Delena Short Stories escrita por Nancy Watson


Capítulo 3
What Is Right For Me


Notas iniciais do capítulo

hey! mais umas one shot!
enjoy.



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Elena estava no seu limite, ela sabia.

Tinha que lidar com tantas coisas ao mesmo tempo que ficava zonza só de lembrar.

Morte recente de sua tia, a rebeldia de seu irmão, o original Klaus que fora enganado mas ainda assim era uma ameaça, quase morte de Damon e para completar, seu amado partira de livre e espontânea vontade com Katherine.

Como ele pôde?, era a pergunta mais frequente em sua cabeça.

Depois de tudo o que passaram juntos, ele não hesitou em fugir de Klaus com sua ex namorada. Talvez Elena estivesse certa quando pensou que ele apenas estava com ela para substituir a ausência que a vampira trazia á sua vida.

A adolescente sentia que sua cabeça iria explodir de tanto pensar, lamentar e segurar o choro. Abraçou o travesseiro com força, esperando algum tipo de conforto, mas o objeto obviamente não lhe transmitiu nada.

Olhou o relógio no criado mudo. Duas horas e dezenove minutos.

A luz da lua atravessava o vidro de sua janela e proporcionava uma iluminação fraca e melancólica, tal como ela se sentia. Seu quarto estava anormalmente frio, o que a obrigou a se encolher debaixo das cobertas.

Seu peito agora acolhia uma dor que parecia crescer a cada minuto que ela se permitia ver os olhos verdes e o sorriso encantador debaixo de suas pálpebras fechadas. A única coisa que parecia dar pausa ao sentimento dolorido, era o alívio que os olhos azuis lhe remetiam.

Damon esteve ao seu lado o tempo todo. E mesmo com a segurança que ele lhe transmitia, trazia consigo a culpa.

Ela sabia que o vampiro devia estar confuso com o beijo que ela lhe dera.

Por Deus, ele estava morrendo!, ela falava para as vozes acusadoras em sua cabeça, mas a desculpa não era o suficiente para enganar a si mesma. Porque ela estava extremamente consciente de tudo o que ele causava nela, todo o desespero que ela sentiu enquanto ele morria em seus braços, confessando um amor que ela devia julgar errado.

Mas parecia tão certo!

Parecia certo quando ele sorria de forma tão divina que ela não conseguia fazer nada a não ser sorrir de volta, ou quando ele segurava suas mãos juntas e ela sentia um arrepio que começava no dedão de seu pé e ia até o último fio de cabelo, ou quando seus grandes e brilhantes olhos azuis lhe encaravam de maneira tão intensa e verdadeira que ela enxergava através, dele e via o grande coração que ele tinha.

E pareceu certo quando os lábios se tocaram de forma suave e doce, fazendo seu coração se aquecer de uma forma que nem suas noites de amor com Stefan fizeram.

Culpa, culpa, CULPA!

Por que tinha de ser tão complicado?!

Ela se sentia culpada enquanto, por mensagem, perguntava para seu ex cunhado se ele estava ocupado, mas era o que parecia certo a fazer no momento. Ela estava mal, e por mais que negasse e evitasse, precisava de apoio, um ombro para chorar, um amigo, um confidente. Damon.

A resposta chegou rapidamente.

“Você sabe que sou um homem de negócios e tenho uma vida corrida. Marque um horário com minha secretária se quiser falar comigo”

Ela rolou os olhos ao ler o texto na tela de seu celular, mas ele sempre conseguia pelo menos o esboço de um sorriso.

“Você pode vir me fazer companhia?”

Ela hesitou em apertar o botão “Enviar”, mas a situação não podia piorar mesmo.

“Sempre.”

Foi a resposta recebida imediatamente, e lá se foi mais um quase sorriso.

Eram três horas e trinta e dois minutos quando o vampiro adentrou o quarto da morena pela janela. Estava preocupado, não era normal dela pedir por atenção.

Não que aquilo o incomodasse – nem um pouco. Mas ele tinha perfeita noção de que a vida da garota estava de cabeça para baixo e ele ás vezes se perguntava como ela ainda não havia perdido sua sanidade.

Ah, claro. Estamos falando de Elena. A garota mais altruísta, esperançosa, corajosa e especial que ele já conhecera.

E lá estava ela, parecendo menor do que o normal debaixo do grosso cobertor, abraçada a um travesseiro. Seus olhos estavam especialmente grandes, talvez pelo fato que ela não andava se alimentando direito e emagrecera, e suas íris estavam profundas, tristes.

“Oi.” Ela disse com a voz abafada pelo travesseiro.

“Oi.” Ele respondeu com o melhor sorriso que conseguiu fazer. Se aproximou da cama e deitou ao lado dela sobre o mesmo pano grosso que a cobria. Não desgrudou seu olhar do dela nem por um segundo, e isso a fez corar instantaneamente, o que fazia o coração morto dele dar sinal de vida. “O que houve, Elena?” Ele perguntou com uma voz suave e preocupada. Sabia que era uma pergunta idiota. Ele sabia quase tudo o que estava acontecendo.

Elena suspirou. Vasculhou pelo seu cérebro agora mais lento por palavras para por em ordem e poder falar sem parecer uma depressiva. Era ainda mais difícil se concentrar sentindo a respiração dele em seu rosto e a boca convidativa entreaberta.

“Você sabe.” Ela ressaltou o óbvio.

“Não estou falando da situação, estou falando de você.” Ele rolou os olhos. “Sei que não fala a verdade sobre como se sente.” Aquilo fez o coração da garota martelar rapidamente.

O que ele queria dizer com isso?

“O que você quer dizer?” Ela repetiu a pergunta que estava em sua mente, temerosa.

