Presos Pelo Casamento! escrita por Jade Potter


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo! Fortes emoções! espero que tenham gostado da Fic!



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POV HARRY!

Será que não passa mais nada de bom na Sky? Eu estava sozinho em casa, e meu chefe me obrigou a tirar um dia de folga pra fazer o que eu quisesse fazer. Só que o que eu quero fazer? Não tem nada pra se fazer nessa casa. Sinceramente nem quero ir pra merda de boate nenhuma, eu só me lembro da Bella. Na verdade eu estou tão cansado que não seria uma má ideia dormir um pouco. Deitei no sofá e quando eu vi já estava sonhado, foi um sonho estranho, aparecia apenas flashes, um atrás do outro. Vou tentar descrever:

Primeiro eu estava andando numa boate totalmente cheia e nojenta, eu parecia perdido e triste, o que sinceramente não parecia nada comigo, mas eu de uma hora pra outra, pego uma mulher na pista e começo a agarrar ela como se eu fosse um daqueles tarados de beira de esquina. O caso é que eu não sou assim, e aquela boate me era vagamente familiar, mas o que é intrigante é que eu não sou esse tipo de cara que agarra a mulher de primeira, eu primeiro seduzo a mulher, aí ela implora pra ser agarrada, ou mais ou menos isso. O pior mesmo do sonho é que a Bella estava nele. Quando eu agarrei a tal desconhecida, que mesmo vendo que eu a agarrei de uma hora pra outra nem me afastou, Bella apareceu e começou dizendo alguma coisa sobre eu voltar pra casa de ônibus, ela parecia realmente magoada, essa foi a pior parte do sonho, era como se eu tivesse traindo ela, o que eu acho impossível. Então ela falou alguma coisa sobre beijo e consideração. O caso é que isso é um sonho e eu tenho um pressentimento de que não é. Tipo, que possa ser uma lembrança. Daquela noite em que eu e a Bella nos agarramos no banheiro. Não pode ser. Tá, eu não me lembro do que aconteceu depois, mas o que poderia ter acontecido? Ela me largou e eu resolvi beijar outra mulher? Se isso realmente aconteceu e ela me viu beijando outra mulher, ela deve ter pensando que eu era doente ou sei lá o que.

Não podia ser. Simplesmente não podia. Eu não podia ter feito isso com a Bella. Só havia um jeito de eu saber a verdade do que aconteceu naquela noite. Eu tenho que enfrentar a Lisa. Se aconteceu isso mesmo, ela deve ter contado a Lisa. É isso.

PIIIII, PIIIIII, PIIIIII

---George?

---Quê?---a voz dele estava meio rouca como tivesse acabado de acordar.

---A Lisa está com você? Eu preciso falar urgentemente com ela.

---Quê? Eu tava dormindo, cara, você sabe que horas são? ---falou ele. Eu realmente não fazia a menor ideia.

---Não importa. Ela está aí?

---Pode não importar pra você, mas para o resto das pessoas sim. São Duas horas da manhã. Vá dormir... ---ele parou, e depois acrescentou. ---Cara, você ta bêbado?

---É claro que não. Eu só tive um sonho estranho e preciso que a Lisa me confirme algo importante. ---falei nervoso.

---Um sonho... Você ta drogado? ---falou estressado.

---Qual é o seu problema? Ás pessoas sãs não ligam mais para as outras nesse horário?

---Pessoas normais, não. ---falou depois respirou fundo. ---Nesse momento Lisa não poderá falar com você pois ela está fazendo o que as pessoas normais fazem. Volte a dormir, e amanhã eu a levo aí.

---Mas...

---Mas nada, cara. Vê se dorme, e relaxa. Boa noite.

---George?

PI, PI, PI, PI

Eu não achava que iria conseguir dormir. Liguei a televisão e esperei o horário passar.

Depois de um tempo olhei o relógio e já era 8 horas da manhã, graças a Deus. Tomei um banho e coloquei uma roupa típica de sábado, em que não trabalho e estou livre. Uma calça moletom e uma camisa folgada. O que eu não usaria se Lisa não viesse.

