Dark Paradise escrita por liina


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

olá, olá.
bom, eu avisei que ia mudar o dia de postar pra sexta né? hahaha.
enfim, nada de importante pra falar hj, só me desejem sorte amanha no simulado (que, ironicamente, vale ponto) que vou ter de todas as mil matérias que tem no segundo ano, valeu. kkkk


espero que gostem :)



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We can't wait

To burn it to the ground

- e bem-vinda à festa de volta às aulas – Carrie disse segurando meus ombros quando chegamos à casa do lago de sua prima, quem estava dando a festa.

- e eu que achava que essas coisas só aconteciam em filmes... – disse olhando a festa que rolava à minha frente.

Anna e Carrie sorriram e me puxaram para o meio das pessoas.

O lugar era enorme: a céu aberto, já que era no jardim (que era maior do que a minha própria casa, se posso acrescentar), a festa contava com uma enorme fogueira no canto, um DJ, caixas e mais caixas com pizzas de todos os sabores em outro canto e muitos copos vermelhos com bebidas passando pelos meus olhos.

Olhei para baixo e agradeci mentalmente por ter trocado minha primeira escolha de roupas por uma calça jeans rasgada, uma blusa de cetim com renda nas costas e sapatinhas.

Uma música eletrônica muito boa começou a tocar e Carrie e Anna me forçaram entrar no meio das pessoas que estava dançando perto da fogueira.

Olhei para o lado, alguns minutos depois, e vi que Lucas nos observava do outro lado da pista.

Viu que eu estava olhando para ele e sorriu, levantando o copo de bebida para mim, como que me cumprimentando.

Senti minhas bochechas queimarem e gritei no ouvido de Carrie (único jeito de ser ouvida por ali) que iria pegar alguma coisa para beber.

Caminhei sem rumo até avistar onde as pessoas estavam pegando as bebidas.

- olha só se não é a garota nova – um garoto da minha classe de geografia chegou perto de mim.

- ei, David – disse rindo do tom de voz que tinha usado.

- aproveitando a festa? – disse e seu hálito de vodka me atingiu. Concordei com a cabeça – nunca te imaginei como a garota que aproveita festas – deu de ombros e eu dei uma gargalhada.

- e porque, posso saber?

- você é muito certinha para isso – deu de ombros – calada, já tem uma semana de aula e ainda não está em nenhum escândalo, tem boas notas... – contou nos dedos e eu ri.

- a gente nem teve nada ainda pra você saber sobre as minhas notas

- viu, outra coisa que é fácil de saber sobre você – deu de ombros.

- bom, se é assim, isso é uma coisa fácil de saber de você também – disse e ele levantou as sobrancelhas e eu disse com um ar brincalhão – não cala a boca durante as aulas, dá em cima de todas as meninas da escola, faz piadinhas o tempo todo... – contei nos dedos – esse é com certeza o tipo “mal aluno/adora festas” – ele riu.

- tudo bem, você me pegou – eu ri  também.

- eu não acredito! – Finn chegou até a mesa – a garota mal chegou à cidade e você já está dando em cima dela!

Senti minhas bochechas queimarem e abri a boca para desmentir Finn, mas David foi mais rápido.

- eu não estou dando em cima dela – revirou os olhos – não é só porque estou conversando com uma garota que quer dizer que estou dando em cima dela...

- bom, é que isso acontecer é meio incomum – Lucas, quem eu só tinha percebido ter se juntado a nós naquele momento, falou enquanto enchia seu copo.

- porque vocês não vão se foder? – David perguntou com um sorriso no rosto e os braços abertos.

Saiu andando e Finn riu.

- acredite, acabamos de te fazer um favor – disse se virando para mim e eu ri.

- eu vou procurar a sua irmã – disse acenando com a cabeça e me perdendo mais uma vez entre as pessoas na pista de dança improvisada.

Não sei quanto tempo fiquei dançando com Anna e Carr, mas, julgando pela minha respiração irregular e cansaço, eu podia dizer, por alto, que tinha sido muito tempo. Talvez tempo demais.

- no que está pensando? – Anna perguntou ao ver meu olhar longe.

- em como não ter deixado Carrie me convencer a vir de salto essa noite foi a melhor decisão que eu podia ter feito – rimos e Carrie xingou alguma coisa inteligível demais para que eu respondesse.

- olá, anfitriã – Carrie disse chegando perto de uma menina que me lembrava ela.

- holla muchacha – a garota disse, parecendo um pouco influenciada pelo álcool – o que estão achando da festa? E não falem nada se sua resposta for menor do que “perfeita” – disse e eu ri.

- eu diria que já vi melhores... – Carrie deu de ombros e a garota a deu um tapa, fazendo-a rir – está ótimo, Vanessa – sorriu.

