Além Do Sistema. escrita por AnneWitter


Capítulo 3
2 - Cuidado, o Sistema ouve


Notas iniciais do capítulo

- Cap não betado.
— Akane e para quem mais perguntava sobre quem é o parceiro de Lucy, a resposta está nesse capítulo ^.^
—Gente peço que comente, realmente gosto de ler os comentários, e sempre são esses que me dão inspiração para continuar. sei que não respondo rapidamente, mas sempre procuro fazê-lo quando posso e nas notas dos capítulos... Mas podem ter certeza leio todos!!!!



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Lucy acordou sobressaltada, arfava enquanto olhava para o quarto entregue a uma inquietante penumbra. Ela sabia que havia alguma coisa ali dentro, a espreitando na escuridão, sempre era dessa forma quando ela sonhava com aquele lugar.

‘Não faça deste lugar o seu sonho’

Como, como poderia impedir isso? Era uma pergunta que algum tempo fazia parte da mente de Lucy, embora ela fosse uma agente treinada e seguisse fielmente tudo que o Sistema orientava, seguindo também passo a passo do que aprendera dentro da escola preparatória de Crocus; ainda sim ela não conseguia impedir, aquele lugar fazia parte de seus sonhos, simplesmente adentrava em sua mente enquanto dormia, a embalando e envolvendo completamente.

–Tenho que acabar com isso. – choramingou Lucy, passando sua mão sobre a testa suada. – Tenho que impedir minha mente de continuar assim.

–Cuidado.

Lucy olhou em direção da voz. O canto de maior obscuridade dentro do recinto lhe pareceu instantaneamente claro, embora não conseguisse enxergar com precisão a dona daquela voz infantil.

–O que você faz aqui? – a pergunta saiu dos lábios de Lucy repleto de temor.

–Já disse para ter cuidado. – a voz infantil voltou a pronunciar. –O Sistema ouve. – continuou num tom baixo.

Lucy continuou a olhar o canto, querendo enxergar aquela que estava ali, mas não conseguindo, embora quisesse isso, algo dentro de si gritava para que continuasse dessa forma, pois temia a conseqüência de tal fato.

Cuidado, o Sistema ouve.

A frase brincava no quarto impregnada naquela voz infantil, que não zombava, apenas alertava carinhosamente como fazia quando aquele ser estava no Além do Sistema. Lucy não conseguia se mover, continuava em sua cama olhando intensamente o local que vinha a voz, pedindo para que tudo aquilo ainda fizesse parte de seu sonho.

‘Faz parte do seu sonho?’ a pergunta que Natsu um dia lhe vez, quando pela primeira vez contou sobre os estranhos sonhos que tinha, assaltou-lhe a mente. Uma pergunta que lhe fazia pensar todas as vezes que lembrava dela, e como naquele dia que ele a fez, Lucy não sabia responder. Ou sim. Aquilo tudo que estava acontecendo em seu quarto, tinha... Não, fazia parte do seu sonho.

Certa disso, acreditando fielmente nisso ela levantou-se e, assim que o fez a voz cessou, a loira sorriu e seguiu em direção a porta, a abriu e a claridade que vinha da sala de estar, devido a grande janela descortinada que havia nesta, invadiu o quarto varrendo a escuridão deste. Devagar Lucy voltou a olhar o quarto, seguindo corajosamente para o lado que outrora olhava com intensidade, como todo o quarto ali não havia ninguém.

Aliviada ela atravessou a sala de estar e entrou no banheiro, onde tomou um relaxante banho, isso sempre a ajudava quando tinha aqueles tipos de sonhos.

Depois do banho e de se arrumar, ela seguiu para o apartamento defronte ao seu, o 108.

Ela queria se desculpar com Natsu pelo que havia acontecido na noite passada, embora no fundo não era isso que queria, Lucy na verdade queria voltar a tocá-lo e agarrá-lo eternamente, mesmo que para isso tivesse que sentir aquela carga elétrica desagradável novamente. Entretanto ela não poderia ir contra o Sistema. Nunca! Seu parceiro seria outro, e assim ela tinha que aceitar, por isso o melhor que fazia agora era pedir desculpas para Natsu, afinal ele sempre foi seu grande amigo, desde o dia que se mudou para aquele apartamento, os dois se tornaram amigos e assim continuaria. Uma vez que o rosado era o único a saber de seus sintomas – os sonhos. Embora Alzack tivesse lá suas suspeitas, era Natsu quem tinha a plena certeza deles.

