A Herdeira Do Lado Negro escrita por Angelicca Sparrow


Capítulo 11
Capítulo 11 - Amigo, ou Inimigo?


Notas iniciais do capítulo

Aloha! Mais um pouco de magia pra vocês! Revelações nesse capítulo, pq é assim que a gente gosta! ;) hahaha



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O dia iniciou frio e claro, o brilho suave do sol se fazia visível por entre as nuvens cinzas de vez em quando.

Robert deu um longo suspiro antes de abrir os olhos e dar um sorriso. Algo quente estava entre seus braços e ele se virou docemente com o mínimo barulho.

– Bom dia Ni... – ele se interrompeu quando percebeu que não era Niara que estava em seus braços.

– Estou aqui. – a voz friamente sedutora se fez audível do outro lado do amplo quarto. Robert se virou para ver Niara já vestida com o uniforme e se preparando para sair, depois olhou novamente para o conjunto de travesseiros em seus braços com enormes manchas molhadas neles.

Niara percebeu seu olhar de confusão e riu levemente.

– Você baba enquanto dorme. – ela esclareceu com uma piscada e saiu fechando a porta atrás de si.

O Salão comunal de Corvinal estava vazio, como já era de se esperar sendo tão cedo. Niara respirou com pesar e caminhou até uma das enormes janelas e forçou-a para abri-la. Uma brisa gelada passou por seu rosto e seus cabelos, mas Niara não se abateu, permaneceu rígida e parada enquanto seus olhos vasculhavam o céu levemente azulado.

Ela colocou dois dedos entre os lábios e assobiou uma melodia de três notas usada para chamar sua amada coruja. Após poucos segundos ela ouviu a melodia retornando como um eco, quando avistou Strix voando na direção dela.

– Strix... – ela sussurrou e soltou um suspiro contido.

A coruja negra avançou em sua direção e pousou em seu ombro, fincando as garras nele. Niara estremeceu e fechou a janela com rapidez, se livrando do frio.

Strix foi colocado em cima da mesa de centro, enquanto sua dona se sentava no sofá azul à sua frente. Niara abaixou um pouco a gola de seu uniforme negro para olhar o ferimento em seu ombro. Ela tocou o local onde a pele havia sido rasgada e observou o sangue escorrer em seus dedos.

– Acha que devo providenciar algo mais resistente para usar caso você use meu ombro como puleiro novamente... – ela disse olhando torto para seu mascote. Strix porém a fitava sério e inabalável, ele parecia furioso.

– Porquê me olha assim? Foi você quem me machucou. – ela o repreendeu com o olhar.

A coruja inflou o peito e eriçou as penas, perecendo que tinha o dobro do tamanho real, e soltou um grito de advertência. Niara ficou parada e surpresa com a reação dele, ele nunca havia feito algo similar antes, nem mesmo para as vítimas que mataram juntos.

– O que... O que há de errado com você Strix? – ela perguntou preocupada estendendo uma mão para acariciá-lo – Está ferido?

Strix avançou em sua mão com o bico, fazendo um corte em sua mão. Niara permaneceu persistente, querendo ajudar seu amigo.

– Strix, ei. Olhe pra mim. Sh, vai ficar tudo bem... – ela sussurrou tentando acalmá-lo, enquanto aproximava o ombro bom perto dele para que se empoleirasse.

Dessa vez, Strix a atacou com as garras abrindo três riscos em sua clavícula. Niara recuou rapidamente arregalando os olhos e colocando a mão ensanguentada no ferimento. Ela estava em choque, mas então seu olhar ficou sombrio, sua expressão se tornou fria e ela se levantou do sofá ao mesmo tempo em que pegava sua varinha de dentro do casaco escuro e apontava para o animal.

Uma névoa negra se espalhou pelo salão, descendo das paredes e rodopiando em volta de Strix, até que em seu lugar surge um homem. Alto, moreno, com a barba escura e espessa, cabelos na altura dos ombros e um tapa olho com a inicial V. Ele vestia um longo sobretudo de couro preto, sua pele era marcada de cicatrizes, ele usava botas pretas altas que estavam sujas de sangue e apesar da espressão feroz, seu rosto era incrivelmente belo e jovem.

– Niara, Niara... Sempre quis dizer isso: Mas que nome mais estúpido aquela velha macumbeira escolheu pra você. – a voz do homem era cortante e profunda, mas para Niara era um som familiar.

– Você... Anda me vigiando. Quem é você? Vestido assim, duvido que seja alguém que valha o direito de permanecer vivo. – Niara sorriu de lado, mas seus olhos permaneceram gélidos e sem sinal de humor.

O homem a observava com um olhar meio colérico, louco. Virou a cabeça para um lado antes de sorrir ironicamente com os dentes inacreditavelmente brancos.