Ouvi um barulho e fui correndo pra sala, George e Lisa chegaram! Deus, o que eu vou dizer? Eu queria tanto falar com ela, mas não pensei necessariamente no que dizer. Eu sou um idiota. Acho que eles perceberam minha cara de confuso e o George falou:

---O que aconteceu? Quem morreu? ---falou. Lisa o repreendeu com o olhar e me olhou confusa, acho que ela percebeu que eu a estava evitando esse tempo todo e ficou assustada pelo fato de eu a chamar aqui.

---Querem café? ---eu sou um idiota. ---Acabei de fazer.

---Eu quero! ---falou George. Lisa me olhou assustada.

---Quer Lisa?

---Hã? ---falou confusa. Lembrei da Bella no momento que ela falou, e parece que todo mundo lembrou, por que de repente ninguém estava mais na sala. ---Desculpe, sim eu quero.

Depois que todo mundo comeu, George me olhou e falou:

---Então você ligou pra mim duas horas da manhã, pra falar com Lisa o que?

---É sério que você vai ficar aqui ouvindo? ---falei irritado. Ele sorriu e deu de ombros. Lisa olhou pra mim suspeitando.

---Qual é o problema? É algo que eu não possa saber? ---falou George.

---Fica, então, encosto. ---falei irritado e olhei pra lisa. ---É algo muito sério.

---Fala. ---disse. Bem, eu não sabia o que dizer. Nem como falar isso. Comecei a me arrepender, talvez tenha sido apenas um sonho, e realmente não traí a Bella. Meu Deus, e se ela me deixou por causa daquilo? E se ela me ama e pensou que eu não poderia amar ela se eu beijei outra mulher depois de beijá-la? Não podia ser. Ela não me ama, eu já aceitei isso. Não podia me encher de esperanças sem motivo, principalmente por que eu já sofri o bastante. Mas eu não podia seguir em frente sem ter certeza do que aconteceu realmente naquela noite. Sem saber se a machuquei de verdade.

Levantei da cadeira e comecei a andar de um lado para o outro. Precisava pensar. Não era possível, ou era. Talvez seja. Meu Deus, se for...

---Harry! Você ta me deixando tonta! ---falou Lisa. ---O que aconteceu?

Eu olhei pra ela nervoso.

---Não consigo. ---falei triste por não ter a capacidade mental de ouvir mais uma vez que ela realmente não me amava.

---Não consegue o que?

---Não consigo dizer. Eu... Eu não consigo. --- falei simplesmente andando de um lado para o outro. Acho que Lisa estava começando a pensar que eu era maluco.

---Tudo bem...

Ela estava levantando pra ir embora, e eu vi o pijama de cordeirinhos jogado no sofá. E não consegui. Eu precisava saber a verdade. Eu precisava saber o porquê de Bella não me amar. Olhei pra Lisa com raiva e com o pijama de cordeirinhos nas mãos.

---Por que ela me deixou, Lisa? ---falei com raiva.

Ela olhou pra mim confusa.

---Por que ela não ficou quando eu disse que a amava? ---falei andando com o pijama na minha mão como se fosse minha vida. ---Por que ela não acreditou em mim?!

Ela ficou me olhando como se eu fosse um alienígena.

---Até você não acredita! Dá pra ver pelos seus olhos! ---falei irritado. Ela olhou pra minha mão.

---Esse aí é o...

---Pijama dela! Por que eu não tive coragem de jogar fora! Sabe por quê? Por que parece que eu não tenho capacidade mental de viver sem aquela garota! ---falei arfando muito, parecia que eu estava correndo uma maratona. ---E isso é simplesmente insuportável, nunca me senti assim antes! E eu preciso saber... Por que ela foi embora?

Lisa parecia que ia desmaiar. Acho que ela acredita em mim agora.

---Você o que, Harry? Você está drogado?

---Foi o que eu disse ontem, mas ele não ta não. O cara é doidinho pela Bella, desde sempre. ---falou George me ajudando.

---Eu amo. Tanto. E é por isso que eu preciso saber... Por que você e ela não parecem acreditar no que eu falo?

---Você a ama. Nossa. ---falou ela respirando fundo. ---Quero dizer, você não lembra do que você vez na ultima vez que vocês saíram?

Meu coração pulou uma batida. Meu Deus, eu realmente fiz aquilo com o amor da minha vida.

