My Dark Side escrita por Kelly


Capítulo 23
Adaptação //


Notas iniciais do capítulo

Novo, e espero mesmo que gostem :) É um pouco grande *o*



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Anteriormente em My Dark Side:
–Ela está morta, Damon. - disse eu desesperada - Ela está morta... oh meu deus.
Comecei a exclamar "não" repetidas vezes, até sentir alguém me abraçar, sei que é Damon.

Atualmente em My Dark Side:

Pov. Caroline

Olho para o corpo de Cassie e de repente vejo-a abrir os olhos e respirar fundo, levantando a cabeça. Eu afasto-me de Damon e olhamos-a.
–Não, não, não! - exclamou Damon, irritado, batendo numa arvore e eu olhei-o confusa.
–Que foi? - perguntei sorrindo - O teu sangue salvou-a.
–Ela já estava morta quando lhe dei o meu sangue, Caroline! - explicou ele e desmanchei o meu sorriso - Ela é uma vampira.
Cassie fecha os olhos e desmaia outra vez. Sinto mais uma lagrima rolar, na minha face.

~à noite~

Já contamos a Elena, a Jeremy, e a Stefan que nem sabe quem nós somos pois a vadia da Tessa lhe apagou a memoria. A morena começa a chorar, com a cabeça escondida nas mãos, enquanto Jeremy a abraça.
–Não, ela não pode ser vampira. Não pode! - exclamou ela.
Eu olhei para Damon, que ainda nem falou apenas se sentou e permanece ali.
–Elena. - chamo e ela olha-me, com os olhos vermelhos - Ela...
A prima de Cassie levanta-se.
–Não entendes? É tudo o que ela não queria se tornar, Caroline. - explicou Lena.
Eu sei, que não. Cassie tinha me dito algo relacionado com isso, à uns tempos. Mas não posso simplesmente deixa-la ir, não posso. Não posso vê-la morrer, a minha irmã. Damon levanta-se, e sobe as escadas da mansão sendo seguido por Stefan.

Pov. Cassie

Abro os olhos e percebo estar no "meu" quarto, na mansão Salvatore. Sento-me, na cama, e olho à volta vendo Damon, sentado na ponta da cama, perto de mim.
–Damon... - sussurro.
–Ei, estou aqui... Estás desacordada à horas. - respondeu ele, sorrindo fraco.
–O que estás aqui a fazer? - pergunto muito confusa e volto a olhar à volta- Como vim aqui parar?
Olho para o vampiro, esperando uma resposta mas Damon apenas baixa a cabeça, ligeiramente.
–Oh meu deus. - digo, começando a lembrar-me - Que se passou, Damon?
Ele pega na minha mão e entrelaça-a com a sua, então olha-me nos olhos.
–Tu tinhas sangue de vampiro no teu sistema. - disse baixo.

Flashback on:

O homem agarra-me por trás e a mulher morde o seu pulso. Ela pressiona o seu pulso contra mim, enquanto me debato com força nos braços do homem.
(...)
Seguidamente, Louis agarra-me enquanto me debato nos seus braços, sinto uma picada e uma dor forte na barriga. Olho para lá e vejo sangue e uma faca na mão da mulher.
(...)
Grito devido ao tamanho da dor e deixo-me cair não sei onde. Olhei , do chão, para tudo à minha volta mas não reconheço nada, vejo só arvores, e sinto muita dor. Grito em forma de socorro e então... desmaio.

Flashback off:

–Não... - sussurro, lembrando-me- Estou morta?
Damon desvia o seu olhar e eu sinto lagrimas quererem rolar.
–Damon, eu morri? - repito.
–Sim, Cassie. - responde, demasiado baixo.
Agora sim, imensas lagrimas rolam pela minha face e sinto-me ser puxada para o peito de Damon, mas eu começo a debater-me, dando-lhe repetidos murros no peito.
–Não! - exclamo alto, enquanto ele me aperta mais e mais - Não, não!!
Então, finalmente, desisto de lutar e abraço-o, chorando.

