Pretérito Imperfeito escrita por ValValdez, Livia Dias


Capítulo 19
Capítulo 18 - Enfrentando o Perigo. Parte I


Notas iniciais do capítulo

Hey, e aí pessoal?
Faz um bom tempo que vocês não tem notas minhas, desculpem. Eu estava meio enrolada (ainda estou) e coisa e tal, mas nada que não vá se ajeitando. Estamos na reta final da fic... Eu, particularmente, gostei bastante desse capítulo. Espero que apreciem. Beijão =)



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— O que fazem aqui? — A pergunta soou áspera e carregada de escárnio, como se nossa presença naquele beco significasse um erro para nós e uma grande diversão para os caras armados à nossa frente. Só que dessa vez, não estou me cagando de medo e não digo isso porque estou acompanhado dos meus amigos. Sinto que posso acabar com eles facilmente, tal a minha raiva. Mexer com Annabeth era a gota d’água, e tudo isso por uma maldita dívida antiga.

— Onde está o Cronos? — Luke se coloca à frente, decidido, e sua voz ecoa decidida pelo beco.

— Luke? — um dos capangas ri, reconhecendo-o, e leva os outros a fazerem o mesmo. Concluo que, por estar na frente, ele é o líder. — Quanto tempo, amigo. — Enfatiza, com um sorriso maldoso.

Bom saber...

— Luke, você precisa mudar um pouco sua lista de amigos e camaradas. — fala Travis em tom de brincadeira. — Pensa um pouco antes de considerar um armário como seu amigo. — estala a língua, desaprovando a atitude, e Charles ri.

— Ele não é meu amigo. — Luke parece um tanto ofendido, mesmo sendo uma brincadeira. Até entendo seu lado. Ser ligado à bandidagem é extremamente frustrante, principalmente se você está querendo mudar e deixar certos erros para trás.

— Onde está o Cronos? — dessa vez sou eu quem questiona os caras, trincando os dentes para a expressão de desdém dos babacas.

— Acha que diríamos a um bando de pirralhos melequentos como vocês? — o líder do bando retruca, com a voz áspera e mais hostil. — Faça-me o favor, moleque. Se honra suas calças e tem amor à sua vida de merda, dê meia volta com seus amigos e volte para o jardim de infância. — e, como se fosse uma espécie de “comando”, os grandalhões começam a gargalhar de maneira estridente e nem um pouco sutil.

— Não vamos a lugar algum sem antes ter um papinho com seu chefe. — Nico se pronuncia, com uma expressão de poucos amigos.

Certo, vou começar a respeitar mais esse garoto. Penso, reprimindo um sorriso. Dentre todos nós, ele parece o mais agressivo e sombrio, mesmo sendo meio magricela. Talvez estejamos empatados, porque acho que não pareço muito tranqüilo perante a tudo que estamos enfrentando. Principalmente depois de mexerem com minha namorada.

Pena que os capangas de Cronos não nos levam á sério nem um pouco e, infelizmente, continuamos a ver navios. Ou armários. Tanto faz.

— Então... — o capanga/líder estala os dedos, e acabo por concluir que esse sinal não indica coisas boas. — Teremos que ser mais ofensivos. — um dos grandalhões atrás dele lhe entrega um riffle. — E explodir vocês, para que não nos incomodem mais.

— Mas vocês são muito burros! —Chris grita, indignado. — Como me arrastaram pra cá sem estarem armados até os dentes?

— O que? Não tem ninguém armado aqui? — Travis perguntou, obviamente já sabendo a resposta. — Ai meu Deus, estamos ferrados...

Todos nós começamos a discutir ao mesmo tempo, ignorando os capangas. O frio preencheu meu estômago, enquanto minha mente gritava incessantemente: E o troféu de jegue do ano vai para... Percy Jackson! Percebi logo meu erro: vir até aqui sem arma alguma. Burro, burro, burro! A princípio, pensei que poderia deter esses caras sem preparação alguma, mas vejo que eu estava errado... Muito errado. Como pude ser tão ingênuo?

O cara aponta o riffle para nós, uma deixa que faz com que seus colegas apontem outros tipos de arma, ainda mais hostis em nossa direção.

— Mãos para o alto. — ordena o maior, com um sorriso sádico. A percepção de que esse cara tem problemas sérios cai sobre mim, mas não ouso repetir tal pensamento em voz alta, porque creio que minha morte seria ainda mais dolorosa do que está sujeita a ser.

Sem opções, acabando levantando meus braços, em um forçado sinal de redenção. Meus amigos fazem o mesmo e a culpa de que fui egoísta em metê-los nisso tudo, surte um efeito negativo sobre mim.

— Paredão e de costas! — outro cara grita, indicando a parede do beco.

A contra gosto, somos obrigados a fazer o que ele manda, e confesso que ainda tenho esperanças de escapar dessa vivo, tal como meus amigos. Mas creio que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar e, mesmo que tal coisa ocorresse, um de nós sairia ferido, como conseqüência de minha precipitação

— Antes de morrer... — Luke se pronuncia, estando ao meu lado. Nessa ceninha que os caras fizeram questão de criar. — Quero me desculpar por ter metido você nessa encrenca.