---Não lembrava... Até ontem. Ontem de noite eu sonhei uma coisa estranha. Eu sonhei... ---falei envergonhado. ---Eu sonhei que eu beijava a Bella, depois sem mais nem menos beijava outra garota. E a Bella via e falava que eu iria voltar de ônibus... A Bella, ela...

---Isso aí. Ela te ama. Mas que qualquer outra coisa. Foi muito difícil tomar a decisão de se separar de você, mas ela pensava que você não a amava. Eu acompanhei tudo...

Eu sorri de orelha a orelha.

---Lisa! Ela me ama! A Bella me ama! ---falei a abraçando. ---Você não sabe como foi difícil deixa-la ir. Ela me ama. Eu tenho que ir pra Londres. Agora.

---Harry?...

---Não posso passar mais nenhum minuto longe daquela garota! ---falei tão feliz que doía meu peito. Passei a mão pelo cabelo meio perdido. Tinha que arrumar minhas coisas e...

---Harry?

---Oi? ---falei eufórico olhando pra ela com um sorriso enorme.

---A Bella viajou. ----falou Lisa. O George parecia extremamente calado.

---Viajou? ---falei sorrindo. ---Pra onde? Eu vou aonde ela estiver, não importa...

---Ela viajou com alguém. Com um cara que ela conheceu.

---ELA O QUÊ?! QUEM É ESSE CARA?! EU, O QUE? ---Gritei fora de mim.

---Calma Harry. ---falou Lisa assustada. ---Ela passou muito tempo sem sair de casa, ela o conheceu quando foi comprar pão. E então...

---Que loucura é essa? Ela conheceu ele quando foi comprar pão? E então ele a pediu em namoro...

---Quê? Não! Eles são amigos. Parece que ele e os pais dela pagaram pra eles irem a Paris. Ele foi de brinde. ---falou meio receosa. Eu segurava o pijama com força;

---Ela resolveu me esquecer?

---Há muito tempo... ---falou, eu desabei no sofá. Não conseguia raciocinar direito. Bella não namorava o cara, mas foi pra Paris com ele? ---... Mas isso não significa que ela conseguiu.

Eu olhei pra ela.

---Quero dizer, dá pra ver que ela ainda é completamente apaixonada por você. Só... Achou que indo pra Paris talvez pudesse te esquecer.

---Tenho que ir pra Paris! Tenho que dizer que a amo! ---falei me levantando.

---Você ficou louco? Isso vai estragar tudo.

---Vai sim, vai estragar totalmente o dia deles. E é só isso o que eu quero. ---falei.

---Não, você não pode chegar lá assim desse jeito. Acho melhor você esperar na casa dela. Ela volta amanhã. Vai por mim. Você tem que dar espaço pra ela.

---E se já for tarde demais? ---falei.

---Ela te ama, Harry. De verdade. Duvido que ela se quer beije o Erick.

---Então o nome do desgraçado é Erick? ---falei estressado.

Ela riu.

***

POV BELLA!

Foi incrível o nosso dia. Visitamos todos os lugares que eu sonhava em conhecer. O Erick ás vezes me olhava estranho como se quisesse me beijar, mas obvio, ele não fez isso, o que me aliviou. Eu sentia ainda aquela tristeza que não conseguia me abandonar. Aposto que eu iria me sentir muito mais feliz, se o Harry estivesse comigo. Mas tentava esquecer isso e aproveitar o máximo que eu conseguia. Eu estava deitada no quarto do hotel que alugamos, o Erick estava em outro. Ainda era 4 horas da tarde.

Ouvi batidas na porta, sentei na cama e esperei.

---Posso entrar?

---Sim. ---respondi, me ajeitando.

Ele entrou e sorriu.

---Gostaria de convidar a senhorita pra uma noite de princesa. Em um lugar que esperei até este momento pra mostra-la. ---falou.

---Não acabamos com todos os lugares turísticos? ---falei confusa.

---Sim, mas esse é especial. ---falou vindo mais pra perto de mim. ---Nos divertimos muito esta tarde, mas estou esperançoso quanto a este lugar.

Ele falou de um jeito que me encabulou, por mais que eu não tivesse entendido o significado do que ele falou.

---Por que? ---sussurrei constrangida.