Pov. Damon

Ela voltou a adormecer, comigo deitado ao seu lado. Eu vou puni-los. Puni-los por terem feito a minha garotinha, o meu sonho mais bonito, se tornar isto. Como foram capazes de feri-la? Olhar nos olhos tão inocentes da Cassie e simplesmente espetarem uma faca nela, mata-la...
–Desculpa não ter sido motivo o suficiente para quereres viver, loirinha. - sussurrei - Desculpa não te ter protegido.

~mais tarde~

Ela ainda dormia, então levantei-me com cuidado, apenas para olhar para o seu rosto. Como alguém poderia magoar alguém tão inocente? Como alguém ousaria roubar aquele sorriso ou partir aquele coração? Ainda me pergunto. Saio da cama e caminho para fora do quarto, ainda tenho de tratar de Stefan.

Pov. Cassie

Acordei e levantei-me, rapidamente. Desci as escadas da mansão e vi Caroline no sofá, com Jeremy.
–Boa noite. - saudou a loira, levantando-se assim que me viu.
–Oi. - saudei, apenas.
Fui para a cozinha, seguida por Jeremy. Fiz uma sanduiche, visto que nesta casa não há nada melhor.
–Como te sentes? - perguntou ele.
–Bem. - respondi, tentando sorrir.
–Tu sempre que ficas em choque, negas e finges que tudo está bem, Cassie. - acusou Jeremy e eu peguei no prato, com a sanduiche - Tens direita a escolher Cassie. Podes não te alimentar e morrer, mas ninguém quer isso.
–E está tudo bem, Jer! - exclamei.
Ele ia dizer algo, mas virei as costas e fui para a sala. Sentei-me no sofá e mordi a sanduiche. Assim que engoli, não senti nada... como sentia quando comia. Olhei-os, discretamente. Corri para a cozinha, deitando os restos da sanduiche fora. Tossi forte, deixando-me escorregar, encostada à parede. Caroline e Jeremy observavam-me da porta e eu agarrei os meus joelhos, escondendo a cara. Senti alguém se sentar ao meu lado e depois me abraçarem. Abri os olhos, vendo Jeremy na porta.
–Vou a minha casa buscar umas roupas para ti, ok? - perguntou ela e eu assenti.
Ela levantou-se e avisou Jeremy, também. Ouvi a porta bater e levantei-me. Fui para a sala, novamente e sentei-me, então Jeremy sentou-se ao meu lado e encostei a minha cabeça no seu ombro.
–Tu és forte, irmãzinha. - sussurrou ele e eu fechei os olhos.

É aí que todos se enganam, eu não sou forte. Eu sou muito fraca, o que me faz parecer forte é o facto de eu tentar não parecer fraca. Jeremy adormeceu e eu tapei-o com um cobertor. Fui até à sala principal e vi Damon e eu...?

Memória on:


Tinha acabado de ver Elena queimar a nossa casa e foi horrível. Entrei no quarto e vi Damon, assustando-me.
–Que susto! - exclamei - Que estás aqui a fazer? Não te quero ver.
–Eu fiz o que achei melhor. - avisou Damon e eu neguei.
–Não, tu fazes o que te convém. Tu és egoísta, Damon. - acusei, com lagrimas nos olhos.
–Eu sei que a gente tem problemas, tá? Sou impulsivo, esquentado, e tu fazes-me perder a cabeça como ninguém. Num minuto ages como se me odiasses, e no outro como se precisasses de mim. Eu nunca faço nada direito, eu não te mereço… mas porra, Cassie, eu amo-te. Eu amo-te mais do que jamais amei alguém ou alguma coisa em toda a minha vida e eu sei disso porque neste momento estou-me a lixar para a Elena, o que eu sentia por ela era a reflexão do amor que Katherine me obrigou a ter por ela. Quando estás por perto, não preciso de bebida, nem de dinheiro, nem de luta, nem de transas sem compromisso… eu só preciso de ti. Eu só penso em ti. Eu só te quero a ti. E eu gostava que entendesses isto sozinha. Esquece Cassie. Tudo o que eu disse. - desabafou, olhando nos meus olhos.
Senti algumas lagrimas escorrerem. E depois sorriu torto, como sempre e disse:
–Adeus loirinha. - Antes de desaparecer na escuridão. Assim, sem mais, nem menos. Sem nenhuma desculpa. Apenas, sumiu.


