Aventura no Iberanime escrita por André Tornado


Capítulo 3
Depois da barriga cheia, começa a diversão.


Notas iniciais do capítulo

E entramos na semana onde acontecerá a primeira edição de 2013 do Iberanime, que será em Lisboa.
Não se esqueçam de continuar a acompanhar a contagem descrescente e todas as novdades do evento em www.iberanime.com!



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Sentado na bancada erguida atrás de uma fileira de casinhas, Goku sorvia um ramen condimentado com caldo de carne. Já ia no quinto copo plástico da sopa processada, que tinha um sabor pouco apurado, mas a fome era tanta que ele não estava nada a importar-se com esses detalhes. Queria somente acalmar o estômago. Comia apressado, sem levantar a cabeça do copo, levando a massa até à boca com a ajuda dos dois pauzinhos, bebendo o caldo assim que mastigava e engolia a parte sólida.

A festa chamava-se Iberanime e era uma reunião de pessoas que partilhavam o gosto e a curiosidade pela cultura popular japonesa. Desenrolava-se naquele pavilhão, um lugar fechado com o fito de ser acolhedor e para que emulasse uma minúscula aldeia onde a fantasia dominava. As casinhas metálicas eram expositores de variados items subordinados ao tema comum da festa.

Goku não percebera nada da explicação de Namura-san, um dos colaboradores da Embaixada do Japão. O homem e as duas mulheres faziam parte da organização, o rapaz era apenas um delator, que havia revelado a estranha presença daqueles dois, com o aspeto suspeito de serem alguém com um cosplay demasiado perfeito. Goku piscara os olhos completamente perdido e respondera às palavras poupadas e claras de Namura-san com um sucinto:

- Ahn?

Haviam-no chamado, adiantara Namura-san no mesmo tom cordato e profissional, continuando as explicações, quando descobriram que ele falava japonês e que, antevendo que ele não falaria nenhum outro idioma, iriam precisar de um intérprete para guiá-los numa conversa que se queria proveitosa para esclarecer algumas questões essenciais. Goku continuara sem perceber patavina e repetira, ligeiramente ansioso:

- Ahn?...

Namura-san voltara-se para o homem e começara uma conversa que semeara ainda mais dúvidas na cabeça zonza do saiya-jin.

- Ele afirma que se chama Son Goku.

- Son Goku?

A primeira mulher murmurara:

- Bem, o cabelo está parecido…

O rapaz exclamara entre o amedrontado e o excitado:

- Eu sabia!

- E como apareceu ele aqui? – quis saber o homem.

Namura-san fizera-lhe a pergunta, ele respondera e depois dissera ao homem:

- Estava a treinar com Vegeta no Palácio Celestial e apareceram aqui. Não sabe explicar o que aconteceu.

- Vegeta?

O rapaz exclamara cada vez mais amedrontado e excitado:

- Eu sabia!!

- Então… Ele aceita ser o nosso convidado especial?

Namura-san fizera a proposta, contara ao homem:

- Ele não percebe o que é isso, mas aceita.

A mulher roedora de unhas dissera:

- Não é só pelo cabelo, também pela… atitude. Será que é mesmo ele?

- Custa a crer, não é? – retorquira a primeira mulher. – Mas mesmo que não seja, está tão bem caracterizado, fala japonês com um timbre tão parecido ao original, que eu vou acreditar que é mesmo ele… Olha e estamos no mundo da fantasia, certo? Se ele aceitar entrar na brincadeira, porque não? Acho que todas as partes poderão ganhar com a colaboração. É a minha opinião, Guedes.

- Claro, também a minha. Namura-san, pergunta-lhe como poderemos ajudá-lo.

Namura-san fizera essa pergunta, Goku respondera.

- Ele, para já, diz que tem fome.

- Fome?

A primeira mulher escondera uma risada com a mão. O rapaz não fora tão discreto e soltara uma gargalhada estridente.

- Diz-lhe que comerá tudo o que quiser. Se quiser provar as massas que estão aqui à venda…

Após mais uma tradução, Namura-san acrescentara:

- Ele diz que está com muita fome.

- Muito bem. Ele que coma quanta massa quiser. Fica por conta da organização… Depois, queremos falar com ele, sobre algumas apresentações, fotografias, patrocínio de concursos. Pergunta-lhe se aceita.

