Dark Paradise escrita por liina


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

oi. É, então, eu sumi por um tempinho né, desculpa.
enfim, essas tres semanas e meia (pelas minhas contas)sem postar foi por causa de uma mistura de provas + trabalhos + tentar acompanhar o que tava acontecendo no Brasil + greys anatomy + grupo de estudos de história.... ou seja, fiquei som tempo, foi mal, e quando eu tinha tempo, eu ficava com preguiça e ia assistir mais um ep de greys anatomy kkkkk.
bom, o que importa é que eu voltei a postar, antes tarde do que nunca né? hahaha.
ah, então, esse bla bla bla todo foi só pra tentar explicar meu sumiço pras poucas pessoas que leem o que eu escrevo aqui em cima ahahaha.
espero que gostem, não tá lá essas coisas maassss...
boa leitura :)



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You make me crazy, you make wild

Just like a baby, spin me round like a child

LUCAS P.O.V.

Ouvi alguém pigarrear algumas vezes e  senti alguma coisa em baixo de mim se mexer.

Abri os olhos devagar e ajeitei os óculos que estavam totalmente tortos em minha cara. Talvez não devesse ter feito isso.

Abri os olhos para a mãe de Emily, que estava parada na frente do sofá, com os braços cruzados e uma expressão levemente divertida em seu rosto.

Não sei quando tínhamos dormido na noite anterior, mas agora eu e Ems estávamos deitados meio embolados no sofá: ela com a cabeça apoiada em um dos braços e eu, com a cabeça para o outro lado, deitado apoiado em suas pernas.

Dei um pulo e me levantei do sofá, fazendo Emily reclamar e abrir os olhos.

- oi, é, hm, oi Sra. Westwick – disse passando a mão desajeitadamente pelo cabelo, em uma tentativa de arruma-lo. Como se parecer mais apresentável melhorasse a situação.

- bom dia. Para os dois – disse olhando para a filha, que se levantava do sofá calmamente e parava ao meu lado, ainda sonolenta.

- desculpa ainda estar aqui. A ideia era assistir os filmes com a Emily ontem e depois voltar para casa, acabar dormindo com a sua filha não estava nos planos – apertei os olhos e respirei fundo – tudo bem, essa frase saiu totalmente da maneira errada... – senti minhas bochechas queimando.

Olhei para Emily e vi que segurava o riso, divertindo-se com meus constrangimentos. O menu de O Melhor Amigo da Noiva ainda rodava baixinho atrás de sua mãe, na tv.  

- eu cheguei tarde ontem anoite e nem vi que Lucas estava aqui. Achei que fosse só você no sofá...

- a gente dormiu no meio do filme – Emily disse finalmente, em meio a um bocejo.

- você não disse que ia chamar as meninas?

- eu ia, mas ai o Lucas apareceu sem falar nada e eu tive que deixar ele entrar... – deu de ombros e eu revirei os olhos. Ela riu e me abraçou de lado.

- sua mãe estava doida atrás de você no trabalho hoje, porque não dormiu em casa, não avisou nada e não atendeu o celular... – ela disse e pude imaginar minha mãe praticamente me matando quando chegasse em casa.

- acabou a bateria, e eu não sabia que ia dormir aqui.... – encolhi os ombros.

- tudo bem, eu avisei para ela que estava aqui... – disse com um pequeno sorriso -  e vocês perderam a aula – completou.

- bom, foi você que viu a gente dormindo e não nos acordou, então a culpa não é nossa... – Emily deu de ombros.

- mas é claro que eu não acordei. Não ia ser eu a pessoa a provocar o comportamento que eu mais odeio nos alunos: dormir em sala. Porque era isso que vocês iam fazer... – deu de ombros e seguiu para a cozinha.

Assim que ela saiu do meu campo de visão, senti como se conseguisse respirar melhor. Soltei o ar pesadamente e Emily soltou uma risadinha pelo nariz, zombando de mim.

Comecei a arrumar o que tínhamos deixado espalhado pela sala antes que sua mãe pedisse, o que eu sei que é estranho, mas era uma tímida tentativa de impressionar a Sra. Westwick.

Juntei minhas coisas e já ia falar para Ems que estava indo embora quando sua mãe voltou à sala.

- você não vai almoçar com a gente? – perguntou com um sorriso.

- eu não quero atrapalhar mais – disse baixinho e pude ver a cara divertida que Emily fez, tirando sarro da minha inusitada educação.

- você não atrapalhou nada até agora. E não vai atrapalhar também, até porque eu comprei comida a mais pensando em você – sorriu docilmente e, antes que eu pudesse recusar,  ela já estava voltando para a cozinha, como se dissesse “caso encerrado”.

- hm, tudo bem então – disse deixando minha mochila no chão e olhei sorridente para Ems – só por favor não troca de roupa – disse lembrando-me que ainda estava de pijama e não tinha roupa para trocar.

