Pokémon: Uma Lenda De Dois Reinos escrita por Linkusu


Capítulo 8
Ato 7: Máscaras.




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Mais um longo dia passou-se sem que Luiz e Matt saíssem de seus cativeiros. Privados da companhia de suas criaturas místicas e do resto da tropa, tudo que tinham a fazer era olhar para o telhado de madeira donde estavam aprisionados. Dessa vez foram deixados em cativeiro fechado, sobre vigilância de alguns poucos guardas de Cherrygrove. Com a tropa do general negro fragmentada, deixa-los nas mãos dos homens da cidade era a opção mais sensata.

Mas Luiz e Matt desconfiavam de algo fora do normal. Já fazia quase dez dias desde a última vez que alguém os visitara pessoalmente. O fato deles ainda não terem partido em direção a Violet era bastante suspeito. Ainda que tivessem parado por algum tempo para pedir reforços, uma semana seria o suficiente para enviarem a mensagem e serem atendidos. Além do mais, vários dias atrás, a cidade parecia desconcertantemente agitada, com lamúrias e reinvindicações revoltosas por todo lugar, além de um incomum ar de desespero. Acima de tudo, talvez seus instintos fossem a maior causa para suspeitarem de algo. Não tinham noção do que estava acontecendo lá fora, mas tinham certeza de que o que quer que fosse não era bom. E mal sabiam eles que suas desconfianças estavam totalmente corretas.

Naqueles dez dias em Cherrygrove o general negro havia vivenciado o inferno na terra. Não bastassem os chocantes eventos de boas-vindas que o aconchegaram em seu primeiro dia de estadia, cada novo dia desde então guardara uma surpresa nova para ele. No segundo dia, dois de seus soldados foram envenenados através de suas refeições e morreram após três agonizantes horas. No terceiro dia, como se seus inimigos zombassem de sua segurança, acordou no meio do matagal desarmado, sem sua criatura mística e desorientado pelo que ele supôs ser uma baixa quantidade de pó venenoso; apenas conseguiu voltar à cidade depois de fugir por pouco com vida do ataque de criaturas selvagens e com a ajuda de Olli que havia saído para procurá-lo. Desde então, o general mais do que dobrou a segurança ao seu redor.

Mas isso não impediu que, no quarto dia de sua estadia, um de seus próprios soldados o atacasse repentinamente. Após ver o general sofrer um grave ferimento na barriga, Brandon assegurou-se de matar o traidor junto com sua criatura mística em questão de segundos. Após esse evento, depois de um intensivo tratamento para curar seu ferimento, o general decidiu afastar todos os seus samurais de si e mantê-los sobre forte vigilância. Já não podia confiar em nenhum deles exceto Brandon e Dayane, os quais ele manteve por perto.

Mas ignorando completamente seus esforços, os Máscaras da Morte continuaram a atormentá-lo das mais diferentes maneiras possíveis. No quinto dia, assim que acordou, teve o macabro prazer de assistir seis crianças de Cherrygrove sendo queimadas em praça pública, com uma bandeira carregando o símbolo de sua frota erguida bem ao lado do acontecimento. Um motim formou-se na cidade para executarem o general negro e todos os seus homens e oferecerem suas vidas como sacrifício para que os Máscaras da Morte os deixassem em paz. A situação acabou saindo de controle e uma batalha entre o governo da cidade e seus cidadãos eclodiu, causando grande derramamento de sangue num conflito que durou três dias. Notando que a situação não iria se acalmar a menos que o general e sua tropa fossem expulsos da cidade, o prefeito Solano chegou a um acordo de que os samurais teriam apenas mais quatro dias para desertarem Cherrygrove e que, se não cumprissem com o acordo, seriam expulsos a força. O trato foi o suficiente para acalmar um pouco o conflito, mas o clima de crise continuou a pairar na cidade e os cidadãos continuaram a antagonizar as forças do general negro, tratando-os da pior forma possível evitando agredi-los fisicamente, ainda que um ou outro chegasse a jogar pedras ou pedaços de lixo em suas direções.

