Verdade Ou Consequência? escrita por Mariaa


Capítulo 2
This Kiss.


Notas iniciais do capítulo

Ok, eu sei que tinha prometido que iria postar logo aqui, mas quem é a ANTA QUE VIAJA E ESQUECE O PEN DRIVE COM A FIC EM CASA?
Bom, eu.
A, e esse capítulo foi a linda contribuição que a Yas (mais conhecida como Rock queen deu pra fic. Passem no perfil dela, ela realmente tem umas histórias ótimas, apesar de estar meio sumidinha aqui do Nyah. http://fanfiction.com.br/u/65850/)
Nem vou falar muito, só queria agradecer a todas as leitoras que comentaram no primeiro capítulo e não desistiram de mim.
Anyway, aqui vamos nós.
kisses :*

P.s: a música do capítulo é a fofa This Kiss da Carly Rae Jepsen. Ouçam :http://www.youtube.com/watch?v=Vf78alvpxRM



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Dorcas

–Você acha que ela ficou muito brava? – Dorcas ouviu Marlene perguntar, assim que desligou o telefone, num misto de preocupação e humor. Dorcas rolou os olhos.

–Claro que não, eu acho. Ela e James devem ter dado uns amassos doentios. – Respondeu gargalhando, arrancando da amiga uma exclamação horrorizada. Marlene era assim, toda puritana e meio reprimida.

Não era como se Dorcas fosse uma vadia. Afinal, ela só tinha transado com dois caras, e sua primeira vez tinha sido aos dezesseis. Não que isso deva ser contado para alguém.

–Ei, Doe? Tem um isqueiro aí? – A pergunta viera de Emmeline, que lambia os lábios incessantemente. Costumava fazer isso quando ficava mais que duas horas (na verdade, vinte minutos) sem fumar.

–A fumante aqui é você, Emme. – respondeu rindo.

– Por causa disso, querida Dorcas, o carma vai pegar você e te arrastar para o inferno. – Emmeline mostrou o dedo do meio e voltou a procurar algum isqueiro nas gavetas do móvel da sala de Tonks.

Emmeline usava um short tão curto quanto a vontade de Dorcas de ficar com Fabian Prewett, uma blusa tão decotada que estava a ponto de não ter mais tecido e que combinava com o esmalte vermelho das unhas do pé. Duas palavras: Fucking Bitch.

–Segunda gaveta, Emme. – Tonks apareceu na sala, com uma garrafa de cerveja pela metade na mão. – A Lils deveria ter chegado há d...

Tonks se calou. A porta se abriu num rompante, e Lily surgiu. Suas roupas amassadas, o cabelo bagunçado e um sorriso sanguinário no rosto.

–Você tá com um... Chupão.– Lene apontou para o pescoço de Lily, encarando-a horrorizada.

– Na verdade está mais para um hematoma. – Emmeline comentou, entediada – Tem pó de arroz na minha bolsa. Nunca se sabe quando vai precisar.

A Lily normal sorriria agradecida e passaria o pó de arroz no pescoço.

Mas... Hum... A Lily normal nunca teria um chupão no pescoço. E nem teria saído do armário de James Potter há... – olhou no relógio ultrapassado que Marlene tinha no pulso - Vinte minutos.

Pobre de quem Lily escolhesse.

Nesse momento, Dorcas paralisou ao se lembrar de que ela já tinha escolhido.

–Doe, Doe eu te desafio a... – Lily sussurrou em seu ouvido e Dorcas engoliu em seco, sentindo seus olhos arregalarem pela expectativa. Mas continuou na posição de durona, sem mexer um músculo.

Carma é uma vadia, foi a única coisa em que ela conseguiu pensar, antes de ouvir a risada maldosa de Lily ecoando por seus ouvidos.



Até que o carma não tinha sido uma vadia tão grande, ela refletiu, enquanto retocava o batom no banco de passageiro do carro da mãe de Emme. O desafio tinha sido só ir à um barzinho e beijar cinquenta caras.

E como dizia Emmeline... Que mal há nuns amassos com desconhecidos?

