Quatro Elementos: O Começo escrita por Amanda Ferreira


Capítulo 32
Decepção, dor, confusão. Novo rumo


Notas iniciais do capítulo

Alou gente!
Acho que este capítulo não vai ser muito agradável para os fãs do Rian.
Mais tenho que fazer voltas na fic para ficar emocionante pra chegar onde eu realmente quero, por favor não me joguem pedra!
Sem mais delongas ai vai o novo capítulo.
Sorry Rian
beijocas



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Felipe

O salão todo branco com algumas colunas era iluminado pelas grandes janelas douradas, sem nenhuma cortina.

Ela se mantinha ali no meio com um sorriso encantador me olhando de modo diferente. Me aproximei olhando dentro dos seus olhos castanhos, ela estava linda. O seu rosto delicado, os cabelos caindo em alguns cachos. Sorri tentando retribuir e ela se aproximou mais um passo segurando minha mão fazendo meu corpo estremecer pelo seu toque frio.

- Felipe eu queria ver uma coisa! - sua voz parecia ainda mais linda do que de costume.

- O que ? - perguntei confuso.

Ela aproximou mais ficando a centímetros do meu rosto e por instante eu queria correr e fugir mas algo me prendia ali e pedia para esperar o que eu sabia que iria acontecer.

Eu podia ver através dos seus olhos a preocupação mas mesmo assim ela roçou os seus lábios nos meus, estendi minha mão para acariciar seu rosto.

- Parem! - a voz sombria ordenou.

Ambos viramos para ver e encontramos ali uma garota com uma capa preta e capuz tampando seus rosto, só dava para ver os cabelos compridos e ondulados batendo na cintura.

- A conexão não pode acontecer! - ela falou estendendo a mão e o cenário que para mim era um tanto calmo mudou de repente ficando escuro e assustador.

- Não deixe a conexão acontecer! - a garota falava se dirigindo a mim.

- Não escuta ela Felipe, sou eu, a Bia! - a Bianca me puxou para olha-la.

- A conexão não pode acontecer Felipe! - a garota repetia.

- Do que esta falando? - perguntei confuso.

- Não me deixa, fique comigo, eu preciso de você! - a Bianca falava e quando olhei seus rosto senti meu corpo tremer.

Ela estava chorando, mas as lágrimas que desciam não era água, era sangue.

- Bianca! - falei perdido e de repente ela estava longe ajoelhada no chão chorando, de dor?

Eu queria correr ate ela e ajudar mas meus pés não me obedeciam.

- Não deixe! Não deixe! Não deixe! - a voz da garota se repetia na minha cabeça.

- Bianca! - gritei e ela chorava sim e era de dor.

- A conexão não pode acontecer... Não pode... Não deixe a conexão acontecer. - a voz da garota.

- Felipe... Felipe... Não me deixa! - agora era voz da Bianca que se repetia.

|Minha cabeça doía e eu não conseguia ouvir com tantas vozes.

- Não deixe! A conexão... Não pode acontecer... Não deixe a conexão acontecer!

- Felipe... Felipe... Fica comigo... Fica...

- Não deixa acontecer a conexão! Você não pode!

Me ajoelhei colocando as mãos na cabeça para ver se as vozes sumiam e senti tudo estremecer ao meu redor.

- Felipe... Eu preciso de você!

- Não deixe... não deixe... a conexão!

- Parem! - gritei abrindo os olhos num rompante e ofegando.

Olhei em volta assutado e já estava claro, me senti confuso com o sonho, quem era agarota? E do que estava falando? E porque a Bianca chorava? Senti uma dor no peito, o que estava acontecendo comigo? 

Esfreguei os olhos e levantei olhando meu rosto no espelho. Eu parecia cansado, como se sofresse.... 

Vesti uma roupa qualquer e sai pegando o celular para discar o número conhecido, mas logo desisti e o guardei. Esse sonho podia ser um aviso de alguma coisa.

Peguei um dinheiro que eu estava guardando e contei rapidamente, joguei as minhas roupas e minhas outras coisas na mochila usando a velocidade sobre-humana e depois a coloquei nas costas.

Andei depressa pela chuva fina que caía, o tempo não estava nada bonito. Coloquei o capuz e fui em direção a mecânica e entrei em silêncio vendo o homem mexer debaixo do carro.

Ele se levantou e seus olhos se arregalarm ao mesmo tempo em que punha as mãos no coração agora acelerado.

- Meu deus garoto! Você me assustou. 

- Desculpe. - falei em voz baixa.

- Como posso ajudar?

- Quero comprar aquela moto usada.

- Claro! Esta um pouco velha, mas pega muito bem e tem um motor esplendido.

- Ótimo! É o que eu preciso!

Ele andou ate um pano preto e o retirou soltando muito pó e revelando uma moto um pouco velha e que parecia ter uma pintura vermelha bem clássica. um meio sorriso brotou no meu rosto, eu adorava coisas clássicas e me parecia um modelo perfeito.

