançado como uma louca lá dentro. E ainda se chateia comigo? – Bruno afirmou.

– BRUNO, POR FAVOR VOCÊ! ACOMPANHA COMIGO, EU NÃO ME METO NA SUA VIDA, NÃO TE CRITICO SÓ FAÇO TE APOIAR E É ISSO QUE EU GANHO EM TROCA? OFENSAS? – Fatinha negou com a cabeça e continuou – Eu ganho ofensas e uma vadia abrindo a porta da sua casa quase nua né? Quem aqui tem que se dar o respeito, hein Bruno? – Fatinha se calou por um momento. Tinha falado de mais, estava confessando o seu ciúme.

– Você fala como se isso fosse a pior coisa dessa mundo, mais não é! Você quer saber a porcaria que pra mim é a pior coisa do mundo? Eu vou te dizer! – Bruno respirou fundo e voltou a falar. – A PIOR COISA DO MUNDO É VER VOCÊ ASSIM FAZENDO JURAS DE AMOR PRA OUTRO CARA, SENDO QUE ESSE MESMO CARA NÃO ESTA AQUI PRA TE AJUDAR QUANDO VOCÊ PRECISA E SABE O QUE AINDA É PIOR, FATINHA? É SABER QUE DE FATO EU SOU UMA BABACA, DE SOFRER POR TE VER CASANDO COM OUTRO! – Bruno exclamou explodindo e de forma drástica.

Fatinha na mesma hora se calou e olhou fixamente pra ele. Seu coração a essas horas já batia mais do que descompassado.

– Como é que é? – Fatinha perguntou estática.

– Não é nada, vai embora. Eu não quero mais ser seu amigo, não quero mais olhar pra você. Por que te olhar dói, e isso não me faz bem em nada! – Bruno gritou.

– Bruno... – Fatinha sussurrou sentindo os olhos pesados, eram as lagrimas que saiam sem nem pedir licença.

– Por favor Fatinha, vá! Case e more bem longe de mim, eu não quero que me convide e não quero ser seu padrinho. – Bruno exclamou dando dois passos pra trás.

– Espera... – Ela tentou toca-lo. E o mesmo impediu virando para entrar no carro.

– Me esquece, por favor. – Entrou no carro e deu a partida.

Assim que ele foi, ela estava tão acabada em todos os sentidos que nem viu quando Lia chegou perto dela e sentou ao seu lado no meio-fio e abraçou-a. os amigos estavam preocupados e resolveram sair pra ver em que pé andava a conversa e acabaram assistindo tudo. Juliana e Gil, foram atrás de Bruno, enquanto Lia e Vitor ficaram pra ampara Fatinha.

– Você viu isso, amiga? – Fatinha perguntou ainda chorando.

– Vi sim. Mas se acalma, vamos, vou te levar pra casa. – Lia levantou e deu a mão pra ela ajudando-a a levantar também.

Contornou os ombros da amiga com o braço direito e vou carregando-a até o carro de Vitor. Colocou Fatinha no banco traseiro e sentou-se ao lado dela, abraçando-a em seguida. Foram em silêncio por todo o caminho, chegaram e Vitor subiu com ela nos braços que cochilava. Lia subiu logo atrás e como tinha uma cópia da chave. Eles entraram e Vitor levou-a para o quarto e saiu encontrando a namorada na sala.

– Cara, que barra hein. Nunca vi esse dois desse jeito. – Vitor comentou e abraçou a namorada.

– Nem eu. Estou assustada, eles falaram cada coisa um pro outro. Se magoaram tanto. – ela suspirou. – amor vou dormir aqui com ela hoje, ok? Vou ficar até o Arthur chegar. Ela disse que ele chegaria amanhã pela manhã

– Claro amor, não tem problema e é até bom não deixa-la sozinha. – Vitor beijou a bochecha da namorada. – eu já vou então, vai lá pra dentro porque ela está acordada.

– Aham, eu só vou ligar pra Ju, quero saber como estão as coisas lá no Bruno. – Foi com o Vitor até a porta e se despediu no namorado. Vitor pegou o elevador e Lia voltou-se para dentro do apartamento. Foi até o quarto e viu a amiga, deitada na cama com os olhos abertos olhando pro teto. Ela não dizia nada, só chorava. Lia aproveitou que a amiga estava absorta nos pensamentos e pegou o celular e discou para Juliana.

Ligação on...

– Juliana? – falou quando ouviu a amiga responder. – como estão as coisas aí?

– O Bruno está lá no quarto trancado. Gil está lá, tentando fazê-lo abrir. Mas está difícil. – suspirou.

– Cara, eu estou aqui na Fatinha e ela parece que não está nem aí pro mundo. Ju, você precisava ver o jeito que ela ficou quando o Bruno saiu.

– Imagino, o Bruno não está muito diferente não, quando chegamos aqui ele só gritava falando que tinha acabado com a amizade da vida inteira.

– Maior barra, eu acho que essa briga não foi um simples briguinha. Tem alguma coisa por baixo daquele caminhão de ofensas que eles trocaram.

– Tem mesmo. E eu já sei, aguenta ai que ela capaz de querer te contar também. – Juliana viu que Gil estava de volta a sala, fazendo sinal de que Bruno havia aberto a porta. – Amiga, vou desligar o Bruno abriu a porta, vou aproveitar pra ir conversar com ele.

– Ok. Eu vou dormir aqui, vou lá pro quarto ficar com ela. Beijos. – desligaram.

Ligação off.


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram? :)
Até o próximo capítulo... Beijos.



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