---Não sei, talvez... Ele seja magico. E possa realizar o meu desejo. ---falou sorrindo torto.

---E qual seria?

---É segredo. ---sussurrou. ---Mas prometo que no momento certo você vai saber.

---Bom... Eu posso pelo menos saber o lugar para qual estamos indo?

---Se eu contar não vai ter graça, não é? ---falou sorrindo. Me lembrei de quando o Harry me fez uma surpresa em Nova York. O Lugar que ele e o pai iam quando ele era criança. Foi incrível aquela noite. Pelo menos aquela parte da noite. ---O que foi?

---Nada. Eu vou adorar. Só me deixe trocar de roupa. ---falei sorrindo.

---Sim. Claro. Volto daqui a 30 minutos. Está bom?

---ótimo. ---falei.

---ótimo. Até logo. ---falou e saiu.

*

Demoramos um pouco pra chegar no lugar que ele queria, mas quando enfim chegamos eu sou faltei caí dura. Estávamos em um penhasco! Em um penhasco! Pelo menos foi isso que o Erick me disse antes de eu dar um chilique e não querer sair do carro. Eu tenho pavor de altura, e não gostei nada de ele me levar pra beira de um penhasco. Nem vi direito como ele era, mas não queria saber.

---Por favor, Bella. Você não vai se arrepender. ---Falou ele tentando me convencer.

---Não vou, Erick! Nem sei por que você me trouxe até aqui! Pensava que você já sabia do meu medo por alturas. ---falei a ultima palavra como um sussurro. Nem acreditava que ele tinha me levado pra um penhasco, eu estava realmente irritada.

---Não fique assim, Bella. Juro que você não irá se arrepender.

---Você já falou isso uns milhões de vezes. Eu não saio deste carro. ---falei obstinada.

---E se eu disser que este é um dos lugares mais famosos da França? ---falou sorrindo docemente.

---Não vai adiantar.

---Estamos a cinco km da beirada, não vamos chegar a ir até lá, eu só quero que você saia do carro, e veja a melhor vista do mundo. ---falou.

---Não acredito. ---falei olhando pela janela. ---Nem dá pra ver a ponta. Parece bem alto.

---E nada perigoso. ---disse. ---Vamos, Bella, eu a trouxe aqui pra ver o pôr do sol, que é absolutamente perfeito olhando daqui de cima. Se demorarmos demais vamos acabar perdendo. E também...

Eu olhei pra ele curiosa. Ele continuou:

---Á noite eu reservei um jantar. E sei que vai adorar; ---falou convicto. Nem estava acreditando que iria sair do carro. Um penhasco. Deus, por que essas coisas sempre acontecem comigo?

---Você não está tentando me convencer a sair do carro, pra me levar até a beirada e poder me jogar de lá de cima, não é? ---falei brincando.

---De jeito nenhum, dou minha palavra. ---falou sorrindo, estendendo sua mão pra eu pegá-la.

---Não acredito que vou dizer isso, mas... Tudo bem! Pode me levar até o penhasco.

---Bem, já estamos nele, só andaremos mais um pouco. ---falou inseguro. ---Não até a beirada, é claro!

---Ó Deus...

Saímos do carro e andamos uns 4 km, eu quase que forçadamente. Erick segurava minha mão com firmeza, como se eu fosse fugir correndo dali. E parecia mesmo. O lugar era enorme, tinha uma grama verde bem cuidada, e a cada andada eu sabia que estávamos subindo mais. Até que uma hora paramos, e eu fiquei sem ar. Não por que eu estava passando mal por cauda da altura, mas sim, por que era simplesmente perfeito. O mar azul parecia infinito. E a vista ficava de frente para sol que já estava se pondo, o sol parecia uma apresentação que já estava chegando ao um fim épico. Provavelmente eu estava de boca aberta. Nunca tinha visto algo tão bonito.

---Pela sua cara, o sofrimento valeu a pena. ---ele parecia satisfeito consigo mesmo. ---É lindo, não é?

---Lindo... Não creio que essa palavra faça jus ao que eu estou vendo. ---depois olhei pra ele abismada. ---Você está vendo o mesmo que eu?!

---Sim, mas já estou acostumado. ---falou normalmente. Me senti uma mosca rodeando um Rei. Pequena e insignificante.