- Está mesmo! Eu vou levar. - falei confiante.

- São 2.500!

- Tudo bem! - eu tirei do bolso o dinheiro e lhe entreguei, ele mexeu em algumas coisas e colocou a chave ligando-a para fazer um ronco no motor e uma fumaça preta subir.

- Boa sorte meu jovem! - ele falou assim que subi na moto.

- Não é preciso sorte! É preciso prática! - soltei um sorri e a moto rugiu quando acelerei.

Corri pela estrada sabendo exatamente meu destino, já não tinha mais escolhas, eu precisa protege-la, eu necessitava, cada célula do meu corpo gritava que ela não estava bem e eu sabia que isso não era algo normal a acontecer comigo.

***

Bia

A chuva fina caía e as nuvens tomavam o céu, eu preferia o sol mas a chuva também não era nada mal. Minha mente viajava pelo horizonte esbranquiçado pela neblina e eu sentia o vento frio bater nos meus cabelos.

Estava sentada no terraço, o meu lugar favorito que graças aos céus só eu sabia. Respirei fundo sentindo o cheiro da chuva que aumentava e caía forte no asfalto fazendo as pessoas procurarem abrigo.

Eu tentava sufocar a bendita dor que vinha quando eu me lembrava do acontecimento de três semanas atrás e de tudo que havia passado. Era como se tivesse se formado um buraco no meu peito, algo que absorvia as coisas boas e só deixava as ruins ali fervendo cada vez mais forte.

Eu só queria esquecer, queria que tudo sumisse, queria que nunca tivesse acontecido. nem mesmo o Rick conseguia tirar essa dor, eu me sentia melhor perto dele mas com um vazio, como se faltasse algo.

***

Rick

Eu odiava chuva, odiava. Fiquei dentro do quarto olhando pela janela a chuva caindo grossa lá fora e estremeci só de pensar em quem estivesse na rua e coitados de que não tinha uma casa.

Sentei na cama pegando o livro "Hamlet" de William Shakespere que tinha deixado pela metade e voltei a ler mas sem nenhum interesse, estava mesmo chato e era isso que a chuva me causava.

Desisti do livro e peguei o casaco mais grosso que achei e sai andando devagar pelo corredor frio. Eu nem tinha visto a Bia hoje e estava preocupado com a sua súbita depressão e então decidi ir ate seu quarto falar com ela.

- Oi Rick!

- Oi! A Bia esta?

- Não. pensei que estivesse com você, já que não, deve voltar logo! - eu estranhei o fato dela não estar, hoje ela não trabalhava e se não estava comigo e nem aqui, onde estaria? Ainda mais com essa chuva.

- Que estranho...

- Quer entrar e esperar por ela? - a Jullya era sempre gentil comigo.

- Tudo bem então!

Maldita hora que aceitei o seu convite e maldita hora em que não consegui ler em sua expressão a verdadeira intensão.

Ela fechou aporta e se sentou na cama me olhando de maneira estranha. Eu me sentei tentando esquentar minhas mãos e ela sorriu de leve.

- Não gosta de chuva? - ela perguntou.

- Nem um pouco! - revirei os olhos.

- Deu pra ver! - ela sorriu e se levantou pegando alguma coisa no armário.

- Que tal algo para esquentar? - ela levantou uma garrafa de vinho.

- Não sei se isso vai ajudar! - falei olhando.

- Te digo que vai! - ela colocou em um copo e estendeu para mim.

- Jullya muito obrigado, mas eu não estou muito afim.

- Qual é Rick! É só um copo! - ela fez uma carinha implorando e eu peguei.

- Valeu! - bebi um gole sentindo que não era um vinho qualquer e sim da melhor qualidade.

- Bom? - ela perguntou pegando um copo também.

- Ótimo! Onde comprou?

- Foi no meu último fim de semana!

- Muito bom mesmo. - bebi todo líquido sentindo minha garganta queimar e logo pedir por mais.

 Não demorou muito para eu estar bebendo o quinto copo e por incrível que pareça ela tinha outra garrafa guardada e depois do sétimo copo eu estava rindo de suas histórias malucas e ela também...

Minha mente girava e eu não conseguia pensar direito e ela tinha razão, eu tinha tirado o casaco porque o calor me tomava e nós estávamos rindo como dois doidos.

- Sabe, você é mais divertido do que a Bia! - ela falou de repente e eu me lembrei do motivo que tinha me trazido ate aqui.

- Meu deus! A Bia! Eu tenho que ir procurar por ela! - falei me levantando e o teto girou, ela me segurou antes que eu caísse. Eu não era de beber tanto assim e acho que minha mente estranhou.

- Acho que bebeu demais!

- Também acho! - olhei para ela e um sorriso brotou no meu rosto, eu nem tinha visto ela entrar.

Ela sorriu também e eu toquei seu rosto com a ponta dos dedos e ela se aproximou, sem ver estávamos nos beijando. Minha mente estava mais confusa do que nunca e eu tinha certeza de que era ela.

