Dark Paradise escrita por liina


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

OLASSSS, estou trasada (pra variar, mas enfim, a essa altura do campeonato vcs já devem ter percebido que eu não vou conseguir postar exatamnte uma vez na semana E no dia que eu combinei kkkk), mas é que era fim de férias e eu tava lendo dois livros muito bonssss (to apaixonada com as ultimas coisas que eu andei lendo nesses ultimos dois meses ♥) e tbm tava vendo série e dormindo e indo em inhotim e no zoo, enfiiiiimm, não deu gente :s kkkk. (eu sei, desculpa esfarrapada, bla bla bla).

vou sair do comum e dedicar esse cap à duas pessoinhas irritantes: a Isabella Nishio, que fez aniversario esses dias (uhules, parabens de novo) e a Jujuba que me cobra a fic a semana toda hahahah.

enfim, é isso, espero que gostem do cap :)
Boa leitura



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É difícil quando você sente falta das pessoas. Mas sabe, se sente falta delas, quer dizer que foi sortudo. Quer dizer que teve alguém especial na sua vida, alguém que vale a pena sentir falta 

- One Tree Hill

EMILY'S P.O.V.

Ainda estava claro quando saí da casa de Lucas, então resolvi andar até em casa.

Tomei um banho quente assim que cheguei e sentei na cama enquanto secava meu cabelo com a toalha e encarava fixamente o celular que estava à minha frente. Fiz menção de pega-lo inúmeras vezes, porém sempre parava no meio do caminho, com a mão no ar e os olhos estreitos, julgando se devia ou não.

Decidi, por fim, que sim.

Cliquei (pouco) confiante no botão do voicemail e segui as instruções sobre qual número deveria apertar até chegar onde as mensagens que eu tinha escolhido ficavam armazenadas. No caso, havia apenas uma mensagem.

Estava lá há um ano e cinco meses e eu nunca tinha tido coragem o bastante para escuta-la. Até aquele momento.

- oi Ems! – era a voz animada de Sarah vindo do outro lado da linha e meu coração deu um pulo, como se eu já não esperasse por aquilo – Adivinha, acabei de olhar no calendário e faltam só 16 dias para você vir passar o que vai ser, no mínimo, um mês comigo – seu mesmo gritinho soou pela segunda vez em meu ouvido e sorri, esperando pelo o resto da mensagem que nunca fui capas de escutar – você vai adorar aqui! Tá, tudo bem, não precisa esperar nada de mais, é apenas uma cidadezinha do interior, mas, bom, eu estou aqui, então é meio óbvio que você vai amar! Passando para assuntos sérios agora... acabei de arranjar a sua vida! Achei o cara perfeito para você! – deu uma pequena pausa – isso mesmo, pode esquecer o Brad, esse aí é um babaca. Estou falando é de um cara fofo, engraçado, inteligente, um verdadeiro gentleman e que ainda por cima anda de skate e tem praticamente o mesmo gosto que você pra tudo, juro que você vai amar ele! Ai, vocês vão ser tão fofolitos que vou ser obrigada a vomitar por causa do excesso de fofura – disse em uma voz engraçada e dei uma risadinha – ele é meu amigo, chama Lucas só pra você já saber, e também já avisei pra ele que vai ser amor à primeira vista... – bufou – mas enfim, estava te ligando só pra avisar que definitivamente achei o Willian pra sua Kate, mas você não me atendeu porque é uma otária e perdeu a chance de falar comigo, ou seja, você realmente é uma babaca completa. Me liga quando quiser marcar a data do casamento – e então ficou mudo.

Encarei o telefone, ainda rindo, por alguns instantes.

Achei que seria verdadeiramente uma tortura, mas foi completamente o contrário: escutar sua voz tinha acendido algo dentro de mim – e não era tristeza.

Deu-me, por poucos (mas preciosos) minutos a ilusão de que ainda estava aqui, que atenderia o telefone se ligasse para ela...