Vanessa abriu a boca para falar, mas alguém passou por ela e a empurrou acidentalmente, fazendo com que metade do conteúdo de seu copo fosse parar na minha blusa.

- ei! – gritou se virando para onde a pessoa que esbarrara continuava andando – idiota! Ai me desculpa – disse passando a mão pela minha blusa.

- tá tudo bem – disse também analisando o estrago – não foi culpa sua... – abri um sorriso.

- olha, porque não vamos lá dentro e eu te empresto uma das minhas blusas? – disse sorrindo.

- não precisa se preocupar, eu estou bem, de verdade... – dei de ombros.

- ah, anda logo – Carr disse ao meu lado – não vai doer nada pegar alguma coisa emprestada...

- é melhor do que ficar aí, molhada... – Vanessa deu de ombros e eu olhei para baixo mais uma vez.

- tudo bem, então – sorri – vocês me esperam aqui? – me virei para as outras duas e elas concordaram com a cabeça.

Segui Vanessa até a grande casa ao fundo da festa. A música ainda era alta lá dentro e, olhando rapidamente enquanto caminhava atrás da garota, pude ver algumas pessoas conversando na cozinha e na sala de tv.

Tudo lá dentro parecia maior do que o normal: um sofá muito largo, uma tv muito grande, não só uma, mas duas geladeiras enormes... E tapetes, tapetes felpudos e quadros por todos os lados.

Chegamos ao fim do corredor, depois de passar pelo banheiro (também incrivelmente grande, pelo o que pude ver pela porta entreaberta), e Vanessa abriu a porta, revelando um quarto grande com uma cama de dossel no meio e quadrinhos de flores na parede.

- Deus, como está quente aqui – reclamou – é oficial, temos que consertar essa janela – apontou com a cabeça apara a janela fechada no outro canto do quarto, como se eu fosse ali todos os dias.

Examinou-me por poucos segundos e então abriu o armário, certeira na blusa que queria pegar e que, pude ver, combinava exatamente com a cor de meus sapatos.

- tem um banheiro bem ali – apontou para uma porta fechada – pode ficar a vontade – sorriu e eu segui para o banheiro.

Troquei-me rapidamente e aproveitei para dar uma arrumada no cabelo antes de sair.

Saí do banheiro coçando os olhos, me dando conta do tanto que já estava cansada, e parei confusa na porta fechada do quarto.

Girei a maçaneta, mas foi inútil: estava trancada. Minhas mãos correram automaticamente para o lugar da chave, mas não tinha nada lá.

Uma pontinha de pânico pinicou dentro de mim, mas respirei fundo. Talvez não devesse ter feito isso.

O cheiro de queimado estava de repente tão forte que me assustei com não tê-lo percebido antes.

- puta que pariu! – xinguei ao perceber que, atrás de mim, a cortina do dossel era aos poucos engolida pelo fogo.

Girei a maçaneta mais uma vez, mais forte agora, na esperança de a porta estar apenas emperrada. Nada aconteceu, então corri até a janela. Emperrada, assim como Vanessa tinha mencionado.

Senti o pânico crescer e fui até o banheiro em uma tentativa de achar outra saída. A janela dentro do Box era pequena demais e eu sabia que nem uma criança seria capaz de passar ali. Corri de volta ao quarto e senti o pânico crescer ao ver que o fogo já tinha tomado metade da cama e corria para a escrivaninha ao seu lado.

- SOCORRO! – eu gritava o mais alto que podia, batendo na porta e sentia a fumaça invadir meus pulmões na mesma medida em que ia percebendo que ninguém me escutaria por causa da música alta lá fora – ALGUÉM, SOCORRO, PELO AMOR D DEUS! – meus pulmões pareciam que iam explodir e fiquei em dúvida se era por causa da fumaça preta ou da força com que estva gritando. Talvez os dois.

Corri até o banheiro e esvaziei o copo que guardava a escova de dente e a pasta. Enchi-o de água e corri até o quarto em uma tentativa desesperada de apagar o fogo.

Fiz isso mais algumas vezes, agarrando tudo o que podia carregar água que eu via pela frente,  passando pela porta para bater e gritar mais algumas vezes antes de voltar ao banheiro.

Por mais que eu tentasse, parecia que o fogo crescia mais a cada vez que eu jogava água.

Depois de bater e gritar mais uma vez (mais desesperadamente agora) senti o quanto meus olhos ardiam e o tanto que tossia. Meu cabelo estava molhado de suor, e a blusa de Vanessa não estava muito diferente.

Uma crise de tosse me atingiu. Eu não conseguia parar de tossir e senti meu corpo caindo aos poucos, até que eu estava ajoelhada no chão, com a mão cobrindo a boca e tossindo tão fortemente  que imaginei se alguma parte interna do meu corpo não acabaria saindo pela boca devido ao esforço feito.  

