Sete anos. Sim sete anos parada no tempo, todo esse tempo desperdiçado.

Erza sabia que não havia mudado, muito menos envelhecido, mas alguma coisa dentro dela estava diferente. Foi ótimo voltar a Magnólia, ver os membros remanescentes que aguentaram todo esse tempo, sozinhos, quase sem esperança.

No dia da volta, toda a Fairy Tail estava em festa, o que sobrará da imponente guilda mais se assemelhava a uma casa de campo, mesmo assim aquela festa estava incrível.

Ela olhava dois jovens rolando pelo chão aos tapas, enquanto gritavam insultos, algo sobre fogo ou gelo, ela não prestava atenção. Ela não estava ali.

Seus pensamentos estavam focados nele. Como ele esteva depois de desse tempo todo? Será que ainda jazia preso? Mas não, ela não devia pensar nele. Por culpa dele Simon estava morto, e ela não devia mais ter esses sentimentos. Era tudo bem difícil afinal.

A ruiva estava tão cansada e parecia absurda em meio a tanta animação. Ao ver que alguns casaizinhos se esgueiravam para fora, achou melhor sair e tomar um ar.

Quando estava quase saindo uma simpática sorridente olhou para ela.

– Erza, acho que eu vi algo lá fora – Mirajane disse sorrindo.

– Você está muito alegrinha pra alguém que viu algo – Erza bufou e apertou o passo.

Mirajane ainda sorria, talvez a ruiva fosse ter uma boa surpresa, algum dia.

Assim que saiu a bela garota de cabelos escarlate sentiu o ar fresco que preenchia seus pulmões, a noite estava linda, serena, o céu um mar de estrelas cintilantes. Como um lindo desfecho para sua confusão mental. Então ela começou a lembrar, do tempo que estivera junto dele quando se sentavam de noite para observar o céu, juntos.

Seu curto pensamento foi interrompido por um farfalhar de folhas em uma árvore próxima, algo se levantara assustado e se esgueirava para dentro da mata.

Rapidamente a mulher invocou uma espada e pôs-se a perseguir o estranho, ele corria bem rápido e ela estava muito cansada.

“Quem está ai?”

As palavras dela ecoavam pela escuridão.

Ela não estava afim de perseguir ninguém, muito menos lutar. Então aos poucos foi deixando de correr, seu corpo aparentava mais pesado. A espada que sempre lhe deixava confiante, tinha um brilho amargo e frio.

Ela parou em meio a uma clareira. Olhou mais uma vez para o céu, virou-se e caminhou novamente até a guilda. Seus olhos cheios de lágrimas.

***

Jellal correu, correu e correu.

Ele explodia de felicidade. Seu coração pulava frenético, suas mãos tremiam, seu corpo arquejava. Ele sentia que aquele velho buraco em seu peito foi preenchido até que transbordasse.

Ultear e Meredy já imaginavam o que ele aprontara quando o mesmo chegou ao esconderijo chorando.

– Devemos ir cumprimentar todos! – Meredy exclamava

– Não podemos ser descuidados desse jeito, que nem certa pessoa aqui – Ultear tinha um olhar sério, mas ela estava feliz por ele.

Jellal pediu licença para as duas e foi para seus aposentos. Ele precisava de um tempo sozinho, de um tempo para se acalmar. Desde quando o Jellal Fernandez se tornara alguém que chora desse jeito? Mas tudo bem, afinal era por ela, sua linda musa com cabelo da cor do pôr-do-sol.

Ele ainda lembrava-se da ultima vez que pode sentir a macia pele dela. Ver aquele olhar. Aqueles cabelos escarlates, sim ele se lembrava de quando decidiu chama-la de Scarlet. Porque ele se corrompera? Se não fosse por isso talvez eles ainda estivessem juntos? As respostas lhe escapavam. Não vinham á mente.

Mas sua felicidade superou isso.

“Preciso encontra-la” ele repetiu em sua mente até que pudesse dormir.

***

Erza foi direto para seu quarto, bem ela não sabia como chamar aquele cubículo que lhe entregaram quando ela voltou. Só precisava de uma cama.

– Você foi lá fora ver? – Ela estava tão aturdida que nem percebera que Mirajane estava seguindo ela a um bom tempo.

– Não, eu não vi nada – Erza mentiu, pois não sabia bem o que tinha acontecido. Aquele estranho não tinha intensões ruins pelo visto.

Mirajane estudava a amiga, ela parecia cansada e confusa. Aproximou-se, colocou a mão gentilmente no ombro da outra. Erza reagiu com calma ao terno toque.

– Eu só vi alguém, com cabelos azuis – Mirajane saiu depois de dizer isso.