Pode parecer estranho, mas essa ilusão foi boa e me peguei clicando para salvar a mensagem de voz mais uma vez, ao invés de apaga-la e me afogar em lágrimas de tristeza, como se era esperado.

Encostei a cabeça na parede e respirei fundo algumas vezes, com os olhos fechados. Debati internamente durante alguns minutos até decidir levar tudo isso em frente, uma vez que já tinha começado.

Desci e pedi a meu pai que me levasse no cemitério da cidade, pois tinha uma visita a fazer. Ele trocou olhares com minha mãe, que parecia extremamente assustada (e eu não estava entendendo o porquê), e então sorriu para mim, levantou-se e pegou as chaves do carro.

O caminho de trinta e dois minutos até o cemitério foi silencioso, com o rádio tão baixo que alguma vezes eu esquecia de que ele estava ali.

Despedi-me de meu pai no carro, depois de ele se assegurar de que eu não queria companhia, e então andei até o túmulo de Sarah.

Deitei-me na grama ao seu lado calmamente e fiquei olhando para o céu durante algum tempo. Finalmente, respirei fundo e sorri.

- Sarinha, Sarinha... – inalei ar puro mais uma vez – desculpa a demora, você sabe que eu sou enrolada – soltei uma risadinha – mas pelo menos eu vim, não é? Bom, na verdade é uma história meio engraçada de como eu vim parar aqui. Você não leva muita fé em criança, mas tem que confessar que esta é um gênio.

FLASHBACK ON

Eu estava sentada no corredor com Jack enquanto esperávamos Lucas sair do banho para nos levar para comer um pedaço de torta de bolo de chocolate mais cedo.

Não lembro direito sobre o que conversávamos, mas sei que, em alguma parte do seu discurso infantil, citou Sarah, dizendo que eu me parecia muito com ela, mas que era mais legal, o que me fez soltar uma gargalhada.

- você sente falta dela? – perguntou me olhando bem no fundo dos olhos, o que me impressionou, uma vez que ele era a primeira pessoa que me perguntava sobre Sarah com tanta sinceridade.

- ah... – senti um leve nó na garganta – sinto, sinto muita saudade dela. Todo o dia... – decidi que a sinceridade seria recíproca.

Ele concordou com a cabeça em um gesto extremamente maduro para sua idade.

- eu também sinto muita saudade do vovô... – fez uma careta – mas ai, é só ligar para ele que passa... – deu de ombros – ai ele conversa comigo e fica tudo bem – deu um sorriso singelo e eu abri um pequeno sorriso também, passando a mão por sua cabeça – porque você não liga para a Sarah também?

Eu levantei as sobrancelhas, pensando em um modo de responder a sua pergunta sem acabar com toda a sua fantasia.

- porque... bom, porque a Sarah não atende o telefone lá do céu... – disse devagar e baixinho, com medo de sua reação.

Ele apenas olhou para mim durante alguns segundo e depois soltou uma gargalhada.

- você está louca? É claro que atendem – abri a boca para falar mas ele não me deu chance – espera só que vou te mostrar.

Saiu correndo e voltou com o telefone na mão, já discando algum número. Assim que começou a chamar, ele sentou correndo ao meu lado mais uma vez e posicionou o telefone no meio de nós dois, de modo que ambos pudessem escutar.

Chamou algumas vezes (vezes demais) e eu já estava pensando em algo para falar a ele quando a discagem parou e tudo ficou em silêncio durante alguns poucos segundos.

- oi – disse a voz rouca vindo do outro lado e Jack me olhou de soslaio, sorrindo de orelha a orelha – aqui é o Benjamin. Não posso atender agora, mas sinta-se livre para falar depois do sinal – deu uma leve pausa – E Jack, se for você garotão, quero saber tudo o que aconteceu hoje, vai me contando que depois te ligo. Amo você – o homem do outro lado da linha deu uma risadinha e Jack me olhou extasiado, com um sorriso ainda maior do que o de antes.

