Ups And Downs: Todos Os Caminho Levam Ao Mesmo Fim escrita por AsCumadre


Capítulo 7
I'm so done with wishing you were still here




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POV’S LILY

- E aí, amor? Gostou do passeio? – Estávamos no mesmo sofá onde Emy havia nos interrompido na noite anterior. Permanecíamos sentados frente a frente, e o sorriso de Nick quase me fazia esquecer os problemas... Eu disse quase...

- Claro que eu gostei. Só de poder ficar com você já é muito bom... Mas a gente não pode fingir que não está acontecendo nada entre nós.

- Tem certeza  de que você quer falar sobre isso?

- Tenho, Nick. E não tente me beijar ou mudar de assunto... Isso tem que ser resolvido!

- Hm, e "isso" o que, exatamente?

- Isso, Nick! Você sabe o que está acontecendo, só não sei se você sabe o quanto isso está me machucando... Meu, você sabe que eu não ligo pra essas coisas de você sair, não me ligar... Você merece ter uma vida. Mas a partir do momento que você está dedicando a sua vida a outra pessoa... Eu não sei se isso é certo.

- Mas, Lily, eu só me dedico a você! Eu já disse: É você que eu namoro!

- Só que não tá parecendo, Nick! Esse é o problema. A gente faz as nossas coisas, dá uns beijinhos de vez em quando... Mas é isso que é namorar pra você? Se for assim, eu quero ser sua amiga porque é justamente da sua amizade que eu estou sentindo falta... A gente já nem conversa mais!

- Não, nem vem com essa de ser minha amiga, porque eu te amo muito pra ser só seu amigo...

- Nick, eu...

- Você não está pensando em terminar comigo, está? – Eu não respondi. Eu não sabia o que fazer. Meus olhos já lacrimejavam. – Lilian, escuta aqui. – Ele respirou fundo e segurou as minhas mãos, enquanto se atentava a olhar em meus olhos. – Eu não sei por que é tão difícil de acreditar nisso, mas eu preciso que você acredite no que eu vou te dizer, tá bom? – Concordei com a cabeça, enquanto ele se aproximou, diminuindo o volume de sua voz. – Eu te amo! Você sabe mais do que ninguém que essas três palavras significam muito pra mim... E eu sei que significam pra você também... Eu nunca disse isso pra nenhuma outra namorada além de você! Claro, eu amo os meus amigos, e a minha família, mas em especial, eu amo você!

                Ai, Jesus! Como se respira mesmo? Como é que eu consigo ficar brava com essa criatura? Eu já nem me lembro mais porque comecei essa conversa.

                Isso não está certo... Ele me tem nas  mãos.

                É, e eu posso dizer isso literalmente já que, agora, eu estava em suas mãos. Nick me beijava tão docemente, tão tranquilamente. Eu sabia que hoje não teríamos pressa para acabar.

                A cada toque seu, a confirmação do porquê eu me apaixonara por ele vinha com mais intensidade, eu sentia (e creio que ele também), que fomos realmente feitos um para o outro. Eu espero realmente, que sejamos para sempre porque eu acho que nenhum beijo, nenhum abraço, nenhum amasso vai ser tão bom quanto aos de Nicholas. Ele é o homem da minha vida.

                Já estávamos ambos sem camiseta e Nick já não estava tão calmo assim. Sua mão alcançara o feixe do meu sutiã, quando o seu escandaloso celular tocou.

- Nick ... – Eu tentava pará-lo. - ... Acho que... Seu celular está tocando. – Era óbvio que estava! Mas a verdade é que eu também, não queria que ele parasse.

- Ahn... –  Depois de me despir, ele passou a beijar o meu pescoço e aquilo realmente me excitava! [GEEZ! OLHA AS COISAS QUE EU TÔ ESCREVENDO!! :O] – Deixa pra lá...

               

                O telefone havia parado. Mas não demorou muito, ele voltou a tocar.

- Ah... Vai que é importante amor... – Meu subconsciente me xingava eternamente por isso, mas... Vai que é importante!

- Alô?

- Quem é, Nick? - Pela sua cara, coisa boa não era. Tratei logo de me vestir porque por aquele olhar, eu pude saber que a nossa festa acabou ali.

- Onde você está?

- Quem é? – Ele nem sequer olhou pra mim. É melhor ele não me obrigar a perguntar novamente!

- To indo, não sai daí!