---É, deve ser difícil não se impressionar com nada. ---falei sarcasticamente.

---Não, Bella, não é nada disso. Eu vinha aqui com...

---Não me diga que foi com seu pai?! ---falei indignada.

Ele riu e respondeu:

---Não. Eu vim aqui com um guia turístico, por que meus pais estavam muito ocupados resolvendo coisas de trabalho. ---falou com um sorriso triste.

---Ah!

---Bem, Pela primeira vez na minha vida, eu conheci um lugar novo, sem meus pais, e não me senti sozinho.

---É, é errado dizer que o guia turístico não estava presente, não é? Ele estava fazendo o trabalho dele.

---Quero dizer, tirando o guia turístico, eu não me sentia sozinho, por que aqui, quase nesta mesma hora, eu me senti completo. Eu não precisava de mais ninguém. Descobri que eu não precisava de meus pais pra ser feliz. ---falou sorrindo.

---Isso é triste. Eu não saberia viver sem os meus pais. ---falei.

---De qualquer jeito, eu já estava vivendo sem eles, sempre ausentes. Não fez diferença alguma. ---falou triste. Não queria que a conversa tomasse esse rumo, então resolvi mudar de assunto.

---Então qual é o nome desse lugar tão significante pra você? ---falei sorrindo tentando aliviar o clima. O sol já estava pela metade, e já estava sentindo falta do seu calor que logo sumiria e daria lugar a noite fria da França.

Ele pareceu feliz pela mudança de assunto.

---“Falésias de Étretat, Haute-Normandie”---falou com um sotaque forte.

 ---O que? ---falei rindo. ---Nunca vou conseguir pronunciar isso.

Ele riu também e continuou:

--- Normalmente falado pela população não-francesa de “as falésias de Étretat”---falou com um sorriso. Sorri.

---Me conte mais sobre ele. ---pedi.

---Ele foi usado como inspiração por muitos artistas, sabia? ---falou. ---Monet e outros. E o que é mais interessante é o formato na ponta. Venha ver... ---ele se interrompeu quando viu minha cara. ---Quero dizer, a ponta dele tem dois formatos... Um arco e uma agulha.

---Interessante, mas não o suficiente pra eu me locomover daqui! ---falei sorrindo. Ele sorriu também.

---Já está ficando de noite, iria adorar lhe mostrar a segunda surpresa da noite! ---falou ansioso. Nem imaginava o que seria. Já estava ficando mimada com tantas surpresas.

Ele me levou pra um pouquinho mais longe da ponta, o que foi um alivio, e eu vi que na grama coberto por um pano azul com flores, estava praticamente um banquete. Com velas e tudo! Senti ele me observando ansioso pra saber a minha reação.

---Não acredito que fez isso! ---falei desviando o olhar de toda aquela comida e olhando pra seu rosto sorridente.

---Não foi nada, seus pais ligaram pra um restaurante e... Eu só fiz indicar o lugar. ---falou. ---Não posso me negar um pouco de credito, eu dei a ideia.

Eu estava tão feliz que não conseguia nem falar, pulei em cima dele e o abracei apertado. Ele gargalhou feliz, e percebi que ele estava me seduzindo! Ou quase isso! Não que eu fosse me deixar seduzir, mas de qualquer jeito é errado. Me afastei dele e o olhei desconfiada.

---O que está pretendendo com tudo isso, senhor Erick? ---falei.

---Como assim? ---acho que ele percebeu onde eu queria chegar, por que corou.

---Você sabe muito bem que... ---falei só que agora eu estava sorrindo. ---Eu estou morta de fome e você leu minha mente!

Ele riu e olhou pra mim aliviado.

---Então podemos... ---falou indicando o lugar que eu tinha que sentar.

Sentei, e ficamos conversando sobre muitas coisas normais, sobre nossos pais, nossos familiares. Acho que já estava ficando muito tarde, mas eu já estava alta, pela primeira vez em um mês eu estava me sentindo feliz. Ou pelo menos me sentindo quase parecida com isso. Depois de um tempo, eu já estava bêbada. A verdade tem que ser dita, a bebida trazia felicidade. Pelo menos o vinho trazia, cerveja era uma tragédia.