(...)


–Só disse que não lamento. - corrigiu e eu olhei-o - Mas tu sabes o que realmente sou, loirinha? Egoísta. Porque fiz más escolhas que te magoaram a ti e a outras pessoas. Sim, eu preferiria morrer a ser humano. Preferiria morrer do que passar os meus últimos anos a lembrar-me de como era bom e como eu era feliz! Porque eu sou assim, Cassie. E eu não vou mudar!! E não existem desculpas no mundo que englobem todas razões de eu não ser alguém certo para estar na tua vida! Porque tu és boa! A coisa que eu mais odeio em ti é que tu me fazes querer te proteger de tudo!
Eu olhava-o atonita, com tudo o que ele tinha dito. Aproximei-me lentamente, até estar ao seu lado. Voltei-me para ele, e Damon olhou-me nos olhos.
–E eu não lamento o facto de haver algum tipo de sentimento entre nós, Cassie!- exclamou - Mas eu preciso que saibas, mais do que ninguém, que eu não vou mudar! E preciso que admitas que existe algo...
Os nossos narizes quase se tocam e quase que respiramos o mesmo ar.
–Olha-me nos olhos e diz-me que não sentes nada por mim. Se disseres isso, eu te deixo em paz. Para sempre. Faço com que tenhas uma vida humana feliz porque tu mereces. - pediu ele.
Eu queria negar, dizer que eu não sento absolutamente nada por ele, mas eu simplesmente não consigo. Porque essa não é a verdade. E eu não conseguia olhar nos seus olhos, e mentir.
–Eu sinto... - sussurrei, engolindo em seco.
Damon afastou o meu cabelo e tocou no fecho do meu colar e abriu retirando-o do meu pescoço. Olhei-o confusa e desconfiada.
–Que estás a fazer? - perguntei confusa.
Ele pousou as mãos, uma de cada lado, na minha cara e olhou-me nos olhos. Lembrei-me que o colar, com o pingente, também tinha verbena.
–Damon...não, não... - sussurrei, tentando afastar-me.

–Shh... - pediu, acalmando-me e olhou diretamente nos meus olhos - Quero que vás feliz para a faculdade, que cometas loucuras, tudo o que uma pessoa como tu deve fazer, Cassie. Então vou tornar isto mais fácil: quero que esqueças tudo o que disse. Só te vais lembrar de que me pediste desculpa e ficámos bem.

Memória off:

Fiquei atordoada e recuei passos, confusa. Damon tinha me feito esquecer isto? Não, ele não seria capaz. Fui até à porta da rua, abrindo com cuidado. Sai para fora e caminhei até ao meu carro, entrando e conduzindo até ao Grill. Entrei e pedi uma salada, mas assim que tentei comer não senti nada, continuo com esta enorme fome. Levanto-me, deixando dinheiro na mesa e saio para a rua. Entrei numa esquina, próxima do Mystic Grill e sentei-me escondida no escuro.
–Menina, não devias andar por aí sozinha. - disse alguém e levantei-me.
Vi dois homens virem na minha direção e cheirei algo, diferente.

