Dark Paradise escrita por liina


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

oi oi
então, ficou meio pequeno, desculpa, mas já tem muita coisa pronta pra eu mudar alguma coisa nesse e deixar ele maior, ou sejaaa, se contentem com as 1900 palavras kkkkk.
pelo menos o próximo vai ficar maiorzinho, então compensa hehe.

boa leitura :))



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This is the start of something beautiful

This is the start of something new

LUCA’S P.O.V.

Cheguei em casa e desabei no sofá, jogando minha mochila de lado e ligando a TV em um gesto automático.

Passei a mão pelo rosto e respirei fundo.

Eu tinha dito a verdade à Emily: 1) eu não podia mesmo ajuda-la e 2) eu não suportava ver as pessoas chorarem – esse era, até mesmo, o motivo que me privou de chegar perto dela no funeral para falar qualquer coisa que pudesse confortá-la. Bom, isso e o fato de que ela, muito provavelmente, não iria parar de tentar tirar toda e qualquer gota de água do corpo por causa de um conselho de um estranho, no funeral da melhor amiga dela.

Minha mãe dizia que era por eu ser um garoto muito sensível e fofo – aquelas baboseiras de mães – mas eu sabia que era porque a primeira pessoa que eu tinha visto chorar na vida tinha sido minha avó, no enterro de meu tio, quando eu tinha cinco anos.

Desde lá eu não conseguia olhar para alguém chorando sem perder a cabeça, querendo fazê-la se sentir melhor. Minha prima, uma psicóloga em fabricação na universidade de Harvard, dizia que isso era provavelmente por causa da culpa que eu sentia por não feito nada para ajudar vovó no enterro.

E ver Emily chorando me fez quase entrar em desespero. Talvez por ela ficar parecendo uma garotinha de cinco anos quando fazia isso, ou talvez por ser incrivelmente bonita e não parecer certo estar chorando.

Como se a situação (ter começado a limpar suas lágrimas que nem um louco no meio da pracinha) já não fosse ridícula o bastante, me lembrei de Sarah.

FLASHBACK ON

- tenho que ir – disse se levantando depois de uma olhada no relógio.

- aonde? – perguntei tirando os olhos da tv e vendo-a caminhar até sua bolsa

- um lugar... – deu de ombros e eu revirei os olhos.

- achei que você tinha falado que não tinha absolutamente nada para fazer hoje....

- bom, eu não tinha, até que isso apareceu – já estava caminhando para a porta e a segui.

- isso? – perguntei com a sobrancelha levantada e ela bufou.

- eu vou até Sunnyville – se virou para mim e abriu os braços – satisfeito?

- não – disse rindo – o que vai fazer em Sunnyville? Não tem nada lá – perguntei mais confuso do que antes.

- tenho que encontrar alguém – disse simplesmente.

- ok, senhora misteriosa – disse rindo e ela sorriu – só, por favor, me fale que não está se metendo em alguma besteira...

- eu não estou ok? – sorriu – digamos que estou indo fazer alguma coisa que vai deixar alguém muito triste, mas feliz depois...

- eu não estou acompanhando – disse estreitando os olhos e ela sorriu.

- ótimo, melhor pra mim – disse e saiu, parando na varandinha e se virando para mim – e não se esquece de não marcar nada para o sábado dia 20. Emily vai chegar e você vai comigo busca-la no aeroporto.

- nossa, mas isso é novidade, você nem me falou isso já umas dez vezes – ela revirou os olhos – Sarah, pelo amor de Deus, é daqui a uns 20 dias ainda...

- eu sei, mas não quero que você, cabeça de vento, marque nada. Já falei que quero que você a conheça – sorriu maliciosa e foi a minha vez de revirar os olhos.

- ah, de novo não... – joguei a cabeça para trás.

- eu já disse que vocês são o casal perfeito, Luc – puxou as cordinhas do capuz de meu moletom até que eu olhasse para ele.

- a gente nem se conhece ainda, Sarah – bufei – e mais, eu acabei de sair de um relacionamento um tanto quanto traumático...

