Forbidden escrita por Satine


Capítulo 9
Capitulo 9




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POV Lucia

Deitei-me em minha tenda, mas estava muito inquieta, virava de um lado para o outro e acabei indo para a tenda de Pedro, ele não dormia, tinha os braços atrás da cabeça e olhava para o teto pensativo, demorou para notar minha presença, de modo que eu pude observá-lo com um sorriso bobo, como ele era lindo.

— Lu. – ele enfim notou minha presença e eu me sentei na beirada de suas cobertas. – Está tudo bem?

— Uhum.

— O que quis dizer hoje mais cedo? Sobre isto estar muito estranho?

— Não percebe Pedro? Aslam disse que não deveríamos mais voltar e também disse que as coisas não acontecem sempre da mesma maneira, mas isso tudo é tão nostálgico e não sei se é certo nós três estarmos aqui. – Pedro suspirou e se sentou pensativo.

— Eu sei, isso é muito estranho, acha que é algum sinal?

— Não sei, mas acho que não devemos nos preocupar com isso agora. – eu sorrio. – Temos que nos preocupar com a feiticeira branca, e eu acredito que Aslam virá nos ajudar.

Pedro que antes parecia tenso e preocupado, pareceu relaxar um pouco, ele sorriu.

— Você sempre sabe o que dizer. – ele acaricia meu cabelo e desce pelo meu rosto, minha bochecha e meu queixo, sinto minha bochecha esquentar e mordo o lábio inferior. – Fiquei tão orgulhoso de você Lu.

— Achou que eu não podia dar conta de tudo enquanto você não chegasse? – digo fazendo uma careta.

— Eu... Eu não quis dizer isso. – ele se defende, mas eu rio de seu jeito desconcertado e acabamos os dois rindo. – Sabe o que eu acho, que você devia ficar aqui comigo.

— Espera, Pedro. – coloquei parte do cabelo atrás da orelha e mordi o lábio, estava meio incerta, não sabia como falar aquilo, Pedro se endireitou na cama, se sentando e me olhando de modo preocupado, ele sempre se preocupava comigo e cuidava de mim.

— Lucia eu quero você, não devia, eu sei, mas eu não pude evitar. – meu coração se encheu de alegria ao ouvir o que Pedro disse e sem pensar muito, eu o beijei, minhas mãos seguraram sua nuca e colei seus lábios nos meus, talvez um pouco desesperada, mas não me importei, foi rápido e nos separamos, mas colamos nossas testas e acabamos rindo.

— Isso é errado, não é? – pergunto e ele balancei a cabeça positivamente, mas então por que parecia tão certo?

— Derrotar a feiticeira. – ele diz. – Derrotamos ela e depois pensamos sobre nós dois Lu, tudo bem?

— Sim, podemos fazer isto, mas amanhã. – digo me deitando seu lado, me virei de costas para ele, me aconchegando para dormir, mas ainda assim não conseguia pregar os olhos e Pedro notou isto, ele me puxou para mais perto, seu braço rodeou minha cintura, quando ele tinha ficado tão forte? Senti seu beijo em minha nuca e sorri de olhos fechados, sem nem perceber que estava caindo no sono.

[...]

Estávamos todos nos preparando para a batalha, treinando e procurando por aliados e eu não parava de pensar em Pedro. Ele estava com um centauro e com Ryan fazendo estratégias de batalha, enquanto eu treinava espada com Edmundo. Ora e outra Pedro olhava para nós, ele parecia orgulhoso de mim e então eu sorria de volta.

— Não sabia que você era tão boa com a espada, Lucia. – disse Edmundo surpreso.

— Treinei com Ryan e Genevieve. – digo e ouço Ed resmungar. – Qual seu problema com ela?

— Nenhum. – ele mente, mas eu não insisto, por enquanto pelo menos.

Mais uma vez eu troco olhares com Pedro e quando volto a atenção à minha luta com Edmundo, percebo que ele abaixou a espada e olha para mim aborrecido.

— Sabe que eu podia ter te derrubado do cavalo ou te matado nos últimos segundos, não é?

— Você não faria isto.

— Mas podia ter feito. Agora, uhm, Lucia, fale a verdade, o que está acontecendo entre você e Pedro?

— Que?! – digo de imediato, sentindo minhas bochechas queimarem. – O que tem? Quero dizer, qual foi a pergunta? – ele semicerrou os olhos.

— Isso é estranho, muito estranho, ele já me falou sabe, que ele gosta de você, vocês são irmãos, isso é impossível e errado.

— Eu sei. – digo com um muxoxo desanimada, abaixando a espada e colocando o cavalo a trote, Edmundo me acompanha.

— Isto é o que a Susana diria, mas bem, eu não sou a Susana, então, vocês são meus irmãos, eu não vou julgá-los por isto, ainda mais você Lu.

— Obrigada Ed. Mas você já cansou? – eu o provoco batendo a lamina de minha espada na sua e rindo, nós voltamos a praticar.

Um fauno chegou rápido e ofegante, o fauno que eu tinha enviado para a missão arriscada de vigiar a feiticeira, ele correu diretamente à mim.