–O meu amigo está ferido, será que o podias ajudar ? - perguntou o outro homem, meio que obrigando.
O amigo ferido, sentou-se num caixote de madeira que havia ali e o outro aproximou-se dele, levantando parte da camisola o que fez com que a sua ferida fosse revelada.
–Ajuda-o, não dizes a ninguém e ficas viva. - avisou o homem.
Eu senti o cheiro mais forte e olhei para o homem ferido vendo o sangue escorrer. Comecei a sentir a fome, ainda mais forte. Tapei o nariz.
–Por favor, desce a camisola. - pedi, suplicante.
Comecei a caminhar para sair do beco mas o outro homem correu até mim e agarrou-me, levando-me até ao outro.
–Ajuda-o! - gritou ele.
–Não posso, por favor ... Não entendem... - gritei desesperada.
–Mas começar de novo. - disse o ferido - O meu nome é Steve. E o teu?
–Larga-me! - gritei, sentido o cheiro , que percebi ser do sangue - Oh meu deus!
O que me agarrava, tapou-me a boca e eu mordi a sua mão, fazendo-o largar-me. Vi sangue na sua mão e olhei para o outro homem, vendo mais sangue. Então vi que tinha ficado com sangue do outro no lábio, passei lá a mão, tentando limpar. A minha gengiva começou a doer e gritei.
–Tu és uma cabra maluca! - exclamou o homem, não ferido, vindo até mim.
Eu dei-lhe um murro com tanta força que ele desmaiou.
–Oh meu deus, o que lhe fizeste?! - perguntou o ferido, levantando-se.
Eu olhei para a sua ferida e empurrei-o contra a parede, com velocidade que achei que não tinha e coloquei a minha mão ao redor do seu pescoço.
–Já ouviste um cachorro chorar, Steve? Sabes como é, uivar tão alto que quase chega a ser insuportável? – perguntei, largando algumas lagrimas e ele fez que sim. – Acho que uivam assim porque estão com tanta fome que chega a doer, e é isso que sinto em mim. Tenho uma fome enorme. Lamento.
Assim que acabei de falar, senti a dor na gengiva e deixei-me levar pelo meu instinto, pelo cheiro do sangue e mordi, com força, o pescoço do homem. Eu quero parar, quero mesmo.
–Estou com tanta fome! - grito e volto a morder-lhe o pescoço.
Sinto alguém me agarrar e lançar ao chão, fico confusa, mas levanto-me, numa velocidade incrível, enão olho para lado nenhum, apenas tento seguir o cheiro do sangue novamente. Mas sou agarrada por alguém, na minha frente. Levantei a cabeça, vendo Damon e atrás dele Caroline.
–Cassie? - perguntou Caroline, com a mão na boca.
Damon tinha os olhos arregalados e uma estaca na mão. Olhei para a minha direita, vendo um homem no chão apenas ferido na mão e outro ferido no pescoço e na barriga, sendo curado por ... Stefan. Senti lagrimas escorrerem pela minha face e voltei a olhar para o vampiro à minha frente, que rapidamente me abraçou. Foquei o meu olhar em Caroline.

Pov. Elena

Eu vi Damon abraça-la e erguer a estaca nas suas costas, preparei-me para impedir enquanto limpava as lagrimas na minha cara, mas recuei quando o vi largar a estaca. Suspirei aliviada, porque por mais que ele seja daquela maneira que ele é, ele preocupa-se com a Cassie. Eu arrisco-me a dizer que ele a ama. Eu não tenho a certeza como me sinto quanto a isso.

~horas mais tarde~

Pov. Cassie

–Oh meu deus! - exclamei.
–Shiiu... - disse Caroline, tentando virar-me para ela.
Eu debato-me, não me virando e então olho-me ao espelho vendo as veias ao redor dos meus olhos e as presas. Grito desesperada. Caroline consegue virar-me para ela e coloca as suas mãos de casa lado da minha cara, olhando-me nos olhos. Eu tapo a minha cara com as mãos, mas ela descobre-a.
–Está tudo bem, eu vou ajudar-te, Cassie. - diz Caroline.
–Porque continuo com isto ? - pergunto, largando algumas lagrimas.
–Respira fundo. - responde ela e assim faço - Stefan ensinou-me e eu vou ensinar-te. Assim que ele recuperar a memoria, vai ajudar-te. Vai ficar tudo bem.
Dito isso, a minha melhor amiga abraça-me com força.