- primeiro: já estava na hora né, pelo amor de Deus – disse afetadamente e eu ri – e segundo: Emily vai fazer você esquecer essa tal de Barbara. Eu prometo! Vocês tem tanto em comum! E ela é linda, eu juro!

- eu não acho que você seja a pessoa mais confiável para falar sobre sua melhor amiga.... – levantei as sobrancelhas e ela rolou os olhos.

- é sério. Ela é o contrario da Barbara – começou a contar nos dedos -  Ela usa moletom demais, vê mais séries do que o necessário, igual você – me jogou um olhar debochado e continuou a contar – adora umas músicas alternativas...

- achei que estivesse atrasada para o ônibus ou alguma coisa assim... – atropelei sua fala, mas ela continuou.

- ela curte esse seu estilo – me olhou da cabeça aos pés e rimos –  ela é irônica 60% do tempo, ela até canta no chuveiro – disse e então eu gargalhei.

- não sabia que isso era uma qualidade

- bom, agora é – disse e rimos mais um pouco – quer saber? Eu não vou dizer mais nada, mas quando vocês estiverem se pegando no canto de alguma festa, eu vou fazer questão de separar o beijo só para dizer um grande e gordo “eu avisei” – sorriu.

- se eu concordar com você, você vai embora e me deixa em paz? – abri um sorriso irônico igual o que ela estampava.

- claro, até porque estou atrasadíssima para meu ônibus – ficou na ponta dos pés e me deu um beijo na bochecha – te ligo mais tarde – disse já se distanciando.

- eu não vou atender se for sobre Emily – disse encostando no batente da porta e ela mostrou a língua para mim.

FLASHBACK OFF.

Estava tão distraído que só fui perceber que, na TV, estava passando “Boa Sorte, Charlie” quando o programa já estava no fim.

Passei a mão no controle e mudei de canal, parando em um jogo de futebol qualquer.

Ponderei por alguns minutos sobre contar ou não para Emily sobre a saidinha de Sarah para Sunnyville mais ou menos uma semana antes do assassinato, e então concordei comigo mesmo que não iria contar nada. Ela não precisava de nada mais para alimentar aquela ideia idiota sobre procurar um assassino.

Exatamente, essa era minha decisão final: eu não iria contar absolutamente nada para Emily. Na verdade, eu ia me afastar por um tempo, talvez assim ela entendesse que não deveria fazer o que estava fazendo.

*****

- mas o que ela iria fazer em Sunnyville? – Emily perguntou sentada à minha frente na mesa do Starbucks, um dia depois.

- eu não sei, Loira, acabei de falar que ela não me contou nada... – dei um gole em meu chocolate quente.

- eu sou morena, Lucas.... – disse com a sobrancelha levantada.

- é, mas definitivamente você deve ser loira em algum lugar ai dentro. Você passou os últimos cinco minutos perguntando exatamente o que eu tinha acabado de te contar – ela rolou os olhos, mas não estendeu o assunto sobre só-por-ser-loira-a-garota-não-é-burra igual Sarah faria.

- falando em contar – disse e um meio sorriso brotou em seu lábio – eu achei que você disse que não ia me ajudar...

- eu não vou – disse e dei mais um gole rápido na bebida – ou melhor, não estou te ajudando... – dei de ombros.

- ah, sério? – encostou na cadeira e cruzou os braços – então porque pediu meu telefone para Carrie, deu qualquer desculpa esfarrapada pra sair mais cedo do treino, me ligou e pediu que eu te encontrasse aqui e me contou sobre uma misteriosa viagem de Sarah poucos dias antes de o acidente acontecer? Isso depois de passar uns dez minutos perguntando sobre o que eu tinha achado no diário... – um sorriso vencedor substituiu o anterior.

- eu só estou curioso, você sabe, com o rumo que essa história toda vai tomar... – dei de ombros e ela levantou a sobrancelha.