No nono dia, os reforços que ele solicitou haviam finalmente chegado... Apenas não da forma como ele imaginava. A maioria havia desertado no caminho, muitos morreram, e os que chegaram à cidade estavam com cheiro de carniça, sem faces, e jogados na frente da porta da tenda do general como uma encomenda qualquer. Isso apenas serviu para desesperar ainda mais aos seus soldados e ele próprio. O décimo dia de estadia chegou, eles só tinham mais dois dias para permanecerem em Cherrygrove e seria impossível pedir por novos reforços e serem atendidos num período tão curto de tempo. Em suma, estavam encarando um abismo infinito enquanto uma parede de espinhos se aproximava cada vez mais deles. Se permanecessem onde estavam, morreriam espetados, mas se pulassem no abismo, morreriam com a queda. Sobrevivência parecia ser uma alternativa impossível, uma mera ilusão de inocentes sonhadores que acreditavam num futuro inexistente.

–Precisamos de mais tempo, Solano. –O general negro implorou. Para um homem outrora inabalável, sua situação atual era deplorável. Estressado, ainda recuperando-se de seu ferimento na barriga, mentalmente abalado e doente. Cherrygrove estava sendo seu purgatório.

–Você sabe que isso é impossível...

–E você sabe que é impossível sobrevivermos até Violet nas condições em que estamos! Olhe para mim, Solano, olhe para nós! Tirar-nos daqui é o mesmo que nos sentenciar à morte! Se você explicar aos cidadãos, tentar convencê-los de que isso é pelo bem de Johto, tenho certeza que...

–Não fale bobagens, homem. –O prefeito da cidade o interrompeu friamente. –Se eu os explicar que é para o bem de Johto, eles vão entender? Vão deixar os responsáveis por centenas de mortes permanecerem na cidade? Escute a si mesmo, general! Palavras de um homem desesperado que se apega à vida. Eu gostaria muito de ajuda-lo, mas se eu o fizer, será a minha cabeça que os cidadãos vão ter, junto com as suas. Eles não querem saber do objetivo da sua missão, só querem vê-los fora daqui o mais rápido possível para que os Máscaras da Morte os deixem em paz. Nada mais, nada menos.

–Então é isso, não é? –O general falou com uma profunda irritação em sua voz. –É só a sua cabeça que importa, não é? Apoio político e garantir que seu traseiro fique a salvo, é só isso que sempre importou para você. E pro inferno se Johto vai sofrer por causa de suas ações em longo prazo, porque tudo que importa é que, agora, a porra do seu traseiro fedido vai estar a salvo para que você possa explorar essas criaturas burras um pouco mais enquanto faz gracejos no imperador para conseguir favores a si mesmo!

–Controle sua boca, sanguessuga ingrato! Eu o acolho em minha cidade, compartilho de minha comida e moradia, e é assim que sou retribuído? Fui gentil o suficiente para deixar que ficassem mais um pouco mesmo depois da confusão que causaram, pois agora vejo que deveria tê-los posto pra fora imediatamente! Quem você acha que é para me julgar, cão do exército?

–EU SOU O GENERAL NEGRO! –Sua voz retumbou pela sala de tal forma que até alguns soldados presentes tremeram de susto. –O que você faz não é favor nenhum para mim, apenas sua obrigação! Porque você acha que foi nomeado para governar essa cidade? Para ficar sentado nessa sua cadeira como um velho preguiçoso, bebendo vinhos finos e apenas fazendo alguma coisa que preste quando estritamente necessário? E ainda tem a ousadia de chamar a mim e meus homens de sanguessugas quando você é o maior parasita de todos nós?! Acha que está aqui por competência, Solano? Você está aqui porque nasceu na família certa, e pouco fez para justificar tal cargo! Quando finalmente chega uma situação para que você possa provar sua competência, o que fazes? Foge como um Rattata... Koratta assustado, com o rabo entre as pernas! –Algumas pessoas presentes na sala levantaram as sobrancelhas ao final da frase do general, mas o prefeito parecia já estar no limite de sua paciência para notar a gafe cometida.

–Chega! Já ouvi o suficiente, tirem esse homem da minha propriedade antes que eu tome alguma atitude mais severa!

–Isso, fuja, ignore seus problemas. É só isso que você sabe fazer.

–Não teste minha paciência, infeliz! – Solano estourou, retirando uma adaga de uma das gavetas de sua mesa. –Ou eu irei dar um motivo para o povo ficar feliz agora mesmo.

–Faça isso. –Ele pôs dois dedos na boca e deu um assovio alto.