- viu – disse encantado e eu também estava, tinha que confessar – eu disse que eles atendiam – deu de ombros – você deveria tentar. O vovô sempre me escuta, aposto que a Sarah vai te escutar também...

FLASHBACK OFF

Contei tudo para Sarah e sorri ao final.

- a mãe de Lucas explicou que eles não poderiam cancelar a conta do telefone do avô dele tão cedo – olhei para a grama ao meu lado, onde Sarah estava “deitada” – então eu tentei testar com você, e não é que você falou mesmo comigo? – soltei uma risadinha – é, falou muita coisa na verdade, e se eu estivesse escutado antes, talvez eu seria esperta e ficaria bem longe de Lucas. Porque você tem razão: ele é realmente perfeito. E sim, eu estou apaixonada por ele. E sim, nos beijamos ontem... tá, e hoje também... – dei de ombros.

Fiquei em silencio alguns segundos, como se esperasse alguma coisa.

- você está escutando isso? É o silêncio... – sorri e olhei para o lado – olha, tenho que confessar que não escutar o seu “eu te avisei” é realmente uma coisa boa – disse rindo e um velhinho que passava em frente me olhou assustado. Dei um aceno de mão para ele e continuei – talvez você tenha razão e ele seja realmente o cara certo para mim, ainda mais depois do fiasco que foi meu relacionamento com Brad – bufei e fiquei alguns segundos em silêncio – não que eu e Lucas estamos em um relacionamento, quer dizer, foram apenas alguns beijos e... – respirei fundo.

Uma borboleta passou voando por cima de mim e segui-a com os olhos até que sumisse em meio às árvores que rodeavam o cemitério.

- eu sinto sua falta – disse por fim – sinto falta de conversar com você. Sinto falta de te mandar não me contar o que iria acontecer no próximo episódio de algum programa. Sinto falta das suas desafinações quando cantava no banho. Sinto falta da sua risada... – olhava para o céu, como se estivesse com vergonha de “encará-la” – sinto sua falta em tudo para falar a verdade, até mesmo em coisas bobas... – dei de ombros.

Olhei para o lado e sorri.

Puxei de meu bolso uma foto que estava com as pontas amassadas. Olhei-a firmemente. Eu e Sarah estávamos abraçadas de lado e ríamos de alguma coisa – provavelmente algo que meu irmão tenha falado ao bater a foto.

Em seguida, sentei com pernas de índio e cavei um pequeno buraco ao lado da lápide, depositando a foto lá logo depois. Cobri-a com terra e sorri.

- eu vou voltar mais vezes, não pense que vai ficar livre de mim assim tão fácil – sorri e levantei.

Bati as mãos na calça para sair a sujeira de terra e olhei para a lápide.

- você acha que engordei? – disse olhando meus jeans preferidos que de repente percebi estarem apertados demais – tanto faz – dei uma risadinha e saí em direção ao carro de meu pai.

LUCAS P.O.V.

Olhei pelo vidro da lanchonete e a vi sentada em uma das mesas do fundo. Respirei fundo e entrei, fazendo com que aquele sininho irritante da porta soasse.

Assim que ela olhou para a entrada  eu abri o melhor sorriso que consegui e respirei fundo.

Calma, Lucas, ela só quer conversar. Não é como se você estivesse encrencado ou algo do tipo...

Andei calmamente até a mesa e me sentei de frente para ela, que me olhava com um misto de afabilidade e tristeza. Aquilo não podia ser coisa boa.

- Lucas – sorriu – que bom que concordou em me encontrar.

- não é nada, Sra. Westwick... – encolhi os ombros.

- você deve ter percebido, mas eu queria conversar com você à respeito de Emily...

