Depois Da Meia Noite escrita por MichelleMalfoy


Capítulo 1
Unico


Notas iniciais do capítulo

meninas um pequeno delirio espero que gostem.



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Ironia

A guerra havia acabado, o mundo bruxo podia agora respirar a calmaria de um mundo sem Voldemort, as perdas, os dias sombrias ainda moravam nas profundezas dos corações das vitimas, nos pensamentos dos sobreviventes, mas a euforia pouco a pouco cicatrizava as feridas, a alegria e o falatório na plataforma para o expresso de Hogwarts não combinava com o semblante triste da castanha, agora com 18 anos recém completos, era uma heroína de guerra, voltava pra escola para seu ultimo ano, sem Harry ou Rony, sem seus pais, isso a corroía por dentro não fora capaz de protege-los, ela riu sem humor pensando em como o destino podia ser cruel e irônico, alterara suas memorias para protege-los de Voldemort, mas um acidente de carro os levara de sua vida, sorriu mais um vez ironia não chegava a descrever o momento.

O apito soou chamando os alunos para dentro do expresso, os alunos abraçaram seus parentes antes correr para dentro, ela não se deu a esse trabalho não havia ninguém pra se despedir, caminhou pelos corredores apinhados de gente, ao longe viu as cabeças ruivas, junto com os cabelos negros e desgrenhados, entrou na cabine antes que eles a vissem, não seria fácil fugir de Gina, tinha plena consciência disso, mas queria adiar o encontro o máximo que podia, a pessoa dentro da cabine quase a vez sair e enfrentar os amigos, quase, ela provavelmente teria saído se não fosse o fato da pessoa estar adormecida.

Sabia que ele voltaria para escola, era uma das exigências do ministério para que ele ficasse livre, o fato de sua mãe ter ajudado Harry e de ele ter sido forçado a se tornar um comensal aliviou e muito a pena que ele provavelmente receberia, sentou no banco em frente o garoto que ressonava suavemente, mais uma vez a ironia se fazia presente, Malfoy estava livre, sua mãe presa em casa sem poder sair, seu pai preso em Askaban  e ele continuava rico , seus lábios se moverem em um sorriso irônico.

A torre de astronomia não era um lugar muito frequentado ainda mais depois de todos os acontecimentos, ela não sabia o porque de gostar daquele lugar, mas toda noite ela repetia o ritual, esperava as colegas de quarto dormir e saía em direção aquele lugar mórbido, isso já acontecia a três meses sempre depois da meia noite.

A neve cobria os terrenos da escola, as terras antes devastadas por gigantes e feitiços parecia resplandecer com o brilho molhado e puro da neve, zombando dela mostrando que a vida continuava sem se importar o quão quebrada ela estivesse, a natureza continuaria com seu papel, o tempo passaria pra ela querendo ou não, o vento soprou em seu rosto, mas ela não sentiu ela não sentia nada.

Querida Mione

Sentimos muito a sua falta, gostaria que você respondesse as nossas cartas, Gina nos contou que você quase não fala, quase não come estamos preocupados com você, nós te amamos, por favor venha passar o natal com a gente.

Com amor

Harry e Rony.

Amassou a pequena carta, estava novamente em seu refugio, o relógio soou poderosamente, as doze badaladas, era natal, sentou no chão frio e fechou os olhos cansada do torpor, da inercia que vivia, respirou fundo um cheiro amadeirado e masculino chegou aos seus sentidos abriu os olhos e se deparou com os cinza que a encaravam, piscou os olhos perdida e desconfiada, o sonserino a olhou por mais alguns instantes e então saiu elegantemente pela porta sem lhe dirigir a palavra, os dias de silencio haviam lhe rendido uma boa percepção de tudo ao seu redor, sabia que o sonserino estava diferente, claro que ele continuava arrogante e orgulhoso eram características que jamais o abandonariam, não pode deixar de pensar em como o sonserino era um  filho da mãe sortudo, a guerra não o prejudicara muito, continuava com sua enorme fortuna, era monitor chefe, cargo que dividia com ela, um ex comensal e uma heroína de guerra, era capitão do time de quadribol, um aluno brilhante e aplicado, a mudança nele era mínima, sem insultos e comentários maldosos, sem provocações sem a voz rouca e arrastada, um sorriso mínimo se formou em sua face, fazia meses que isso não acontecia e a ultima vez ela sorrira pelo mesmo motivo de agora, seu sorriso mesmo irônico era por causa do sonserino, de seu inimigo do qual sentia falta das brigas, talvez se ele a irritasse ela pudesse sentir algo, então se convenceu de que a vida era irônica, fodidamente irônica.