– Você tem a mesma expressão de escárnio de seu pai. – ele cuspiu as palavras.

– O que você sabe sobre meu pai? – Niara perguntou rindo, ainda com a varinha apontada para o estranho. – Quem é você?

Eu? Sou o Strix. – ele gargalhou – Não me reconhece dessa forma, minha lady?

Niarra semicerrou os olhos para aquela figura demente, perguntando talvez se estivesse bêbado. O homem de repente ficou sério e deu um passo a frente, impetuoso.

– E sobre o seu pai... Quem no mundo dos bruxos não sabe quem é Voldemort?! O grande, temível, e poderoso Lorde das Trevas! – o homem gritou com um ar sinistro.

Niara olhou rapidamente na direção dos quartos, preocupada caso alguém estivesse acordado, ou observando aquele diálogo.

– Não se preocupe. – o homem sussurrou em seu pescoço, pegando-a desprevinida – Todos eles estão dormindo profundamente, tendo sonhos felizes... Inclusive o Sr.Hilliard. E mesmo assim, eu usei minha magia.

Niara se virou rapidamente apontando a varinha para a cabeça do louco.

Avada K... – Niara começou a conjurar o feitiço mas o homem foi mais rápido.

Expelliarmus! – ele gritou e riu de prazer quando a varinha da menina voou para longe.

Niara recuou até encostar as costas em uma estante cheia de livros, enquanto o homem desaparecia e reaparecia em sua frente, com sua varinha encostada na barriga dela.

– Você é tão direta como sua mãe. – ele sussurrou, dessa vez como um elogio.

– Chega! – Niara deu um soco no rosto dele, fazendo-o se afastar alguns passos. Ela foi em sua direção e o agarrou pela gola do sobretudo de couro e o levantou a poucos centímetros do chão. Seus olhos azuis cintilavam com ódio. – Eu vou perguntar uma última vez, e se você não cooperar comigo, fique tranquilo por que eu não preciso da varinha para matá-lo. Quem é você?

– Eu sou o que você chama de coruja, desde uma semana antes de você encontrar isso... – o homem colocou a mão por entre o uniforme de Niara e segurou firme o vidrinho com líquido cintilante que pendia em seu pescoço.

Ela o colocou no chão admirando a marca arroxeada que provocara na bochecha esquerda do homem. Ele a encarava sem paciência.

– Veja só, o olho cego, as roupas pretas, o mau humor... Eu sou sua maldita coruja! – ele berrou.

– Não grite! – ela pegou a varinha de sua mão e a atirou para junto da sua – Por que você está atrás de mim, o que quer?

– Você nasceu com um propósito, só estou cuidando para que você não fuja do seu destino e não desonre aqueles que morreram pela causa. – ele a olhou com olhos enojados.

– A Causa? Que causa? – ela riu e cruzou os braços, já entediada com o visitante.

– Deixaria de ser a Causa, se você soubesse do que se trata. Mas enfim, o que eu quero deixar bem claro é que nunca, NUNCA mais se aproxime de Robert. – ele a segurou pelo pescoço com a mão esquerda mas não usou força. – Ele é esperto demais e vai querer atrasar os planos, e escute bem... Se você falhar, eu vou te caçar até o inferno e a farei implorar de joelhos pela morte. Vou fazer lamentar cada único dia que...

– Cale a boca. – Niara disse indiferente. – E tire as mãos de mim.Ao mover a mão dele para longe, ela notou algo que a fez perplexa. Logo abaixo do pulso do homem havia uma tatuagem, um crânio com uma serpente saindo da boca , a Marca Negra.

– Um Comensal da morte. – Niara disse entredentes. – Voldemort o mandou aqui?

– Voldemort? – ele riu – Claro que não. Ele nem sabe que você existe!

Eles ouviram passos subindo as escadas até o Salão comunal.

– Eu tenho que ir, lady , Mas eu vou voltar. E não se preocupe, você aparentemente pode confiar em mim...– ele deu um olhar rigoroso para ela, antes de se voltar para a janela e saltar.

A melodia que cantara para chamar Strix, foi cantada do lado de fora da janela.

Niara saiu correndo em direção à janela, atrás do homem misterioso e levou um susto ao vê-lo abaixo do parapeito flutuando e com sua varinha em mãos, olhando na direção dela com ar de indiferente.– E a propósito, meu nome é Amon. – ele disse e desapareceu no vento frio.Alguém entrou desesperadamente pela porta do salão, no momento que Niara via seu antes amado mascote Strix, voando para longe no céu, com toda a graciosidade e elegância que sempre teve. Ela ainda estava prestando atenção no voô da coruja quando alguém começou a sacudi-la com certa urgência.

Era Dumbledore.


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Notas finais do capítulo

Eita! kkkk A voz misteriosa ...



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