The Family Business escrita por Tia Stark


Capítulo 1
Prefácio


Notas iniciais do capítulo

Oiiiie meus pudins lindos e divos *----*
Como vão?
Boa leitura :33



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Prefácio

“No sir, I don't wanna be the blame, not anymore”


Meu despertador tocou em um volume tão alto que me fez cair de cara no chão com cobertor e tudo, a única coisa que eu falei foi:

— Droga.

Me levantei ainda desnorteada e quase surda pelo volume alto que a musica me proporcionou, peguei o despertador que ainda tocava a linda voz da Hayley, e ataquei na parede com tanta força que ele caiu no chão aos pedaços.

— Problema resolvido. — falei sonolenta e querendo voltar ao meu sono gostoso.

Fui até o banheiro e fiz minha higiene matinal, voltei para o meu quarto e me troquei, coloquei uma roupa leve, já que estava sozinha em casa, nada como um dia normal para fazer coisas normais, ou seja, fazer o que eu mais odeio fazer. Sai do meu quarto, fui até o corredor, quando chego à sala a única coisa que vejo é:

Bagunça total.

Que ódio, quantas vezes eu tenho que dizer que não é pra deixar nada bagunçado, eu arrumo a casa quase todo dia e quando eles voltam desarrumam tudo, isso me deixa muito brava, peguei as latinhas de cerveja que estavam em cima da mesinha de centro e fui em direção a cozinha, as coloquei na lata de lixo e logo depois abri a geladeira para ver o que tinha para comer, havia ovos, maçãs, danone, tudo, mas decidi preparar waffles para o café.

Depois que terminei de preparar o meu café me sentei à mesa e comecei a levar cada garfada a boca, o silêncio estava instalado na casa, uma coisa que eu sempre odiei; eu gostava de silêncio para ler livros, não para passar a maior parte do dia, mas o dia todo em um silêncio ridículo era demais para mim, me levantei e fui em direção a geladeira, minha garganta estava seca pois não havia pegado nada para beber, a abri e peguei uma maçã e escutei algo cair, olhei para os lados desconfiada e tirei uma faca do suspensório para facas que havia na minha coxa, fiquei em silêncio para tentar ouvir algo, até que olhei para o chão. Havia um papel amarelo, algo estava escrito nele, peguei o papel e comecei a ler:

“Fui à mercearia e reabastecer o estoque de sal, volto à noite

Beijos, papai”

Revirei os olhos e me encostei na mesa de granito, suspirei e comi um pedaço da maçã e comecei a pensar como Dean ainda se chamava de papai, para algumas pessoas de quinze anos era infantil, mas não para mim, ele tinha um carinho especial por mim que nunca tive, ele era como um pai, mesmo não sendo, pois nunca conheci o meu pai, mas sempre me senti especial com ele por perto, mesmo nas brigas, discussões e quando ficávamos irritados um com o outro por coisas infantis, esse era o pai que eu tinha e eu agradecia, pois ele era uma ótima pessoa.

Mas a pior parte era que eu e ele sempre tivemos discussões quando ele estava em casa, porque eu sempre insisti que ele me levasse para caçar junto com ele, não gostava de ficar trancada dentro de casa. Era como se eu estivesse em uma cadeia, queria sair dali; não viver como uma adolescente normal, eu queria andar no Impala, com armas no porta malas, um pacote de sal na mala caso alguém precisasse entrar em um circulo para se proteger de fantasmas ou demônios. Eu queria salvar pessoas, caçar coisas, entrar para o negócio da família, mas Dean dizia que era muito perigoso e que eu podia me machucar, não queria ser a vitima para sempre, a única coisa que eu fazia era viver como uma adolescente normal, limpar armas e de vez em nunca atirar em latinhas. Mas que merda que eu iria fazer da vida?! Sempre me perguntei como seria minha vida, se eu iria ser caçadora ou iria ser mais uma daquelas meninas idiotas atrás de balcões de escritório com seu computador. Para mim a última opção sempre foi uma bobagem, eu gostava de ação, aventura, mas eu era como um pedaço de vidro que nada podia tocar. Eu tinha que obedecer igual a um cachorrinho.

Coloquei o bilhete em cima da mesa e voltei a comer tranquilamente, quando terminei a refeição ,peguei meu prato e coloquei na pia.

— Depois eu lavo a louça — murmurei para mim mesma e fui à direção do meu quarto.

