Dark Paradise escrita por liina


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

QUEM É VIVO SEMPRE APARECE!! KKKKK.
pra quem não lembra de mim (ou ainda não me conhece) eu escrevia uma fic aqui no site que chamava Remember Me e que foi excluída por motivos de::::: gente famosa no enredo kkkk.
bom, venho testar a paciencia de vocês com mais uma ideia louca que tive por ai hahaha e sim, eu sei que tinha falado que ia postar final de fevereiro, mas (acreditem ou não) minha vida ta mais corrida do que antes hehe.
é isso, espero de verdade que gostem (até porque já escrevi metade da história e se ninguém gostar vai ter sido perda de tempo oh yesss).
boa leitura :)



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Does this darkness have a name?

This cruelty, this hatred, how did it find us?

Did it steal into our lives or did we seek it out and embraced it?

What happened to us, that we now send our children into the world like we send young men to war: hoping for their safe return, but knowing that some will be lost along the way?

When did we lose our way?

Consumed by the shadows, swallowed whole by the darkness…

Does this darkness have a name?

Is it your name?

Lucas Scott (One Tree Hill)

Cheguei em casa cansada da academia e joguei minha mochila no chão assim que passei pela porta do meu quarto.

Peguei meu pijama e toalha e fui para o banheiro, planejando tomar uma banho quente e demorado.

Dei uma olhada no relógio e liguei o rádio em uma estação que sabia que estaria tocando musica direto àquela hora do dia.

Saí do banheiro penteado o cabelo e ainda cantando a musica que tocava no radio e quase trombei em Peter.

- olha só quem resolveu aparecer em casa...

- eu sei que você morre de saudade de mim quando não estou em casa, Emily, não precisa ficar demonstrando seu amor assim... – deu de ombros e continuou andando em direção ao seu quarto.

- fazer 18 anos não te dá o passe livre para dormir fora de casa todos os dias, meu caro... – tive de dizer um pouco mais alto por causa da distância.

- desculpa, mãe, eu estava resolvendo meus problemas da faculdade – disse abrindo os braços.

- aham – tossi dramaticamente – e por acaso agora a Louise é seu problema de faculdade?

- porque não vai cuidar da sua vida, pirralha?

- não tem nem cinco minutos que vocês estão no mesmo lugar e já estão brigando? – papai disse passando por nós no corredor com uma pilha de jornais velhos.

- a culpa não é minha se o seu filho é um babaca – dei de ombros.

- tão engraçadinha, pirralha... – disse chegando para apertar minhas bochechas.

- eu só sou dois anos mais nova que você, palhaço – bati em suas mãos para tirá-las de mim.

- tudo bem, eu sei que isso tudo é saudade acumulada. Vou te perdoar dessa vez – sorriu, tocou meu nariz com o dedo e voltou para o fim do corredor, onde ficava seu quarto.

Resmunguei qualquer coisa sobre ele, fazendo meu pai rir e entrei em meu quarto, me jogando na cama.

Peguei meu celular (o qual tinha esquecido em cima da cama antes de sair de casa) para conferir se alguém tinha tentado falar comigo e, ao ver que não tinha nenhuma mensagem ou telefonema perdido, resolvi finalmente escutar a mensagem de voz que Sarah tinha me deixado um dia atrás..

- oi Ems! Adivinha, acabei de olhar no calendário e faltam só 16 dias para as férias, o que quer dizer que faltam só 16 dias para você vir passar o que vai ser, no mínimo, um mês comigo! – deu um gritinho animado – você vai ad...

Peter colocou a cabeça para dentro do quarto e eu tirei o celular da orelha para ver o que ele queria.

- a mamãe quer falar com você lá em baixo, Ems... – disse sem realmente olhar para mim e eu o segui até a cozinha.

- oi, mãe... – disse preguiçosamente e ela se virou para mim com os olhos vermelhos – mãe! O que... – dei alguns passos em sua direção – o que foi? O Peter não passou na faculdade? – me virei para ele – você não passou na maldita faculdade? – ele estava muito ocupado olhando para o chão para me responder.

- Emily... – minha mãe pegou minhas mãos e me esperou olhar em seus olhos – a gente tem que conversar... é sobre a Sarah – sentei-me na cadeira e esperei que continuasse.

 ****

No dia seguinte, pegamos um avião para a cidade de Sarah. Ela estava morando mais ao sul da Inglaterra nos últimos seis meses, enquanto nós continuávamos ao norte.

Nossos pais eram amigos de infância e nossas mães não ficavam para trás: se conheciam já há 5 anos antes de nascermos; eram melhores amigas.

Ver Tia Susan no estado em que estava definitivamente não foi fácil e eu chorei mais ainda, abraçada a ela. Por todo o tempo que fiquei no enterro era como se ninguém estivesse realmente lá (mesmo o lugar estando cheio como estava). Era como se fossem apenas eu e Sarah, que estava apenas tirando um cochilo – eu teimava em tentar me convencer – e tudo o que eu sentia era ódio. “Como você tem a coragem de me deixar aqui sozinha?” era todo o que eu queria gritar, sacudindo Sarah até que ela abrisse os olhos e começasse a rir mandando todos para casa e dizendo que “o show acabou”.