Ele se levantou do sofá enquanto vestia a camiseta apressado.

- Nicholas! – Ele finalmente me deu atenção. – Explicações, por favor?

- Eu tenho que ir, amor! – Ele me deu um selinho rápido e saiu literalmente correndo.

Fiquei sem entender nada. O que será que tinha acontecido? Alguém teria morrido? E o mais importante:  Onde o  meu namorado foi?

Meia hora depois, eu ainda estava naquele sofá, agora, vestia pijamas, mas a preocupação não me deixou dormir e as minhas perguntas foram respondidas com Nick chegando abraçado à Emy.

- O que é isso? – Perguntei chocada com a cena. Emy, visivelmente embriagada e com cara de quem havia chorado muito, nem sequer olhou para mim.

- Hoje não, Lils. – disse meu namorado.

- Mas...

- Hoje não. – Repetiu secamente.

Ele subiu a escada com ela e ouvi uma porta se fechando. Eu estava furiosa. Não subi para não encontrar com Emy no nosso quarto.

                Acabou que eu adormeci no sofá.

(...)

                Puta que pariu, mas quem diria que esse sofá é extremamente desconfortável para dormir! Isso foi pior do que quando acampei numa floresta aos dez anos de idade: passei frio, tinha uma madeira nas minhas costas e o pior... Nunca me senti tão desamparada.

                Depois de me queixar mentalmente de todas as minhas dores e ter xingado o sofá de todos os palavrões que eu conheço, me lembrei por qual motivo eu havia dormido lá. Aquela vontade estúpida de chorar, que eu pensei que só garotinhas idiotas tivessem, veio com muita força, mas fui forte e decidi que não choraria mais por aquele motivo. Afinal, acabou. Portanto, o que eu podia chorar, eu já deveria ter chorado.

(...)

- Bom dia, coisa linda! – A espontaneidade de Adam, me fez sorrir assim que eu entrei na cozinha.

- Bom dia, gatão! – Tentei ser simpática no mesmo nível, mas isso é praticamente impossível. – Posso saber o motivo de tanta felicidade? – Perguntei enquanto caminhava em direção à geladeira.

- Sabe, hoje de manhã eu acordei e vim direto tomar café da manhã, só que no caminho, eu vi uma bunda pra cima no sofá... – Ele falava no mesmo tom de alguém que recorda de boas lembranças.

               

                Instantaneamente, parei de procurar o bolo de chocolate na geladeira, e passei a encará-lo. Ele fez uma cara de desentendido, mas quando cruzei os braços, ele me mediu e aí sim, se tocou:

- Ah, a bunda era sua! – Ele começou a rir sozinho, e eu não pude evitar e passei a rir com ele.

- Às vezes você é muito estúpido, doutor!

- Nossa, foi mal... Mas o seu namorado não deveria deixar você usar esse tipo de roupa...

                Broxei na hora e o sorriso desapareceu do meu rosto.

- Que foi? Eu disse alguma coisa de errado?

- Eu não tenho mais namorado...

- O que? – Ai, como é lesado!

- Eu e o Nick, terminamos. Quero dizer, eu não contei isso para ele ainda, mas ele já deve saber...

- Ah, que pena, Lily! Bem que eu notei que aquele boiola estava meio depressivo ontem antes de dormir...

- É, não tinha mais jeito, Adam. Só não sei como vai ser sem ele...

- Mas como foi? Vocês brigaram?

- Não, muito pelo contrário. A gente estava até... Você sabe o que...

- Claro que eu sei, vocês não sabem fazer outra coisa!

- Cala a boca!

- Mas é a verdade! Mas então, o que foi? Ele broxou então você não quer mais ele?

- Adam!

- O que foi? É você quem está dizendo!

- Deixa eu terminar, por favor?

- Go ahead!

- Então, eu quase terminei com ele, só que ele começou a me falar umas coisas e eu acabei cedendo... Aí, estávamos lá... Só que o telefone dele tocou. – Adam fez um sinal para que eu continuasse. – E era aquela vadia bêbada da Emy! – Adam ria da minha expressão para me referir a ela.

- E aí?...

- E aí, que o filho da puta do seu amigo, se levantou e foi embora atrás daquela cretina!

- Nossa, que mancada!! – Adam, nem tentou esconder seu desapontamento. – Caralho, ele mandou muito mal nessa!

- É, eu sei... 

