Watch Me escrita por haru


Capítulo 7
"MAIS DO QUE QUALQUER OUTRA PESSOA"


Notas iniciais do capítulo

ignorem o titulo :c
eu comecei a escrever esse de madrugada e meu pc reiniciou TT__TT tive q escrever tudo de novo e nem revisei (entao se tiver erros grotescos de português, perdoem-me)

Enfim, boa leitura u.u e mals a demora.



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Suzuno nos guiou mata a dentro. Claro, como ninguém além de mim era capaz de vê-lo, para os outros era como se eu estivesse os guiando. Uma situação que nunca aconteceria em "ocasiões normais". Era Fuusuke quem tinha memória boa para essas coisas, ele e Hiroto, na verdade, enquanto eu e Midorikawa sempre fomos um tanto distraídos, por alguma razão.

Eu não conseguiria descrever a decepção em nossos rostos - meu e de Suzuno - quando chegamos ao nosso "querido Lago". Por alguns instantes, eu me perguntei se era o mesmo lago, porque eu nunca imaginaria vê-lo daquela forma.

Sua água que costumava ser cristalina e limpa, era suja e com uma cor amarronzada. Havia muito mato ao redor, ao contrário de quando nós o achamos, onde as arvores pareciam em um circulo perfeito em volta do lago, e não quase o consumindo.

– O que é isso? - perguntou Midorikawa, abismado, olhando a nossa volta.

Suzuno foi até a beira do lago, como se não estivesse acreditando no que estava vendo.

– Mas o que aconteceu aqui? - ele perguntou, algumas vezes.

Eu o olhei por uns instantes, perdido em pensamentos e lembranças de quando eramos um pouco mais jovens e encontramos o Lago, como ele era bonito. Hiroto e Midorikawa pareciam apenas me observar por um tempo, até que, provavelmente, se cansaram de se perguntar o que estava acontecendo.

Eles não conheciam aquele lago. Nós nunca tínhamos ido até ele, assim como Suzuno nunca existiu. Logo, a ausência de qualquer alma viva em volta provavelmente contribuiu para o crescimento da flora a nossa volta.

–Haruya - Hiroto me chamou.

Ele e Midorikawa estavam parados um pouco distante de mim.

– Não vai nos dizer o porque estamos aqui? - ele perguntou, um pouco sério, porém muito curioso e ao mesmo tempo, preocupado.

Eu suspirei um pouco e olhei para Suzuno.

"E agora, o que eu faço?"

–Tente não confirmar a eles a sua insanidade - falou Fuusuke. Provavelmente era para ser uma espécie de brincadeira ou piada, mas nem mesmo Suzuno pareceu achar graça naquele momento.

Me virei para os outros dois, confusos.

– Pode não parecer mas este era um lugar que costumávamos frequentar várias vezes - falei, num tom baixo e tentando manter-me calmo.

Eles deram mais uma olhada a nossa volta.

– Eu não me lembro de já ter vindo aqui - falou Midorikawa, parecendo um tanto intrigado.

– Eu também não acho que já viemos aqui antes - falou Hiroto.

–Vocês se esqueceram.. mas fazíamos isso. Nós sempre saíamos juntos e..

– O que? Você quase nunca sai com a gente! - Midorikawa me interrompeu.

– Não, eu sempre saio com vocês..não importa o quanto eu negue e mande vocês me deixar em paz, vocês sempre me arrastam junto, e então nós arrastávamos Fuusuke. Nunca deixamos ele em paz, onde um de nós pensava em ir, todos acabavam arrastados um pelo outro, mas juntos. Eram assim, as coisas. Nós sempre íamos ao campo.. assim como sempre passávamos aqui. Por mais estupido que fosse vir para cá com uma sacola de pepinos e oferece-los de "oferenda".. nós nunca vimos um kappa aqui, mas somos um bando de retardados, e isso era divertido..

Ambros, Hiroto e Midorikawa, estavam prestando atenção enquanto eu me declarava. Olhos atentos e confusos para mim, e eu realmente tive vontade de soca-los várias vezes.

Se eu tivesse dito aquilo em uma outra ocasião, em que todos podiam ver Suzuno, tenho certeza que Hiroto teria sugerido um terrível abraço em grupo. Mas o Hiroto diante de mim parecia não ser tão próximo e irritante, e isso, por alguma razão, me fazia querer joga-lo no lago. Isso para não falar de Midorikawa, que fazia caretas de indignação, como se tudo que eu estivesse dizendo fosse um monte de calunias sem sentido.

Bom, talvez para ele fosse, mas isso não diminuía minha vontade de socar a cara dele.

– Eu acho que você esta louco..ou então está tentando gozar com a nossa cara - dizia ele, irritado.

