A Herdeira Do Lado Negro escrita por Angelicca Sparrow
Notas iniciais do capítulo
Aloha! Mais um pouco de magia pra vocês! Revelações nesse capítulo, pq é assim que a gente gosta! ;) hahaha
O dia iniciou frio e claro, o brilho suave do sol se fazia visível por entre as nuvens cinzas de vez em quando.
Robert deu um longo suspiro antes de abrir os olhos e dar um sorriso. Algo quente estava entre seus braços e ele se virou docemente com o mínimo barulho.
– Bom dia Ni... – ele se interrompeu quando percebeu que não era Niara que estava em seus braços.
– Estou aqui. – a voz friamente sedutora se fez audível do outro lado do amplo quarto. Robert se virou para ver Niara já vestida com o uniforme e se preparando para sair, depois olhou novamente para o conjunto de travesseiros em seus braços com enormes manchas molhadas neles.
Niara percebeu seu olhar de confusão e riu levemente.
– Você baba enquanto dorme. – ela esclareceu com uma piscada e saiu fechando a porta atrás de si.
O Salão comunal de Corvinal estava vazio, como já era de se esperar sendo tão cedo. Niara respirou com pesar e caminhou até uma das enormes janelas e forçou-a para abri-la. Uma brisa gelada passou por seu rosto e seus cabelos, mas Niara não se abateu, permaneceu rígida e parada enquanto seus olhos vasculhavam o céu levemente azulado.
Ela colocou dois dedos entre os lábios e assobiou uma melodia de três notas usada para chamar sua amada coruja. Após poucos segundos ela ouviu a melodia retornando como um eco, quando avistou Strix voando na direção dela.
– Strix... – ela sussurrou e soltou um suspiro contido.
A coruja negra avançou em sua direção e pousou em seu ombro, fincando as garras nele. Niara estremeceu e fechou a janela com rapidez, se livrando do frio.
Strix foi colocado em cima da mesa de centro, enquanto sua dona se sentava no sofá azul à sua frente. Niara abaixou um pouco a gola de seu uniforme negro para olhar o ferimento em seu ombro. Ela tocou o local onde a pele havia sido rasgada e observou o sangue escorrer em seus dedos.
– Acha que devo providenciar algo mais resistente para usar caso você use meu ombro como puleiro novamente... – ela disse olhando torto para seu mascote. Strix porém a fitava sério e inabalável, ele parecia furioso.
– Porquê me olha assim? Foi você quem me machucou. – ela o repreendeu com o olhar.
A coruja inflou o peito e eriçou as penas, perecendo que tinha o dobro do tamanho real, e soltou um grito de advertência. Niara ficou parada e surpresa com a reação dele, ele nunca havia feito algo similar antes, nem mesmo para as vítimas que mataram juntos.
– O que... O que há de errado com você Strix? – ela perguntou preocupada estendendo uma mão para acariciá-lo – Está ferido?
Strix avançou em sua mão com o bico, fazendo um corte em sua mão. Niara permaneceu persistente, querendo ajudar seu amigo.
– Strix, ei. Olhe pra mim. Sh, vai ficar tudo bem... – ela sussurrou tentando acalmá-lo, enquanto aproximava o ombro bom perto dele para que se empoleirasse.
Dessa vez, Strix a atacou com as garras abrindo três riscos em sua clavícula. Niara recuou rapidamente arregalando os olhos e colocando a mão ensanguentada no ferimento. Ela estava em choque, mas então seu olhar ficou sombrio, sua expressão se tornou fria e ela se levantou do sofá ao mesmo tempo em que pegava sua varinha de dentro do casaco escuro e apontava para o animal.
Uma névoa negra se espalhou pelo salão, descendo das paredes e rodopiando em volta de Strix, até que em seu lugar surge um homem. Alto, moreno, com a barba escura e espessa, cabelos na altura dos ombros e um tapa olho com a inicial V. Ele vestia um longo sobretudo de couro preto, sua pele era marcada de cicatrizes, ele usava botas pretas altas que estavam sujas de sangue e apesar da espressão feroz, seu rosto era incrivelmente belo e jovem.
– Niara, Niara... Sempre quis dizer isso: Mas que nome mais estúpido aquela velha macumbeira escolheu pra você. – a voz do homem era cortante e profunda, mas para Niara era um som familiar.
– Você... Anda me vigiando. Quem é você? Vestido assim, duvido que seja alguém que valha o direito de permanecer vivo. – Niara sorriu de lado, mas seus olhos permaneceram gélidos e sem sinal de humor.
O homem a observava com um olhar meio colérico, louco. Virou a cabeça para um lado antes de sorrir ironicamente com os dentes inacreditavelmente brancos.