Limitei-me, porém, a ficar sentada no chão ao canto da sala, abraçando meus joelhos e olhando para ela. Já tinha desistido de tentar controlar as lágrimas que corriam livremente pelo meu rosto, as quais, agora, já não estavam mais acompanhadas por meus soluços insistentes – não tinha mais força suficiente nem mesmo para isso.

Senti que alguém me observava e subi meus olhos até o outro lado da sala, onde um garoto me olhava. Minha visibilidade estava ruim o bastante para que eu não conseguisse distinguir seu rosto direito, mas tinha quase certeza de que nunca tinha o visto antes. Devia ser um dos amigos de Sarah de sua nova escola. Um de muitos, até, que estavam ali.

Continuou com os olhos fixos em mim e deu alguns passos em minha direção (provavelmente para dizer uma das coisas que eu já tinha escutado umas mil vezes no dia: “vai ficar tudo bem”, “ela foi para um lugar melhor” ou “sinto muito por sua perda”)

Seja lá o que fosse dizer, nunca  tive a chance de escutar.

Pareceu desistir no ultimo minuto, virando as costas e voltando ao seu lugar na parede contrária à minha.

Voltando aos meus devaneios, lembrei-me do dia em que Sarah tinha chegado à minha casa com a seguinte pergunta: “você já teve uma breve vontade de morrer, Ems? Só para ver quem iria no seu enterro?”. Não discutimos muito sobre isso na época, mas definitivamente eu podia lhe dar a resposta agora: muitas pessoas. Pessoas que nem ligavam para Sarah, nunca lhe deram parabéns ou a via em anos, estavam lá, derramando milhares de lágrimas e dizendo o quanto iriam sentir sua falta.

Aproveitei que o lugar deu uma esvaziada – muitas pessoas tinham ido ver o Tio Gust, que tinha acabado de chegar – e levantei de meu esconderijo, andando devagar até o caixão no centro do salão.

Tia Susan tinha escolhido um dos vestidos favoritos de Sarah, verde claro e florido, que fazia, por uma ironia do destino, a garota parecer mais viva do que nunca. Seu cabelo loiro parecia um véu em volta de seu corpo, e seus lábios estavam tão rosados que imaginei, mais uma vez, se não estaria apenas tirando um cochilo.

- ok, boa piada Sarinha, mas pode acordar agora – disse baixinho pegando em suas mãos – pode acordar! Vamos! Acorda, Sarah, acorda! – escutei meu tom de voz subindo até virar um grito e rapidamente braços me seguravam fortemente, tentando me tirar dali.

Lutei para continuar ao seu lado, mas Peter era mais forte e continuou a me puxar e fazer “shh!” em meu ouvido, em uma tentativa de me acalmar.

- me leva com você então! Deixa eu ir com ela, Peter, por favor! Deixa eu ir com ela! – eu gritava desesperada, minha visão completamente borrada.

Tinha consciência de que todos me olhavam (com mais dó do que antes) e meu irmão continuou a me puxar até um cantinho onde ninguém podia nos ver. Abraçou-me e ficou me escutando chorar desesperadamente por um tempo.

Sentamos no chão e eu enterrei meu rosto em seu peito, sentindo ele mexer em meus cabelos até que tudo se apagasse e eu adormecesse em seu colo.

                                                               UM ANO DEPOIS

Meu pai e o pai de Sarah trabalhavam juntos desde sempre, e sabíamos que papai seria transferido para a pequena cidade do interior ao sul da Inglaterra uma hora ou outra.

Há um ano, o que eu mais queria era que essa transferência chegasse logo, mas, agora, eu só queria adiá-la pelo máximo de tempo possível.

Como se escutasse meus desejos (e quisesse fazer exatamente o contrário do que eu pedia) o chefe da empresa resolveu mandar meu pai para a cidade em que a empresa tinha começado a investir, o que era a mesma cidade para a qual tio Gust tinha sido transferido dois anos antes, mais rápido do que pensávamos.

Não que fizesse muita diferença ser uma cidade pequena,  já que a que eu morava era tão pequena quanto, mas eu sabia que me mudar para lá significaria viver com a realidade da morte de Sarah. Eu sabia que seria conhecida como a amiga da menina morta e que todos falariam dela comigo, assim como em qualquer outra cidade pequena.

No entanto, ir para lá também significava descobrir o que tinha me assombrado durante um ano: quem tinha feito aquilo com Sarah.

Porque sim, apesar de todos os policiais, familiares e evidências tentando me convencer de que minha amiga tinha suicidado, eu tinha certeza absoluta de que ela não seria capaz de fazer tal coisa.

E eu ia provar isso. Nem que fosse a última coisa que eu fizesse. 


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Notas finais do capítulo

E AAIII? me conem o que acharam! sei que não é muita coisa ainda mas prometo que ta legal kkkk.