– CALE A BOCA SEU VOMITO DE SARDINHA, eu não estou de brincadeira.. vocês não entendem.. vocês precisam acreditar em mim. Talvez essa seja a única chance de trazer Suzuno de volta! - falei.

– QUEM É SUZUNO? NÃO EXISTE NENHUM SUZUNO ENTRE A GENTE POE ISSO NA SUA CABEÇA - ele gritava de volta.

– É CLARO QUE HÁ UM SUZUNO FUUSUKE, SÓ EU POSSO VÊ-LO MAS ISSO NÃO QUER DIZER QUE ELE NÃO EXISTA! ELE ERA MEU AM...NOSSO AMIGO.

– Tenham calma, gente, vamos conversar - dizia Hiroto, tentando acalmar Midorikawa.

– O que? Eu não quero ouvir nada disso.. você não vê, Hiroto? Ele tentando caçoar com a nossa amizade. Ele sempre faz isso, brincando com a nossa cara.. nos fazendo pensar que finalmente reconheceu nossa amizade, para depois rir da nossa cara.. ELE SEMPRE FAZ ISSO, E VOCÊ AINDA QUER QUE A GENTE CONVERSE!?

– O QUE? DO QUE VOCÊ ESTA FALANDO SEU MALDITO?

– DE VOCÊ, NAGUMO HARUYA, MENTIROSO E IDIOTA.. Pare de brincar com os sentimentos das pessoas.. inventar coisas e tentar nos fazer de otários - Midorikawa se vira - eu não vou ficar aqui escutando essas merdas..

– Mido---Midorikawa, espere! - Hiroto tentou puxa-lo de volta - talvez não seja bem assim, talvez Haruya só precise conversar com a gente..

– NÃO, EU NÃO VOU CAIR NESSA, DESSA VEZ - ele dizia, se soltando de Hiroto e indo em direção a mata - E NUNCA MAIS TENTE ME TRAZER A ESSES LUGARES ESTRANHOS E HORRÍVEIS.

E então, o garoto some na mata, em direção a trilha. Hiroto me lançou um olhar triste antes de segui-lo.

– Me desculpe, Haruya, mas.. eu não estou entendendo mais nada - disse, dando as costas.

Fiquei parado, olhando eles irem. Não pude me mover e puxa-los de volta. Nem notei Suzuno vir para perto e se postar ao meu lado, com uma mão em meu ombro.

Eu não tinha ideia do que Midorikawa estava falando, mas.. provavelmente, pelo que eu pude ver, o "meu eu" que não via Suzuno não era um cara legal. E pensar que um cara como esse faria tanta diferença em nossas vidas. É claro, agora eu podia ver como um grão de areia poderia fazer falta em um bolo de lama.

– Acho que não foi uma boa ideia - falou ele, depois de um tempo.

Dei um suspiro.

– Vamos sair daqui, esse lugar é assustador - falei, puxando Suzuno comigo.

– Eu acho que qualquer kappa morreria se entrasse naquela água - ele comentou.

– Eu me sentia melhor quando pensávamos que havia algum lá dentro.

– Eu também.



Caminhamos por algum tempo até chegarmos a casa de Midorikawa. Eu senti uma vontade enorme de ir até lá e falar algumas coisinhas para eles, mas... pensei melhor e cheguei a conclusão de que apenas pioraria tudo se eu fizesse isso num momento daqueles.



Será difícil fazer eles acreditarem em Suzuno se as coisas continuarem assim.

Passamos retos e seguimos em direção a minha casa dessa vez. Não havia muitas pessoas na rua.

– Acho que vou ficar assim para sempre - lamentou Suzuno.

– Mimimi, cale a boca - falei, enraivecido - você não ajuda em nada falando isso..

– Não mesmo, mas não é como se fizesse alguma diferença. Estou ferrado.. talvez eu desapareça de vez.

– O que é? Quer desistir então? Olha, eu posso muito bem ir para o meu quarto e lamentar tudo esta sendo fodido aqui, mas eu vou seguir em frente depois.. mas e você? Tem escolha? Você tem alguma merda na sua vida atual, além de tentar fazer as pessoas te verem.. e me perturbar ?

– É por isso que eu acho que eu devia sumir. Seria o fim de toda essa bosta!

– Ótimo, Suzuno, vá então.. suma.. já que é isso que você quer.

– Não é o que eu quero, seu babaca, é algo que eu não posso mais evitar.

– Do que você esta falando?

– Você não notou? Você provavelmente esta "assim" agora porque pode me ver. Você se lembrou de mim e deixou de ser "o Nagumo" que aqueles dois conheciam.. e você vai acabar os perdendo se continuar me ajudando..