— Majestade. – disse se curvando. – Estarão aqui até o cair da noite.

— Obrigada Sr. Pilgrimo. – digo, Ed e eu trocamos olhares e descemos de nossos cavalos, indo até onde estavam Pedro, Ryan e Genevieve.

— Eles chegam até o cair da noite. – Anuncio.

— Estaremos prontos até lá. – diz Pedro confiante, como o grande rei que era. – Aguardaremos em nossas posições, pode cuidar disso por enquanto Ed?

O moreno assentiu, enquanto isto Pedro me puxou para uma parte escondida das ruínas, atrás de uma parede que havia resistido e onde não podiam nos ver, ele beijou-me apaixonadamente, com o pôr-do-sol atrás seus fios loiros ficavam mais dourados e seu sorriso ainda mais lindo, o que me fez sorrir.

— Não quero que você fique na linha de frente, Lu. – ele diz e meu sorriso murcha, ficando séria.

— Não vou deixa-lo lutar sozinho.

— Talvez você deva ir atrás de Aslam como da última vez.

— Aslam mesmo me disse que as coisas nunca acontecem duas vezes da mesma maneira. Vou ficar aqui, com você, querendo ou não. Juntos somos mais fortes.

— Teimosa. – ele reclama, mas me rouba outro beijo.

— Não acham que não é o momento apropriado? – ouvimos Edmundo.

— Ah... É, desculpe. – digo vermelha e saio, Pedro me acompanha, temos uma batalha para ganhar.

POV Edmundo

Pedro e Lucia estavam demorando, todos já estavam em seus lugares como tínhamos planejado e nada dos dois pombinhos aparecerem. Eu fui até onde os dois estavam e os encontrei aos beijos, era mais estranho do que eu pensava e eles tinham que estar focados na batalha, Narnia depende dessa noite.

— Não acham que não é o momento apropriado? – pergunto aborrecido, Lucia fica vermelha.

— Ah... É, desculpe. – ela diz e sai rápido, Pedro me lança um olhar aborrecido antes de seguir Lucia, ele que devia ser o irmão mais velho e responsável, agora fica beijando Lucia por aí.

— Eles não são irmãos? – pergunta uma confusa Genevieve atrás de mim.

— Eles são. – digo ainda emburrado com ela.

— Já houveram rei e rainha irmãos e amantes que governaram reinos próximos a Narnia, é o que diz a história pelo menos.

— Você sabe bastante para alguém que passou anos congelada.

— Gosto de ler, quando essa sua birra vai passar?

— Eu não...

— Não importa, eu é quem devia te odiar, minha mãe queria que você fosse o príncipe dela e não eu, mas ainda assim eu não te odeio.

— Isso nunca aconteceria.

— Por isso que eu gosto de você.

— O que?

— Nada, só... Tome cuidado essa noite Edmundo. – ela disse beijando meu rosto e dando as costas, o lugar onde ela havia beijado tinha ficado gelado, mas tinha sido bom e ela tinha dito que gosta de mim? Balancei a cabeça tirando esses pensamentos da minha cabeça, tinha que me concentrar na batalha.

Como pensamos ela chegou assim que o sol se pôs, com seu exército de sempre, criaturas estranhas, tigres, anões, minotauros e outros. Estávamos em menor quantidade. Lucia e Pedro estavam na linha da frente, Pedro montado em seu unicórnio e Lucia em uma bela égua marrom, ambos com as espadas na mão, eles estavam de mãos dadas, mais atrás estavam Genevieve, Ryan e eu.

Ryan ajudava Genevieve a colocar as aljavas e a se preparar, lancei um olhar discreto para eles, estranhamente querendo estar no lugar de Ryan.

— Não achei que o veria tão cedo, reizinho. – disse a Feiticeira Branca para Pedro.

— E essa será a última. – provocou Pedro.

— Olá Edmundo, finalmente decidiu de quer lado quer estar.

— Decidi há muito tempo, vai pagar pelo que fez a Genevieve.

— É o que vamos ver.

A batalha começou, eles eram muitos e nós éramos poucos, mas não desistiríamos de Narnia, nunca desistimos.

POV Lucia

Eu nunca tinha estado na linha de frente de uma batalha e realmente eram lutas feias, mas eu dava conta, pela primeira vez me sentia realmente destemida, agora que estava com Pedro, era como se nada pudesse me atingir.

Lutávamos contra os aliados da feiticeira quando os olhares de Pedro e o meu se cruzaram e nós pensamos a mesma coisa, tínhamos que ataca-la diretamente, somente assim conseguiríamos vencer a batalha já que estávamos em desvantagem. Passamos por aqueles que se colocaram no nosso caminho e chegamos até ela. Brandimos nossas espadas, íamos enfrenta-la juntos.

— Sabem que não podem me derrotar sem Aslam. – provocou a feiticeira com frieza e deboche, olhei para Pedro, mas não vi nenhum vislumbre de insegurança, nem mesmo de sua arrogância, ele não faria aquilo sozinho, precisava de mim e ambos precisávamos de Aslam, mas éramos capazes de detê-la. – E sem uma profecia tola.