No mesmo instante, como se estivesse à espreita desde o principio, um ser entrou pela janela e colocou suas pinças imediatamente no pescoço do prefeito. Como um cometa vermelho, seu movimento foi tão rápido que aqueles que viram a criatura mística adentrando o local puderam observar apenas um rápido borrão carmesim. Tratava-se de um Scizor, ou “Hassam”, como era conhecido no Oeste. O estardalhaço causado por sua entrada fez com que Brandon e Dayane, que estavam esperando pelo general do lado de fora, arrombassem a porta com suas criaturas místicas acompanhando-os, prontos para lutar. Os guardas da cidade dentro da sala do prefeito desembainharam suas espadas e deixaram suas criaturas em estado de alerta. Qualquer mínimo movimento precipitado poderia resultar em uma tragédia.

–Eu posso estar ferido, doente e abalado, Solano –O general se pronunciou–, mas ainda posso matá-lo quando bem entender. Não se iluda pensando que estamos a pé de igualdade.

–Pretende matar a todos nós? –O prefeito perguntou desconfortavelmente, suando frio devido as pinças de Scizor prontas para arrancar-lhe a cabeça a qualquer momento.

–Se irei morrer de qualquer forma, então posso pelo menos arrastar um traste ou dois junto comigo.

–Você ficou insano. Os máscaras da morte corromperam sua mente!

–Eu estou perfeitamente bem. Insano é o homem que vende a sua própria pátria em troca de sua segurança.

–Basta. Por favor, apenas... –Solano abaixou sua adaga e a pôs em cima da mesa, levantando suas mãos em sinal de trégua. –Vá embora. Não quero saber de derramamento de sangue desnecessário.

Descontente e exausto após aquele embate, o general fez com que seu Scizor recuasse e voltou até a sua tenda, onde permaneceu o resto do dia escrevendo uma nova carta explicando detalhadamente sua situação. Ao fim da tarde, ele enviou um Spearow em direção a Violet. Suas expectativas de sair vivo de Cherrygrove diminuíam cada vez mais, mas isso não significava que ele morreria sem ao menos lutar contra seu destino. Entretanto, à chegada da noite, um acontecimento fez com que suas chances ficassem mais sombrias do que nunca.

–O que pensam que estão fazendo?! –O general inquiriu aos soldados que preparavam-se para partir.

–Fomos instruídos a abandonar nossos postos na tenda do general e nos deslocar até a prefeitura. Ordens do prefeito, senhor. –Eles fizeram uma saudação militar especifica de Johto e se retiraram.

–Vocês são soldados ou marionetes?! Deveriam estar fazendo o que é certo pelo país, não satisfazendo os caprichos de um corrupto! –O general gritou, em vão, suas palavras se perdendo ao vento, alcançando os ouvidos de ninguém.

Era para isso que ele estava lutando? Para proteger um bando de covardes que abaixam a cabeça perante o mal por causa de medo? Em prol de cidadãos ignorantes que crucificam uma pessoa ou grupo como catalisador de suas misérias enquanto ignoram o verdadeiro núcleo do problema? Por soldados que só querem saber de lutar por aqueles que põem comida sobre suas mesas? Por homens de poder que não se importam com nada além de si próprios? Estava tudo errado. Não era por aquilo que ele queria lutar. Aquelas não eram as pessoas que ele jurou proteger. “Essa sociedade está podre”, a voz do homem da cicatriz ressoou em seus ouvidos, como se ele estivesse bem ali ao seu lado. Talvez, no final das contas, ele não estivesse tão equivocado assim...

Não, precisava espantar esses pensamentos de sua cabeça. Era isso que o inimigo desejava, instaurar dúvida e receio em sua resolução. Se ele fraquejasse agora, seria o mesmo que admitir sua derrota. Ainda existiam pessoas dignas de serem protegidas, e era por elas que ele continuaria a lutar. Mas para isso, agora que a guarda da cidade não cooperaria mais com ele, o general decidiu chamar seus homens de volta. Ficaria ao lado deles, observando seus movimentos de perto para assegurar-se que nenhum dos infiltrados sairia de linha. Estava rodeado de inimigos, mas não tinha planos de cair contra nenhum deles.

A madrugada chegou junto com o canto dos Hoot-Hoots. Luiz Phillip os ouvia com grande interesse, recordando-se dos tempos em que sua Minerva ainda era uma pequena e redondinha Hoot-Hoot, causando-o uma agradável sensação de nostalgia. Não tão agradável, porém, eram os retumbantes roncos de Matt, que mais pareciam o rosnar de uma criatura selvagem.