---Você é a mulher mais incrível que eu já conheci! ---falou rindo sem parar, eu também estava rindo sem parar.

---Mesmo depois disso que eu te contei?! Agora você sabe o porquê do meu pavor por aviões! ---ri sem parar. Ele chegou mais perto de mim (acho que mais perto impossível) e colocou a mão no meu pescoço me puxando pra mais perto.

---Eu já te contei o quão absurdamente louco eu sou por você? ---sussurrou meio sem ar por causa das gargalhadas e me beijou. Depois disso eu me perdi em pensamento, comecei a retribui o beijo, mas também comecei a lembrar do Harry. Do beijo na boate. Do beijo na cozinha da minha casa, em que quase cai de surpresa. Puxei o Harry pra mais perto, querendo mais do seu beijo, ele pareceu surpreso quando avancei e agarrei o seu cabelo, mas me correspondeu com desespero. Eu queria mais. Eu amava tanto ele. Queria ele mais perto e mais perto. Estava tão feliz que murmurei ainda com a boca na dele:

---Harry... Eu te amo tanto.

O Harry se afastou bruscamente de mim e me olhou abismado. Até que percebi que não era o Harry. Não era o amor da minha vida. Era o Erick! Me senti tão mal, angustiada e envergonhada que coloquei minha mão na boca em choque, por ter beijado meu amigo, pensando que era o Harry. Nem soube o que dizer.

---Quem é Harry?

Não sei o que deu em mim, mas eu comecei a chorar de desespero. Desespero por saber que eu amava tanto o Harry que chegava a ter alucinações com ele. Desespero por acabar de saber que meu amigo é louco por mim e não retribuir a loucura dele.

---Eu sinto muito. ---falei chorando.

---Bella. Quem é Harry?... ---falou ameaçadoramente.

---Não é ninguém. Não é ninguém. ---falei desesperada.

---É? E foi com esse ninguém que você me confundiu! Ele é seu ex-namorado? ---falou tentando manter a calma, mesmo depois da coisa horrível que fiz com ele.

---Não. Ele é meu ex-marido. ---falei soluçando. Erick pareceu que ia ter um ataque ali mesmo.

---Seu o que?! Não acredito que escondeu isso de mim. Você era casada? ---falou totalmente abismado. ---E você o ama!

---Não.

---Ama sim, você falou isso! Eu ouvi.

---Eu queria que você fosse meu amigo. ---falei quase como um murmúrio.

---É, Bella! Mas eu não posso. Eu gosto de você. E não é nada fraternal! ---falou estressado passando a mão pelo cabelo.

 ---Eu sinto muito.

---Eu também. ---falou decepcionado. ---Eu vou ficar aqui.

Vi que explicitamente ele não me queria ali. Naquele momento eu pude perceber que nem amigos poderíamos ser. Graças a minha loucura. A vergonha era tão grande, e eu me sentia tão culpada que falei sem querer:

---Se não existisse ele, seria você. ---sussurrei. ---Você é um cara muito especial. E espero que um dia possa me perdoar.

Ele olhou um segundo pra mim e vi que ele não me odiava, eu apenas não era a pessoa favorita dele naquele momento.

---Se não se importar, gostaria de ir sozinha amanhã. Será melhor pra nós dois. ---falei e ele pareceu aliviado por isso. Aposto que pra ele também seria constrangedor demais. Ele acenou com a cabeça e se virou. Eu ia me dirigir até o carro quando ele me chama.

---Espero que esse cara sinta o mesmo que você sente por ele. ---falou simplesmente e se virou. Pois é... Mas se ele sentisse, eu não estaria aqui.

E posso dizer, chorei o caminho todo.

***

POV HARRY!