–Qual é o nome mesmo? Da boate? – Dorcas perguntou, enquanto Lily dava pequenas orientações do banco de trás a Emme sobre como chegar ao local. Um pequeno sorriso se abriu no rosto da ruiva.

–Tenho calafrios quando você sorri assim. – Marlene observou, mexendo no pingente de crucifixo em seu pescoço.

– Chegamos. – A garota anunciou, estacionando o carro perto de uma espécie de boate.

Era uma casa grande, com um letreiro luminoso em vermelho e verde. The Goblin, era o nome. Parecia um lugar decente...

–Vamos entrar. – disse decidida, soltando seu cabelo e respirando fundo. Já que tinha aceitado em participar daquele maldito jogo, agora teria que ir fundo.

–Você vai adorar. – Lily murmurou sorrindo inocente. Inocente demais. Dorcas assentiu ainda um tanto desconfiada. – Vamos Emme, faça o serviço. – Emmeline sorriu sacana e ajeitou o cabelo.

–Com licença, senhor? – Ela ignorou a fila e caminhou até o segurança – Hoje é aniversário da minha amiga aqui... E queríamos comemorar, sabe... – ela explicava com uma voz melosa, enquanto debruçava-se sobre o segurança e fazia um biquinho. – Será que você não podia adiantar nosso lado?

O segurança olhou diretamente para o decote de Emmeline.

–Oh... Uh... Claro. – Levantou a corrente, e as cinco passaram correndo por ali, sendo quase que linchadas pela enorme aglomeração de pessoas na fila.

Ainda rindo da situação, Dorcas adentrou o ambiente barulhento esperando dar de cara com uma coisa... E encontrando outra totalmente diferente.

Ao invés de uma boate com música alta, e um monte de pegação... Dorcas se deparou com o que ela chamaria de muito chocante. A boate tinha uma forma arredondada, e no meio, um palco grande e cheio de pilastras reluzentes cobertas com glitter que quase cegavam.

Nessas pilastras, mulheres de todos os tipos, formas e tamanhos rebolavam em pequenas lingeries cheias de babados e adereços. E embaixo delas, todo e qualquer tipo de pervertido do planeta aproveitava o show, colocando notas nas calcinhas e sutiãs das prostitutas.

–SUA VADIA DOENTE! – Berrou Dorcas, dando um forte tapa no braço de Lily.

–Eu sou mesmo, amorzinho. - Lily respondeu sorrindo cruel. - Pode começar. E nem tente contornar a situação. Nós vamos seguir cada passo seu.

A raiva borbulhava no estômago de Dorcas. Mas ela somente respirou fundo e assentiu contrariada.

–Todos, hein, Dorcas. Todos. - Dorcas olhou acidamente para Tonks. Não iria perder a compostura... Não iria...

No ato, agarrou a primeira camisa masculina que viu e sem pudor algum, enfiou a língua na boca do rapaz, que dava apertões em sua cintura.

Soltou-se da primeira vitima e sorriu.

–Só mais quarenta e nove.




Ao chegar no quadragésimo oitavo cara, Dorcas já sentia enjôo de tanto beijar e de tantas línguas passearem por sua boca.

–Uma dose de tequila, por favor. - Ela pediu ao garçom enorme, que logo colocou a bebida sobre o balcão. Virou o shot e respirou fundo, ignorando as risadas das amigas já alteradas. Menos Lene, é claro, que estava tão contida que até assustava.

– Você vai ser minha beata safadinha? – um cara encoxou Marlene na beirada do balcão, enquanto lambia sua bochecha. A cara de sua amiga até fez Dorcas se esquecer de que estava em um desafio. Hilária.

–Só mais dois, Dorcas. Mais dois. - Tonks sorriu inocente e Dorcas sentiu toda a tensão do momento voltar com força total. Fechou o punho, sentindo as unhas cravarem na pele com força. - Ou vai arriar?

Atrás de Tonks, Lily novamente sorria maligna. Um olhar sanguinário, e até psicótico. Dorcas sabia o que aquilo significava.