~dia seguinte~

Acordei, vesti-me e desci para o andar debaixo. Não vi ninguém na sala principal e estranhei. Caminhei até à janela, grande, e abri a cortina para deixar entrar sol, mas assim que ele incidiu sobre mim senti todo o meu corpo queimar, fazendo-me gritar e esconder-me, encostada à parede , na sombra, encolhida no chão. Stefan desceu as escadas e olhou-me, então caminhou até mim, estendendo a mão.
–Não... - disse eu olhando para o sol.
–Tudo bem, aqui é sombra. - avisou ele e eu agarrei a sua mão.
Eu levantei-me com a sua ajuda e sorri fraco.
–Obrigada. - agradeci e ele assentiu.
Stefan foi até à janela e fechou as cortinas. Eu sentei-me no sofá, vendo Elena descer, preocupada.
–O que aconteceu? - perguntou ela.
–Nada. - respondi, olhando suplicante para Stefan.
–Pareceu-me ouvir gritos... - disse Lena.
–Não foi nada. - repeti.

Ele piscou-me o olho e entrou na biblioteca da mansão. Elena veio até mim e sentou-se ao meu lado. O silêncio durou alguns minutos.
–Lamento imenso, Cassie. - confessou ela e eu olhei-a - O que posso fazer para tornar isto melhor?
–É apenas isto. Não há nada que possas fazer. Eu culpo-os, Elena. - respondi, baixando a cabeça - Eu só estou tendo dificuldade com isto.

~à noite~

–Onde me levas, Damon? - perguntei confusa, enquanto ele conduzia.
–Vou ajudar-te, Cassie. - disse apenas, olhando a estrada.
Quando Damon finalmente parou o carro, saímos e vi que estamos perto de um bar. Olhei-o confusa e ele aproximou-se, guiando-me para dentro com uma mão na minha cintura. Assim que ele me tocou foi como se uma corrente elétrica tivesse passado por todo o meu corpo, então afastei-me. Ele olhou-me, mas continuou a andar e eu segui-o. Entramos no bar, vi montes de pessoas a dançar no meio das luzes. Recuei rapidamente.
–Ei, eu vou ajudar-te. - sussurrou Damon.
–Não. Eu não me vou controlar, Damon. - entrei em pânico - Não quero magoar ninguém.
–Vou ajudar-te a controlar. - disse ele, olhando nos meus olhos.
Caminhamos pelo bar e sentamo-nos no balcão. Uma rapariga veio até nós.
–Oi. Que vão desejar? - perguntou ela.
Damon debruçou-se sobre o balcão e olhou-a nos olhos.
–Encontre-nos lá atrás. - disse ele, compelindo-a.
–Damon! - exclamei, tentando para-lo.
A rapariga sorriu e dirigiu-se às traseira. Damon fez sinal para eu o seguir e assim fiz, discretamente. Saímos para as traseiras do bar e Damon aproximou-se da rapariga.
–Não vais gritar. Não te movas. - compeliu-a novamente e olhou-me - Vampiros alimentam-se de pessoas.
–Isto não é divertido. - avisei, tentando não ouvir o coração da rapariga bombear todo o seu sangue.
–Nós somos espécies predatórias. Nós apreciamos a caça, a alimentação, e a matança. - explicou ele, assustando-me um pouco - E quando a culpa fico muito má, nós desligamos a nossa humanidade e divertimo-nos com isso.
–Sim, mas eu não quero magoar ninguém. - avisei.
Damon mostrou as suas presas e mordeu o pescoço da empregada. Eu comecei a sentir o cheiro forte do seu sangue e tenho a noção que as minhas presas se mostraram, assim como as veias ao redor dos meus olhos.

–Para! - exclamei - Não vou controlar!
–É aí que te ajudo. A não matar. - disse Damon.
Eu não aguentei mais e parti para cima da rapariga, mas Damon colocou-se na minha frente, agarrando-me. Eu debati-me, com fome.
–Damon! - exclamei e ele olhou-me nos olhos.
–Respira fundo e foca-te noutra coisa. - pediu ele.
–Não consigo! - exclamei - Ela está mesmo ali.
–Claro que consegues, loirinha. - avisou Damon.
Eu respirei fundo, pensando na Caroline, na Elena e no Jeremy. No meu amor por eles. As presas recuaram e as veias desapareceram. Eu sorri.
–Funcionou. - disse eu e ele sorriu torto.
Damon afastou-se, olhando para a empregada. Fez sinal para que me aproxima-se dela, e caminhei lentamente.
–Alimenta-te. - disse ele e eu olhei-o - Vou parar-te.
Eu assenti e toquei no pescoço dela, ficando com sangue nos meus dedos. Levei-os à boca, fechando os olhos. Então abri-os e mordi-lhe o pescoço, sugando-lhe sangue.

