A Filha Da Caçadora escrita por Cássia chan
Notas iniciais do capítulo
Aqui está mais um capítulo fresquinho para vocês...
Espero que gostem...
— Nós temos que te proteger a todo custo — anunciou Jordan. — Se eles a tiverem, concluirão seus planos.
— Porque a mim? — indaguei, irritada. — Eles poderiam pegar a qualquer ShadowHunter. O feitiço pede o sangue de um filho do anjo.
— Eles queriam trocar você pelo Ian — disse Maya, calmamente. — É o mais lógico chegarmos a conclusão de que eles querem a você.
Cruzei os braços emburrada e bufei. Aquilo era injusto. Minha mãe fora levada, Max fora levado e eu não podia fazer nada! Estava sendo obrigada a ficar presa dentro de casa. Aquilo não era justo!
E quando eu digo presa, é presa mesmo. Eles me trancaram em meu quarto. Fecharam as portas do meu closet, colocaram grades em tosas as janelas e ainda levaram a minha estela.
Eu não podia fazer mais nada.
Meus pais e os membros do Instituto local estavam reunidos na biblioteca planejando o que iriam fazer. E eu tinha que permanecer em meu quarto com Maya, Jordan e o filhinho deles como guardas.
Peguei meu CD do System of a Dawn e o coloquei no meu micro system ligando-o no ultimo volume. Meu intuito não era atrapalhar a reunião, mas se isso acontecesse não acharia ruim.
Deitei em minha cama e coloquei o travesseiro sobre o rosto, a fim de abafar os meus gritos. Eu queria gritar, destruir todo aquele maldito lugar!
Levantei-me e caminhei em direção a minha cômoda. Peguei o abajur que estava lá em cima e o atirei contra a janela, fazendo com os vidros se estilhaçassem. Eu estava com raiva e queria descontá-la em alguma coisa.
Odiava ser tratada como uma criança! Eu já podia cuidar de mim mesma sozinha. Aquilo tudo não era justo. A minha segurança era mais importante que a da minha mãe e do meu irmão? Não parecia justo.
Um vulto na janela recém quebrada chamou a minha atenção. Era alguém entortando as barras que ali estavam. Afastei-me e deixei-o fazê-lo.
— Vamos dar uma volta — convidou Simon, fazendo seu pedido mais parecer uma ordem.
Rapidamente aproximei-me da janela e deixei minha prisão. A música alta impedia os “meus guardas” do lado de fora ouvirem o que estava acontecendo. Decidir ouvir música fora mais útil do que eu imaginara, afinal.
Simon tentou me ajudar a descer, mas eu recusei sua ajuda. Não era a primeira vez que eu escapava do meu quarto escondida, pela janela. Desci pela árvore que havia próxima dali.
Caminhamos em silencio até o parque que havia algumas quadras da minha casa. Nós nos sentamos em um banco.
— Devia ter pego a minha estela — murmurei, mas o vampiro ao meu lado conseguiu ouvir com clareza tudo que eu dissera.
— Se refere a isto aqui? — perguntou ele tirando a minha estela de seu bolso.
Eu a peguei e guardei na cintura da minha calça. Não gostava de me separar dela, fazia eu me sentir nua.
— Obrigada — disse, meio sem jeito.
Um silêncio perturbador reinou sobre nós. Era estranho ficar a sós com ele depois de tanto tempo.
— Porque fez isso? — perguntei, fitando o chão.
— Isso o que? — perguntou ele de volta, colocando um sorriso no canto dos lábios.
— Isso tudo. Me ajudar a sair do meu quarto, trazer a minha estela. Por quê?
— Porque... — pela primeira vez desde que ele voltara eu ouvira sua voz falhar. — Porque é a sua mãe. Eu faria a mesma coisa pela minha no seu lugar e adoraria receber a ajuda de alguém.
Então aquilo não se tratava da paixão dele pela minha mãe? Eu estava confusa.
— Sua mãe? — perguntei, meio receosa.
— Foi o motivo de eu ter saído da cidade há alguns anos — começou ele, a voz tremida. — Sem ela aqui e sua mãe com a família dela pra se preocupar, eu não tinha motivos para ficar aqui.
— O que aconteceu?
— Eu estava indo visita-la e vi a porta da frente da sua casa aberta. Fora arrombada por alguém. E quando subi as escadas para ir pro seu quarto vi o corpo dela em sua cama. Ela estava nua e havia vários hematomas no seu corpo. Os filhos da puta que invadiram a casa haviam estuprado ela antes de mata-la.
“Eu os procurei por semanas e quando finalmente os encontrei matei-os lentamente. Não havia me alimentado deles, então não havia necessariamente desrespeitado as regras da Clave.”
Eu não consegui dizer uma palavra se quer após ele terminar o seu relato. Agora eu desejava não ter feito aquelas perguntas. Fiquei me imaginando o quão doloroso tudo isso havia sido para ele.
— Eu sinto muito — disse, por fim.
— Só salve a sua mãe — disse ele, voltando ao seu tom frio e comum. — Já fará o bastante.
Ele levantou-se e eu segurei seu pulso, impedindo-o de ir embora de novo.
— Simon... — sussurrei.
Ele olhou para mim e eu podia jurar que havia lágrimas em seus olhos. Um peso enorme se formou no meu peito. Levantei-me e o abracei. Ele hesitou por um instante e em seguida envolveu-me com seus braços.
Afastei-me um pouco permitindo-me olhar para ele. Ver seus olhos, as maçãs do seu rosto, suas feições perfeitas. Permiti-me lembrar como era estar apaixonada por ele, como era fantasiar esse momento. Ele inclinou-se em minha direção e eu fechei os olhos, preparando-me para receber seu tão desejado beijo.
Seus lábios eram urgentes, firmes e ao mesmo tempo delicados. Suas mãos passeavam pelas minhas costas, prendendo-me a ele. Eu passeava as mãos em seu cabelo, tentando prende-lo ainda mais a mim.
Quando finalmente nos soltamos eu estava sem ar e ofegante. Não fora exatamente como eu imaginara. Seu beijo era muito bom, mas faltara alguma coisa. Uma ligação emocional. Eu não sentira nada.
— Temos que arrumar algumas armas — disse ele, puxando-me pela mão em direção a minha casa.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E então do que acharam das confissões do Simon?
E do beijo dele com a Line?
Acho que eles estão proximos de conseguir resgatar a Clary, não acham?