— Aslam nunca nos deixa realmente. – digo erguendo minha espada.

— Vamos detê-la feiticeira, por Narnia, por Genevieve e por Aslam. – completou Pedro.

Nós a atacamos juntos, precisávamos ter muito cuidado para não sermos atingidos por sua varinha mágica, mas ela era muito forte, alta e habilidosa, atingiu Pedro no rosto arranhando-o e quebrou meu braço, ainda assim, Pedro e eu não desistimos, ele a desarmou tirando sua espada no mesmo momento em que eu a atingi com a parte chata da espada em braço, o braço que segurava a varinha, a feiticeira deixou escapar a varinha que para surpresa de todos parou nas mãos de Genevive.

Genevieve pareceu ter mudado ao tocar naquela varinha mágica, não via nada a sua frente além de ela e da Feiticeira Branca e congelava qualquer um que entrasse em seu caminho e estava mais parecida com sua mãe do que nunca.

— Genevieve, não! – gritou Eddie, correndo para alcança-la, mas estava muito longe.

Ela só parou quando ficou frente a frente com a Feiticeira Branca, sua mãe, Pedro e eu nos entreolhamos, mas aquela batalha era dela.

— Não faça isto, teria coragem de matar sua própria mãe? – a Feiticeira segurou seu longo casaco branco, olhando surpresa para a filha que sempre desprezara, ela parecia até mesmo... Com medo.

— Você não é minha mãe. – disse Genevieve com frieza.

— Não faça isto, vai se igualar a ela. – foi Edmundo que a interrompeu. Genevieve deu ouvidos a ele e hesitou por breves segundos, mas teria matado a feiticeira se um enorme rugido não a tivesse impedido.

Não consegui conter um sorriso largo ao ver Aslam correr em nossa direção e selar novamente a feiticeira. Nos ajoelhamos assim que nos vimos diante do grande leão.

— Levantem-se reis e rainhas. – disse Aslam e todos nos levantamos, a batalha ao nosso redor havia acabado, tínhamos conseguido e Genevieve não tinha manchado suas mãos e seu coração com a morte de sua mãe graças a Aslam. – Fizeram um ótimo trabalho Genevieve, Ryan.

Nós viramos o rosto e encontramos Ryan, ele tinha se juntado a nós e agora olhava para Aslam admirado.

— Seu avô estaria orgulhoso Ryan.

— Mas Aslam, eu... Eu quase me tornei igual a ela, não me orgulho disto. – disse a princesa de gelo.

— E é isto o que a torna diferente dela. – Genevieve sorriu agradecida e se retirou com Ryan, Edmundo a seguiu.

Corri para abraçar Aslam, mas gritei de dor ao sentir o braço quebrado, Aslam soprou em meu braço fazendo-o voltar a ficar novo, sorri e abracei o grande leão.

— Obrigada Aslam, eu sabia que você ia aparecer, mas... – comecei, mas me interrompi, algumas coisas ainda não se encaixavam.

— Mas o que Lucia? – perguntou o grande leão.

— Tem algo errado, você disse que não voltaríamos, que as coisas não acontecem duas vezes da mesma forma, então... Por quê?

— Porque vocês precisavam disto, desta vez Narnia não precisava de vocês, tinham Ryan, Eustáquio e Jill Pole poderiam ajudar, no entanto, vocês precisavam de Narnia.

— Desculpe senhor, eu não entendo. – disse Pedro confuso e eu também estava confusa.

— O amor de vocês é puro e forte, mas nunca conseguiriam ficar juntos no mundo de vocês, pelo menos não como vocês o conhecem.

— Está dizendo que não nos levará de volta ao nosso mundo, senhor?

— Quer dizer que podemos ficar em Nárnia? – pergunto empolgada e esperançosa, meus olhos quase marejam, era tudo o que eu sempre sonhava, mesmo que fosse sentir muita falta da mamãe e de Susana.

— Não, vocês voltarão, mas não para a realidade que conhecem, para a época onde irão não há guerra, não são irmãos e o que viveram em Nárnia será como um sonho.

— Quando iremos? – perguntou Pedro.

— Após a coroação de Ryan, o novo Rei de Nárnia.

Eu sorri feliz de que Narnia ficaria em boas mãos e me retirei para cuidar dos feridos da batalha.

A noite foi bem agradável embora houvesse aquele quê de despedida, Ryan seria coroado na manhã seguinte, estava animado e ansioso. Nos sentamos ao redor de uma fogueira a noite, notei Edmundo e Genevieve muito próximos, nós quatro fomos os últimos a ficarmos na fogueira com marshmallows, então eu me levantei e me afastei indo para a minha tenda e quase não notei que Pedro me seguiu.

— Ei Lu, está tudo bem? – ele perguntou preocupado e eu balancei a cabeça para cima e para baixo quase imperceptivelmente.

— É que... Tudo o que conhecemos está prestes a mudar.

— Eu sei, é um pouco assustador, mas vamos poder ficar juntos. – ele disse e entrelaçou sua mão com a minha. – Estou ansioso para isto.


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