                Não demorou muito, e já estávamos rindo descontroladamente, como sempre fazíamos. Realmente, quando nos juntamos nada pode nos segurar. Nosso nível de besteirol fica muito mais forte.

                Então é isso. Decidi que não vou sofrer, ou pelo menos, não vou demonstrar que estou sofrendo.

                Como hoje é domingo, fui ao shopping com a Fany. Ela queria ver se encontrava alguns DVDs de umas bandas coreanas.

- Lily, até quando você e a Emy não vão se falar?

- Sei lá, Fany. Às vezes eu até sinto falta dela, mas ela não deve sentir a minha. Sem contar que a Emily, minha amiga morreu e colocaram uma cachaça baladeira no lugar dela, né? – Fany ria.

- Ai Lils, eu queria poder dizer que você está errada, mas...

- É, eu não estou! – Agora, eu ria com ela.

- E o Nick? Não vai ter volta?

- Não sei, Fany, ele me decepcionou muito... Eu não quero falar sobre ele, de verdade.

- Tudo bem, mas eu acho que ele não morre mais...

                Nick caminhava em nossa direção, ao lado de dois caras quase tão lindos quanto ele. Ele sorria para nós, mas é claro que eu não retribuí.

- Oi, Nickiiie! – Ai, Fany! Agora não é hora de ser simpática.

- Oi, Fanyy! – Ele disse imitando seu sotaque, e eu quase ri.

- Oi, Lils. – Ele disse sem o mesmo entusiasmo.

- Fany, tem certeza que a loja coreana é pra esse lado? – Eu tentei puxar um assunto qualquer para evitá-lo.

- Responder o meu "oi", não vai te matar Lilian...

- Oi, Nicholas! – Disse séria, e eu pude ver a tristeza em seu olhar. – Vamos, Fany?

                Eu acho bom que ele esteja sofrendo. Desejo que você sofra muito mais, Nicholas! Do fundo do meu coração!

(...)

                O tempo passa rápido com a Fany, e quando demos por nós, já estava escurecendo.

                No estacionamento, eu não achava as chaves do carro.

- Ê merda! Onde está a porra dessa chave agora?

- Calma, Lily! Tá aí... Em algum lugar!

- Tá no bolso lateral, Lils. – Pude ouvir a voz de Emily, mas me virei só para me certificar de que não era nenhuma alucinação do inferno.

                Não era nenhuma alucinação do inferno, devia ser o inferno mesmo, porque ela estava lá. Eu a ignorei, e continuei revirando a bagunça da minha bolsa, no bolso central.

- Pára de ser teimosa! – Ela enfiou a mão no bolso lateral da minha bolsa, e de lá tirou as chaves do carro. – De nada! – Ela sorria vitoriosa enquanto largava as chaves na minha mão.

- Nossa, se você ao menos soubesse o que eu estou com vontade de fazer agora... – O ódio era evidente em minhas falas.

- Hm, deixa eu adivinhar... Me agradecer? É, seria o normal... – Ela continuava com aquele sorriso nojento no rosto.

- Emily! Não provoca. – Fany tentava evitar o que estava previsto.

- Emy! Cadê você? – Desta vez, era a voz de Nick que falava, e mais uma vez, me virei para ver se não era nenhuma alucinação do inferno... – Ah, você tá aqui. – Ele disse, chegando até nós para me provar que sim, aquilo era uma amostra grátis do inferno.

- É, sabe como a Lily é né? Eu vim ajudar ela a achar a chave do carro.

- Nossa, mas vocês dois estão muito bem acompanhados! Pelo visto o casal teve uma ótima tarde no shopping. – Eu me encostei ao carro com os braços cruzados. Os dois, parados em minha frente.

- Nós não somos um casal, Lily! – Nick tentou se defender.

- Mas sim, tivemos uma ótima tarde no shopping! Obrigada por ser preocupar! – Mano, essa garota tá me tirando do sério!

- Vamos, Lily! Deixa os dois aí!

                Obedeci a Fany, e a minha vontade era jogar o carro em cima daquela cretina! Mas respirei fundo e percebi que eu não estava cumprindo o meu papel de "fingir que a Emily não existe".

                No caminho, me distraí falando dos problemas da Fany e ouvindo suas músicas.

(...)

- Lily? Não vem jantar? – Kevin invadira o meu quarto.

- Kevin! Você sabia que eu poderia estar sem roupa?

