Acordei na manha seguinte com beijos doces ao longo da minha medula, pisquei duas vezes me contorcendo e aproveitando a sensação, me virei e me deparei com um belo homem no meu lado, pele morena em meio mar de lençóis brancos, seus cabelos desgrenhados pós-foda, seus olhos azuis, e um sorriso preguiçoso e cintilante, sua cabeça estava apoiada em sua mão, o braço apoiado na cama sobre o cotovelo, sorri e me aproximei dele dando-lhe beijos em seu peitoral quente e sólido.

              - Bom dia iadala. – ele acariciou meu rosto e cabelo.

     Me enrolei nos lençóis e me ergui para beijá-lo.

              - Bom dia amor. – sorri e me sentei

     Me sentia ótima naquela manhã, ainda que dolorida, mas me sentia feliz, leve, com muita disposição, relaxada e amada.Olhei para a cama e fiquei horrorizada, os lençóis estavam manchados de sangue, Ren se sentou ao meu lado e me puxou para seu corpo, me abraçando.

               - As camareiras não vão gostar muito disso. – falei

               - Se preciso pago um novo conjunto de lençóis, ele beijou minha testa e respirou fundo – vamos tomar café da manhã?

      Nos levantamos, tomamos banho, Ren queria tomar banho comigo, mas ainda não estava preparada para aquilo, então tomamos separados.Pus um biquini, me sentia bem para aquilo, short Jens amarelo e uma regata branca com 2 botões abertos no decote, trancei meu cabelo e como sempre finalizei com uma fita, hoje de cor amora.

      Ren tinha saído do banho, e pelo o espelho o vi escorado, com a toalha na cintura, me olhando, lindo, parecia um modelo, e era meu marido.MEU.Sorri tímida e ele veio caminhando até a mim.Pegou em minha cintura com uma mão e na outra a ponta de minha trança, aproximou sua boca de minha orelha e disse:

                 - Estou louco para chegar a hora de desfazer a trança e o laço. – e mordiscou meu pescoço,me deu um olhar arriscado pelo espelho e se afastou para se vestir.

       Tomamos um farto café da manhã e depois ficamos em uma rede que encontramos pelo hotel.

        Ren me recitava poemas e me provocava com alguns.Eu me sentia tão completa, feliz, era tudo que uma mulher deveria ter, um homem que a ama, um casamento feliz, embora seja só o começo do nosso, espero mantê-lo com felicidade.Estava deitada no peito dele enquanto balançávamos e ele massageava meus ombros.

                 - Kells?

                 - Hmm..

       Senti seu sorriso.

                 - Estava pensando aqui no nosso futuro...

                 - Sim..

                 - Eu tenho a empresa que Sr.Kadam deixou em minha responsabilidade, e você, vai terminar a faculdade e fará o que?

                 - Não sei. – me virei para ele – Por quê?

                 - Por quê acho que não vai precisar se preocupar com trabalho, posso nos sustentar, e quero ter o prazer de chegar em casa e ver minha linda esposa cuidando de nossa casa e filhos. – ele deu um sorriso torto de fazer-qualquer-mulher-querer-virar-dona-de-casa.

                 - Ah é Sr.Rajaram, o senhor quer me fazer de doméstica?

                 - Não, teremos empregadas se você quiser, só acho importante você estar em casa com nossos filhos, e desnecessário você trabalhar – seu sorriso se iluminou – Sra.Rajaram.

                  - Nada disso, irei trabalhar, e vou cuidar de nossos filhos, sou uma mulher forte, posso fazer todas essas coisas..

                 - Sei que pode iadala – ele acariciou meu rosto – é por isso que te amo. – pegou em minha trança puxando-a e beijando minha testa.

           Sorri.

                  - Mas então, quer dizer que vamos ter filhos, plural? – arqueei uma sobrancelha.

                  - Pelo menos uns  4. – ele sorriu

                  - Nada disso Sr.Rajaram, quer que eu vire uma baleia?

                  - Continuaria te amando de qualquer forma. – falou

       O beijei abraçando-o pelo pescoço.

                   - Te amo,mas teremos no máximo dois. – falei

        Ele fez biquinho então eu o beijei mais ainda.

       Á tarde fomos conhecer as praias, mas só conhecê-las e caminhar pela areia, descobri que ali havia tubarões, e ainda não tinha me curado de meu trauma.

       Fomos na piscina, Ren atraia olhares de todas as mulheres, ele vestia uma bermuda verde degradê que pendia em sua cintura, e usava um óculos Ray-ban anos 50,ele estava irresistível, eu abracei seu braço até encontrarmos um canto para nós.

       Quando nos sentamos, as mulheres passavam de biquíni direto em nossa frente, mas Ren, graças á deus estava distraído com seu livro, mas aquilo já estava me incomodando,elas não percebiam que ele estava comigo?

       Me levantei e comecei a tirar minha roupa revelando meu biquíni, Ren elevou o olhar  e voltou ao livro, depois voltou correndo para mim espantado.

                     - Kells... – ele suspirou

        Um homem do outro lado da piscina assobiou, então vi outros homens olhando para mim e me senti exposta.