Namura-san dissera depois de mais uma pergunta incompreensível:

- Ele aceita. Continua sem entender, mas faz tudo o que lhe pedirem… Diz que só quer voltar para casa.

- Tentaremos ajudá-lo nesse ponto… Apesar de não fazermos a mais pequena ideia de como lhe indicar o caminho de regresso para o lugar onde estava antes de aterrar no Iberanime. Espera, Namura-san!... Não traduzas esta parte. Ah… E pergunta-lhe para onde foi Vegeta, se estão tão longe de casa.

Namura-san contara, depois de mais uma sessão de pergunta, resposta:

- Ele diz que o companheiro há de voltar e, se não o fizer, ele vai à procura dele. Diz para não se preocuparem, o companheiro não vai fazer nenhuma… asneira.

- O que entende ele por asneira? – perguntara a mulher roedora de unhas.

- Talvez destruir… alguma coisa?

- Estás a falar a sério, Guedes?

- Só estou a tentar imaginar o que se passa dentro da cabeça dele.

O rapaz, entretanto, já se tinha ido embora.

- Não imagines! Não quero notícias negativas associadas ao evento.

- Eu sei, Sandra. Percebo. Tentaremos utilizar… esta oportunidade, OK?

- Que oportunidade?

- Ter a presença de Son Goku no Iberanime.

O homem sorrira-lhe e Goku sorrira-lhe de volta. Namura-san, numa pose profissional, levava a sério o seu papel de tradutor, mas os olhos continuavam a ser bondosos e Goku resolvera que iria confiar nele.

Continuava sem entender nada do que estava a acontecer, mas iriam dar-lhe de comer e isso era o mais importante, naquele momento.

***

Ouviu um risinho ao seu lado e voltou a cabeça, a sorver uma meada de massa. Encheu as bochechas de comida e a menina de cabelo cor-de-rosa riu-se mais alto. Estava acompanhada de uma outra menina, de cabelo cor-de-laranja. Ambas usavam vestidos de saias armadas, acima do joelho, com rendas e folhos, exibindo as longas pernas tapadas com meias da mesma cor dos cabelos. Ele olhou para os sapatos pretos que elas calçavam, enfeitados com lacinhos brancos.

- Olá. Como é que te chamas?

Falavam com ele, mas por algum motivo ele não conseguia perceber o idioma daquele lugar. Não queria parecer antipático e respondeu, com a boca cheia.

- Eu não percebo o que me dizem. Gomen né!

Elas riram-se ainda mais.

- Posso tirar-te uma fotografia? Estás tão engraçado!

- Hum?

A menina do cabelo cor-de-rosa mostrou uma máquina fotográfica. Ele engoliu a massa quase inteira. Quando o bolo compacto passou na glote torceu a cara e as meninas riram-se muito. Eram muito risonhas e ele sorriu. Queriam tirar-lhe uma fotografia. Ele achou que não deveria fazer mal e acenou com a cabeça. A menina do cabelo cor-de-laranja sentou-se no assento ao lado do dele, passou-lhe um braço pelos ombros. Ele ficou tenso com o toque dela. Quedou-se estático, de copo de plástico na mão, os pauzinhos suspensos, com os olhos escancarados como duas janelas grandes. A menina do cabelo cor-de-rosa aprontou a máquina, carregando no botão para ligá-la, atenta ao monitor.

- Comeste isso tudo? – perguntou a menina do cabelo cor-de-laranja a apontar para um conjunto de doze copos empilhados uns dentro dos outros, bafejando-lhe a orelha direita.

Ele achou que a tinha entendido, pelo gesto. Respondeu:

- Hai.

- Tu és muito comilão… Como foste capaz? Não te sentes a rebentar, nem nada?

Ele abanou a cabeça atrapalhado. A menina do cabelo cor-de-laranja cheirava bem, a pêssegos sumarentos acabados de colher, e ele descobriu que estava com a boca seca. Não estava a gostar mesmo nada de a ter ali pendurada, com aquele cheiro, a soprar palavras inteligíveis na sua orelha.

- Vá, vou tirar a foto… – anunciou a menina do cabelo cor-de-rosa. – Smile!

A menina do cabelo cor-de-laranja ajeitou-se no assento, encostou-se mais a ele.