“Que você me diria que está bem porque sabe que eu me preocupo demais com você, mesmo eu sabendo que não está.” Ele respondeu calmamente a mais pura verdade.

“Touché.” Ela sorriu tristemente. “Mas eu te chamei aqui, o que significa que hoje eu estou sem forças para fingir.” Aquelas palavras atingiram ele como um tiro. Doía tanto vê-la assim por causa do bastardo de seu irmão fujão.

“E o que eu posso fazer para ajudar?”

Ela pensou por um segundo.

“Não me deixar sozinha.” Ela sussurrou. Talvez ele não entendesse o sentido por trás daquela frase. Elena não precisava de muitas pessoas ao redor dela, isso ela já tinha. Desde a morte de seus pais ela estava sem alicerce. Não se sentia em casa nem na sua própria casa. Stefan, Jenna e Jeremy a faziam se sentir bem, mas Stefan havia se ido, Jenna estava morta e Jeremy além de não ser mais um irmão muito atencioso dividia seu tempo entre estudar e trabalhar.

E então tinha Damon, o qual sempre a fez se sentir melhor, a fazia rir, relaxar.E ela o evitava. Mas agora não tinha mais motivos para tal coisa.

“Enquanto você me permitir estar por perto, jamais vai estar sozinha.” É, talvez ele entendesse.

“Obrigada, Damon.” Ela disse sinceramente com os olhos marejados.

“Sem problema.” Ele deu um pequeno sorriso torto, tentando não parecer afetado pela fraqueza dela.

“Não só por isso. Por tudo o que você tem feito por mim.” Ela buscou pela mão dele, e a segurou com força. “Você é a melhor coisa que me aconteceu.” Ela só analisou suas palavras depois de tê-las dito, mas constatou que eram verídicas.

O vampiro estava desarmado. Jamais pensou que poderia ouvir tal coisa vinda de Elena.

“E você...” Ele buscou por uma única palavra que pudesse interpretar tudo o que aquela garota significava para ele. “... É tudo para mim.” Ele se arrependeu do que disse assim que fechou a boca. Era injusto fazer isso quando ela estava tão frágil. Ainda assim, entrelaçou seus dedos frios com os quentes a macios dela, e levou a mão feminina até seus lábios, deixando ali um beijo carregado de ternura.

Naquele instante, uma certeza súbita cresceu dentro dela.Certeza absoluta de algo que ela sempre suspeitou que estivesse lá, ocupando seu inconsciente enquanto a razão dominava seu cérebro, fazendo-a cobrir esse sentimento com culpa, julgamentos e um amor cego por um homem que havia a deixado.
A adolescente desaguou toda a incerteza em forma de grossas lágrimas que corriam por suas bochechas vermelhas. Jogou-se no peito do homem ao seu lado, o abraçando fortemente, sem pensar, pois a única coisa que ocupava a sua cabeça era a emoção de constatar que era certo. Era certo! Todo esse tempo em que ela tentou se convencer de que estava cometendo um erro ao sequer considerar se permitir ter sentimentos por Damon que não fossem num sentido de amizade, ela estava apenas ignorando o que seu coração lhe sussurrava secretamente.

Enquanto o vampiro lhe abraçava de volta, firme e carinhosamente, ela aproveitou para pôr para fora todo o medo, a insegurança e o rancor que a pouco guardava de Stefan. Não precisava mais disso, nem de mais nada de ruim que o envolvesse, pois estava livre daquela prisão que um dia chamara de amor. Damon havia a libertado – a muito tempo – , ela que estava cega e surda demais para perceber isso.

“Eu amo você.” Ela confessou num sussurro sôfrego.

Incapaz de encará-lo, ela o soltou e se sentou, escondendo o rosto molhado entre as mãos, sem parar de chorar.

Sentiu ele tocar seu ombro levemente.

“Elena, você deve estar confusa e...” Ele começou, mas foi abruptamente interrompido.

“Não! Não, Damon! Você não entende?! Eu tenho enganado á você e á mim mesma!” Os soluços aumentaram, mas agora Damon na conseguia conter o sorriso, o qual Elena viu e bufou. “Seu idiota!” Bateu com força no braço dele, mas aquilo nem fez cócegas. “Eu odeio você! Odeio!” A raiva começou a lhe subir a cabeça enquanto ela esmurrava o colchão.

“Elena...” Ele a parou, segurando belo rosto entre suas mãos grandes. Os grandes olhos de amêndoa estavam molhados e ela ainda soluçava, mas ele podia ver que ela se sentia mais leve. “Eu também amo você.” Ele acariciou a pele macia e muito gentilmente, seus lábios tocaram os dela.

Elena suspirou, se sentindo... amada. Quando Damon se afastou, ela aproveitou para tocar seu rosto perfeito.

“Me desculpe, desculpe.” Ela sussurrou, tentando não chorar mais.

“Pelo quê, Sugar?” Ele a puxou para perto, beijando sua testa e ponta do nariz.

Havia tantas coisas pelas quais ela queria se desculpar, mas ela falaria apenas o ponto principal, pois tinha certeza que teria muito tempo para se redimir de tudo, de várias formas.

“Por não perceber antes que você é certo para mim.”

Naquela noite, depois que a crise de Elena passou e depois de trocarem vários beijos apaixonados, dormiram um nos braços do outro, prontos para um novo dia, novos desafios. Prontos para provarem á todos que aquilo era o correto: ficarem juntos. Sempre.


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Notas finais do capítulo

e aí,curtiram? let me know! e se tiveram alguma sugestão, ou música as quais queiram que eu faça alguma songfic ou algo do tipo, eu ficaria honrada em atender os pedidos!