Comecei a arrumar a minha cama, arrumei o lençol, estiquei o edredom em cima da cama, arrumei as almofadas e afofei o travesseiro, me virei e voltei a minha atenção a minha escrivaninha: O notebook do Sam estava ali aberto. “Devia ter descarregado”, pensei comigo mesma. Me lembrei que na noite passada estava tentando achar pistas de algum fenômeno sobrenatural e acabei indo dormir sem desligar, fechei o notebook e comecei a arrumar as papeladas que estavam em cima da escrivaninha, havia muitas coisas sobre wendigos ou algo do gênero, até que bati o meu dedo em um porta retrato:

— Ai — falei enquanto apertava o dedo que doía.

Olhei para o retrato e vi Marilyn e eu, ”Mel” como eu a chamava. Era minha melhor amiga, e por incrível que parecesse ela também era filha de um caçador, e vivia na mesma situação que eu:

Na seca.

     Chamávamos assim o fato de não podermos ir caçar. Mel era uma garota legal, a melhor amiga que tive e a mais idiota; quando estávamos na escola sempre que um menino chegava perto da gente, ela quase tinha um ataque cardíaco, e logo depois começava a gritar. Eu dizia sempre que era uma vergonha alheia e ela ria ironicamente.

Voltei a limpar o meu quarto, e fui em direção a sala arrumar as coisas lá e deixar tudo em ordem, quando ouvi meu celular tocar e sai correndo de volta até o meu quarto e atendi:


— Telefone ON —

— Alô? — falei atendendo quase sem ar depois da correria que tive pela casa.

— Olá querida, como vai? — era minha mãe.

Elisabeth Jackson, uma caçadora, e eu ainda me perguntava o porque eu não podia entrar para a caçada se quase toda a minha família estava envolvida. Minha mãe foi embora quando eu tinha 10 anos ,ela não tinha me abandonado, muito pelo contrário, ela havia me deixado com os melhores caçadores para a minha proteção, eu não a culpo. Ela dizia que tinha trabalho.

— Vou bem mãe — falei forçando uma voz de felicidade.

— E como vai a escola? — ela perguntou com expectativa.

Ops...

Eu havia me mudado para uma escola perto da minha casa, minha melhor amiga estudava lá, nas minhas operações anteriores de ir para escola eu acabei sendo expulsa todas as vezes, os dias se passavam lentos quando eu estava na aula, não pelas matérias, mas pelos alunos. Eles era completos idiotas, ficavam atacando papelzinhos na sala toda, às vezes eu ficava tão irritada que nem prestar atenção na aula eu conseguia, mas o pior parte eram as metidas, eram 3 a Nicole, Kimberly e Lucy, mas a mente malvada era a Lucy, a menina parecia o demônio, mas não um que te possuía e saía, era aquela que você tinha que mandar para o inferno e enjaular junto com Lúcifer, era uma menina maléfica e adorava mexer com todo mundo, mas um dia graças a mim o seu reinado iria ter um ponto final.


— Flashback ON —

Estava encostada no meu armário fazendo a lição de biologia quando uma garota patricinha e suas seguidoras vieram me perturbar:

— Mandando correspondência para os pais? — ela disse zombando de mim e suas amiguinhas riram.

Toda a escola sabia que eu morava sozinha porque meus pais andavam muito ocupados viajando.

— Estou. — deixei meu sorriso de ironia aparecer — Se quiser você pode ser aqueles pombinhos que entregam a correspondência — fiz uma cara de confusão — Mas esqueci que urubus não mandam cartas. — sorri e olhei em seus olhos e ela estava séria.

— Tome cuidado com suas palavras Anna Winchester. — ela disse irritada e suas amigas disseram alguma coisa como se eu fosse maluca ou algo assim.

— Vai fazer o quê? Me arranhar com essas unhas? —falei fingindo estar amedrontada — Tente. — ameacei.

—Você me paga garota — ela disse passando gloss e logo depois saindo rebolando.

Na saída da escola, Lucy saiu correndo atrás de mim e me deu um chute, olhei confusa para ela, que jogou um beijo para mim e logo gritou:

— MEU DEUS, SOCORRO!

As amigas dela começaram a gritar "briga" chamando a atenção dos outros alunos, que depois de segundos fizeram uma rodinha a nossa volta. Lucy soltou as palavras que acabaram com seu reinado:

—Que foi, Aninha? Papai e mamãe abandonaram você por quê? Porque não te aguentavam mais? Queriam se livrar de você? — ela sorriu — Seus pais são idiotas, tudo um bando de desocupados igual a você... — ela suspirou com um sorriso enorme no rosto — Vadia.

Não pensei em contar, só olhei irritada para ela e falei:

— Seu reinado acabou.

Fui para cima, começamos uma luta livre ali mesmo, ela tentava me dar socos, mas eu desviava de todos eles. Ela tentou me dar uma rasteira porém eu fui mais esperta: quando ela encostou na minha perna eu a empurrei, e logo depois dei uma rasteira nela. Quando ela caiu eu sorri, e falei:

— Quer que eu te ajude princesa?

