Esperando o elevador, Matt me abraçava por trás. As vezes distribuía beijos pelo meu pescoço. O que é um tremendo golpe baixo. E o pior que ele sabe disso, ou seja, chega a passar do nível neutro de maldade vindo dele. Quando ouvimos o ''bip'', anunciando a chegada do elevador naquele andar, ele se afasta de mim e vai para o meu lado, porém antes de pegar minha mão, ao abrir a porta, damos de cara com a morena número um do elevador. Ela abre um sorriso de orelha a orelha ao ver Matt e como se eu fosse a mulher invisível, ela simplesmente o puxa pela mão e o abraça. Fico encarando os dois. Entro no elevador e aperto o botão do térreo.

Matt se afasta dela, ela franzi o cenho sem entender e o encara.

- O que houve, gato? - perguntou ela toda putinha fazendo bico

É uma oferecida de quinta mesmo, pensei comigo mesma mentalmente. Porém minha vontade era de falar em alto e bom som para a coisa escutar e se tocar.

- O que houve é que não rola mais nada entre nós. - disse Matt. Toma vadia!

- Por que? Achei que tinha gostado. - falou ela se humilhando demais

- E gostei. - informação demais, meu caro Matt – Mas é que tenho outra.

Ela fez cara de brava e ficou vermelha que nem um tomate.

- Quem é a outra? Quem é a vadia? - perguntou ela entredentes

- Sou eu, por que? - me meto na conversa

Ela simplesmente me encara de cima a baixo e ao parar com o olhar em meu rosto. Vejo o olhar fuzilador dela. Que medo, da vaca, pensei. Coloco a mão na cintura, passando que ela não me intimida.

- Não sei como é nos Estados Unidos, mas quando uma vadia que nem você rouba o homem da outra, aqui no Brasil, partimos logo para a violência. - falou

Eu sorri para ela do meu modo mais sarcástico possível.

- Não sei onde você tirou que eu sou seu homem, mas só para refrescar sua cabeça de vento. - disse Matt – Foi só uma transa e nada mais. To com ela agora. - apontou para mim – Que só para saber, é a minha namorada, então... - e a porta do elevador se abre – Tchau!

Saímos de lá, Matt me agarrou pela cintura de lado. Discretamente olhei para trás para ver como estava a expressão da morena do elevador. Ela parecia querer me matar só pelo olhar. Sorri para ela e continuei a andar.

Ao chegarmos no local onde os hóspedes tomam café. Avistamos a mesa com nossos amigos. Todos nos olhavam com uma expressão do tipo ''ok, o que eu perdi aqui?'' ou ''é o fim do mundo? Ou estamos em um mundo paralelo?''. Eu e Matt percebemos os olhares curiosos e confusos deles e apenas ignoramos. Durante o café todo, Matt e eu conversávamos em briga alguma.

- Ok, só eu que to achando que fomos abduzidos e levados para um mundo onde o impossível realmente pode acontecer? - disse Alex

- Não meu caro, todos nós aqui estamos querendo entender o que aconteceu durante as últimas horas. - disse Nate

- Tudo bem que eu dormir muito, mas não hibernei e acordei anos depois. - disse Alex ainda – Expliquem-se. - olhou para nós

Eu e Matt apenas ria dos comentários deles. Ele olhou para mim e eu dei de ombros.

- Estamos namorando! - disse Matt normalmente

Todos simplesmente pararam o que estavam fazendo. Alex, meu irmão, estava levando o garfo na boca, e ao escutar isso, parou o mesmo durante o caminho suspenso no ar. Nate já, cuspiu o suco de laranja em cima de Alex que o xingou pacas. Kristen estava sorrindo. Pelo menos uma de nós é normal. Já Calli, estava nos encarando. Eu achei que ao dizer isso, ela surtaria. Gritaria tanto, mais tanto que até as pessoas que moram no Japão escutariam em alto e em perfeito som. De repente ela começou a ficar vermelha, parecia que ia explodir.

- Eu sabia, porra! - gritou – Demoraram hein? Puta que pariu! Eu sabia! - gritou

Então, acho que me enganei em relação a ela – pensei.