- E você sabia que eu queria correr esse risco? – Claro, meu travesseiro voou em sua cabeça.

- Seu cachorro!

- Cachorro, Lily? Isso é elogio! Quer me ofender, me chama de baitola!

- Mas isso eu sei que você não é... – Ele sorriu convencido.

- Então, eu só lamento!

- Idiota! – Eu já estava rindo.

- Então, você vem? Ou você vem agora, ou você fica sem comida!

                Descemos às escadas conversando e dando risada. Kevin, também era uma boa companhia.

                O barulho que vinha da cozinha era alto. Hoje todos resolveram jantar aqui pelo visto.

- Ê cambada! Vamos falar mais baixo, por favor? – Eu entrei tentando botar moral, mas o silêncio foi de um segundo e começaram a me vaiar, ou algo parecido.

               

                A confusão que eu causei acabou rápido, mas sempre tem um pra gritar por último:

- BAUXITA!

.

.

.

Todo mundo olhou para ele e riu. É...

                Sentei-me entre Kevin e Fany, pude ver Nick e Emy na outra ponta, mas isso não me abalou.

                Enquanto comíamos, perguntei sobre Adam:

- Gente, cadê o loiro?

- Mas você, a amiguinha preferida dele, que deveria saber, não acha? – Penny, a puta da república, se pronunciou. Ela é louca pra dar pro Adam, mas ele diz que o "júnior" dele não se esconde em qualquer toca.

- É eu deveria, só que ele anda fugindo de uns decotes que são esfregados na cara dele... E como você está aqui, ele deve estar em qualquer lugar onde você não esteja. E como era pra ele estar aqui, eu não sei onde ele se encontra.

- IÉÉ!- Bauxita gritou fazendo com que todos rissem novamente.

- Ele saiu com uns amigos, Lily... Já deve estar voltando. – Nick me respondeu.

- Obrigada, Nicholas.

                Era estranho ter ele por perto, mas não poder agir como eu agia antes... Acho que vou levar um tempo para me acostumar com essa situação. Tenho que me conformar que... Acabou.

                O jantar estava demorando mais pra acabar hoje do que de costume, já que a conversa coletiva matinha nossas bocas ocupadas demais para mastigar a comida.

                Passaram-se uns 15 minutos, até que Adam surgiu estonteante, devo admitir.

- Ah, mas que bonitinho! Todo mundo jantando junto! – Ele disse gozador, como sempre, e as meninas riram e os meninos gritaram alguns xingamentos, como é de praxe. – Boa noite, querida! – Ele disse enquanto passou por Nick e lhe deu um beijo na bochecha.

                Fany ria. Acho que essa é a única coisa que Adam faz capaz de fazer a Fany dar risada, fingir ter um caso com Nick.

- Ei, gatinha! Não fica com ciúmes, não! Ele sabe que eu durmo com ele pensando em você! – Mas uma vez, os risos tomavam conta do ambiente.

- Argh! Sai daqui seu nojento! – Fany já não ria -  Eu vou enfiar esse garfo no seu olho!

- Nossa, mas que gatinha selvagem!

- Adam, senta aí, meu! E para de causar! – Eu tentava, sem sucesso, parar de rir.

- Ai, ai... A vida é bela!

- Posso saber onde o senhor estava vestido desse jeito?

- E com "desse jeito" você quer dizer "sexy"?

- Olha, dessa vez a resposta é sim!

- Ah! Eu sabia! Sempre soube que você tinha uma queda por mim! Ou você acha que eu nunca reparei no jeito que você olhava pra esse corpaço aqui!

- Benhê, será pedir demais pra você, pra que você escolhesse entre você ou o seu ego pra permanecer neste recinto?

- Não, benzinho, claro que não! Mas só se você parar de cuidar das minhas conversas, que ainda não chegaram nesse lado da mesa... E aí, pode ser? – Nick o olhou tão sério... E ele fica tão sexy quando está bravo... Ai ai, um dia eu esqueço esse cara! – Ei, Lils... Vamos pra um lugar onde a gente possa conversar SEM QUE NINGUÉM CUIDE!

- Não precisa gritar, Adam. Dá pra ouvir muito bem daqui tudo o que você fala...

- Eu acho que além de não ter chegado a esse lado da mesa, a conversa também não chegou no pu...

- Tá bom, Adam! Vamos lá!