               Ren se levantou com uma toalha pra me cobrir, mas eu neguei e peguei em sua mão.

                      - Vamos entrar na piscina. – falei e o puxei.

       As mulheres me encaravam e cochichavam ente si, os homens franziam a testa, abracei meu marido pelo pescoço e comecei a beijá-lo, depois começamos a brincar na piscina, de repente me bateu uma saudade de Kishan então sai da piscina.

       Ren veio atrás, me enrolei em uma toalha e me sentei, lágrimas rolaram pela minha bochecha, ele se sentou em minha frente secando os cabelos e depois acariciou meu rosto.

                      - O que foi prema?

                      - Nada. – dei um sorriso fraco – só me lembrei de uma coisa.

                      - Quer falar?

        Neguei com a cabeça, então ele só se sentou ao meu lado me puxando para seu peito.

        Mais tarde voltamos para nosso quarto, os lençóis tinham sido trocados, tomei um banho quente me deitei cansada, Ren se sentou na ponta da cama e massageou meus pés até que eu dormisse.

        A semana no caribe tinha sido mágica, eu enfim tinha conseguido entrar na água, visitamos alguns corais depois que o instrutor me garantiu que os tubarões não estavam atacando naquela época.Eu e Ren repetimos várias vezes a dose de nossa primeira noite, conversamos sobre futuro, nossos filhos, e ás vezes do passado com alguns choros entalados.

        Enfim chegamos em casa, joguei as malas em um canto e me joguei no sofá, mas logo ataquei a cozinha com uma fome de 30 ladrões mal sucedidos de alibabá.

        Fiz panqueca para Ren, e muitos sanduíches, e eu atacava tudo antes mesmo de terminar.Ren se pôs ao meu lado e começou a comer também, fizemos pipoca e pedimos um filme na locadora.

       Assim que o filme começou minha barriga se bagunçou e uma ânsia de vômito subiu em minha garganta, fazendo-me correr pro banheiro, e de repente tudo o que eu tinha comido estava na privada, Ren bateu na porta mas mandei ele não entrar.Dei descarga, lavei meu rosto e boca, e sai.

      Ren me pegou e me avaliou segurando meu queixo.

           - Você está passando mal desde ante ontem, temos que levá-la ao médico. – falou

           - Ih, não, não se preocupe – o selei – eu comi demais, e no avião eu fiquei meio enjoada por causa da altitude e tudo mais, e ante ontem acho que aquele risoto não me caiu muito bem. – acariciei-lhe o braço confortando-o – não se preocupe ok?

     Ele suspirou e voltamos para a sala.

     Uma semana se passou e eu ainda estava com enjôos e tontura,não vou negar mas estava começando a supor uma coisa.

      Era uma quinta feira, eu e Ren decidimos chamar Nilima e Sunil para jantar na cidade.

       Nilima estava linda, mas eu, já esperando o melhor dela,também vesti o meu melhor.Sunil estava de jeans, uma blusa verde e jaqueta de couro, ele e Nilima se entreolhavam e ela corava, ali havia coisa.

      Eu e Ren contávamos a eles nossa lua de mel, como Caribe era lindo e tudo mais enquanto o jantar não vinha.

             - Nilima, vai ao toalete comigo? – perguntei

             - Claro Kelsey. – nos levantamos e fomos

     Chegando no banheiro comecei a inquisição.

             - Você estão ficando não estão?- perguntei

     Ela corou e assentiu.

              - Ah, sabia! – eu a abracei – Nilima, conte-me tudo.

     Nilima me falou como tinha acontecido o primeiro beijo, Sunil a tinha chamado pra sair, e ela ainda relutante aceitou, ele a tinha levado pra conhecer o parque de Oregon, e quando estavam muito próximos ele a beijou, ela disse que ele beijava muito bem, com uma brutalidade de guerreiro, e ainda sim o carinho de um anjo.Desde então eles tinham começado á sair e ela estava começando a gostar dele, e falou que também sofre com os olhares das mulheres alheias.

               - Espero que fiquem juntos. – sorri e bati palminhas – E ahn...Nilima...

               - Sim...

               - Não quero contar a Ren, até porquê não tenho certeza, mas acho que estou grávida.

      Ela gritou.

                - Xii!Queria que você fosse comigo no médico amanhã, tudo bem?

                - Claro claro. – ela sorria então me abraçou – Ah Kelsey, você é a irmã que a vida não me deu, e não sabe a enorme alegria que sinto por você.

                - Você também é minha irmã Nilima.

     Saímos do banheiro e fomos jantar.Quando terminamos saímos e nos despedimos de Sunil e Nilima que se dirigiram ate o carro de mãos dadas.

     No dia seguinte saí com Ren para o seu trabalho, ele não me questionou.Chegando lá encontrei com Nilima e fomos ao médico.

     Fiz os exames com a Doutora Beatrice que era um doce de pessoa e aguardávamos ansiosas com o resultado. A doutora de cabelos loiros dourados, rosto enrugado e um óculos na ponta de seu nariz se sentou a nossa frente  e lia uns papéis, elevou seus intensos olhos cinzas e sorriu.

                 - Parabéns Sra.Rajaram, você está grávida!