Contato.

Ela havia criado outra rotina, toda noite ela tinha companhia no seu mausoléu, era ele o sonserino arrogante, eles não se falavam ou trocavam olhares, apenas coexistiam no mesmo lugar, era uma sexta feira tranquila a presença do sonserino parecia tranquiliza-la, ela se sentia quase confortável com ele, os minutos voaram e ele se mexeu sem querer seu olhar acompanhou os movimentos calculados e felinos do loiro, ele percebeu seu olhar moveu a cabeça minimamente em reconhecimento, ela não reagiu surpresa com tal ato, até que aporta bateu e ela entendeu eles haviam feito contato.

Os alunos do sétimo ano estavam eufóricos esse ano fora dada autorização para que eles pudessem frequentar um pub que agora existia em Hogsmead, então duas vezes no mês os sábados eram os piores dias na opinião da castanha, as garotas ficavam histéricas, risinhos e sussurros por todos os corredores, os garotos falavam e riam comentavam sobre bebida e garotas, ela simplesmente não tinha paciência, em cinco meses de escola não tinha ido a nenhuma dessas visitas, mas essa noite em especial ela estava inquieta e depressiva, era aniversario de sua mãe, as lembranças boas com ela eram como facadas em seu coração, sabia que não podia ficar ali sozinha, seria sua ruina, ela precisava de contato.

Ajeitou o sobretudo preto que protegia seu corpo da neve insistente, ela não estava arrumada como as outras garotas suas roupas consistiam em uma calça jeans colada ao corpo e uma blusa preta de gola alta sem nenhum detalhe, os cabelos encaracolados caiam sobre rosto sem maquiagem, parou em frente ao pub perguntando-se se era uma boa ideia, o lugar estava cheio e animado, ela queria correr de volta para o castelo.

- Não vai entrar Granger?- a voz rouca e arrastada a assustou, girou o corpo para encarar o sonserino.

- E isso seria da sua conta porque?- ela retrucou de modo rude.

- Então você ainda fala...- ele bateu o indicador nos lábios finos que sustentavam um sorrisinho.

- Me deixa em paz...

- Você não esta em paz- afirmou sem arrogância.

Ela não respondeu, não havia o que responder diante daquela verdade, estava vazia, quebrada completamente atordoada, jamais estaria em paz, eles sustentaram o olhar por vários minutos, ele impressionado com a fragilidade no olhar castanho tão quente como uma boa dose de Whisky, ela fascinada com a humanidade nos olhos  cinzas com varias matizes azuis, eles não conseguiriam dizer quem tomou a atitude, mas quando perceberam estavam caminhando lado a lado para algum lugar, ela não saberia dizer, ele não poderia supor,  só sabiam que embaixo da neve intensa, aquém de um ódio antigo e infundado eles se sentiam bem na presença um do outro.

Rotina.

O seu mundo era uma bagunça completa, aquele era provavelmente o ultimo dia de neve e ela estava sentada num dos vários bancos espelhados pelo jardim, sozinha com seus pensamentos, ela o sentiu antes mesmo de ver, nesse pouco tempo de convivência ela sabia o quão leve eram os seus passos e o quanto o seu cheiro tão peculiar era marcante e embriagante, alguns diriam que entre eles apenas o silencio reinava, mas o fato era que suas tardes juntas eram recheadas de conversas, de lembranças antigas boas ou más, e novas experiências.

- Vou sentir falta daqui. – ela sussurrou quando ele se sentou ao lado dela.

- Ainda temos tempo Granger. – ela sorriu ante a resposta curta.

- Seis meses apenas.

- Tempo suficiente.

Dias de verão

 E Noites de inverno

A cidade as vezes é um inferno

Criei então um universo

Onde tudo era perfeito

E feito pra nós dois

Os olhos se encontraram, algo que acontecia muito, o silencio diferente das outras vezes era incomodo, sentimentos ocultos e perguntas não ditas pesavam entre eles, aproximação foi mutua, o beijo foi rápido e leve, um suave rocar de lábios, um ínfimo contato, eles não saberiam informar se realmente aconteceu.