Lily estava planejando algo.

–Nem morta. - respondeu seca, deixando o pequeno copo na mesa e andando decidida pela boate, à procura da próxima vítima.



Tudo bem, homens ali não era o que faltava. Mas já que ela tinha que beijar cinquenta caras, que fossem cinquenta caras decentes.

Não que ela estivesse tendo muita sorte até o momento.

Suado demais... Bêbado demais... Feio demais...

–Vamos loira, sobe no palco! - Um bêbado gritou, e grupo que estava com ele urrou em conjunto.

– Manda a puta da sua mãe, caralho! – ela respondeu irritada.

–Uuuuuui, calma aí nervosinha. - Uma voz trôpega soou, e ela soube exatamente quem era. - Doeeeeee, o que ‘cê tá fazendo aqui, menina? - Sirius, altamente animadinho pela bebida apareceu ao seu lado. O cheiro de vodca que emanava dele era forte.

Forte como a ideia que surgiu na cabeça de Dorcas.

–Vim me divertir um pouquinho. Quer me ajudar? - Dorcas sorriu sensualmente, enquanto jogava as mãos para trás do pescoço de Sirius e colava a boca dele na sua.

Os sempre haviam sido amigos, muito amigos, desde que chegou ela na cidade, mas nunca haviam se beijado e muito menos transado. O máximo que já tinha acontecido eram selinhos ocasionais naquelas brincadeiras idiotas do tipo salada-mista e gira a garrafa. O que fazer se ela sempre adorou jogar?

Porém, Dorcas se arrependeu amargamente durante um segundo por ter ficado tanto tempo sem beijar aquele moreno. A língua dele era rápida e precisa, e ele coordenava tudo.

O cheiro de vodca e cigarros que emanava dele era excitante e masculino, o que só a instigava a puxá-lo para mais perto.

–Mais de três anos de amizade e você só faz isso agora? - Ele sussurrou arfando no ouvido dela, ao se separarem. As mãos dele estavam em sua cintura, somente na cintura, e não haviam saído dali.

Ao se virar, Dorcas deu de cara com uma Tonks, uma Lene e uma Emme muito espantadas, enquanto Lily sorria maliciosamente, como se tudo estivesse correndo como ela planejava.

– Você sabia que eles estavam aqui. - A voz de Dorcas não tinha magoa, ou raiva. Era mais... Surpresa e orgulho de Lily, que finalmente estava usando sua esperteza para o mal.

– Transar com Potter tinha que ter suas vantagens. – ela comentou antes de James aparecer, murmurar um “falando de mim?” e lhe abraçar por trás, sussurrando algo em seu ouvido que a fez abrir ainda mais o sorriso.

– Dessa eu não sabia. – Sirius comentou, surpreso. Porém, antes que alguém pudesse comentar mais alguma coisa Tonks interrompeu:

–Sirius é o melhor que pode conseguir? Sério? Achei que você tivesse um gostinho melhor. - Tonks estava provocando, estava. Queria que Dorcas perdesse o controle e partisse pra uma briga. Mas ela não daria esse gostinho para a pirralha.



Era só mais um, mais um... Dorcas pensou em agarrar James, mas não queria arranjar mais confusão com aquela ruiva maluca, não hoje. Foi quando uma ideia melhor veio à sua mente. Uma ideia melhor não... Um loiro de um metro e oitenta, sorriso sacana, uma dose de whisky na mão e as sobrancelhas arqueadas.

–Dorcas? - Era uma voz grossa, marcante. Dorcas sorriu. - Hum... Posso saber o que você faz numa boate de strip?

–Você não quer saber outra coisa? - se aproximou lentamente de Remus. Ele tinha que olhar para baixo para vê-la, Dorcas era uns bons dez centímetros mais baixa do que ele.

Seus lábios quase tocavam os dele. Estavam a milímetros um do outro. Ela sentia o hálito de chocolate (provavelmente de um cigarro) e whisky muito perto dela. Mas daquela vez, ela iria devagar e aproveitaria cada segundo.