- vou fazer questão de colocar a roupa mais formal que eu achar no meu armário só pra te deixar ainda mais constrangido – disse em um tom infantil e, em um movimento inesperado, correu escada acima.

Levei alguns segundos para perceber que ela estava falando sério e corri atrás dela, abrindo a porta do quarto assim que cheguei até ela.

- Lucas! – ela estava com as mãos na cintura – e se eu estivesse mesmo trocando de roupa?

- só se você fosse o Flash, ne queridinha – disse em tom brincalhão, tentando disfarçar o fato de não ter pensado naquela hipótese. De acabar encontrando Emily já sem alguma peça de roupa, quero dizer. Não que isso fosse uma coisa ruim...

Ela apenas revirou os olhos e então (depois de uma pequena discussão em que eu tentava convencer a ela de não trocar de roupa), descemos mais uma vez e nos juntamos à sua mãe na mesa, para almoçar.

*****

- meu santo Deus! – Emily reclamou pelo o que seria a vigésima vez, pelas minhas contas – como tá frio! – passou a mão pelos braços, tentando se aquecer.

- tá mesmo, deve tá fazendo menos de dez graus, na moral viu... – disse soltando um sopro e vendo o ar condensar logo à minha frente.

Era terça anoite e estávamos a caminho do cinema. Finn, Carrie e Anna tinham combinado de nos encontrar lá para vermos Django, que estava sendo “reprisado” (junto com outros filmes que já tinham saído de cartaz) pelo cinema da cidade. A paixão de Finn por Tarantino, eu sabia, era apenas um pretexto para tirar Emily de casa e fazê-la se sentir melhor, por causa do incidente do dia anterior.

- é, tá frio mesmo... – ela disse mais uma vez e eu enfiei as mãos nos bolsos da calça jeans. Fiquei em silêncio por alguns segundos.

- espera – disse de repente, franzindo a testa  - essa é a parte que você espera que eu pergunte se você quer meu casaco empresado, te dou e morro de frio só porque você é burra o bastante para sair de casa sem o seu casaco?

- sabe,  você podia ser um cavalheiro uma vez na sua vida, Lucas... – disse passando as mãos pelos braços mais uma vez e eu ri ironicamente.

- sabe, isso é ridículo! A culpa não é nossa se vocês, mulheres, não conseguem se lembrar de pegar a merda de um casaco antes de sair de casa. Ai vocês pedem o nosso, e nós, os espertos que se lembraram da proteção contra o frio, ficamos com frio e, pior, não podemos reclamar do frio que estamos sentindo!

- você é ridículo... – disse cruzando os braços.

- não, sou realista – sorri.

- eu te odeio...

 - tudo bem, pelo menos eu ainda sou o cara com o casaco... – disse fazendo uma cara satisfeita e ela rolou os olhos.

- sabe, eu não sei o que é mais difícil de acreditar: que você não vai emprestar seu casaco para alguém que está praticamente congelada, ou que você já fez isso para alguma garota... – deu de ombros e soprou dentro das mãos, para aquecê-las.

- mas é claro que eu já fiz – fiz aquela típica cara de quando alguma coisa é óbvia – é tudo parte do charme dos encontros... – dei de ombros abrindo um sorriso.

- é mesmo? – ela disse se virando de frente para mim, começando a andar de costas – se a gente fingir que isso é um encontro, você me dá seu casaco então? – levantou as sobrancelhas.

- isso quer dizer que você quer estar em um encontro comigo? – disse chegando mais perto dela,  abrindo o tipo de sorriso que sabia que a irritava profundamente.

- definitivamente não dá pra ter uma conversa racional com você – disse depois de soltar uma risadinha pelo nariz e se virou mais uma vez.

- eu devia ter percebido... – continuei como se ela não tivesse dito nada – você passou mais perfume que o normal, é uma dica que queria que fosse um encontro de verdade.

- é Lucas, deve ser mesmo! Passei mais perfume, me arrumai bonitinha... tudo pra você perceber! – disse irônica – eu até mesmo cortei o cabelo, mas você não percebeu, é claro, porque você não me nota... – colocou a mão sobre o coração e fez uma cara de desolada.

Eu soltei um risinho.

- percebi sim. Sua franja tá menor; você não tinha que ficar colocando ela atrás da orelha tantas vezes assim até ontem... – dei de ombros.

Ela estreitou os olhos por um leve segundo, mas seja o que pretendesse falar, pareceu desistir.

Colocou a mexa de cabelo atrás da orelha. Aumentei meu sorriso e agradeci mentalmente por Carie e Finn estarem se aproximando para quebrar o clima que acabei criando por causa da minha boca enorme.

- nossa, como você não tá morrendo de frio? – ela  perguntou olhando para os braços descobertos de Ems, que me olhou acusadoramente.

- eu estou...