O afastamento brusco, a fantasia desfeita, cinza no castanho, mais perguntas sem resposta, a escuridão se fez presente, cobrindo os terrenos brancos, o mausoléu a espera deles, mas naquela noite, ele esperou, ela não apareceu, o cinza entristeceu e pela primeira vez eles sonharam um com o outro. Quebrando a rotina.

Mudança.

Dez dias e o gosto dos lábios alheios persistiam, os olhos se procuravam pelos corredores para desviar rapidamente, os sonhos brindavam a imaginação de ambos a cada fechar de olhos, a saudade sufocava, destruía as barreiras impostas a ferro por corações sedento de paz.

Mas eles sabiam que não poderiam se afastar pra sempre, um corredor vazio a presença real e palpável, os olhos ligados, as pernas moveram-se procurando pelo contato e calor negligenciado, ele levantou a mão direita, sem desviar os olhos dos dela, ele tocou a pele macia do rosto, um choque passou entre eles, a pele formigando seu polegar rocou os lábios cheios, seus olhos foram naquela direção, e diferente do primeiro o beijo foi real, Hermione podia sentir o peso de Draco sobre ela, os lábios finos dele pressionado de maneira sedenta, entreabriu os lábios e as línguas se encontraram, e somente os braços dela a impediram de desfalecer, voraz, exigente e lascivo, os lábios procuravam um ao outro, respirar não era tão tentador, tão necessário, ofegantes e relutantes se separaram os olhos agora abertos, invadindo, desvendando, e ali perceberam eles haviam mudado.

Não havia mais espaço para separação, a mudança era substancial, os olhares apaixonados, sorrisos calorosos nos lábios dela, e os tímidos nos dele, as pessoas olhavam e comentavam, apontavam, julgavam, as mãos entrelaçadas, as conversas e os abraços, os gestos diziam o sentimento que os uniam embora jamais tivesse sido verbalizado.

Querida Mione.

Você sempre ignora nossas cartas, se não fosse por Gina não saberíamos se você esta viva e bem, não sei o que fizemos mas por favor nos perdoe. Estamos desesperados e com saudades por favor nos responda, precisamos saber, precisamos entender você realmente nos trocou pele Malfoy.

Nos te amamos sempre.

Harry e Ron.

A carta foi guardada em sua mochila, pensaria nela depois, sentiu os braços frios na sua cintura, um sorriso involuntário despontou em seus lábios.

- Oi Draco- disse antes de beija-lo delicadamente.

- Oi angela.

Passamos muito tempo sentados na calçada

Falando sobre tudo

E não dizendo nada

Seu sorriso vale mais de mil palavras

Deixa que o futuro

Fica pra depois

As estrelas eram testemunhas da entrega de seus corações, a torre de astronomia passou de mausoléu a cenário de uma historia romântica, os minutos passavam rapidamente quando estavam nos braços um do outro, a noite era curta comparada a vontade de ficarem juntos, ela contou sobre a carta dos amigos, a preocupação deles e a saudade que sentia, ele enrijeceu perdido em pensamentos por alguns instantes.

- Você deveria vê-los- a voz saiu baixa, mas confiante.

- Obrigada- disse embargada, nos olhos premissas de seu estado.

- Eu amo você angela –  ela não esperava a declaração, não teve tempo de reagir logo os lábios dele estavam sobre os dela.

- Também te amo Draco- não era uma revelação, era a constatação do obvio, eles não perceberam, mas eles haviam mudado.

Depois da meia noite

Nós acendemos as luzes da cidade

Nos abraçamos e ficamos juntos até nascer o sol

Partida.

Aquilo não era nada, não podia ser nada, os olhos cinza viraram chumbo diante a cena que se desenrolava, ele mesmo a aconselhara a procurar os amigos, mas não estava preparado pra ver aquilo, a mão grande e desajeitada do idiota do Weasley, na cintura delicada e feminina de sua angela, era errada e imperdoável, o sorriso nos lábios dele e o olhar desejoso era o inferno para ele, antes que pudesse pensar, o animal que existia dentro dele rugiu, obrigando-o a se mexer e tomar posse do que  era dele, guiado pelos instintos, agarrou com mais força que pretendia o braço dela e a tirou de perto do babaca, que olhava sua namorada com desejo.