Firme em sua decisão ela bateu a porta com os nos de seus dedos, foram dez batidas repetitivas, que não surgiram efeito.

–Natsu! – e voltou a bater. – Natsu!

Finalmente a identificação de voz que havia na porta se ativou, abrindo-a.

–Natsu? – indagou a loira ao entrar no apartamento.

A janela da sala de estar com as cortinas fechadas, a impossibilitando de enxergar com precisão.

–Natsu?

Lucy andava cautelosamente, uma vez que sabia o quão bagunçado Natsu gostava de deixar o apartamento dele, já que, como um dia ele lhe disse, sua verdadeira casa era o apartamento de Lucy, onde ele normalmente deixava as coisas em ordem e cozinhava.

Lembrar disso vez com que um sorriso surgisse nos lábios de Lucy.

–Cuidado. O sistema ouve.

Lucy virou-se bruscamente em direção a porta, um ser borrado, com a tonalidade predominante em azul, assustou a loira, que caiu no chão ao tentar recuar da criatura que não tinha uma verdadeira forma.

O tombo causou um barulho alto que ecoou por todo o apartamento, embora a loira sentisse dor, ela ignorou essa e simplesmente fechou os olhos, querendo fazer aquilo sumir.

–Lucy?

A loira abriu os olhos ao reconhecer a voz, Natsu estava em pé próximo a batente da porta, a olhando de forma confuso.

–Tropeçou nas minhas coisas? - sorriu ele, seguindo em direção dela.

Lucy desviou o olhar do dele, e inclinou a cabeça levemente para o lado esquerdo, querendo verificar se não havia mais nada próximo a porta.

–Lucy?

A voz preocupada de Natsu a fez voltar a olhá-lo. O que não diminuiu em nada a expressão de preocupação dele, uma vez que a expressão dela era de puro pavor, a tal criatura ainda continuava parada diante a porta. Uma criatura que somente Lucy conseguia ver.

–Não me diga que...

Lucy sacudiu a cabeça, pedindo para que ele não continuasse a falar.

Cuidado, o Sistema ouve.- alertou a criatura de um azul borrado.

Natsu agachou diante de Lucy, colocando ao seu lado a sacola que trazia.

–Lucy o sintoma piorou, não é?

A loira fez que sim com a cabeça.

–Eu serei detectada hoje. – choramingou ela. – Eu sei que serei detectada hoje durante a minha união.

Ela suplicava que ele a abraçasse e sabia que ele queria fazer o mesmo, mas nenhum dos dois se moveu.

Devagar a Lucy voltou a inclinar o rosto em direção ao local que estaria a criatura.

–Não olhe, quando mais você olhar, pior ficará.

Lucy voltou a olhar para Natsu.

–Melhor se levantar.

A loira concordou, e lentamente,evitando olhar em direção da porta, ela se levantou.

Apesar de Natsu está ali com ela, o medo ainda era predominante dentro de si, quase como algo palpável.

–Era só um sonho. – sussurrou ela.

–Ainda é um sonho. – disse Natsu sorrindo.

Lucy tentou sorrir de volta, mas falhou.

–Fecha os olhos.

Lucy o fez.

–Siga a minha voz.

Lucy o fez. E seguindo a voz de Natsu ela começou a andar, guiando-se em suas palavras.

–Agora, devagar, deite-se.

Primeiro Lucy tateou o ar até encontrar o colchão de sua cama, e então devagar se deitou.

–Conte até dez e então abra os olhos. Nunca se esqueça o Sistema não erra.

–Um.- Cuidado, o Sistema Ouve.

–Dois. - Cuidado, o Sistema Ouve.

Respirando fundo.

–Três .- cuidado, o sistema ou.

–Quatro. - cuidado, o sistema.

–Cinco. - cuidado, o.

–Seis. - cuidado.

–Sete. - cuidado.