- Menos Calli, menos. - eu disse tentando cessar o surto emocional dela

O resto do café foi assim. Conversas sem nexo algum. Eu contando para os outros o fora bem dado que Matt deu na brasileira. Nate perguntou quem era e Matt disse. Ele e Alex encararam Matt querendo dizer ''tá falando sério que tu dispensou aquela gostosa?''. Kristen e Calli encararam os dois que falaram que era brincadeira. Eu ri da expressão de medo dos dois. Depois do café, fomos dá uma andada no calçadão da praia. Copacabana era linda. As pessoas dali eram educadas, bem vestidas, bonitas. A paisagem era definitivamente deslumbrante. Nate e Calli estavam abraçados. Alex e Kristen também. Já eu e Matt, simples. Mãos e dedos entrelaçados já era de bom tamanho. Durante nossa caminhada, via olhos sugestivos em cima de Matt, ou melhor, da barriga definida dele. Isso mesmo, ele e os outros meninos, haviam tirado a camisa. Desculpa? Foi que estava calor demais. E estava, mas nem por isso eu e as meninas tiramos nossas camisas. Revirei os olhos.

- Parece que você é tipo de uma comida. - disse

- Por que diz isso? - perguntou

- Simples, as meninas daqui te olham como se fossem querer te comer. - falei com desdém

Ouço-o ri do meu comentário. Ele apenas me puxa param mais perto e leva sua boca até meu ouvido.

- Pena que eu queria que só uma me olhasse assim, como seu eu fosse comida. - falou ele sussurrando em meu ouvido, o que causou uma série grande de arrepios e choques elétricos em meu corpo

- Idiota! - falei rindo e ele sorriu contra minha pele e depositou uma beijo atrás de minha orelha

Paramos em um quiosque qualquer. Pedimos a famosa água de coco gelada de lá.

- Eu vi na internet que beber água-de-coco demais dá uma dor de barriga. - disse Alex – Tipo, várias e várias horas no banheiro. - falou fazendo careta olhando pro coco – Mas quer saber, eu tomaria umas trocentas dessa e ia pro banheiro feliz da vida – disse tomando um belo gole

- Você é muito porco, Alex – disse para ele – Kris, como consegue? - perguntei

- Me faço a mesma pergunta. - disse ela sorrindo

Alex deu de língua para ela que sorriu para ele.

- Então pessoas, último dia de show hoje. Vamos encerrar em grande estilo isso né? - disse Calli toda animada

Nos olhamos e sorrimos.

Mais tarde, saindo do banheiro apenas enrolada em uma toalha vermelha, fui até minha mala. Lá eu procurei uma langerie e roupa ara o show hoje.

- Seria bom se eu tivesse a visão de raio x do Superman. - disse Matt com a voz extremamente rouca

Me virei para ele o encarando.

- Que eu saiba você já me viu sem isso. Sem nada. - falei indo em direção ao banheiro

- E adoraria ver de novo. - se levantou da cama e veio em minha direção me olhando com desejo

Fui dando um passo para trás.

- Matt. - adverti

- Cass. - falou no mesmo tom que eu antes

- Vai se arrumar, temos show hoje, esqueceu? Vamos terminar em grande estilo. - disse dando passos para trás até bater com as minhas costas na parede fria do quarto de hotel

Ele colocou as duas mãos de cada lado do meu rosto. E aproximou o rosto do meu.

- Já tenho uma ideia de como eu quero terminar em grande estilo. Mas isso só tem a ver comigo, com você, a cama do hotel e nossas roupas espalhadas por esse quarto. - falou mais rouco que o natural dele

Ok, calma. Respira. Sem entrar em combustão agora, falei mentalmente a mim mesma. Quando vi que ele iria me beijar e se isso acontecesse com certeza o conjunto dele, eu, a cama e nossas ropuas pelo chão do quarto viria à tona. Me abaixei e passei por debaixo dos braços dele e fui direto para o banheiro. De lá pude escutá-lo bufar frustrado e eu ri.

- Isso, ri mesmo. Mais tarde você não me escapa. - disse ele do outro lado da porta