- Podias largar o copo da massa agora? Para não ficar na foto?

E como ele não se mexia, ela suspirou e fez um sorriso delambido. Ele também sorriu. A máquina tilintou e disparou um flash duplo. A menina do cabelo cor-de-rosa deu um saltinho, entregou a máquina à amiga e trocaram de lugar. A menina do cabelo cor-de-rosa enroscou-se no braço dele como um gatinho. O cheiro mudou de pêssegos sumarentos para morangos maduros e ele respirou fundo, sentindo-se entontecer. A máquina tilintou e disparou outro flash duplo.

As duas meninas agradeceram-lhe com uma vénia.

- Tu és mesmo engraçado! – despediu-se a menina do cabelo cor-de-laranja, rindo-se.

Ele levantou os pauzinhos:

- Djá ná.

Recostou-se depois de terminar o décimo sexto copo de sopa processada. Com o estômago confortado, estava pronto para explorar a festa que tinha um nome estranho que ele não conseguira decorar e que tinha a ver com uma cultura qualquer do país natal de Namura-san.

Sorriu acariciando a barriga. Estava pronto para se divertir! E o que mais podia fazer? Tinha a impressão que não seria por esperar quieto num cantinho escuro daquele lugar que a passagem para a sala de treinos do Palácio Celestial se iria revelar mais depressa, por isso resolveu, de estômago cheio e mente desanuviada, passear-se um pouco pelo pavilhão. Talvez encontrasse mais meninas risonhas que lhe quisessem tirar fotografias.

A música já não lhe parecia tão barulhenta. Agarrou na pilha de copos e abandonou a bancada. Despejou-os no primeiro caixote do lixo que encontrou, limpando as mãos batendo uma na outra. Voltou-se para a casinha que ficava em frente e que exibia uma coleção impressionantes de lanças, espadas, punhais e diversas armas a fingir. Arqueou uma sobrancelha, enfiando os dedos no cinto que lhe atava o dogi. Bem, iria começar a exploração.

Lembrou-se de Vegeta. Queria que o companheiro estivesse ali com ele, no início daquela aventura, mas ele não andava longe. O ki do príncipe afastara-se num primeiro momento, depois estacara e agora vagueava aos ziguezagues pelos arredores. Buscaria, de certeza, paisagens reconhecíveis, mas não estava, claramente, a ser bem-sucedido. Haveria de regressar ao pavilhão, acabrunhado e zangado, exigindo-lhe que descobrisse o raio da passagem. Goku fechou os olhos, esboçando um sorriso. Tinha ainda alguns minutos antes de levar com toda a frustração de Vegeta.  

Num grupo de jovens animados, que trocavam panfletos e conferiam os conteúdos de sacos que dois deles agitavam como se fosse coisa preciosa, encontrou o rapaz que os tinha encontrado atrás da cortina negra. Entrou no grupo e interpelou-o:

- Yo, sabes onde posso encontrar Namura-san?

O rapaz empalideceu como se fosse desmaiar. Goku indagou preocupado:

- Estás… a sentir-te bem?

- Son… Goku?

- Hai, sou eu. Hum… Podes ajudar-me? Preciso de encontrar Namura-san. Pelos vistos, é o único que consegue falar comigo.

Os outros rapazes do grupo calaram o entusiasmo, olhando para ele e para o amigo que retirou um telemóvel do bolso das calças vincadas, devagar, assim como quem saca de uma pistola para a entregar à polícia depois de ter sido apanhado armado. Com os lábios a tremer, perguntou:

- Posso… tirar-te… uma fotografia? Go-Goku?

- Ahn?

Um dos outros rapazes, com a testa cingida por uma fita vermelha, todo vestido de preto, quis saber o que é que se estava a passar.

- Eh, pá. Ficaste nervoso porquê?

- Posso? – insistiu, agitando o telemóvel diante da cara de Goku.

Talvez fosse outra fotografia, apesar de a máquina parecer diferente, mas também tinha um pequeno olho e seria outro modelo de câmara. Bem, não se importava nada de ser fotografado. Goku acenou que sim, sorridente, pousando os punhos na cintura.

- Este tipo está muita parecido – apontou outro dos rapazes, cruzando os braços, analisando-o com uma nesga de ceticismo.

- Parecido a quem?

