Depois de sair com Annabeth, fiquei todo ansioso para que ela me ligasse. Mas as notícias que vieram a seguir não foram lá muito boas. Ela teve de correr para o hospital e eu nem sabia porquê.

Passei o final de semana inteiro sem fazer nada e praticamente sozinho. Um verdadeiro tédio!

Quando acordei, um pouco mau-humorado, fui direto pro sofá. Estou com preguiça de levantar até pra comer. Ligo a televisão e fico assistindo um desenho.

O telefone toca. Está na mesinha de centro. Estico meu braço o máximo que posso, mas não alcanço. Me arrasto mais pra beirada e estico o braço de novo.

Só mais um pouco...

Estico o braço o máximo que posso, mas antes de alcançá-lo, caio no chão. Bufando, me levanto, mas o celular já parou de tocar. Assim que me deito, ele toca novamente.

Praguejando me levanto e olho o visor. Thalia.

- Alô?

- P-Percy – estranho o nervosismo dela e franzo o cenho.

- Ei, o que foi, Cara de Pinheiro?

- Vem pro hospital agora! – Thalia está toda chorosa.

- O que houve? – questiono, começando a ficar seriamente preocupado.

- O Chris levou uma surra – Thalia respira fundo.

Logo que desligo o telefone, um pensamento indesejável vem minha mente.

“Será Cronos?”.

Troco de roupa rapidamente e viro um copo de suco. A ligação de Thalia me acordou e agora estou preocupado.

Pensando em Chris, mal percebo que o ponto onde eu tinha que descer chegou. Puro para fora do ônibus e mando uma mensagem de texto para minha prima avisando que cheguei.

Eu conheço Chris há pouco tempo, certo. Mas é amigo de Annabeth e Thalia e eu simpatizo bastante com ele.

Thalkia apareceu na portaria e depois de passarmos pela recepção, pegamos o elevador para subir até o andar onde ele está.

- Vocês tem idéia do que aconteceu? – Thalia balança a cabeça negativamente.

- Chris é de boa, sabe disso. Não mexe com ninguém nem faz nada de errado.

- E como Clarisse está? – pergunto, curioso. Eles pareciam se gostar, e Chris ficaria contente se ela se preocupasse com ele.

- Veja com seus próprios olhos – minha prima fala, assim que a porta se abre. Avançamos por um corredor até chegar onde Clariss está.

Quase não acredito no que vejo.

Seus olhos estão vermelhos. Suas mãos tremem e pela primeira vez, Clarisse parece uma garota indefesa. Uma simples garota que precisa de proteção. Isso me assusta e me surpreende. Ela realmente gosta dele.

- Clarisse? – a chamo, receoso.

Ela me encara e por um segundo, tenho a esperança de que sorria e me xingue todo. Mas o que Clarisse faz, me deprime ainda mais.

Ela me abraça.

- Isso...Não deveria ter acontecido – murmura, tremendo.

- Não, não deveria – concordo, dando leves tapinhas em suas costas.

Passamos algum tempo esperando. Uma eternidade. Quase não conversamos. Estamos nervosos e ansiosos demais para isso.

Finalmente, o médico que estava tratando de Chris, vem em nossa direção.

- Então, doutor? – pergunta Thalia, ansiosa.

- Aparentemente, o sr.Rodriguez não tem complicações graves, mas terá de ficar aqui por mais alguns dias para que possamos realizar novos exames.

- Nós podemos vê-lo? – pergunta Clarisse, sorrindo.

O médico assente e nos guia até a sala/quarto onde Chris está. Logo que entramos, Clarisse corre até a cama dele e sorri.

Embora Chris esteja com alguns hematomas, parece bem. Mal nos sentamos nas poltronas próximas à sua cama e ouvimos um gemido, seguido por seu murmúrio:

- Cla...Clarisse?