–Pare com isso, filhote de Rhydon! Até pra dormir parece um brutamonte! –O nobre companheiro de viagens o alertou com um chute nas pernas, acordando o pobre plebeu de Pewter.

–Não me assusta assim, caralho! –Matt grunhiu, bem educado como sempre. –Não se pode mais nem dormir direito nessa merda.

–É culpa sua por ser tão barulhento.

–To é achando que tu tá afim de mim, sempre me enchendo o saco.

–Mas o que?! –Luiz diz estupefato num tom mais agudo.

–Eu sei que sou irresistível, mas por incrível que pareça, também preciso do meu sono de beleza.

–Pelo amor dos titãs, eu só estava tentando ouvir o canto dos Hoot-Hoots, seu narcisista!

–Narciquem? Eu não sou Narcir nenhum, meu nome é Matt e você sabe disso, porra!

–Não é isso, estúpido! Estou falando que você tem uma excessiva autoadmiração!

–Ah, vai ficar usando palavras difíceis, né? Tá foda de conversar contigo.

E a conversa prosseguiu assim sem chegar a lugar nenhum por alguns minutos. Ao final da discussão, Matt havia expandido seu rude vocabulário em uma impressionante quantidade de, no mínimo, cinco palavras novas, algumas que talvez sequer existissem nos dicionários da época. Passado o atrito inicial, os dois divagaram sobre experiências passadas, aventuras antigas, dentre outros assuntos de interesse. Ainda que não admitissem, já se davam melhor um com o outro.

–Me pergunto como vai a minha mãe em Kanto. Espero que os serventes estejam cuidando bem dela... –Luiz disse com saudades da família que havia deixado em sua terra natal. –E você? Alguém importante esperando seu retorno?

–Claro. O nome dele é Boris, um fazendeiro de Pallet que tinha uma plantação onde eu costumava roubar comida. Tenho certeza que ele espera ansiosamente pelo meu retorno com uma foice na mão pronta pra decepar minha cabeça.

Luiz riu da absurdidade do comentário de Matt. Para o nobre das aves, situações como aquelas eram apenas encenadas em peças de comédia para entreter as pessoas nos teatros. De fato, era como se aqueles dois vivessem em mundos completamente diferentes até então.

–Mas seja sincero, nem um único parente? –Luiz perguntou curiosamente.

–Não, pelo menos nenhum que se importe comigo. –Ele respondeu normalmente, acostumado em viver apenas para si próprio. –Não precisa sentir pena, meus pais não eram pessoas muito agradáveis mesmo. Eu tenho o Alface ao meu lado, e isso é tudo que importa. Bom, tiveram outras pessoas, mas isso já faz tempo...

–E quem seriam essas pessoas?

–Uma camponesa de Viridian e um certo nobre causador de problemas. –Matt soltou uma breve risada nostálgica. –Éramos como irmãos, mas faz anos desde a ultima vez que os vi...

Antes que Luiz pudesse perguntar mais sobre o assunto, sua atenção fora tomada por um grande estrondo vindo da cidade. Um barulho alto, parecido com o de uma bola de canhão sendo disparada. Os dois se assustaram e decidiram perguntar aos guardas do lado de fora o que estava acontecendo, mas, para suas surpresas, não parecia haver ninguém os vigiando. Eles ficaram confusos. O que estava acontecendo em Cherrygrove exatamente? Antes que eles pudessem chegar a qualquer tipo de conclusão, alguém chegou até a porta do cativeiro e a destrancou, abrindo-a logo em seguida.

O coração de Luiz acelerou e ele começou a recuar até o lado oposto da porta. A figura à sua frente era a mesma daquele dia em Newbark. Um homem alto, vestido de preto, com uma máscara branca cobrindo todo o seu rosto. Ao seu lado, uma criatura felina bípede com grandes garras e olhos carmesins reluzentes. Nenhum dos dois prisioneiros havia visto uma criatura mística como aquela.

Outras três pessoas com suas faces cobertas por máscaras brancas inexpressivas adentraram o cativeiro logo em seguida.

–Nada melhor do que uma boa recompensa após duas longas semanas de trabalho duro! –Um deles pronunciou, com uma voz tão grave quanto o estrondo de um trovão.

–Se tem tempo para se gabar, então pegue logo os dois. Temos de sair daqui antes que nos percebam, ou o plano terá sido em vão. –Dessa vez, foi uma voz feminina que falou.