– Você tem a mesma expressão de escárnio de seu pai. – ele cuspiu as palavras.
– O que você sabe sobre meu pai? – Niara perguntou rindo, ainda com a varinha apontada para o estranho. – Quem é você?
– Eu? Sou o Strix. – ele gargalhou – Não me reconhece dessa forma, minha lady?
Niarra semicerrou os olhos para aquela figura demente, perguntando talvez se estivesse bêbado. O homem de repente ficou sério e deu um passo a frente, impetuoso.
– E sobre o seu pai... Quem no mundo dos bruxos não sabe quem é Voldemort?! O grande, temível, e poderoso Lorde das Trevas! – o homem gritou com um ar sinistro.
Niara olhou rapidamente na direção dos quartos, preocupada caso alguém estivesse acordado, ou observando aquele diálogo.
– Não se preocupe. – o homem sussurrou em seu pescoço, pegando-a desprevinida – Todos eles estão dormindo profundamente, tendo sonhos felizes... Inclusive o Sr.Hilliard. E mesmo assim, eu usei minha magia.
Niara se virou rapidamente apontando a varinha para a cabeça do louco.
– Avada K... – Niara começou a conjurar o feitiço mas o homem foi mais rápido.
– Expelliarmus! – ele gritou e riu de prazer quando a varinha da menina voou para longe.
Niara recuou até encostar as costas em uma estante cheia de livros, enquanto o homem desaparecia e reaparecia em sua frente, com sua varinha encostada na barriga dela.
– Você é tão direta como sua mãe. – ele sussurrou, dessa vez como um elogio.
– Chega! – Niara deu um soco no rosto dele, fazendo-o se afastar alguns passos. Ela foi em sua direção e o agarrou pela gola do sobretudo de couro e o levantou a poucos centímetros do chão. Seus olhos azuis cintilavam com ódio. – Eu vou perguntar uma última vez, e se você não cooperar comigo, fique tranquilo por que eu não preciso da varinha para matá-lo. Quem é você?
– Eu sou o que você chama de coruja, desde uma semana antes de você encontrar isso... – o homem colocou a mão por entre o uniforme de Niara e segurou firme o vidrinho com líquido cintilante que pendia em seu pescoço.
Ela o colocou no chão admirando a marca arroxeada que provocara na bochecha esquerda do homem. Ele a encarava sem paciência.
– Veja só, o olho cego, as roupas pretas, o mau humor... Eu sou sua maldita coruja! – ele berrou.
– Não grite! – ela pegou a varinha de sua mão e a atirou para junto da sua – Por que você está atrás de mim, o que quer?
– Você nasceu com um propósito, só estou cuidando para que você não fuja do seu destino e não desonre aqueles que morreram pela causa. – ele a olhou com olhos enojados.
– A Causa? Que causa? – ela riu e cruzou os braços, já entediada com o visitante.
– Deixaria de ser a Causa, se você soubesse do que se trata. Mas enfim, o que eu quero deixar bem claro é que nunca, NUNCA mais se aproxime de Robert. – ele a segurou pelo pescoço com a mão esquerda mas não usou força. – Ele é esperto demais e vai querer atrasar os planos, e escute bem... Se você falhar, eu vou te caçar até o inferno e a farei implorar de joelhos pela morte. Vou fazer lamentar cada único dia que...
– Cale a boca. – Niara disse indiferente. – E tire as mãos de mim.Ao mover a mão dele para longe, ela notou algo que a fez perplexa. Logo abaixo do pulso do homem havia uma tatuagem, um crânio com uma serpente saindo da boca , a Marca Negra.
– Um Comensal da morte. – Niara disse entredentes. – Voldemort o mandou aqui?
– Voldemort? – ele riu – Claro que não. Ele nem sabe que você existe!
Eles ouviram passos subindo as escadas até o Salão comunal.
– Eu tenho que ir, lady , Mas eu vou voltar. E não se preocupe, você aparentemente pode confiar em mim...– ele deu um olhar rigoroso para ela, antes de se voltar para a janela e saltar.
A melodia que cantara para chamar Strix, foi cantada do lado de fora da janela.
Niara saiu correndo em direção à janela, atrás do homem misterioso e levou um susto ao vê-lo abaixo do parapeito flutuando e com sua varinha em mãos, olhando na direção dela com ar de indiferente.– E a propósito, meu nome é Amon. – ele disse e desapareceu no vento frio.Alguém entrou desesperadamente pela porta do salão, no momento que Niara via seu antes amado mascote Strix, voando para longe no céu, com toda a graciosidade e elegância que sempre teve. Ela ainda estava prestando atenção no voô da coruja quando alguém começou a sacudi-la com certa urgência.
Era Dumbledore.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Eita! kkkk A voz misteriosa ...