- Fique longe dela Weasley- proferiu baixo com raiva na voz.

- Você não é o dono dela Malfoy!

Ele ignorou o ruivo, puxando a garota para longe dele, ela resmungava protestos, ele continuava puxando pelas ruas do povoado de Hogsmead.

- Draco me solta!

- Não Granger vamos conversar sobre isso!

Eles voltaram para a escola, caminharam em silencio até o lugar deles, os olhos soltavam faíscas, a fúria exalando dos corpos, o beijo foi selvagem, Draco atacava os lábios da morena com posse.

- Você é minha Granger- toques, respirações ofegantes, no meio das paredes frias ele a fez sua pela primeira vez.

Noites de verão

E dias de inverno

Poucos minutos

Parecem eternos

Você sabe eu não sei mentir

Esse mundo perfeito nunca vai existir

Os olhos estavam ligados, surpresos e satisfeitos.

- Você é louco Malfoy, como pode fazer isso?

- Você é minha Granger, só minha.

- Eu não sou seu brinquedo- a voz fria e impessoal chocou o loiro, imóvel e desesperado ele viu quando ela lhe deu as costas e partiu.

Tempo.

Nem mesmo os anos forma capazes de apagar as lembranças e o sentimento daquela loucura, ele a procurava pelas ruas, sua vida se resumia as memorias de seus toques, seus beijos e sua voz angelical, ele não vivia era a sombra de um homem que estava preso no tempo, no dia que sua angela o deixara.

O vestido branco era impecável, romântico e inocente todos a sua volta pareciam contentes, felicidade esse que apenas refletia nela, não chegava ao seu intimo, ela nunca fora capaz de esquece-lo, nunca os olhos cinzas abandonaram os seus, o amor continuava intacto, esperando pela chance de ser feliz.

Ele observava de longe, amava-a o suficiente para respeitar as escolhas dela, mesmo que isso o destruísse, mesmo que pensasse que ninguém jamais a faria feliz como ele faria, nem tudo era perfeito, ele continuaria a viver como estava vivendo hoje, com suas lembranças, ele podia aguentar desde que ela estivesse feliz, algumas lagrimas rolavam pela face alva e sem vida, ele estava vendo o amor de sua vida indo de encontro a felicidade que ele jamais teria.

Os passos eram incertos e temerosos, seu amago gritava para que  corresse que não fizesse aquela loucura, que seu amor estava ao léu esperando por ela, as lagrimas teimosas correram, podiam ser de felicidade, mas o semblante triste denunciava a confusão que a noiva, os passos vagarosos tornaram-se nulos, a confusão generalizada.

Não quero esquecer as noites viradas

Falando sobre o muro

Até a madrugada

Nós seus olhos eu vejo a verdade

Faça o que você fizer, diga o você quiser

- Hermione querida?- a voz do senhor Weasley, era apenas um zumbido, ela precisava tomar uma decisão.

Os olhos cinza se arregalaram, o coração batendo desenfreado, a esperança lançando ondas quentes pelo seu corpo.

Ela não conseguia continuar, o corpo parado inerte o coração e a razão em conflito, as lembranças invadindo sua retina sem consentimento.

As noites na companhia um do outro.

Os beijos.

As caricias.

O amor que mudava, edificava e corria entre suas veias.

Momentos que jamais seriam esquecidos, então ela correu o vestido segurado de qualquer maneira, um pedido de desculpa gritado, o futuro e a insegurança de braços abertos esperando por eles.

Um encontro em meio a noite, as lembranças ainda mais reais, a saudade e o desespero, o reencontro esperado, o beijo de reconciliação o amor enfim concertado enfim vivido.

Só os dois em meio a noite.

Depois da meia noite

Nos acendemos as luzes da cidade

Nos abraçamos e ficamos juntos

Até nascer o sol

Por quanto tempo só nos dois

Por quanto tempo só nos dois

Depois da meia noite

Nos acendemos as luzes da cidade

Nos abraçamos e ficamos juntos

Até nascer o sol

Depois da meia noite

Nos acendemos as luzes da cidade

Nos abraçamos e ficamos juntos

Até nascer o sol

Depois da meia noite

Depois da meia noite

Depois da meia noite...


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Notas finais do capítulo

então o que me dizem?



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