- Então, ainda não viste? Ao Son Goku!

- Ah…

O rapaz tirou a fotografia com o telemóvel. Goku afastou-se com um aceno simpático e viu, pelo canto do olho, o rapaz perder a força nas pernas e sentar-se no chão. Os amigos rodearam-no preocupados.

Uma menina de cabelo azul curto puxou-o pelo braço e Goku andou com ela alguns passos sem perceber o que se estava a passar. Depois reparou que a menina usava uma roupa parecida a Bulma, um vestido vermelho colado ao corpo e um lenço amarelo atado ao pescoço, calçava botas também amarelas.

- Oh, Goku! Por fim, encontrei-te! – riu-se ela, revirando os olhos que eram falsos, pois parecia ter pedaços de plástico sobre as íris que eram naturalmente castanhas.

Ele espreitou para dentro dos olhos dela, querendo perceber o mistério, aproximando-se demasiado do rosto da menina.

- Eh, queres beijar-me! Calma aí! Eu sou do Vegeta – exclamou dobrando-se para trás, sem contudo largar-lhe o braço.

- Hum? Vegeta? Viste-o?

- Oh! Falas japonês! Mas que fofo! Diz mais alguma coisa… por favor!

- Nani?

- Ai, que eu acho que vou trair o Vegeta e é agora!

Foi a vez de a menina aproximar-se demasiado do rosto dele. Goku escapou-se de um beijo no último segundo, inclinando-se a tal ponto que os lábios dela beijaram o ar. Ela abriu os olhos artificialmente azuis e deu uma gargalhada.

- És tímido! Sei…

- Uh, podias soltar-me? Preciso encontrar Namura-san.

Mas ela apertou-lhe o braço ainda mais, sentindo-lhe os músculos. Viu-a corar.

- Bolas, tu és forte. Fazes musculação?

- Eu não sei o que me estás a dizer… Mas se encontrar Namura-san, vais conseguir conversar comigo. Ele está numa destas casinhas que é da embaixada qualquer coisa. Se me levasses até lá… Ele sabe falar a tua língua e a minha.

- Posso tirar-te uma fotografia? – cortou ela empunhando um telemóvel que retirou da bolsa minúscula que usava a tiracolo.

Outra fotografia. Goku acenou que sim. Ela carregou no botão, escutou-se um clique. Continuava sem soltá-lo.

- Posso tirar outra?

E sem esperar a resposta dele, carregou no botão duas vezes seguidas, na última das quais mudou a posição do telemóvel para o horizontal.

Aquela gente adorava tirar fotografias! Faria parte da diversão daquela festa?

- Vou tirar outra, lindo… Está bem?

Encostou a cara à dele, esticando o braço, tirando uma fotografia aos dois. Ela sorria, ele estava com uma expressão cómica de espanto. Esta menina cheirava a flores do campo. Gostava do cheiro delas, descobriu satisfeito. E conseguiria distingui-las entre a multidão, só pelo olfato. Esticou o nariz para o céu e encontrou, a cirandar na rua paralela àquela onde estava com a menina Bulma, as duas meninas pêssego e morango.

- O que é que estás a fazer? Cheira-te a quê?

- Hum?

A voz de alguém cortou a música, anunciando entusiasmado qualquer coisa que arrancou gritos à multidão. A menina Bulma também gritou, ainda agarrada a ele.

- Anda dançar!

- Ahn?

Arrastou-o, ele deixou-se levar. Pararam num largo defronte de um palco, rodeado de colunas gigantescas que vomitavam o som imbecilmente elevado, mas Goku, anestesiado com a loucura que o rodeava, não conseguiu reagir. Normalmente, teria protegido os ouvidos sensíveis ou teria fugido para um canto onde a música não estivesse tão alta. A menina Bulma gingava as ancas, joelhos unidos, mãos em cima da cabeça como se fossem as orelhas de um coelho, sorriso largo e aqueles olhos azuis a fingir que não conseguiam ser brilhantes, mas tinham uma alegria contagiante. Ele olhava para ela com um sorriso de viés, sem saber o que fazer.

- Vá, Son Goku! Dança! Dança comigo, lindo!

Em redor deles estava um mar de gente num para para dance coletivo.

E ele começou mesmo a dançar, a tentar imitar os movimentos da menina.

