Passato e Futuro escrita por Litsemeriye


Capítulo 1
Prológo


Notas iniciais do capítulo

Tenho umas explicações, eu sei.
Eu reescrevi a história para voltar. Melhor, mais detalhada.
Espero que me perdoem, e aproveitem a versão 2.0 da fic



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Ela corria, desesperada. As caixas que carregava eram pesadas, mas tinha que as levar até o esconderijo. Eles estão me esperando. Preciso chegar bem, pensou, desviando dos restos de uma construção caída. Seus joelhos estavam ralados, os braços doloridos e machucados, o corpo coberto por hematomas. Chorava, não pela dor, mas pelo mundo caótico onde agora vivia.

Os passos atrás de si não cessavam.

Ah, a guerra... Como a odiava. Pensar que nada estaria daquele jeito se tivesse calado a boca e simplesmente assumido a Família – mas não, tinha de ser covarde. Agora, seus amigos morriam. Ela mesma era perseguida. Tinham que se esconder tais como ratos para não serem exterminados, e o que um dia havia sido sua cidade, hoje se resumia a nada mais que entulhos.

Não havia tempo para se lamentar agora.

Conseguiu contornar a colina onde ficava o templo, se embrenhando na floresta. Manteve o ritmo da corrida mesmo ao passar pelo cemitério, mas sabia que uma parte de si havia ficado lá quando viu a lápide com um porco-espinho gravado, quase no limite do cerco de pedras velhas.

Porém, ao chegar perto da entrada da clareira onde devia estar, viu que não tinha sua pulseira consigo. Sem ela, o sistema de segurança de Giannini nunca deixaria que voltasse para perto dos demais amigos. Em meio ao desespero em pensar no que fazer, a folhagem do caminho de onde viera continuava a fazer barulho. Se seus perseguidores a alcançassem, estavam ferrados – não só a morena, mas todos os que conseguiram chegar até ali vivos. Voltar não era uma opção, e mesmo com o condicionamento físico que tinha, sabia que seria impossível continuar fugindo por muito mais tempo.

Por favor, eu raramente peço algo, murmurou, os olhos semicerrados e o rosto levemente erguido para o sol suave da primavera, mas me tira dessa, por favor...”

Então, seu corpo foi puxado para o meio dos arbustos. Uma mão pesada se apoiou sobre sua boca e, ao virar, viu o rosto de Yamamoto, um dos dedos sobre os lábios, pedindo silêncio. Seus olhos estavam sérios, como raramente estavam, e ele tinha as sobrancelhas franzidas em preocupação ao olhar, provavelmente, seu olho roxo – ou o filete de sangue que sentia descer pela lateral da boca, era difícil dizer.

“Onde ela está?”

A voz veio da clareira, mas nenhum dos dois ousou se mover para espiar. Sequer respiravam direito e, por mais que a posição da garota fosse incômoda pela caixa de madeira apoiada por baixo de sua barriga, não ousaria entregar o esconderijo precário arrumado de último instante. Passos ecoaram, um grupo de quatro ou cinco pessoas se movimentando pela clareira.

"Deveria estar por aqui, não ouço mais nenhum barulho.”

A voz que respondeu era mais grave, e estava mais perto.

Um barulho veio da vegetação do lado oposto, atrás das pedras, como alguém se afastasse correndo dali.

“Para lá, vamos!”

O grupo seguiu os sons, deixando os dois sozinhos.

Olhou para o lado. O Guardião da Chuva não tinha mais a mão sobre sua boca, mas mantinha a postura tensa.

“Como souberam?” perguntou ainda num sussurro, o medo de que os ouvissem ainda correndo pelas veias.

“Gokudera viu que esqueceu a pulseira. Estávamos revezando a vigia para quando chegasse.” Explicou, sucinto. Provavelmente palavras de Gokudera, já que o moreno parecia desconfortável com a formalidade de seu próprio discurso.

“Obrigada, Yamamoto”, sorriu enquanto se levantava, limpando os joelhos empoeirados da calça jeans.