–Você não acha que é muito atrevimento da sua parte ir num clube de strip-tease só pra me beijar? - ele riu debochado, sem se afastar ou interromper a troca de olhares. Convencido, pensou ela.

–Beijei Sirius. – Ela disse casualmente e Remus conteve com dificuldade a raiva que aflorou. - E outros quarenta e oito caras. É verdade ou consequência. - Explicou, tomando o cuidado de não perder os olhos dele também. Sentiu as mãos dele irem para sua cintura, e puxá-lá devagar.

–Eu sou só uma pecinha num jogo, então? - A pergunta não havia sido direta, e sim retórica. Ele era assim, Remus. Sempre retórico.

–Obviamente.

–Vai ser um prazer jogar com você. - As mãos, antes gentis na cintura de Dorcas, com força a colaram contra o corpo dele e sem cerimônia, colou seus lábios nos dela com urgência.

Nem percebeu quando suas mãos voaram para o cabelo dele, ou que a música alta, os gritinhos de Tonks e as risadas de Lily e Emme não incomodavam mais. Era tudo e qualquer coisa sobre aquele momento.

Remus não beijava como Sirius ou os outros quarenta e oito caras. Era um beijo... Lascivo e agressivo.

Não que Sirius fosse o máximo da doçura, mas tinha muitos rodeios e enrolações, enquanto Remus era direto e objetivo.

Dorcas puxou os cabelos dele, que soltou um gemido bastante audível. Sorriu contra os lábios dela e voltou a beijá-la, mas dessa vez no queixo, e no pescoço, deixando ali marcas muito visíveis.

–PARA, PARA COM ISSO AGORA! - O berro de Tonks chamou a atenção dos dois. Irritado e desapontado, Remus, ainda colado nela, virou-se para Tonks.

–Hum, parar? Acho que não. - Dorcas sorriu cruelmente, e a garota abriu e fechou a boca, tremendo. Atrás de Tonks, Lily sorria maldosa.



Remus entendia a pequena batalha travada ali por Tonks e Dorcas, e sabia da sua parcela de culpa nela. Assim como sabia que aquele beijo havia acontecido somente porque Dorcas queria provocar Tonks, porque mais seria?

Mas ele não se importou, nem um pouquinho.

–Dorcas, eu estou avisando...

–Que bom pra você, queridinha. - Dorcas sentiu as pernas tremerem e se desvencilhou de Remus. - A gente termina isso mais tarde. – sorriu sensualmente para o garoto, que devolveu um sorriso tão sacana quanto o dela antes de se afastar, animado.

–Você está passando dos limites, Meadowes.

–Uuuuh, tremi na base, a pirralha me chamou pelo sobrenome. Aprende uma coisa aqui, querida. Quando você tiver beijado cinqüenta caras diferentes numa noite e souber alguma coisa da vida, vai poder argumentar comigo. Enquanto isso, baixa a bola. - comentou cinicamente, olhando para Tonks com deboche. Emmeline olhava incrédula para a cena e Lene, finalmente mais a vontade, prendia o riso.

–Ah, meu desafio. - despertou, virando as costas para Tonks e encarando a próxima vitima maliciosamente – Lene. – Dorcas sorriu inocente. Olhou em volta, tentando ter alguma ideia que fizesse Lene largar os “bons costumes”. Mais uma vez.

Sorriu ao ver um rapaz bêbado, deitado numa cadeira e olhando para as garotas dançando.

– É bem simples, até. É só você ter peitos que consegue realizar essa tarefa. – deu de ombros, sabendo que se tratando de Lene, fácil era a ultima palavra que poderia descrever a situação. – Seduza Sirius Black.

– O... QUE?? - a amiga estava em choque. Era até divertido.

–Você sabe o que fazer, Cherie Currie – Debochou, sorrindo vitoriosa, antes de voltar para o balcão e pedir mais um drink. Por conta de Lily.

Até que o carma não era uma vadia tão terrível assim.


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Notas finais do capítulo

Reviews, recomendações, um chute na bunda pra mim deixar de ser lerda... to aceitando tudo!