–Oito.- O Sistema.

–Nove. - O Sistema não.

–Dez. - O Sistema não erra.

Abriu os olhos, lá estava ela novamente entregue a penumbra de seu quarto, sem ter a certeza se tudo que passara foi real ou um sonho.





Ás 14 horas Lucy saiu do seu apartamento, como era o dia de sua união não era necessário trabalhar, diferente de Natsu, que depois que os dois se encontraram no almoço, qual fora preparado pela loira, ele teve que ir realizar a sua missão. Escoltar Bisca e Azuka para a Região afastada. Aquilo perturbava consideravelmente Lucy, piorava ainda mais agora que estava a caminho do cartório central, o que significava que não poderia fazer nada pela amiga e tampouco a teria perto de si num momento como aquele. E pior, não teria nenhum dos dois. Nem Natsu e nem Bisca.









Tentou se animar, pensando em coisas positivas, enquanto pegava o elevador, entretanto todas as coisas positivas envolvia um dos dois, senão os dois, ou os quatros. Devido a isso Lucy resolveu não pensar em nada e seguir para o cartório.





Ao chegar ao local, as 14 e 40, ela sentiu toda a sua preocupação dobrar, pesando sobre si. Seu andar pelo hall principal do prédio era incerto, como se a qualquer momento fosse cair no piso espelhado.

Ao aproximar-se da recepção, uma garota de cabelos brancos e curto a atendeu.

–Qual é o horário da sua união?



– Ás 15.



A garota passou a mão no ar, e entre ela e Lucy, surgiu uma tela semi-transparente, no qual era possivel ver uma enorme lista de nomes. Rapidamente a garota vasculhou a lista, e clicou no nome com o horário das 15 horas, neste momento no lugar da lista de nomes, surgiu uma ficha, com a foto de Lucy, seu endereço, a data de seu nascimento, sua profissão, a data de sua união, horário desta e andar. O que Lucy mais queria saber, não se encontrava ali, o nome do seu parceiro.

–Sua união será realizada na sala 419 andar 10, pela programadora Stone .

–Obrigada.

Lucy respirou fundo e seguiu em direção ao elevador.

–Tenha uma boa união. – gritou a garota para Lucy.

Lucy olhou-a e sorriu, agradecendo com um aceno de cabeça.

Assim que a porta do elevador se abriu ela adentrou. Seu nervosismo e preocupações somente piorando.

–Acalma-se. – disse para si.

Caso Natsu estivesse com ela, certamente ela estaria mais calma. Na verdade, caso ela tivesse ainda alguma chance que Natsu pudesse ser seu parceiro, ela estaria mais calma.

Logo que chegou ao andar 10 ela seguiu para a sala 419, diante a sala 418 havia um grupo de pessoas, pelo que parecia havia acabado de acontecer uma união naquela sala.

A garota, a possível ‘noiva’, estava conversando com uma mulher, por serem parecidas, certamente eram mãe e filha, e a mais velha na certa estava a dando orientação. Lucy não teria orientações.

Tentando conter sua angustia, ela seguiu rapidamente diante da sala 418, embora não conseguiu manter sua curiosidade para si e olhou um grupo de rapazes que estava um pouco afastada das duas mulheres. O traje de um deles, azul e branco, indicava que era um agente do Além do Sistema, era um agente que Lucy não conhecia, provavelmente ele rondava em outro turno. Entretanto seu olhar sobre ele não durou muito, ao lado dele, um guarda do terminal, no seu traje avermelhado, destacava com fervor. Lucy nem percebeu, mas parara assim que o avistou, tremula.

Todos que estavam ali pararam de conversar e olhou a estranha figura de traje branco, parada no corredor, olhando-os com pavor.

–Lucy!

Todos, incluindo ela, olharam em direção ao grito. Mais a frente, diante da porta da sala 419, estavam Bisca, Azuka e Natsu. Vê-los fez com que aquele medo idiota se dissipasse.

Confiante ela seguiu para perto deles.

–O que estão fazendo aqui?

–Isso é coisa que se pergunta para seus amigos, aqueles que vieram para o seu grande dia? – indagou Natsu fingindo estar aborrecido.