“Por nada, Tsuna”, o moreno respondeu, também se levantando e estralando as costas. A Shigure Kintoki estava apoiada em suas costas, e uma das armas Box estava aberta.

“Você usou uma Box?”

“Ah, isso. Eu estava brincando com Koujiro quando você chegou... Ele foi quem saiu correndo pro outro lado” Yamamoto riu, vendo o cachorro se aproximar novamente, pelo outro lado. “Bom trabalho, garoto!”

Ele guardou Koujiro, e a caixa foi direto para o bolso do moletom que usava. A primavera era geralmente fresca em Namimori, porém ainda haviam resquícios do inverno mesmo que a estação tivesse mudado há quase um mês. Como o moreno gostava do calor do verão, não era difícil vê-lo com casacos quando a temperatura abaixava um pouco mais do que deveria. O vento gelado também afetava Tsunayoshi, isso ela notou agora que havia parado de correr. Assim que o vento balançou a grama e seus cabelos, os pelinhos de seu braço se eriçaram.

O maior, ao ver a cena, sorriu, tirando o próprio casaco e o apoiando nos ombros da amiga. Em seguida, se abaixou, pegando a caixa em mãos.

“Wow! Está pesada dessa vez!”, comentou, andando até os rochedo e encostando a pulseira na falha. A pedra menor se moveu, dando visão ao topo da escadaria que descia em direção ao subsolo.

“Claro, precisávamos de coisas de higiene pessoal.” A garota falou como se fosse óbvio, se pondo de maneira adequada no casaco e seguindo o amigo pela escada. Poucos segundo depois, o rochedo voltou a se mover, bloqueando a entrada. Finalmente, Tsunayoshi respirou sossegada.

“Você pensa em tudo, nee Tsuna?”

Haru que me lembrou, na verdade. Se a morena não tivesse lembrado que os sabonetes estavam acabando, provavelmente não teria sequer passado pela cabeça de Tsunayoshi a ideia.

Os dois conversaram amenidades até finalmente chegarem ao primeiro andar da base secreta. Os passos ecoavam alto no estacionamento vazio, até pararem em frente à segunda porta. Como as mãos do outro estavam ocupadas, ela mesma digitou o código de segurança que lhes permitiu acesso à real base.

Lá havia mais barulho, principalmente da sala de reuniões. Era o que aquecia o coração da Décima; o barulho de pessoas vivas, conversando. Havia visto muito horror para a pouca idade – apenas dezenove anos –, e seu alívio ao voltar para o local que havia tornado sua casa era sempre a melhor coisa, uma das poucas coisas boas que ainda lhe aconteciam.

Yamamoto se desviou para guardar a caixa de mantimentos na cozinha e, mesmo cansada e com fome, Tsuna se dirigiu até a sala de reuniões.

A maioria das cadeiras estavam preenchidas. Lambo e Ipin pareciam muito concentrados em discutir qual a melhor culinária – chinesa ou italiana. Chrome estava mais isolada, provavelmente tentando conexão com Mukuro – fazia quase um ano que não se tinha notícias do outro Guardião da Névoa. Gianinni se ocupava em montar e desmontar uma série de engrenagens, mas sem parecer muito satisfeito com os resultados que obtia. Bianchi, Spanner, Shouichi e Dino não estavam a vista. Gokudera lia um mapa onde traçavam rotas para buscar mantimentos, Haru ao seu lado, extremamente entediada.

Tsunayoshi fingiu tossir, atraindo a atenção de quem estava ali.

“Estou em casa, pessoal.”


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Notas finais do capítulo

Então, eu to reescrevendo os capítulos que já tem e os adaptando para a nova cara da história. Não tem uma previsão exata de quando vai sair o próximo, mas acho que dá pra notar que eles estão crescendo e evoluindo melhor que antes (se alguém lembrar ainda como era antes)
Eu tava pensando também em mudar o título para pt-br (a língua, não vai ser esse o título) por motivos de: você vai crescendo e percebendo que algumas coisas não tem sentido mudar a língua, sendo que muito leitor pode não entender
É isso. Estamos aí, voltando com passinhos de bebê.
Por favor, dêem opinião em como está agora :3



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