–Já chega. - avisou Damon.
Pensei ignora-lo, mas algo me fazia querer parar também. Eu estava a magoa-la e não gosto de magoar as pessoas. Afastei-me do seu pescoço e olhei Damon.
–Vês? Controlaste. - disse ele e eu sorri.
–Pois foi. - concordei.

Pov. Damon

Eu tinha lutado com unhas e dentes para mantê-la afastada do lado negro da minha vida e, no momento em que a oportunidade se apresentou, eu a arrastei sem pensar duas vezes ao centro de tudo que eu odiava em mim. Eu aproximei-me da empregada e mordi o seu pescoço. Cassie aproximou-se.
–Para Damon! Já chega! Ela vai morrer. - exclamou preocupada.
Eu parei.
–Tu devias ter medo de mim, Cassie. - avisei, desabafando - Medo do que sou capaz de fazer.
–Mostra-me do que és capaz, e talvez, bem talvez, eu tenha medo de ti. - disse ela.
Cassie está a confiar em mim, erro. Não devia porque sou impulsivo e egoísta. Obedeci ao que ela disse e mordi o pescoço da mulher, sem pensar em parar até ela morrer. Porque isso é o que eu sou capaz de fazer. Matar. Cassie, tirou-me de perto da empregada, fazendo-a cair no chão, com a sua força vampírica e olhei-a.
–Afinal, é isto que tu és, não é mesmo? - perguntou a loira - Um assassino.
–Quando vieste para Mystic Falls, não te falaram nada sobre mim? - perguntei.

– Apenas que era pra eu ficar longe de ti. - respondeu, olhando-me.
–E por que não obedeceste? - perguntei e acrescentei - Devias ter ficado o mais longe de mim possível.
Cassie baixou a cabeça e eu lambi os meus lábios, retirando o excesso de sangue.
–Porque é isso que eu faço, loirinha. Mato pessoas! - exclamei - Sou uma pessoa horrível.
–Só porque as pessoas fazem coisas horríveis , isso não faz delas pessoas horríveis. - sussurrou Cassie.

–Eu sou uma pessoa horrível, Cassie. Eu fiz coisas tão horríveis. - corrigi alto.
–É por isso que estamos aqui?! É isso que tu queres? - exclamou a loira, com os olhos brilhantes, olhando a empregada - Para me fazeres como tu?
Eu olhei-a incrédulo. Não. Eu não quero... ou queria. Só quero vê-la feliz, porque eu faria qualquer coisa para vê-la humana de novo. Cassie aproximou-se da mulher.
–Ainda está viva. - avisou e ajoelhei-me ao seu lado.
–Dá-lhe o teu sangue. - disse eu e ela olhou-me.
Levou o seu pulso à boca e mordeu, pressionando contra a boca da mulher que despertou. Cassie sorriu.
–Estás bem. - disse ela, para a mulher.
Nós levantamo-nos e a empregada sentou-se num banco de madeira.
–Ela já está curada. - disse Cassie, aproximando-se de mim - Desculpa por aquilo.
–É... - sussurrei.
A porta das traseiras abriu-se, apanhando-nos de surpresa. Olhamos vendo um homem, que arregalou os olhos indo fugir. Eu, na velocidade vampírica, empurrei-o contra a parede e olhei-o nos olhos.
–Não te movas. Não te mexas. - compeli.
–Ele vai contar. - avisou Cassie e eu ri.
–Não, não vai. Somos vampiros. - lembrei e ela assentiu.
Cassie olhou estranho o homem e eu prestei atenção. Ela aproximou-se.
–Ele está ferido, Damon! - exclamou ela, recuando bastante - Eu ainda tenho fome.