- pois então vão continuar curioso até o final – disse se inclinando por cima da mesa e falando mais baixo – porque como você não vai me ajudar, eu não tenho a obrigação de, você sabe – disse imitando o que eu tinha falado segundos antes – te contar sobre as coisas que eu achar.

Levantou-se, pegou o chocolate quente que tomava e saiu em direção à porta.

Fiquei sentado mais alguns segundos, imaginando o que fazer,  até que levantei, quase correndo, e segui-a rua abaixo até alcança-la.

- Emily – segurei seu braço e ela se virou para mim, se fingindo de desentendida na maior cara de pau do mundo – você não me disse se tinha achado alguma coisa no diário.

- não sei se posso dividir esse tipo de informação com você... – disse em um tom de segredo e então disparou a rir, ao ver minha cara de indignação – tô brincando, idiota – soltei seu braço devagar, sentindo um sorriso idiota aparecer em meu rosto e ela riu mais um pouco.

- então não achou nada demais? – ela deu de ombros.

- nada de muito interessante – concordei com a cabeça e continuamos andando – tirando que passei a noite inteira lendo e não passei do quinto dia. Aparentemente, a vida de Sarah era mais agitada do que eu pensava – sorriu e deu um gole em sua bebida – a minha é tão monótona que a maioria dos dias de meu diário seriam mais ou menos assim: ‘’Querido Diário, vi mais três episódios de Gossip Girl hoje. Chuck é demais, Dan é um merda. Beijos, Emily” – disse em um tom afetado e eu ri.

vê mais séries do que o necessário, igual você” lembrei e senti meu sorriso crescer por alguns segundos.

- não se preocupe, o meu não seria grande coisa também – limpei a garganta, fazendo-a sorrir – “Querido Diário, tive treino hoje. Abraços, Lucas” – ela gargalhou.

- abraços? Que coisa mais formal, tá parecendo meu pai escrevendo – disse ainda rindo e eu levantei as sobrancelhas.

- bom, o diário é meu, então acho que eu decido como vou me despedir dele... – disse sério e então ela riu mais, me fazendo rir também.

- você está mais ridículo do que da última vez que te vi, Skylar...

- e você mais cheirosa, Westwick – fingi cheirar o ar e ela revirou os olhos.

- não começa...

- desculpa, isso saiu como uma cantada, mas você não merece uma – disse colocando a mão em seu ombro e ela segurou o riso.

- você é um idiota – sorriu.

- e você é metade loira, então acho que estamos quites – sorri e pisquei para ela, que  me empurrou com o ombro.

Andamos por algum tempo em silêncio até que ela terminou seu chocolate e resolveu voltar a falar.

- ela escreve em códigos, para melhorar ainda mais a minha vida.

- como assim? – perguntei rindo de sua expressão.

- desde que seu diário foi roubado na sexta série, Sarah não escreve o nome das pessoas, ela escreve tipo um apelido... – deu de ombros.

- apelido? – concordou com a cabeça.

- é, tipo alguma coisa sobre a característica física ou da personalidade da pessoa. Eu sempre fui boa em decifrar, mas acontece que eu não conheço todo mundo do colégio – deu de ombros.

- acho que posso te ajudar com isso – disse e ela me olhou de soslaio.

- achei que você tivesse dito que não ia me ajudar... – abriu um sorrisinho.

- e eu achei que você tivesse dito que não passava perfume só para me ver, mas pelo jeito nós dois mentimos...

- eu não passo, Lucas! – disse nervosa, mas começou a rir ao ver minha expressão de deboche.

- tudo bem, Loirinha, talvez só um de nós estivesse mentindo então... – sorri e ela rolou os olhos

- você é absurdamente chato – me empurrou com o ombro mais uma vez.

- acho que você vai ter que se acostumar com isso – sorri e continuamos a descer a rua.


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Notas finais do capítulo

MUSICA DO CAPITULO: http://www.youtube.com/watch?v=P31A_SJWA8c

e aiii? me contem o que acharam, o que acham que vai contecer... sei lá, qualquer coisa hahah :)