O peso de meu corpo, o cansaço e a tosse, foram fazendo meu corpo cair mais ainda até que estivesse completamente deitada no chão.

Meus olhos foram se fechando à mesma medida que um barulho crescia ao lado fora, até que se tornou um estrondo e a porta de abriu.

Vi que alguém entrava no quarto e então finalmente me entreguei ao cansaço.

LUCAS P.O.V

Coloquei a cabeça para fora do banheiro a fim de ver se Susan ainda me esperava (bêbada) no corredor, depois da minha desculpa para me livrar dela.

Respirei mais aliviado ao ver que não estava e saí do meu “esconderijo”.

Já ia procurar Finn quando escutei um ruído do fim do corredor. Achei que fosse apenas minha imaginação se misturando com os copos de bebida que já tinha virado e já ia sair andando quando escutei de novo.

Parecia um grito e segui cauteloso até o local de onde vinha.

Um “socorro” desesperado e misturado a algo que me lembrou madeira queimando soou através da porta e girei a maçaneta.

Procurei por alguma chave, ao ver que estava trancada, mas, não encontrando, comecei a bater meu ombro contra a porta, em uma tentativa de abri-la.

Em um momento idiota o bastante, me lembrei de que nos filmes as pessoas sempre as arrombavam com um chute e achei mais efetivo.

Demorou alguns chutes, mas a porta finalmente cedeu e abriu em um estrondo. Encarei boquiaberto o quarto praticamente em chamas e então a vi.

Emily estava deitada no meio do quarto e seus olhos fechavam lentamente.

Entrei correndo e peguei seu rosto em minhas mãos, chamando seu nome algumas vezes.

Passei meu braço sob suas pernas e o outro sob as costas e a levantei do chão, saindo para o corredor e rezando para que estivesse só desmaiada.

- liga pra emergência! – gritei para Finn, que estava parado boquiaberto no meio da sala – anda logo, Finn! Liga pra porra da emergência! – berrei e ele começou a se mexer, atrás de um telefone – e alguém liga pros bombeiros! – gritei para o resto das pessoas que estavam parados que nem idiotas no meio da sala – agora! – gritei e isso pareceu tirá-las  de seus transes.

- é, uma garota desmaiou – Finn dizia nervoso ao telefone e, depois de alguns segundos de silêncio olhou hesitante em minha direção – o que aconteceu?

- eu não sei, encontrei ela dentro de um quarto trancado pegando fogo! – disse sentindo um tom de desespero em minha voz e a deitei no sofá.

Finn saiu ao telefone e eu olhei para Emily por alguns segundos. Cheguei mais perto para conferir seu pulso e sorri aliviado ao perceber que, apesar de fraco, ele estava lá.

- por favor, não morra... – disse baixinho tirando o cabelo grudado em sua testa e suspirei.

Em poucos minutos uma ambulância parou em frente à casa e Finn entrou, guiando-os até onde Emily estava.

O caminhão de bombeiros chegou praticamente ao mesmo tempo e não demorou muito, Carrie estava entrando na ambulância junto com Emily, que estava deitada em uma maca, já com aparelhos respiratórios e sob os cuidados do paramédico.

- Lucas! – Vanessa exclamou, depois de sair de perto de um grupo de três policiais, uns vinte minutos depois –  será você pode me explicar o que aconteceu? – abriu os braços.

- eu acho que isso é com você, Vanessa. Não fui eu que tranquei ela em um quarto pegando fogo – disse sentindo uma raiva repentina tomar conta de mim.

A festa tinha acabado, é claro, e enquanto víamos as pessoas saírem cabisbaixas e confusas pela porta da frente, Finn tinha me contado que Emily tinha ido até o quarto com Vanessa e só saído de lá quando a achei.

- o que? – a garota à minha frente praticamente gritou – você está louco? eu não tranquei porra nenhuma! Muito menos botei fogo! – disse nervosa – eu deixei ela no banheiro e voltei para a festa! Eu nem ao menos fechei a droga da porta!

- espera, o que? – disse estreitando os olhos.

- ela deve ter feito alguma coisa pegar fogo, sei lá, el...

- você disse que saiu e deixou a porta aberta? – perguntei segurando seus ombros e ela arregalou os olhos.

- mas é claro que deixei, porque eu iria trancar ela lá dentro? – disse e passei a mão no cabelo, nervoso.

- caralho! – disse mais baixo.

- o que foi, Lucas? – perguntou preocupada.

- eu tenho que ir – disse simplesmente e saí quase correndo até a porta. 


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Notas finais do capítulo

MUSICA DO CAPITULO: https://www.youtube.com/watch?v=gkEoOUcZ5GU

e ai o que achaaaaram? hahah