–Desculpa-me, mas é que, vocês iriam...

–Mamãe queria vim para cá, antes de partir. – explicou Azuka.

Lucy olhou para Bisca.

–Obrigada. Realmente muito obrigada.

–Não é necessário agradecer. Agora vamos entrar. Estávamos esperando por você lá dentro, mas ficar lá estava me deixando louca já.

A loira riu diante a essas palavras e entrou logo depois que a amiga, sendo acompanhada por Azuka, e atrás dela pelo Natsu.

A sala lembrava um mini terminal de verificação. Havia dois balcão, cada um com uma tela sobre ele e uma base de verificação flutuando mais acima, entre os dois, estava uma mulher de cabelos castanhos e ondulados, que estava ajeitando seus óculos sobre o nariz, enquanto analisava Lucy com o olhar.

Aquela era a primeira vez que Lucy via de perto um programador, embora não fosse um dos supremos, era de igual magnitude. Por isso que foi estranho ver que não passava de uma humana normal, embora vestida naquele traje preto e branco, com gola alta e o brasão vermelho do Sistema do lado esquerdo na altura do peito, deixa-a extremamente poderosa.

–Boa tarde, Heartifilia.

–Boa tarde, Senhora programadora.

–Imagino que esteja nervosa, todos ficam, mas não é necessário ficar. Afinal...

O sistema não erra. Lucy não precisou ouvir dos lábios da programadora aquilo, ela já sabia.

–Por favor Heartifilia aproxime-se.

Lucy deu um passo em direção a ela, depois deu uma olhada nos amigos, Natsu lhe sorria de forma encorajadoramente, o mesmo faziam Bisca e Azuka.

Assim que Lucy se colocou diante da mulher, esta pegou na sua mão esquerda, Lucy involuntariamente fechou os olhos, a espera da carga elétrica.

–Quando eu toco em alguém, a carga de advertência não funciona, Heartfilia.

–Ah! – exclamou Lucy, sem jeito, voltando a abrir os olhos.

A mulher olhou para a palma da mão de Lucy, e depois com sua mão direita, passou sobre a essa; Lucy sentiu uma sensação similar de quando é desligada do Além do Sistema, embora numa força extremamente inferior e sem a picada do garimpo de chip.

Então Lucy percebeu o que a programadora estava fazendo, ela estava usando o clip de informação do Sistema, que todos os programadores tinha implantados em sua mão direita, para realizar a atualização no chip de informação de Lucy.

Aquilo era como a base de verificação, embora muito mais moderno e preciso. Pensar nisso fez com que Lucy ficasse apavorada, lembrando-se de mais cedo, do seu possível sonho.

Lucy e programadora se olharam. O coração da loira aos pulos. Mas a mulher não sustentou o olhar por muito tempo em Lucy, logo ela olhou sobre o ombro da loira.

–Você chegou rápido.

Aquelas palavras a apavorou, entretanto não mais que a figura de uniforme preto parado próximo a porta.

–Senhor Eucliffe! - Exclamou Lucy.

Vendo-o ali Lucy tinha certeza que havia sido detectada. Desesperada ela olhou para Natsu, que retribuiu o olhar.

–Boa Tarde, Heartfilia.

–Você não avisara que chegaria tarde da sua missão na Região afastada? Até por isso que estava realizando a atualização de informação de Heartfilia, para que quando chegasse as coisas acontecessem mais rápidas. – disse a programadora com naturalidade.

Lucy voltou-se para a mulher.

–É ele o meu parceiro?

–Claro, o que mais ele estaria fazendo aqui, Heartfilia?

Lucy ficou sem saber o que responder. Mas em sua mente a frase ‘levar-me para Região afastada’ não parava de martelar.

–Certamente achou que seria mais um convidado. – disse Sting aproximando-se. – Embora não sei por que, pensaria que seria convidado de uma simples agente do Além do Sistema.

Lucy sorriu sem graça para ele, que agora estava diante de si. A loira olhou para Natsu, ambos dividindo o mesmo pensamento.

Em breve ela seria detectada.’



































































































































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Notas finais do capítulo

-E não se esqueçam, seus comentários me ajudam a ficar inspirada!!!!