Enfim, pousamos. Eu já estava ficando irritado com tantas lembranças da Bella em minha cabeça. Ás vezes dava vontade de gritar para minha memoria: “PÁRA DE ME FAZER LEMBRAR, EU JÁ ESTOU INDO ATRAS DELA, NÃO PRECISA ME TORTURAR MAIS!”, mas infelizmente ou felizmente ele não me dava ouvidos. George e Lisa vieram comigo pra eu não fazer nenhum besteira, pegamos o avião de cinco horas da manhã. Eu estava tão exausto, ansioso e feliz que acho que a qualquer momento iria explodir. Assim que saímos do avião, graças a Deus, fomos direto pra casa da Bella. Ou melhor dos pais dela, já que Lisa me falou que ela está morando lá. Nem conseguia imaginar o que poderia acontecer comigo quando chegasse lá e batesse na porta deles procurando pela filha. Pincipalmente depois do que eu fiz. Não foi totalmente culpa minha, mas eu fui cumplice. Aposto que o pai dela vai querer me matar. Ou pior, me trancar no porão e arrancar minhas partes do corpo de pouquinho em pouquinho e colocar no freezer pra comer depois...

---Melhora a cara, meu irmão. ---falou George, quando já estávamos na porta da casa. Eu respirei fundo como se fosse confessar assassinato. ---Você ta parecendo um serial killer.

---Eles vão me matar. –falei simplesmente.

---Depende do ponto de vista. ---falou Lisa consoladora.

---Com certeza vão te matar! Você pediu a filha deles em casamento, e ainda levou ela pra Nova York. Eles não devem gostar muito da sua cara agora. ---falou ele rindo. Eu tive vontade de dar um soco na sua bela cara gorda.

---George! ---repreendeu Lisa. ---Que coisa! Ele está indo se declarar pro amor da vida dele.

---Lembra da Bella adormecida? É, meu filho, antes do beijo de amor verdadeiro, ele enfrenta um dragão! ---falou sorrindo malvado.

---Então, vamos logo, estou louco pra chegar na melhor parte. Mesmo tendo que enfrentar o pior pra chegar nela. ---falei obstinado. Bate na porta com toda a coragem que ainda me restava.

---Lisa, quer ir comigo comer um sanduíche? ---falou George. ---Prefiro não ver o circo pegar fogo.

---Ok. ---falou ela. ---Provavelmente os pais dela não devem gostar de mim também.

---Vocês vão me abandonar? ---falei pasmo.

---Não, vamos apenas deixa-lo resolver seus problemas sozinho, é diferente. Não seja tão melodramático. Vamos, Lisa. Depois você liga pra gente e voltamos correndo. ---falou ele puxando Lisa. Eu revirei os olhos, e foi nesse momento que a empregada da casa, abriu a porta. Olhou pra mim desconfiada.

---O que deseja?

---Gostaria de falar com Bella. ---falei nervoso. Ela olhou pra mim como se eu fosse retardado.

---A Bella viajou. Mas vai voltar ainda hoje. ---falou e vi que ela sabia quem eu era. ---Você é o Harry?

---Sim. Eu poderia então, esperar ela chegar?

---Não sei não. A família dela não gosta muito do senhor nesse momento.

---Eu sei. Então poderia me deixar falar com eles? É urgente. ---falei e nem acreditei quando falei. A mulher deve pensar que eu sou suicida.

---Como quiser. ---disse sorrindo e me deixou entrar. Eu entrei naquela casa e me senti estranho. Foi nela que eu menti descaradamente para os pais da Bella sem nem me importar com seus sentimentos. Nunca me senti tão mal por mentir como naquele momento. ---Vou chama-los, fique aí.

---Ok. ---disse e fiquei andando de um lado para o outro totalmente nervoso. Perdi a conta de quantas vezes passei a mão pelo cabelo.

---O que ele está fazendo aqui?! ---perguntou Matheus abismado. ---Que audácia!

---Harry? ---Sra Chris parecia quase feliz de me ver ali. O que me deu coragem. ---o que veio fazer aqui?

---Gostaria muito de falar com vocês. ---falei sincero. Sr Matheus me olhou sarcástico.

---Oh, querida ele atravessou o oceano pra falar conosco. Que gentileza. ---disse.

---Tem razão. A verdadeira razão de eu estar aqui, é pela Bella. Mas pra isso acontecer, não é nada mais justo eu me desculpar com vocês primeiro. ---falei indo mais pra frente. ---Não devia ter mentido daquele jeito pra vocês e me sinto muito mal por isso. E ainda mais por ter levado a Bella para Nova York. Eu sinto muito, mas não me arrependo... Se isso não tivesse acontecido eu... Eu não estaria apaixonado por ela.