–Então alimenta-te. - disse eu.
–Não, não. Não mais . - negou a loirinha.
–Não tem mal. Depois cura-lo. - avisei.
Caminhei até ele e mordi-lhe o pescoço, afastando-me. Cassie mostrou as presas e as suas veias apareceram. Ela aproximou-se, mordendo-lhe o pescoço. Eu aproximei-me do outro lado do seu pescoço e mordi também. Ambos paramos e nos olhamos, ela tinha a boca suja de sangue e vi as veias desaparecerem. Ela controlou. Cassie lambeu os lábios, tal como eu.
–E agora? - perguntou.
–Fazemo-los esquecerem. - respondi.
Aproximei-me do rapaz e olhei-o nos olhos.
–Esquece e volta para a festa. - compeliu-o e Cassie olhou-me - Tenta.
Ela aproximou-se da mulher, já curada e olhou-a nos olhos.
–Vais esquecer o que aconteceu aqui, vais voltar para dentro e vais divertir-te. - compeliu ela e olhou-me - Resultou?
Eu assenti, vendo a mulher e o homem voltarem para dentro confusos. Ambos nos olhamos, sozinhos. Aproximei-me da Cassie.
–Como estás? - pergunto.
–Bem, acho. - respondeu.
–Que tal irmos para a festa? - perguntei e ela olhou-me sorrindo.
Cassie assentiu e entramos no bar, pela porta das traseiras, por onde saímos.

~minutos depois~

Pov. Cassie

Enquanto dançava, perdi-me de Damon. Bebi alguns shots, dançando com vários rapazes e mordi um, conseguindo compeli-lo a esquecer e não gritar . Eu estou a controlar isto, não tem de ser mau se controlarmos. Avistei Damon a morder o pescoço de alguém e aproximei-me, dançando e sorrindo. Ele olhou-me e sorriu torto, com a boca suja de sangue como a minha. A pessoa afastou-se e eu continuei a dançar, assim como Damon.
–Estás a divertir-te? perguntou alto e eu assenti.
Damon colocou as suas mãos na minha cintura, me puxando para dançar, assim como eu coloquei as minhas mão ao redor do seu pescoço. Levei uma das mãos à sua cara, limpando o seu lábio com o dedo e colocando-o de seguida na boca. Sorriu, depois. Ri alto e continuei a dançar agarrada a ele. Damon aproximou-se, fazendo os nossos narizes se tocarem e eu sorri divertida. Então, o vampiro pressionou os seus lábios contra os meus. Eu estava sentir com tanta intensidade, como se uma corrente elétrica estivesse a passar pelo meu corpo, talvez seja uma coisa de vampiros. O beijo foi ficando mais quente, mais forte, mais demorado, ele me puxava para perto com tanta intensidade que eu sentia que ele me queria tanto quanto eu o queria também, e as coisas foram fazendo sentindo pra mim, nunca houve em momento algum durante toda minha vida, alguém que eu quisesse tanto como o quero neste momento. Afastamo-nos e ri.
–Bem, vamos embora antes que o sol nasça e tu sabes...- disse ele alto, me guiando para fora do bar.
Caminhamos até ao carro e ele acelerou, conduzindo de volta para Mystic Falls. Nós entramos num silencio constrangedor. Eu fiquei a olhar pela janela.
–Eu lembro-me de tudo. Tudo o que me obrigaste a esquecer. - sussurrei e senti o seu olhar em mim - Damon, porque me fizeste esquecer?
–Iria fazer alguma diferença? - perguntou e eu olhei-o - Achei que não.
Eu baixei a cabeça e Damon parou o carro. Olhei pela janela, vendo a mansão. Suspirei e preparei-me para sair.
–Quanto a hoje à noite... - insinuou Damon.
Eu olhei-o e sorri.
–Esquece, tal como eu esqueci as outras noites porque me obrigaste. - respondi irónica e sai do carro.

