O Último Jogos Vorazes escrita por Oceanchild


Capítulo 6
Parte 4- O treinamento


Notas iniciais do capítulo

Gente, esse capítulo tentei prolongar mais, espero deixar vocês na curiosidade, ahahaha. Mas postarei logo mais também! :P



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Me olho no espelho da sala em que estou, meu vestido vermelho vivo, um cintinho de seda branco. Vejo meu cabelo roxo e minha pele rosa pink, e meus olhos de gato refletindo fortemente no espelho. Estou quase aquela menina de antes, mas sem a felicidade.

–Vamos, eles só estão te esperando! -Matthew diz sorrindo, alegre. Sigo-o. Não acredito que aquele seja meu pai, isso não é possível. Como ele pode me esquecer em menos de um dia? E também, ele está tão feliz, e desde que minha mãe morreu ele não fica feliz.

–Só tem uma câmera aqui, só vai ser usado isso? -Digo, desdenhosa apontando para a câmera.

–Isso é o que basta. -Reconheço a voz de Caesar Flickerman, com uma voz tristonha. Sua aparência está um pouco acabada, ele está com os cabelos alaranjados, suas pálpebras estão com uma coloração rosa chá e com um batom cor de boca. Seu terno, como em todos os outros anos, é azul marinho com várias luzes piscando, brilhando muito. Me acomodo em uma cadeira ao lado de Caesar.

–Cadê o John? -Indago, com um pequeno sorriso.

–Foi decidido que vocês fariam entrevistas separadas. -Responde Peeta, que acaba de entrar na sala. Ele está usando um terno todo preto, e com o cabelo penteado para trás. Ele se senta ao meu lado. O Cameraman conta nos dedos até três, e então a luz vermelha da câmera começa a piscar.

–Boa noite! Estou aqui com mais um tributo da capital, Taylor Kennedy de 15 anos, e seu tutor, Peeta Melark. Taylor, nos diga, como está sendo tudo isso? -Caesar para, esperando minha resposta.

–Para ser sincera, esta experiência está sendo uma merda! -Eu respondo, ríspida. -Espero ganhar, mas acho bem difícil! Desde o momento em que meu nome foi tirado da urna, estou me sentindo péssima!

Me fiz de sonsa. Já manejei uma arma de fogo, no dia que matei alguém pela primeira vez, mas foi só uma vez e parece que minha mira é um pouco boa. Me lembro bem do terror daquele dia. Eu estava junto ao corpo da minha mãe, que estava morta, não sabia onde meu pai estava, eu mexi no bolso dela, procurando alguma coisa que me servisse, e achei a arma de fogo cheia de sangue. Então, eu vi um rebelde andando sozinho pela rua, e eu estava tão desesperada que dei um tiro bem na barriga dele, havia mirado na cabeça, mas estava tão trêmula que o tiro foi para a barriga. Ele caiu no chão, cheguei um pouco perto dele e atirei na cabeça. Por causa disso me tornei mais fria, porque eu vi minha mãe morrer nesse mesmo dia.

Então Caesar continua a entrevista.

–Peeta, por que você resolveu treinar a Taylor? -Caesar pergunta.

–Eu vi a Taylor lá, desesperada, fiquei com pena e quis ajudá-la. Eu pude ver, naquele momento, a coragem em seus olhos. -Peeta diz com firmeza, mas com a mesma suavidade de sempre. Sorrio por um segundinho.

–Bom, isso basta para todos. Obrigado! -A câmera foca em Caesar e ele continua. -Fique aí, já já voltaremos com os outros tributos!

Ele dá um sorriso e a luz vermelha desliga.

***

Me levanto da cama com certa preguiça, meu quarto todo está arrumado, e na cômoda ao lado da cama está minha roupa de treinamento. Em cima da roupa tem um bilhete que diz:

''Taylor, assim que acordar se arrume e coloque a roupa e me encontre com o John na sala de estar.