–Bah, eu sei, eu sei. Mandona como sempre.

Matt se levantou, tentando desatar a corda ao redor de suas mãos e pés, mas seus esforços eram em vão. Mesmo que tentasse resistir, restringido como estava seria inútil. Com um simples golpe na nuca, o mascarado fez com que o plebeu de Kanto desmaiasse, jogando-o para um de seus parceiros logo em seguida. Luiz tremia no canto da sala, tentando escapar do inevitável. “Eles vão me matar, arrancar meu rosto e usar minha identidade”, sua mente o atormentava.

–O que vocês querem comigo? Fiquem longe! –O nobre do brasão das aves exclamou desesperadamente.

–Fique quieto, não vai doer nada. –E tão rápido quanto uma flecha, ele aplicou o mesmo golpe em Luiz, que perdeu a consciência imediatamente. –Viu? Como uma picada de Beedle! –Ele disse, e carregou o corpo inconsciente em seu ombro para fora do cativeiro.

Os quatro renegados das sombras pareciam desaparecer em meio às trevas da noite, inaudíveis e imperceptíveis por tudo e todos. Desde que haviam recebido a confirmação da chegada dos samurais do general negro em Newbark, eles começaram suas preparações em Cherrygrove para assegurar dois objetivos: a destruição da tropa do general negro e a captura dos prisioneiros de Kanto.

Para isso, primeiro eles tiveram de preparar o terreno. O “banquete” de boas vindas foi preparado com dias de antecedência para intimidar o inimigo. As criaturas místicas do tipo inseto entrando em Frenesi no momento em que o general abrisse a porta foi devido a um Raio da Confusão aplicado após a entrada do homem da cicatriz na casa. O mesmo Pokémon que aplicou o ataque, Xatu, logo em seguida se teleportou com seu mestre para um local fora da cidade, predeterminado antes do evento, criando a ilusão de que o cometedor do delito havia sumido misteriosamente, aumentando o enigma e a “aura sobrenatural” ao redor dos membros da organização.

Os ataques seguintes serviram para desestabilizar o general psicologicamente. Seu transporte enquanto ele ainda dormia fora executado pelos membros infiltrados em sua força. Com isso, ele começaria a se preocupar cada vez mais com seu bem estar e a esquecer da segurança dos prisioneiros. Entretanto, os reforços de Violet chegariam logo, o que poderia causar problemas. Para evitar obstruções ao plano, o motim na cidade foi organizado para desviar a atenção de todos, o suficiente para que os membros infiltrados nas forças do general pudessem desaparecer por alguns dias para ajudar no processo de eliminação dos reforços a caminho. A distração acabou funcionando melhor do que o planejado, não apenas os dando tempo suficiente para cumprirem sua meta, como também aumentando a tensão entre o general e o prefeito da cidade. A partir de então, seria uma questão de tempo até que o general se esquecesse completamente da possibilidade dos Máscaras da Morte estarem atrás de Luiz e Matt. E assim ele o fez, abrindo a brecha pela qual eles tanto ansiavam. A missão havia sido um sucesso.

–E agora, para onde vamos? –Um dos homens carregando os prisioneiros questionou.

–Você ouviu o sinal. A presença dos membros rank A foi solicitada no esconderijo. Já perdemos tempo demais aqui.

–E quanto ao general?

–Ele já está acabado. É só uma questão de tempo. Vamos deixar o resto com “ele”.

–Será que iremos finalmente ver o chefe depois de todo esse tempo? Já faz anos desde a última vez que os membros mais importantes foram formalmente convocados ao esconderijo. Estou empolgado!

–Quem sabe.

E assim eles desapareceram na calada da noite, sem que ninguém os percebesse. O sinal havia distraído a tropa de samurais e os guardas da cidade, que só foram notar o desaparecimento dos prisioneiros de Kanto ao amanhecer. Dizem que, nesse dia, o general se trancou no cativeiro onde eles os mantinham e gritou de aflição a manhã inteira como um louco. Alguns samurais e soldados inspecionaram a cidade e seus arredores, mas ninguém conseguiu achar a trilha dos sequestradores. A missão da tropa havia sido um completo fracasso, e só os restavam mais poucas horas de vida.


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Notas finais do capítulo

Sem previsões para o próximo capítulo, mas talvez no próximo sábado.



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