***

Vegeta aterrou derrotado, junto ao rio. Achava que ninguém, daquele lugar estranho, o tinha visto levantar voo e pairar sobre as redondezas, mas mesmo que tal tivesse acontecido estava tão zangado que não se importava com a indiscrição. Que o vissem, raios!

As gaivotas voaram agitadas por cima da sua cabeça. Essas, sim, pelo menos tinham assistido ao fenómeno do homem que as tinha acompanhado nas alturas.

Suspirou, apertando os punhos.

Nem sinal de passagem, canal estreito ou qualquer pista de haver ali uma entrada que lhes possibilitasse regressar a casa. Olhou por cima do ombro, viu o pavilhão que, desde o alto, assemelhava-se ao calado de um grande navio voltado ao contrário, exibindo a quilha. Kakaroto tinha ficado lá dentro e ainda ali continuava. Carregou uma sobrancelha sobre o olhar negro. O ki do idiota indicava que estava descontraído e de guarda baixa. Não tinha procurado por nenhuma passagem… Provavelmente, tinha-se empanturrado e agora estaria a curtir a refeição.

Girou sobre os calcanhares e dirigiu-se a pé para a escadaria que rodeava o pavilhão, sob um sol cálido de uma tarde primaveril. Os passos eram pesados, a acompanhar a fúria que o queimava por dentro. Estava capaz de desfazer alguém.

- Gosto do teu cosplay. Está excelente, meu!

Sem se deter, olhou para o lado. Um rapaz, de copo vermelho na mão de onde saía uma palhinha, tinha-o interpelado num idioma que ele não entendera. Ignorou-o e seguiu caminho.

Numa das portas que dava acesso ao interior do pavilhão, um homenzarrão de tórax desenvolvido, vestindo uma t-shirt escura, barrou-lhe a entrada esticando um braço de bíceps gigantescos, que lhe ficou à altura dos olhos. Vegeta espreitou-o, semicerrando as pálpebras.

- Tens uma fatiota toda catita, mas aqui só se entra com bilhete ou com pulseira.

Acalmou-se, para não destruir aquilo tudo.

Cruzou os braços e disse petulante:

- Quando saí, não houve problema nenhum. Por que razão há agora, para entrar?

Lembrou-se que um outro homem, vestido da mesma maneira mas com menos envergadura, tinha-o perseguido para lhe colocar uma pulseira de papel no pulso e ele enxotara-o determinado. Deveria ser o que lhe faltava para poder entrar novamente ali. Mas não seria a reles de uma pulseirinha descartável que o iria impedir de regressar àquela estúpida algazarra que se escutava até na rua.

O homenzarrão troçou:

- Oh-oh… E ainda por cima, falamos japonês! OK, estás quase a convencer-me. Só falta o bilhete.

- Eu não te estou a perceber, inseto. E se não queres ficar a dormir, deixa-me entrar.

- OK, perfeito. Estiveste a caprichar na fantasia. Até gosto de Dragon Ball, admito. Mas um bilhetinho também é preciso. Olha, a bilheteira está ali… Vá lá, não custa muito e olha que vais divertir-te bastante. Com essa pinta, vais ter muitas meninas a querer conversar contigo.

Não percebeu por que razão o homenzarrão invocara as bolas de dragão, mas achou que seria apropriado. Se fosse ele, já estaria a rezar ao kami-sama e a Shenron, porque faltava apenas duas palavrinhas para levar um murro que o deixaria a dormir. A paciência do príncipe dos saiya-jin era conhecida por ser diminuta, ou quase inexistente nos bons velhos tempos.

Ele manteve-se calado, provocatório.

O homenzarrão mordeu o isco.

- Ouviste-me…

Uma palavra…

- …engraçadinho?

Duas palavras.

Num gesto rápido, Vegeta alçou o braço e esborrachou o nariz do homenzarrão com as costas do punho. Não empregara muita força, talvez aquela que usaria para esmagar uma mosca, mas o homenzarrão caiu para trás inanimado.

Os sons em redor calaram-se, mas ele nem se importou com a impressão avassaladora que estava a causar naquela porta, onde estava mais gente. Tinha contado mais três porteiros, duas raparigas que vinham juntas e um casal de mãos dadas.

Vegeta entrou no pavilhão.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:
Confronto no palco principal.



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