— SOCORRO! — ela gritou e fingiu choro.

Todos que estavam vendo a briga saíram correndo, quando me virei dei de cara com o inspetor:

— O-oh — falei.

Depois que fui levada para diretoria, a diretora ligou para o meu pai e logo depois disso ela disse que eu estava expulsa da escola. Quando cheguei em casa, levei um sermão daqueles do Sam, enquanto Dean olhava para mim irritado, mas no fundo eu sabia que ele se sentia orgulhoso pois eu consegui uma meta, defesa pessoal. Depois do sermão do Sam, foi a vez do Dean, ele me olhou e disse:

— Como ela ficou depois da surra filha? — com um sorriso estampado em seu rosto.

— Flashback OFF —

— VOCÊ FOI O QUE?! — minha mãe gritou.

— Mãe, a menina me bateu e disse que a minha família não ligava para mim! — respondi quase irritada.

— Não adianta não é mesmo? — ela disse suspirando.

— Acho que não. — falei quase sorrindo.

— E seu pai? — ela iria só perguntar do Dean, mas ela hesitou ao acrescentar: — Vai colocar você em outra escola?

— O Dean? Ele está bem. — suspirei — Mas voltar para escola? Não sei. — me sentei na cama — Mas eu não quero voltar para escola, mãe. — falei quase implorando — Queria caçar.

— Filha... — ela disse com a voz doce.

Minha mãe me entendia, por mais complicado que fosse a minha situação. Ela sabia que eu queria caçar, mas para Dean era perigoso demais para uma garota de quinze anos. O que me deixava um tanto irritada.

— Filha? — minha mãe chamou quebrando o silêncio

— Hum? — falei quase sem muito interesse.

— Eu te amo, querida. — pude sentir ela sorrir levemente.

— Também te amo, mãe. — não pude deixar de soltar um sorriso.

Mesmo distante da minha mãe, ela era muito especial, quando podia me ligava, tinha vezes que ela me ligava de madrugada para perguntar se eu estava precisando de alguma coisa, ou com vontade de comer algo pois ela estava saindo de uma cidade, e depois ela narrava uma lista de comidas da cidade e de coisas que talvez eu adoraria comprar, mas, tudo que eu dizia era "ahram, quero sim, pode trazer." No final das contas, ela já havia comido e eu e ela caíamos na risada.

— Tenho que desligar, depois eu te ligo ok? — o tom dela ficou sério.

— Claro. — falei sorrindo — Pode me ligar qualquer hora.

— Tudo bem, beijos querida, te amo.

— Beijos, eu também te amo. — falei desligando.

— Telefone OFF —

Coloquei o telefone ao meu lado e comecei a fitar a parede. Sinceramente, eu sentia falta da minha mãe, era como se ela tivesse levado uma partezinha de mim. De vez em quando ela aparecia para dar um "oi" e para saber como eu estava. Liguei o celular de novo para ver o horário já eram 15:34, me levantei e voltei a arrumar a casa, entrei no quarto do Dean, havia três latinhas de cerveja no chão, tirei as latinhas e comecei arrumar a cama dele, depois arrumei todo o quarto, fui para o quarto do Sam:

“Graças a Deus alguém organizado por aqui”, pensei.

 Nem entrei direito, só fechei a porta e fui em direção a sala, comecei a arrumá-la e logo depois comecei a espanar os móveis; é, eu tinha tempo livre então eu arrumava a casa...

[...]

Depois da faxina me sentei no sofá e liguei a TV, passava um filmes de criança. Parecia ser legal, era de um cachorro com um raio no corpo, uma gata e um hamster em uma bola de plástico, era legalzinho; bom eu só gostava por causa do cachorro mesmo, ele era bem humorado, na verdade, eu sempre quis ter um cachorro. Mas Sam e Dean mudavam de cidade de mês em mês, então eu não podia ter uma esperança de ter um algum dia, a única coisa viva que eu tive e que cuidei foi uma planta, que morreu porque ficou o dia todo no sol sem água. Depois que o filme terminou olhei para o relógio: já eram 19:53. Me assustei pois o tempo havia passado rápido demais. Me levantei num pulo e sai correndo para cozinha, Sam e Dean chegariam mais ou menos ás 22:00 e pouco, então eu pensei em fazer alguma coisa para eles comerem. Fui até a cozinha e comecei a preparar hambúrgueres para o Dean. Enquanto a carne fritava, eu cortava legumes para a salada do Sammy. Quando terminei de fazer a comida dos dois me sentei novamente no sofá e esperei os dois chegarem.

[...]