                Abandonei a minha deliciosa comida, e puxei Adam pela mão rapidamente, já que o clima esquentou muito rápido ali. Eu poderia ter deixado ele, pelo menos, ter terminado a sua última frase, né? Ele só ia dizer uma verdade!

                Fomos para a varanda, a noite estava linda e quente.

- Então, agora sim... Respondendo à sua pergunta, eu estou sexy assim, porque eu fui pra um bar com uns amigos... Consegui alguns telefones... – Ele enfiou a mão no bolso de calça me mostrando vários papéis com números e nomes de garotas.

- Hm, Adam pegador!

- Isso é uma redundância!

- Ah, desculpa aí! – Ríamos – Mas o negócio é seguinte, mano: Você foi pro bar e me deixou aqui sozinha! Nossa, eu não tenho nada pra fazer dentro dessa república sem você! Os rapazes são uns tarados e as garotas, umas putas! Assim fica difícil, cara...

- Pô, foi mal aí irmão! – Ele disse de um jeito meio maconhado, visivelmente me zuando. Retribuí com um tapa em seu musculoso braço. – Ai, Lily! Você precisa parar de... tentar me fazer cócegas! – Ele gargalhava na minha cara, e sua risada era contagiante.

- Cócegas, Adam? E o que você acha disso, então? - Fechei a mão, e dei um soco nele.

                Adam ria cada vez mais, e como ele me fazia rir, eu estava cada vez mais batendo com menos força já que minha barriga já doía de tanto dar risada!

                Eu continuava investindo toda a minha força sobre ele, e quando consegui parar de rir, percebi que quem estava sobre ele era, literalmente, eu!

                Um silêncio desconfortável se formara.

- Er... Acho que eu não devia estar aqui... – Agora ele soltou uma risada tímida, mas gostosa.

- Relaxa! – Ele sorria, nunca tinha reparado no belo sorriso que Adam tinha... Esses lábios carnudos... – Eu sei que tudo isso foi uma desculpa, porque você estava desde o princípio tentando me seduzir!

- Idiota! – Eu disse enquanto me "desmontava" dele.

- Ei, deita aqui do meu lado...

- Ahn... O que? – Sim, isso se tornou muito estranho de repente.

- Deita aqui do meu lado, sua besta! A visão do céu é muito boa, para a nossa sorte, hoje temos muitas estrelas para olhar!

                O obedeci, e ele tinha razão, o céu estava lindo!

- Mas então... Eu não te vi hoje cedo, senão teria te convidado para vir comigo...

- Ah, tudo bem. Desta vez passa...

- Mas e aí? Eu vi a sua mensagem... Eles estão juntos mesmo?

- Não sei, loiro... Mas agora também o Nick pode fazer o que ele quiser, ele já não me deve mais explicações...

- Pois é, é uma pena que tenha acabado assim. Eu ainda não tive a oportunidade de falar com ele, mas assim que eu o fizer, eu te trago novas informações! – Eu ri.

- Valeu! Mas como vocês estão? De boa?

- De boa na lagoa, suave na nave... Ou... Sustentando uma falsidade. Você tem as três opções.

- Falsidade? Por quê?

- Porque aparentemente ele está com a minha mina e eu, com a mina dele. Não dá pra gente continuar se amando, como nos amávamos... Antes, éramos loucos apaixonados, agora, somos apenas amantes. Nossa relação é só sexo, sexo, sexo, sexo, sexo, sexo, sexo, sexo, sexo...

- Tá, Adam! Já entendi! Você pode, por favor, parar de me fazer rir... Isso já tá ficando dolorido!

- Ah, minha filha, você já fez outras coisas que foram doloridas e nem por isso você pediu pra parar...

- Adam!

- Desculpa, tava pensando no Nick ainda... Ai ai, aqueles braços...

- Adam...? – Eu não conseguia parar de rir.

- Pronto, agora eu foquei!

- Mas então, loiro... Você não tá com a mina dele, porque nós somos brothers. Não é a mesma coisa entre ele e aquela lá...

- Mas ele não pensa assim. Ele acha que ele e "aquela lá" são brothers e que eu e você temos um caso...

- Aff, ele é louco.

- É, eu sei...

                O silêncio mais uma vez martelou...

- Adam...

- Chora!

- Você me acha ciumenta?

- Ciumenta? Você? Não mesmo!

- Ah, eu fiquei pensando se eu podia estar meio paranóica...