Movi rapidamente colocando ela na parede quando o beijo estava quente demais, olhei seu rosto de novo e ela estava tão linda, mais do que nunca. Voltei a beijá-la sentindo o fogo borbulhar no meu corpo. Ela se moveu devagar ate chegarmos na cama, eu passei por cima tirando o seu cabelo do rosto, desci as mãos pelo seu corpo assim como ela fazia comigo...

Escorreguei uma mão por baixo de sua blusa ouvindo ela gemer baixinho, eu não estava pensando direito, só agindo.

Ela girou e ficou por cima de mim tirando sua blusa e eu me perguntei porque a Bia estava fazendo isso agora, será que ela tinha perdido o medo? Eu tinha que admitir que isso era bom. Tirei a camisa que me incomodava e deslizei as mãos pela sua cintura achando os botões da calça jeans e consegui desabotoar. Seu beijo estava ousado e eu não me importava, não mais. Ela deslizava as mãos pelo meu corpo me fazendo perder um pouco de foco que eu tinha e a bebida não estava ajudando em nada.

Sorri de novo antes de voltar a beija-la e agora não pensar em parar, terminaria o que tinha começado.

***

Felipe

Parei de frente ao prédio e minha mente girou, respirei fundo e entrei no beco e comecei a socar os tijolos ate encontrar o certo e conseguir abrir. O pequeno corredor estava escuro e vazio, subi as escadas rapidamente e olhei em volta que me parecia um deserto.

Meu coração se apertou e aquela dor familiar, o buraco no peito pareceu se abrir ainda mais, segurei na parede e respirei com dificuldade sem saber o que estava acontecendo, minhas dor aumentava cada vez mais quando eu dava passos lentos em direção ao corredor enorme que dava para algumas escadas.

Minha visão estava embasada e minha cabeça doía de uma forma estranha, será que eu estava doente? Eu tinha que chegar ate ela e certificar de que estava bem.

***

Bia

Desci do terraço e andei com uma lentidão enorme e me lembrei que não tinha visto o Rick, então decidi ir ate seu quarto e me abraçar a ele, sentir sua pele quente na minha, me reconfortando.

- Oi Bia! - o Álisson abriu empolgado.

- Oi! O Rick está dormindo?

- Ele não esta não! Pensei que estava com você! - olhei desconfiada.

- Nem vi ele hoje!

- Pois é, mas aqui ele nãos está. Vai ver foi ate seu quarto procurar por você!

- É, você tem razão, eu vou lá então. Obrigado Álisson!

- Por nada.

Voltei a andar em silêncio ate chegar na porta do meu quarto e logo seu cheiro quente me acertou e sorri feliz pelo Álisson ter razão. Entrei devagar e quando virei tudo parou...
Minha mente parou, meu coração, meu ser, meu mundo... Tudo desabou e caiu exatamente na minha cabeça. Eu não senti nada, absolutamente nada e o buraco no meu peito pareceu se abrir para nunca mais se fechar.

Fiquei congelada vendo aquela cena, as lágrimas vieram mas eu as tranquei.

Ele estava mesmo ali, mas não estava sozinho... o quarto estava bagunçado e tinha duas garrafas de vinho em cima da cômoda e as roupas estavam espalhadas pelo chão, eles estavam deitados num sono profundo depois de terem se cansado bastante...

A Jullya dormia com a cabeça no seu peito enquanto ele também dormia profundamente. Minhas pernas tremiam e eu precisava sair dali, eu não queria ver mais nada porque eu sabia o que aquilo significava.

Movi devagar e sem ver esbarrei na cadeira fazendo os livros caírem formando um barulho e os dois abriram os olhos em susto. Ela se sentou segurando lençol e me olhou surpresa ele olhou para ela depois pra mim parecendo confuso demais ate absorver tudo e então parou os olhos em mim e sua expressão foi de surpreso, arrependimento, dor, medo, raiva e confusão.

- Desculpa, não queria atrapalhar... - minha voz saiu num sussurro.

- Bia... - ele começou e senti a lágrima quente descer pelo meu rosto e logo me virei e sai.

Corri o mais rápido que pude, agora sentindo a dor vir com tudo me fazendo tremer e meu coração bater de uma forma estranha. Eu não conseguia respirar direito, não via formas a minha volta, só a dor e mais nada.

Quando dei por mim eu estava de frente a figura angelical que me parecia uma miragem diante de tudo de ruim, eu não tinha mais forças e minhas pernas cederam e eu me deixei cair, ele me segurou. Eu não pude mais conter e as lágrimas desceram grosas pelo meu rosto, eu chorava descontrolada em seus braços.

O buraco ali aberto e transbordando toda a minha dor. 


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Notas finais do capítulo

Riannn :(
Parece que algumas coisa vão mudar num é não galera e ai o que acharam?
Desculpe se tiver erros
Perdão fãs do Rian
bjsss



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