Caminhei até à mansão, sendo seguida por Damon e entrei, vendo todos reunidos que me olharam e arregalaram os olhos assim como quando viram Damon. Caroline levantou-se.
–O que vos aconteceu? - perguntou preocupada.
–Nada que não possamos esquecer. - respondi, irónica, olhando para Damon.
Ele rolou os olhos.
–Vais ser irónica comigo sobre isso para sempre?! - perguntou ele, também irónico.
–Para sempre para um vampiro é muito tempo, Damon. - respondi, e subi as escadas.
Fui tomar um duche e depois sentei-me na minha cama. Bateram à porta.

–Entre! - exclamei e a porta abriu-se deixando entrar Caroline - Oi.
–Oi. - saudou de volta e caminhou para perto.
Deitei-me, virada de costas para Caroline e senti lagrimas caírem dos meus olhos. As pessoas magoam sem perceber, falam sem pensar. Eu sinto. O que estava sentindo não era bem tristeza, era dor.

–Cassie? - chamou a voz de Caroline. Ela chegou perto de mim e cobriu-me com os seus braços quentes e acolhedores. - Vai ficar tudo bem.

–Sua alma está me assombrando e me dizendo que tudo vai ficar bem, mas eu queria estar noutro sitio Car. - sussurrei eu.
Ela apertou-me contra o seu peito e larguei mais lagrimas.
–Shiiu... O que aconteceu? - sussurrou, beijando a minha testa.
Eu olhei-a, certamente com os olhos vermelhos.
–Sou uma vampira. - respondi.
Caroline assentiu e entrelaçou a sua mão na minha. Olhei para o espelho à minha direita, vendo a minha face cheia de lagrimas. No mesmo instante o espelho partiu-se, assim como ouvimos o som de algo partir lá em baixo. Levantamo-nos, descendo rapidamente. Olhei para todos, assim como todos para mim. O espelho da sala estava em cacos, no chão. Abri a boca, olhando as minhas mãos.
–Acabaste de fazer magia, Cassie? - perguntou Jeremy, com a boca aberta.
–Sim. - respondi e olhei-os - Isso é possível?
–Não. - respondeu Elena, confusa.
Damon pegou no telemóvel.
–Alô. - saudou o vampiro - Será que podes vir à mansão, Rebekah?

Claro. Aconteceu alguma coisa?– perguntou e eu consegui ouvir graças à minha apurada audição.
–Apenas vem. - respondeu ele e desligou.

~minutos depois~

A porta foi aberta por Rebekah que entrou e olhou-me sorrindo.
–Não sabia que tinhas voltado. - disse, abraçando-me.
–Voltei à alguns dias. - respondi e afastamo-nos.
–Que aconteceu de tão importante? - perguntou, com o seu sotaque olhando para Damon.
–A Cassie... ela é uma vampira, agora. - contou Damon.
Rebekah abriu a boca e olhou-me, com pena. Vi os seus olhos brilharem, talvez com excesso de água que querem libertar.
–Não! - gritou - Não, não. A minha filha não!
E baixei a cabeça e aproximei-me da minha mãe, abraçando-a.
–Eu estou bem, Bekah. - sussurrei, ao seu ouvido - Estou bem.
Ela afastou-se e olhou-me nos olhos.
–Temos de falar, então. - avisou.
Todos nos olhamos. Sentamo-nos no sofá, contamos da magia e ficamos muito atentos ao que ela quer dizer.
–A Gisela quando se transformou teve medo de perder o poder de fazer magia. Era tudo o que ela tinha, tudo o que a fazia poderosa. - explicou - Mas não perdeu.
–Como? - perguntei curiosa.
–Magia negra é algo não puro, tal como os vampiros. Não há nada que os impeça de existir no mesmo corpo. - respondeu e assenti.
–Então... ela é uma vampira bruxa? - perguntou Stefan, falando pela primeira vez.
–Exato. Extremamente poderosa. - respondeu ela e olharam-me.
Enterrei a cabeça entre as minhas mãos.


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Notas finais do capítulo

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