- Não, você não está Lils. O Nick sempre foi conquistador, sempre teve amigas e você nunca ligou! Você só ficou assim com a Emy, porque ela era a sua melhor amiga... Sei lá, eu acho que deve ser isso!

- É, deve ser...

                A freqüência da presença do silêncio aumentava cada vez mais.

- Lils...

- Fala!

- Você acha que o Nick é melhor do que eu?

- Essa pergunta foi séria, doutor?

- Sim, meritíssima.

- Er... Bom, eu não sei... Em que aspecto?

- Como... Ahn... Homem!

- Adam, eu não te conheço como "homem" como você quer que eu responda?

- Não to falando na cama, cabeçuda! – Ele ria, e eu ria de constrangimento.

- Então você explica direito, caramba!

- Como namorado... Calma, antes que você diga que nunca me namorou, deixa eu terminar...

- Sim, senhor.

- Então, se você fosse uma garota qualquer, e ficasse 20 minutos comigo e com ele, só nos observando conversar e tal... Você acha que essa garota gostaria mais de mim ou dele?

- Depende da garota, loiro. Você faz mais o tipo falador. É carismático, engraçado, meio matraca, de vez enquando, mas a sua animação é de espantar qualquer tristeza e pelo que eu ouvi e pelo o que eu te conheço você é o tipo de cara que deve fazer qualquer garota se sentir A mulher, é respeitador, sabe os limites de tudo, é um ótimo companheiro, alguém com quem se pode sempre contar, um bom conselheiro, seu olhar acalma, o seu sorriso é extremamente lindo, o seu corpo... Bom, você sabe! A sua voz pode ser tão suave quanto à brisa que nos refresca essa noite, o seu abraço é de longe o mais acolhedor, aconchegante... Um porto seguro.

- Você tava falando de mim mesmo? – Nossa, o que foi que deu em mim?

- Foi mal, eu me empolguei.

- Não precisa se desculpar, eu gostei do que eu ouvi! Gostei, até demais!

- De nada, então...

- Será que todas me vêem assim?

- Não sei... Mas deveriam.

- Obrigado, Lils! Isso significa muito mais vindo de você, parceira! Mas e o Nick?

- Vocês são bem parecidos, Adam. Hm... Deixa eu ver o que eu posso dizer sem parecer uma louca apaixonada por ele...

- Isso é impossível!

- Claro que não...

- Eu quero ver então!

- Eu vou falar o que ele tem de diferente, já que vocês são bem parecidos... Enquanto você faz o tipo pegador, ele já é mais come quieto, afinal, ele é bem mais tímido do que você já que você não tem um pingo de vergonha na cara!

- Ê laiá, tava bom demais pra ser verdade...

- Fica quieto, que a dama está falando! – Ele riu do que eu dissera – O Nick é mais romântico, ele tenta se fingir de durão, mas tem o coração mole... Às vezes, ele é meio autoritário, mas não com as mulheres só com os homens mesmo, ele gosta de liderar as coisas, gosta de estar no comando.

- Disso você sabe bem né...

- Você é muito inconveniente, esqueci de mencionar isso! Enfim, ele beija muito bem, um beijo capaz de fazer qualquer uma correr atrás dele pra sempre por outro beijo daquele!

- "Eu não sou mais uma louca apaixonada" – Ele disse com uma voz feminina, quer dizer, ele tentou.

- Eu disse que eu ia TENTAR não parecer ser. Ah, você é meio surdo e tem o raciocínio lento, também!

- Não adianta tentar queimar meu filme agora, já sei que eu sou o máximo pra você!

- E tem o ego inflado!

- Lilian, Lilian... Quem diria que você sente tudo aquilo por mim, hein? – Ele sorria. – Então quer dizer que esse sorriso aqui é extremamente lindo?

- Nunca mais te elogio, imbecil!

- E a minha voz, suave como essa doce brisa que nos refresca...

- Fazer o que, a sua voz é linda mesmo!

- Ah, tava demorando pra começar a dar em cima de mim de novo... – Ele disse virando olhos como quem se queixava.

- Adam!

- Eu to te zuando, cabeção! Relaxa! – Ele me puxou para um abraço. Minha cabeça encostava-se ao seu peitoral, e como eu já disse, seu abraço me confortava. Eu poderia ter ficado ali para sempre, mas logo, seu queixo bagunçava o meu cabelo, e eu tive que sair do meu "porto seguro"

- Ai, ai! O meu cabelo!