- você devia mostrar a educação que sua mãe te deu e emprestar seu casaco para ela, Lucas... – disse com as mãos na cintura, fingindo de brava.

- serio? E você quer que eu pague seu ingresso e sua pipoca também, senhorita? – disse dando uma leve curvada em sua direção e ela fez uma cara de assustada – o que foi? – ela colocou a mão sobre a boca e eu cobri os olhos – por favor me fala que você também não esqueceu o seu dinheiro!

- ops... – deu um sorriso amarelo e encolheu os ombros – sabe aquele papo de encontro? – disse piscando os olhos incansavelmente e escutei Finn dar uma gargalhada.

****

EMILY’S P.O.V.

Django era incrível!

Isso era tudo que eu conseguia pensar enquanto voltava – usando o casaco de Lucas – para casa.

Era exatamente aquele tipo de filme que, assim que você pisa fora da sala de cinema, já está pensando “quero ver esse filme de novo”.

Paramos na esquina da rua de Lucas e ele se despediu de cada um.

- te pago e levo seu casaco amanha – sorri e ele levantou uma sobrancelha.

- então você vai ficar com ele?

- claro que vou, tenho três longos quarteirões até minha casa... – dei de ombros.

- você é ridícula...

- sou realista – disse imitando sua voz e ele riu.

Deu um beijo (talvez mais demorado que o necessário) em minha bochecha e Finn tossiu atrás de nós.

- casal! – disse e tossiu mais uma vez.

Rolei os olhos para ele, mas ele apenas deu de ombros e fez uma cara de “o que eu fiz?!”

Lucas riu, balançando a cabeça negativamente, e seguiu para casa.

Passei o resto do caminho comentando o filme com Finn (que era, assim como Lucas tinha dito mais cedo, um grande fã de Tarantino), e rindo das reclamações de Carie.

- como vocês conseguiram gostar de um filme que tem uma cena de um cara arrancando o olho do outro? – perguntou abrindo os braços

 - a cena nem foi explícita, sua fresca! – eu disse rindo.

- mas deu pra entender que ele arrancava, sua burra! – disse fazendo língua para mim e eu repeti o gesto - isso tirando a parte do cachorro... – disse e uma onda de silêncio de instalou.

- tudo bem, aquilo foi feio... – Finn disse e Carie levantou as sobrancelhas.

- eu sei, obrigada!

- mas mesmo assim, achei o filme um máximo. Tem umas partes muito engraçadas!– disse sorrindo e Finn me abraçou de lado.

- você é um máximo! Vou te levar pra assistir todos os filmes do Tarantino que tem lá em casa! – me apertou mais no abraço.

- só pra você saber – Carie disse – quando ele diz “todos” ele quer dizer todos mesmo! – eu ri.

- tudo bem, um dia desses eu vou... – dei de ombros.

- depois dessa eu posso dizer com 100% de certeza que aprovo seu namoro com meu melhor amigo – deu um beijo no topo de minha cabeça.

- cala a boca Finn! – dei um tapa em seu braço e ele me soltou rindo – eu sou só amiga do seu melhor amigo...

- ok... – deu uma pausa – veremos – sussurrou e riu antes de entrar em casa.

- eu juro que não sei como aguento esse menino há 17 anos... – Carr disse e eu ri.

- te vejo amanha – sorri e andei o restinho da rua até minha casa.

Dei um beijo em meu pai, que estava no sofá e subi já pensando em colocar a calça de moletom mais quente que tinha.

Fechei a porta do quarto e me olhei no espelho que tinha pregado atrás dela.

O moletom de Lucas – azul marinho, com reforços de couro marrom nos cotovelos – estava ridiculamente grande em mim. E ridiculamente cheirando a “Lucas”.

Tudo bem, vamos colocar assim: a situação toda, eu me olhando no espelho com um sorriso idiota que não saia da minha cara, estava ridiculamente ridícula.

Prendi o cabelo em um coque, calcei meu sonhado moletom, peguei um cobertor extra no armário de minha mãe, escovei os dentes e fui dormir.

Acordei na manhã seguinte atrasada para a escola, e sentindo mais frio que o normal, mas minha mãe disse que eu não podia perder mais um dia de aula.

Levantei-me, então, relutante, troquei de roupa e peguei minha mochila, já escutando Pete gritar lá de baixo que se eu me atrasasse mais um minuto eu ia a pé para o colégio.

Soquei o moletom de Lucas na mochila e corri escada abaixo.

O dia passou rápido, e assim fez a semana, e a outra semana também.

E o problema era exatamente esse: o tempo estava passando rápido demais e não descobríamos mais nada.

A frustração da operação toda começava a subir pela garganta a cada minuto que passava e eu começava a desistir aos poucos.

Até que uma pista caiu bem nos nossos colos. 


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Notas finais do capítulo

espero que ainda tenha alguém lendo? hahaha