– O que? Você é quem não notou nada, certo? Aqueles caras já não gostavam muito de mim por aqui..

– Se eles não gostassem jamais teriam aceitado sair com você em nenhum de seus devaneios.

Bufei, parando e olhando bem para a cara de Suzuno.

– QUE MERDA VOCÊ ESTA TENTANDO ME DIZER?

Ele me olhou, um pouco repreensivo.

– Estou dizendo que talvez, a solução, seja que eu suma de vez, e tudo volte a ser como era antes.. para vocês. Haruya, eu estive pensando que talvez, seja apenas isso. Eu fui amaldiçoado eu acho.

– VOCÊ É UM IDIOTA, TEM NOÇÃO DAS BABOSEIRAS QUE ESTA ME FALANDO? COMO ASSIM A UNICA SOLUÇÃO É VOCÊ SUMIR!?? ISSO NÃO TEM SENTIDO NENHUM..!

Ele suspirou.

– Você é mesmo um cérebro de planta, não esta entendendo nada do que está acontecendo, certo?

– NÃO ESTOU MESMO.

– Você não vê, Haruya.. você era outra pessoa antes de me ver.. E você nem se quer lembra de como eram as coisas antes disso.. para você é como se eu tivesse sempre existido. Mas para eles, você era outro Haruya, um que nunca conheceu nenhum Suzuno Fuusuke, e causava problemas para eles, mas aquele era o Haruya daqui, entendeu? Você também não devia existir nesse "mundo", você não devia me ver. É por isso que ... eu preciso sumir, para que tudo volte a sua ordem natural.

– SANTO DEUS, você esta prestando atenção nas merdas que você esta falando?

– Estou sim.

Serrei os punhos. Esse cara só pode estar de brincadeira.

– Eu vou te dar uma porrada, Suzuno, então cale a maldita boca.. se alguma coisa tem que sumir aqui é a sua voz - falei, enfezado.

Suzuno pareceu não entender o porque eu estava com tanta raiva.

– Eu pensei que você não gostasse de mim.. porque parece que se importa tanto? - ele perguntou, intrigado.

– O que? Eu não gosto de você, estou fazendo isso pela nossa promessa.. não apenas a minha e a sua, mas a NOSSA, que fizemos nós 4, e aparentemente eu sou o unico que levou aquela merda a sério.

– É claro que eu me lembro e levo a sério aquela promessa, Haruya, e é por isso que eu abriria mão da minha "EXISTÊNCIA" para que vocês não se matassem.

– Bobagens, você só esta fugindo.

– Ah, sim, claro. E você me sugere algo melhor ?

– Porque não amarra uma pedra na perna e se joga naquele lago então? Você não pode atravessar a água ou a pedra, eu acho.

Eu já estava me cansando. Olhei a volta e vi que parecia que as poucas pessoas que iam e vinham pareciam tentar disfarçar, olhando para o outro lado ou coisas assim, para parecer que não estavam me ouvindo falar sozinho. Rosnei para algumas delas, que fizeram caretas e apressaram o passo.

– É realmente um castigo que de todas as pessoas no mundo, justamente VOCÊ seja o único que pode me ver - ele voltou a dizer, com raiva.

– Pois é, eu tenho certeza que você teria sido muito mais feliz se Hiroto pudesse ver você ao invés de mim, não é?

Ele me lançou um olhar abismado.

– O que? Hiroto? Eu ficaria feliz até mesmo se uma pulga pudesse me ver ao invés de você, seu asno irritante.

– AH, claro, uma pulga provavelmente dividiria a cama com você, te emprestaria roupas e jogaria cartas com você. Aturaria você o dia inteiro e ainda tentaria te ajudar a ser visto de novo..

Ele franziu a testa.

– É, HARUYA, OBRIGADO POR TUDO, mas você continua sendo um babaca.. estou tentando fazer algo por você e você não esta entendendo isso!

– POR MIM?

– SIM, PORQUE EU NÃO QUERO QUE HIROTO E MIDORIKAWA BRIGUEM COM VOCÊ POR MINHA CULPA, SEU OTÁRIO.. BABACA, ASNO.. NÃO QUERO QUE OSAMU PENSE QUE VOCÊ É LOUCO POR MINHA CAUSA E COMECE A TE TRATAR AINDA MAIS MAL DO QUE ELE JÁ FAZ. NÃO QUERO QUE VOCÊ FIQUE PRESO A MIM, QUE NEM SE QUER EXISTO..

– VOCÊ EXISTE SEU SACO DE ESTRUME ESTUPIDO.

– AH É? ENTÃO PORQUE NINGUÉM MAIS ME VÊ?