Pronto. Agora vinha bomba. Ela provavelmente iria falar sobre como a filha era frágil e que se eu a machucasse ela iria mandar seu filho-que-não-ia-com-a-minha-cara me dar uma surra. Ou pior, ela iria me falar como eu não podia engravidar a filha dela. Ai, Deus, se fosse isso eu juro que tinha uma probabilidade muito grande de eu vomitar ali no meio, de desmaiar em cima da mesa, ou os dois. E devo acrescentar que a última opção era a mais provável de acontecer.

Apenas sorria e pareça relaxado, seu idiota.

Foi o que fiz, mas meu sorriso deve ter saído péssimo, pois ela me analisou durante algum tempo antes de voltar a falar.

- bom, eu... – hesitou durante alguns segundos – eu realmente não sei se eu devia te falar isso... – disse insegura, quase que para si mesma.

- hmm, tudo bem... – disse e batuquei meus dedos na mesa, esperando para descobrir se ela me liberaria ou se soltaria o que queria quando me ligou e pediu para me encontrar.

- Lucas, eu quero que saiba que eu só escolhi contar isso para você porque percebi o quanto você e minha filha são ligados – franzi a testa, tentando entender o que ela queria dizer – e eu só quero o bem da minha filha, você entende, não é?

Eu balancei a cabeça afirmando e ela tomou um gole de seu copo de suco.

- ano passado, alguns poucos meses depois que Sarah se... – deu uma pausa rápida, provavelmente pensando em como terminar a frase – quando Sarah se foi... – deu um longo suspiro – a Emily ficou desolada. Quando a ficha realmente caiu ela começou a agir de modo estranho. Eu não sei se minha filha bebia antes, mas ela começou a beber; até mesmo na minha frente, sem ligar para o que eu achava... ela começou a brigar com o namorado e a chorar. Ela chorava tanto, Lucas – seus olhos enchiam cada vez mais de água – eu a escutava chorar o tempo todo... e quando o Brad terminou com ela de um modo canalha que só ele poderia conseguir – deu uma risadinha seca – ela enlouqueceu de vez... ela...

Hesitou por tanto tempo que achei que não fosse conseguir saber o final da história.

- a Emily tentou se matar, Lucas... – deixou a frase no ar enquanto eu a absorvia.

Fiquei a olhando por alguns segundos ainda, com as mãos cruzadas em cima da mesa e esperando ela dizer que era tudo uma grande piada, que só queria ver como eu reagiria. E então daríamos risada, pediríamos um sanduiche e voltaríamos a conversar sério.

Isso, porém, não aconteceu, então fui obrigado a falar.

- oi? Você... a Emily... o quê?

- nós chegamos em casa um dia e a encontramos à tempo, graças a Deus – podia ver que ela segurava para não chorar – ela... estava bêbada, tomou algumas pílulas, e entrou na banheira, se afundou e esperou... – balançou a cabeça negativamente – eu não sei como ela faria para ficar lá em baixo pelo tempo necessário, mas... – ela soluçou e eu passei a mão pelo rosto – eu só não quero que ela faça de novo, Lucas, é só isso que eu vim te pedir... – disse já chorando agora, e eu fiquei totalmente sem reação – eu só...

- pode ficar tranquila, Sra. Westwick – disse sem aguentar mais, e coloquei minha mão por cima da dela, apertando-a – eu vou cuidar dela...

- eu achei que não precisasse me preocupar mais com ela, mas nesses últimos dias, com tudo que vem acontecendo... – disse depois de respirar fundo e voltar a controlar o choro – as história das fotos, ela falar mais sobre como sente falta da amiga, e hoje ... hoje ela resolveu ir pela primeira vez no cemitério. Eu só quero me prevenir, porque eu realmente não sei quando ela pode explodir...

- ela não vai – eu disse o mais convincente que fui capaz e ela abriu um pequeno sorriso – eu prometo. Ela ainda vai ter que me aguentar por muito tempo – sorri de leve também – eu não vou deixar ela ir tão fácil assim...


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Notas finais do capítulo

ENTÃO NÉ, é isso, espero que tenham gostado, e por favor deixem um review falando o que acharam :))