- Você sente dor no cabelo agora?

- Sinto!

- Ridícula!

- Adam!

- Que foi?

- Pára de me ofender!

- Você me xinga, me bate, me faz de escravo sexual o tempo todo e eu não falo nada! – Me mantive de braços cruzados, e a expressão de Adam demonstrava um claro "você venceu". – Tá, foi mal... – Continuei "emburrada". Por que eu e Adam fazemos tanto isso? – O que você quer? Que eu me ajoelhe? – Ele ria. Ainda com cara de bunda, estiquei meu braço até o violão que sempre ficava na varanda, e o entreguei a Adam. – Você quer que eu cante pra você? – Fiz que sim com a cabeça. – Tá vendo como você abusa de mim?

- Vai, doutor! Eu quero ouvir Lucky!

- Essa música me deixa muito mais sexy e sedutor do que eu já sou, você não merece ver isso...

- Toca essa porra logo, caralho!

- Se não o que? Vai pegar um chicote? – É incrível como eu não tenho moral...

- Não duvida não hein...

- Ai ai, você é engraçada! Bom, deixa eu te proporcionar o prazer de ouvir a minha doce voz...

                Ele limpou a garganta, e começou com aquela batida suave no violão.

                Ah, quando ele disse que ficava mais sexy e sensual cantando essa música, ele não estava mentindo não! Agora eu entendo por que tantas garotas tentam se aproximar de mim... É nele que elas querem chegar!

                Adam cantava divinamente bem e isso não era segredo para ninguém! Quando chegava a parte de Colbie, ele afinava a voz, me fazendo rir.

                Assim que ele terminou de cantar, passei a aplaudir e assoviar, ele dizia "Obrigado, obrigado"

- Muito bom, doutor! Se nada der certo, você DEVE viver de música.

- Ah, obrigado Lils! Mas eu espero que os meus planos dêem certo!

- Casal, desculpa atrapalhar o super encontro romântico de vocês na varanda, com direito à serenata e o escambal, mas a Sra. Rachel pediu pra avisar vocês que já está na hora de dormir.

- "Nós não somos um casal, Nicholas" -  Eu disse com voz de deboche, para relembrar o que ocorreu hoje à tarde.

-  Mas sim, estamos tenho um super encontro! Obrigado por se preocupar! – Há! Fala se esse Adam, não é foda? Sim, eu mandei uma mensagem para ele com todos os detalhes do que ocorrera e pelo visto, ele não se esqueceu de nenhum.

- Eu não me preocupo. Só que as risadas de vocês não deixam ninguém dormir! E se vocês não estão nem aí se vocês têm aula amanhã, respeite-nos, porque nós estamos. – O quarto de Nick fica bem próximo à varanda, então provavelmente, nós realmente estávamos o incomodando.

- Foi mal, cara. Mas relaxa, e dá próxima vez que você sair do quarto, não saia de lá sem o seu senso de humor não, falou?

- Há. Agora, uma boa noite pra vocês... – Ele respirou fundo e continuou. -  Casal. – Concluiu com nojo, se retirando e batendo a porta com força em seguida.

- Hm, bicha má! – Adam disse, me fazendo rir.

- Ele quase conseguiu estragar o nosso "super encontro romântico". - eu disse e rimos juntos.

- É... Mas nada pode nos deter, super Lily!

- Eu concordo com você, super Adam!

- Hm... Topa uma corrida até o quarto?

- Demoro!

                Eu disse, e saímos em disparada. Essa era a nossa brincadeira predileta, desde... Sempre!

                É o seguinte: Saímos correndo, batendo os pés com força na escada, então, quanto mais barulho melhor! E então, quando chegamos à nossa cama, temos que deitar e gritar:  "Querida, cheguei!" o mais alto possível.

                O objetivo? Ah, é acordar todo mundo, ouvir uns palavrões bem feios antes de dormir, se der sorte ver um companheiro de quarto se assustar pra valer e o melhor: Levar uma advertência! Ê...! Mentira, essa é apenas a conseqüência.

                Enfim, depois de ouvir uns xingamentos vindos até do quarto da Sra. Rachel, o sorriso se mantinha no meu rosto, e no meu coração, a certeza de que eu tinha o melhor amigo de todos: Adam Beaumont.


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