Assinado: Peeta Mellark''

Vou ao banheiro e coloco a roupa de treinamento, um macacão de um tom amarelado que gruda no corpo. Ele não me incomoda, até que é confortável, o mesmo tipo de roupa que eu usava para fazer esportes quando estudava. Minha escola foi uma das únicas que continuou depois da entrada dos rebeldes, e agora eles estão ajeitando tudo e todos começarão a estudar novamente, menos eu. Prendo meu cabelo em um coque e me admiro um pouco no espelho, vejo como estou bonita novamente, com meus olhos com a cor forte novamente. Vou andando pelo corredor até conseguir ver Peeta, John e Katniss com seus dois tributos sentados a mesa.

–Bom dia. -Eu digo, com um sorriso no rosto.

Katniss me olha e logo desvia o olhar, nenhum dos outros dois tributos devolve meu bom dia.

–Bom dia, Taylor. -Peeta responde educadamente, recebendo um olhar enciumado de Katniss, que ele finge não reparar. Meio que gostei de saber que Katniss sente isso, acabo de descobrir em que ela é vulnerável, Peeta. -Acho melhor você se apressar, estamos indo pra arena de treinamento daqui a uns cinco minutos. -John diz, com o mal humor típico dele.

Ponho o mesmo suco alaranjado que tem um gosto bom, mas que não sei descrever e como um pedaço de pão, preparado por Peeta, com um queijo vindo de um dos distritos. Como tudo rapidamente, isso acaba com a minha fome. Peeta e John se levantam e eu os sigo. Subimos em um elevador que nos leva até o terceiro andar, eu acho. Lá está a área para treinamento, consigo ver as armas de fogo e arcos e flechas com alvos para serem acertados.

–Eu quero mostrar para vocês, antes de tudo, a área de camuflagem! -Peeta nos mostra a grande quantidade de tinta para nos camuflarmos. Ele pega com o dedo um pouco de lama e passa na pele formando alguns desenhos com isso. O John o imita, seguindo as instruções uma por uma, e tem quase uma camuflagem perfeita que nem a que o Peeta fez no ano retrasado. Tentei imitá-lo, mas o meu desenho não ficou tão bom.

–Ei, podemos ir para a parte das armas de fogo? -Pergunto, ansiosa. Ele assente e vou até aquela parte.

Pego uma arma de fogo mais ou menos grande, que se encaixa perfeitamente com o meu tamanho, nem muito pesada e nem muito leve. Do meu lado, vejo John com a mesma arma. Alguns tributos começam a prestar atenção em nós. John atira primeiro, errando feio o alvo. Todos riem dele, mas ele não parece nem um pouco abalado, aliás, até acho que vi um sorriso se formando na boca dele. Eu pego a arma, encaixo do mesmo jeito que fiz no dia em que minha mãe morreu. Miro bem na cabeça e acerto. O cabeça do boneco alvo explode, e é como se a minha fosse explodir junto, a qualquer momento. Saio correndo pela porta, e olho para trás toda hora, Peeta corre atrás de mim, mas percebo que ele ainda está com a perna ferrada. Entro no elevador e vou até o andar dos quartos. Tem um milhão de coisas girando na minha cabeça. Chuto com força a porta em que o Matthew fica, abrindo-a com força. Ele me olha com curiosidade e medo. Olho para minha mão e percebo que ainda estou com a arma em mãos.

–VOCÊ NÃO É MATTHEW KENNEDY, VOCÊ É UM CLONE DA CAPITAL! -Eu grito, desesperada. Matthew tenta fugir pela porta com medo, mas eu a tranco com um movimento. -VOCÊ PRECISA SER ELIMINADO, PRECISO SABER ONDE ESTÁ O VERDADEIRO MATTHEW, O MEU PAI!

–Taylor, se acalme, eu sou Matthew, acredite, não sou um clone. -Ele responde tentando parecer calmo, mas posso perceber que de calmo não tem nada. Aponto a arma para sua cabeça. -Não Taylor, você está estressada, você não sabe o que está fazendo.

–Eu sei muito bem o que estou fazendo. Não me diga o que fazer. -Seguro firmemente a arma em minha mão e miro na cabeça. Vejo ele estremecer, mas ele está com medo, paralisado, não consegue sair do lugar.

-Por favor Taylor, não faço isso. -Escuto ele dizer, e vejo as lágrimas em seu rosto. 

Puxo o gatilho. CLICK.

Consigo escutar o barulho do tiro ecoando pelo prédio, e sinto o cheiro forte de sangue.


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