Eu tinha acertado a hora em que eles chegariam, mas não os minutos. Eles chegaram as 22:12, Dean trouxe uma sacola enorme com sal, e Sam trouxe sacolas com mantimentos para mim, como chocolates, refrigerantes e muito mais. Eu já havia falado para os dois pararem de comprar besteiras para mim porque eu não queria passar de magra fofinha para uma garota obesa parecida com um porco, mas, às vezes, eles nem me escutavam.

— Estão com fome? — perguntei mudando o canal da TV.

— Não muita. — Sam respondeu olhando para mim e logo depois para o irmão.

— Eu estou. — Dean disse largando a sacola do lado da porta e indo até a cozinha.

— Tem comida em cima da mesa! — gritei para Dean.

Sam sorriu.

— Como foi seu dia? — ele indagou um pouco preocupado.

— Quer mesmo saber? — retruquei sorrindo ironicamente.

Sam apenas revirou os olhos com a minha fala. Dean voltou para a sala comendo o hambúrguer, e aquilo me deu uma raiva. Eu havia me matado para limpar a casa e o filho da mãe come seu precioso lanche pela casa toda. Olhei para ele e revirei os olhos; tinha vontade de estrangular ele, mas só bufei e voltei a dar atenção a TV.

— Qual o problema? — Dean perguntou comendo o sanduiche no meio da sala.

Ato me fez revirar os olhos de raiva, pois eu havia limpado a casa o dia inteiro. Pelo menos ele podia ter pegado um prato!

— Nada. — falei dando de ombros.

Sam se sentou ao meu lado, e pegou o controle remoto da minha mão.

— Ei! — protestei.

— Está na hora da criança dormir. — ele disse olhando para mim parecendo um pai irritado.

— Mas...— tentei fazer mais um protesto, falhando miseravelmente.

— Nada de mas — Sam disse levantando um dedo para me fazer ficar quieta.

— Dean! — chamei a atenção do loiro que ainda devorava o seu lanche como um porco.

— Oi? — ele disse com a boca cheia.

— Esquece. — revirei os olhos e me levantei — Acho que depois dessa eu vou dormir.

— Anna? — Dean me chamou antes que eu desse as costas.

Olhei para meu pai.

— Sua mãe ligou? — ele perguntou parecendo preocupado.

Dean e minha mãe, bom, eles tem um “caso” faz um tempinho. Eu soube disso quando eu tinha doze anos, me lembro que eles brigaram depois a minha mãe fez alguma coisa que ele não gostou e depois disso não me lembro mais do que aconteceu. Eu acho até legal porque ele é um bom pai, e um ótimo homem; cafajeste, mas mesmo assim um bom homem.

— Ligou. — confirmei pegando o controle remoto de novo da mão do Sammy e mudando de canal. — Ela está bem. — sorri reconfortando-o.

Sam revirou os olhos e falou:

— Vou dormir — avisou enquanto se levantava do sofá — Amanhã temos que acordar cedo.

— Vão caçar? — perguntei com esperanças de que eles me levassem junto.

— Vamos. — Dean disse se sentando ao meu lado.

— Boa noite. — desejou Sam dando as costas e indo até seu quarto.

— Boa noite. — Dean e eu respondemos ao mesmo tempo.

— Pai, posso ir com vocês? — pedi, parecendo uma criança.

— Filha... — ele começou tentando me convencer, mas com certeza iria falhar.

— Então eu quero um cachorro. — avisei cruzando os braços feito uma criança mimada.

— Anna... — ele disse rindo — Quando vai entender que eu só quero seu bem? — ele disse tirando uma mecha de cabelo que havia caído em cima do meu rosto e colocando-a atrás da orelha.

— O cachorro vai ser um dobermann e vai se chamar Perseus — insisti começando a rir.

— Ela perguntou mais alguma coisa? — Dean indagou tirando o controle das minhas mãos e mudando de canal, se referindo a minha mãe.

— Ela perguntou se você estava bem, e se você iria me colocar em uma nova escola. — revirei os olhos.

— Logo, logo — ele disse calmamente — Depois que você bateu naquela garota, a sua fama é de aluna revoltada. — ele riu.

— É lógico! Aquela loira azeda me provocou. — falei fingindo estar irritada.

Caímos na risada.

— Vou dormir agora — bocejei e logo depois dei um beijo na bochecha do Dean — Boa noite.

— Boa noite — Dean respondeu sem tirar os olhos da televisão.

Sai correndo até meu quarto e me joguei na cama. Meus únicos pensamentos naquele momento eram:

“Vou entrar para caçada, senão, não me chamo Anna Winchester”


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Notas finais do capítulo

O que acharam do prefácio meus amores?Gostaram?
Comentários?Recomendações?Sugestões?
Até semana que vem :33