– Isso provavelmente é um castigo por você ser tão desgraçado - falei, fazendo uma careta para ele.

Suzuno me correspondeu a altura.

– Com certeza é um castigo, pois a pessoa que eu mais detesto é a única que esta me vendo agora.. provavelmente não tem como piorar.

– AH, eu sou a pessoa que você mais detesta.. sorte sua então, porque se você detestasse alguém que realmente fosse um puto, como você acha que eu sou, já estaria começando a te ignorar.

– Talvez o castigo seja isso.. você não me ignora, e é como se eu só tivesse você no mundo, tem ideia do quão angustiante é isso?

– Porque não vai procurar outra pessoa então? Já que você odiava tanta gente alguém mais pode te ver e você me deixa em paz!

– Nenhum deles se compararia a você.. no sentido de "EU TE ODEIO MAIS DO QUE QUALQUER OUTRA PESSOA".

Avancei até ele e o dei um empurrão. Ele deu alguns passos para trás, sem jeito, e me olhou como se eu fosse um monstro. Continuei andando com raiva, ignorando qualquer coisa que ele pudesse gritar para mim.

"Então é isso.. sou a pessoa que ele mais odeia e por isso posso vê-lo? Suzuno estupido, porque tinha que ser eu? O que eu fiz para você, seu maldito?"

Estávamos passando por um pequeno campo onde algumas crianças jogavam bola e brincavam felizes uma com as outras.

As que jogavam bola lembravam, ligeiramente, eu, Suzuno, Hiroto e Midorikawa. Eramos uma espécie de quarteto fantástico inseparável. ERAMOS, porque no momento estávamos mais para um bando de otários que merecem ficar sozinhos.

Suzuno veio atrás de mim, ainda parecendo com raiva.

Rosnei para ele quando ele se aproximou.

"Sou a pessoa que você mais odeia? É isso? A única que você realmente detesta.. isso é lindo, Suzuno, agora apodreça sozinho". Eu pensava, comigo mesmo. Mas é claro, eu era incapaz de manda-lo embora e ficar longe de mim.

Mas eu não ia admitir que não podia ficar sem Suzuno.


– Você não ia embora, Suzuno? Não ia sumir de vez? - perguntei, grosseiro.


Ele me lançou um olhar mortal, mas antes que pudesse abrir a boca para falar alguma merda, foi interrompido por uma voz familiar.

– Haruya - gritava.

Olhei para ver se avistava quem quer que fosse.

Shigeto vinha correndo em minha direção, o mais rápido que podia, e então, parou na minha frente levando as mãos ao joelho, se inclinando, enquanto ofegava.

– Eu estava procurando você a manhã inteira - falou ele - onde diabos você anda se metendo?

– Shigeto, o que você quer agora? - perguntei.

Suzuno balançou a cabeça irritado, olhando feio para o outro garoto.

O albino encardido respirou um pouco mais antes de responder.

– Nós tinhamos marcado de jogar.. é claro. .você não lembra? - ele ergueu a cabeça.

– Oh, você esquece o que marca com seus "amiguinhos".. - começou Suzuno, me encarando feio - como pôde fazer isso com eles?

Sua voz tinha um tom de sarcasmo.

– Fica quieto, e vai procurar seu canto.. ou sumir, o que quiser - falei com raiva, enquanto na verdade eu queria dizer " Se você sumir ou falar mais alguma merda eu mato você".

Shigeto me olhou um pouco intrigado. "Ah sim, Shigeto não pode ver Suzuno, agora ele também vai começar a pensar que eu sou louco.." Pensei, revirando os olhos.

– O que foi? Você não quer eu por perto quando você esta com seu amigo ? - perguntou Suzuno, bufando.

– E se for isso o que que tem? Algum problema?

– Ah não, claro que não..

– Então porque esta dando asia..

Shigeto continuava me olhando esquisito.

– O que? - me virei para ele - Não me olhe assim, idiota.

Shigeto balançou a cabeça.

– Ah, desculpe, eu só não sei bem o que eu poderia fazer em meio a essa situação - falou ele, ficando reto finalmente.

– Apenas ignore, é o melhor..

– Eu não quero atrapalhar vocês - falou ele.

– Você não esta... oh, espere, o que? - Arregalei os olhos para ele.

– Eu não quero atrapalhar vocês, é isso.. podemos jogar uma outra hora eu sei la. - Shigeto olhou para mim e para Suzuno.

Suzuno estava paralisado.

– Vo--você pode ver ele? - perguntei, apontando para Suzuno.

– O que? - Shigeto ficou confuso - porque eu não conseguiria ver Suzuno?


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Notas finais do capítulo

Estou morta :x



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