Penso em suas palavras por um momento e chego a me questionar se a culpa de tudo isso é apenas de Luke. Milhares de vezes pensei sobre isso, e a resposta para a pergunta variava de acordo com meu humor; quando estive naquele hospital, — que hoje freqüento quase diariamente —, amaldiçoei Luke de todas as maneiras possíveis pelo seu egoísmo em ter me trazido até esse mesmo beco, e ter jogado sua dívida ridícula para cima de mim. Mas, às vezes, eu tinha sérios lapsos de razão e acabava por isentar Luke de qualquer culpa.

— A culpa também é minha, cara. — digo com um sorriso triste — Eu deveria ter pagado a dívida. Amigos fazem isso.

Luke parece surpreso com minhas palavras, e até eu mesmo chego a me surpreender com o efeito que elas geram em mim; sinto-me um pouco melhor e mais leve por saber que nem tudo se resume a Cronos e Luke. A culpa também é minha e por isso me sinto melhor. Ou talvez nem tanto.

Talvez, com a minha morte e com a de Luke, Cronos cesse a porcaria dos ataques e meus amigos fiquem em paz.

— Ai meu Deus! Não acredito que vou morrer sem me declarar pra Clarisse. — Chris choramingou, quase se esfregando contra a parede de tanto medo. — Clarisse, eu te amo, meu amor! Nos encontramos em outra vida! — ele gritou, nos divertindo.

— E eu vou morrer sem pegar a Katie... Espero encontrar alguém como ela no paraíso! — Travis também choramingou, mas ele estava realmente à beira das lágrimas.

— E quem te garante que você vai pro paraíso? — Connor retrucou.

— Ai meu Deus, se eu morrer a Silena vai me matar...

— Sem momentos gays, crianças! — o líder grita.

— Ah, claro, a última coisa que quero antes de morrer é uma declaração de amor dos meus amigos... — Connor resmunga.

— Quanta consideração. — debocha Chris, que ocupa o último lugar na fila.

— Vamos lá, Nico. — incentiva Connor, com um sorriso de pura malícia. — Vai assumir que torce para os dois times e terá sua libertação ou não?

Acabo por rir, juntamente com os outros, e isso acaba com um pouco da tensão. Até mesmo Nico ri, o que é difícil de acontecer quando a piada da vez é ele.

— Não fala merda. — diz, por fim.

— Então... — o “capanga-líder” fala, silenciando nossos murmúrios. — Vamos acabar com isso de uma vez.

Fecho os olhos e penso em Annabeth. O nervosismo preenche minha consciência, porque sei que ela está me esperando, querendo que eu volte até aquele hospital e lhe faça companhia.

— Vou contar até três e vou atirar no líder de bosta que vocês possuem. — Com tal rótulo, sei que sou o alvo no momento.

— Um...

Annabeth, eu amo você, desculpe não ter dito isso antes...

— Dois...

Não posso morrer, não posso morrer, não posso morrer... Penso em meu pai e em meus amigos, e tudo que deixarei pra trás, um futuro brilhante como engenheiro e uma família a formar com Annabeth.

— Três...

Pai nosso que estás no céu...

Posso ouvir o exato momento em que ele pressiona o gatilho e começo a sentir a dor da bala em minha nuca e o possível frio que antecede a morte. É, eu sei. Estou sofrendo antecipadamente, certo? Na verdade nada aconteceu e o disparo que soou pelo beco não me atingiu, como eu esperava e...

Espera um, pouco se o tiro não foi para mim, então para quem foi?

Abro os olhos, relutante, e ouso virar a cabeça para trás, apenas para ver o “capanga líder” no chão, seus olhos esbugalhados. Não entendi, até ver que na lateral de sua cabeça havia um buraco. O sangue escorria, formando uma poça que cercava sua cabeça gigante. Em seu semblante o susto continuava a transparecer, algo misturado à surpresa, mesmo que ele já esteja morto. Sem o líder os outros caras parecem perdidos e confusos, como se alguém tivesse tirado o cérebro deles.

Viro a cabeça para a entrada do beco e vejo as pessoas menos esperadas no momento, mas talvez as melhores para se ter alguma esperança.

Meu pai, Poseidon. Tio Hades e Zeus. E eu deixei um som de alívio escapar de minha garganta, junto de um sorriso gigante de felicidade.


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Notas finais do capítulo

Helloooo! Tudo bem com vocês? Espero que sim *-*

Depois de nossa demora (sorry :p) voltamos com um capítulo fresquinho "procês". Curtiram? Odiaram? Não deixem de comentar ;)

Como já mencionei, a fic está na reta final, portanto, daqui alguns capítulos ela será encerrada :( Mas nunca é tarde para deixar sua opinião e recomendar, certo? Hahahahaha.

Tentaremos postar o mais rápido possível ;)

Beijokas!

— Livia Dias.