---Mas que filho da... ---Sr Matheus parecia querer me matar. Mas eu não acovardei. Pelo contrario, senti uma força que eu não tinha se apoderando de mim.

---Eu sei que eu não mereço sua filha nem um pouco. ---falei e senti lagrimas indo para os meus olhos. ---Mas ela foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. Ela conseguiu me transformar no homem que eu nem imaginava que queria ser.

Ele ficou calado, meio desconfiado. E não podia culpar ele por isso.

---Você a ama? ---falou Sra Chris sorrindo abertamente. Eu retribui o sorriso e a olhei.

---E como! ---brinquei. Depois olhei para o Sr Matheus. ---Sr, eu sei que eu errei. E esse tempo todo eu fui um cego. Não dei valor ao que eu tinha de mais valioso. Ela estava lá! ---acrescentei transtornado. ---O amor da minha vida estava lá e eu nem reconheci. O caso é que eu só deixei ela voltar, por que ela disse que não me amava.

A Sra Chris ia falar alguma coisa, mas eu a interrompi.

---Ela disse que não me amava por que eu fui um idiota. Eu agi como um idiota. E ela... não conseguiu acreditar quando falei que a amava. Nem eu acreditaria se fosse comigo. ---falei sorrindo amargamente.

---E o que você fez? ---acho que o pai estava procurando um motivo pra me matar.

---Em uma festa, ---achei melhor dizer festa, não boate. ---Nos beijamos... Só que eu... Eu estava bêbado, e ela me afastou, vai ver achava que eu só estava fazendo aquilo por que estava bêbado. Eu fiquei tão transtornado e magoado que... Beijei qualquer outra garota da boa... Festa. Ela viu e... Deve ter pensado que eu não queria nada com ela. Eu sou um idiota! Enfim, ---resolvi contar logo a merda inteira. ---No outro dia eu não lembrei de nada que aconteceu. Juro que não aceitei nada de estranhos! ---acrescentei. ---eu só lembrava do nosso beijo no banheiro. O resto eu não fazia ideia. Ela deve ter pensado que o fato de eu não ter falado com ela sobre o beijo que eu dei em outra, era sinal de que eu não dava a mínima, só que eu nem fazia ideia de nada, só do beijo que nós demos, só que ela não queria nem falar sobre isso. Então, quando nos separamos, a única explicação que existia era o fato de ela não me amar. Só á pouco tempo que eu lembrei o que eu fiz e vim correndo. Pensando que talvez ela me amasse, e só tenha se separado de mim por que achava que eu não a amava também. O que eu peço é apenas uma chance de provar que eu a amo. Só isso.

Eles estavam pasmos. Assustados e de boca aberta. Eu fiquei meio em duvida se devia ter falado todas aquelas coisas horríveis a meu respeito, daqui a pouco iriam desistir de dar a filha deles pra mim, mas depois percebi que eu estava me sentindo muito melhor não mentindo pra eles. Nunca mais iria fazer isso. Alias eu iria andar na linha pra não ter que mentir, afinal.

---Daqui a duas horas mais ou menos ela vai estar aqui. ---falou Sra Chris apenas. Já Sr Matheus me olhava com uma mistura de descrença e susto. Mas eu via que ele acreditava em mim.

---Vá para o quarto dela. Espere ela lá. ---falou ele respirando fundo. Minha historia foi tão chocante assim? Assenti e andei até a escada, depois parei e olhei pra eles que ainda olhavam pra mim perplexos.

---Obrigado. Não sei como agradecer. ---falei sinceramente.

--- Apenas faça a nossa filha feliz. ---falou Sr Matheus; Eu sorri. E subi correndo.

Assim que entrei no quarto dela meu coração se encheu de felicidade. Comecei a sorrir sem parar. Eu estava no quarto da Bella! Todas as suas coisas, seus desejos, seus objetos estavam ali. Tudo que ela gostava estava ali. Passei a mão pela cama e ri. Nem estava acreditando que estava mesmo ali. No quarto dela. Na casa dos pais dela! Que conquista.

Não percebi o tempo passando.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comente, por que estou muito triste em terminar essa fic e ficaria muito feliz se recebesse muitos comentários ótimos! Obrigado por tudo! Beijos.