Presos Pelo Casamento! escrita por Jade Potter


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!! Boa leitura!



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POV BELLA!

O Harry só podia estar com o cérebro congelado.

Eu estava congelando e não conseguia assimilar o que ele queria dizer com aquilo. Fiquei o olhando confusa, e devia estar com uma cara estranha por que ele riu e falou:

---Vou comprar roupas novas, Bella. ---disse. Isso despertou o meu transe.

---Com que dinheiro? ---falei.

---Com o meu. Eu tenho dinheiro, sabia? ---falou irritado. ---Estagio não é de graça.

---Tudo bem, não precisa me matar. ---falei sorrindo levantando ás mãos. Ele olhou diretamente pro meu sorriso e sorriu. ---O que foi? ---disse tampando a boca com medo de ele achar meu sorriso feio. Ou pior, engraçado.

---Você não está mais com raiva de mim. ---falou simplesmente.

---Quem disse? ---falei cruzando os braços. Não estava mais com raiva dele, mas não podia ser tão fraca.

---O seu sorriso. ---falou. ---Você não dá sorrisos pra mim quando está com raiva.

---Tá, Harry, mas vou ficar com raiva se não me explicar essa historia da roupa;

Ele pareceu ter recebido um choque de eletricidade e começou a falar:

---tenho tudo esquematizado. Primeiro vamos comprar ás roupas e depois vamos pra qualquer lugar que você nunca tenha ido. ---falou.

---Sério? ---eu fiquei animada com isso. Já que eu podia escolher o lugar. Tinha tantos lugares que queria conhecer que meu cérebro pareceu estar nenhuma montanha russa. -----Harry, eu tenho tantos lugares que gostaria de conhecer... Eu nem sei por onde começar...

---Eu fico feliz com a sua ansiedade, mas primeiro são as roupas! ---falou. ---Ou se esqueceu que está com frio?

---Não!

*

---Oh Deus... ---falou Harry quando me viu com a roupa nova depois que eu sai do provador. Fiquei totalmente vermelha, ou tem algum fogo invisível queimando minha bochecha. E eu nem estava tão arrumada assim. Meu cabelo estava molhado e eu não usava nenhuma maquiagem, eu parecia uma perfeita destrambelhada, a não ser pelo vestido que eu peguei bem lindo.

---Não estou nada demais, Harry, não exagere. ---sussurrei.

---Você está linda. Perfeita... ----falou.

---Eu pensava que você só gostasse daquele tipo. ---falei apontando para uma mulher com um vestido curto, quase mostrando a bunda. Ele nem precisou olhar, continuou olhando pra mim e disse quase num sussurro.

---Com você é diferente... ---precisei aprestar atenção nas palavras pra entender. Não respondi por que achei que foi mais pra ele do que pra mim.

---Você também não está nada mal. ---brinquei. Ele sorriu olhando pra própria roupa.

---Eu pareço um galã de novela, não é? ---falou.

---Você parece um convencido como sempre foi. ---falei o puxando. Pagamos a moça e quando já estávamos fora da loja, ele olha pra mim.

---O que vai ser?

---Não tenho certeza... São tantos lugares... Mas estou meio cansada. ---falei. Eu realmente estava.

---Nada disso, Bella. Vamos aproveitar esta noite como nunca! ---falou sorrindo.

---Tá, então me diga um lugar fantástico pra irmos? ---falei revirando os olhos. Os lugares que eu queria ir, não era lá muito interessante de noite.

---Bem... ---ele pareceu pensar quando olhei pra frente e avistei uma mulher gravida com um homem esperando pra atravessar a rua onde, eu e o Harry estávamos indo. Só que não era uma mulher qualquer, era a minha antiga colega de turma do internato, Devylin, minha “animiga”. Sério, ela fazia questão de passar na minha cara que era melhor que eu. E eu acreditava. Ela tinha um cabelo loiro e adorava quando os meninos a perseguiam. Ela me irritava, e não era por que eu ficava com inveja, não pelo contrario, era por que eu não conseguia fazer com que ela me deixasse em paz. Meu coração pareceu pular uma batida quando a vi. Meu Deus, ela está gravida? Meus pêsames ao filho e ao provável marido ao seu lado.

---Qual é o problema? ---perguntou Harry tentando ver o que eu via.

---Vamos atravessar em outro lugar! ---quase gritei. Não podia deixar que aquela mulher me visse. Ele olhou pra mim assustado.

---Por quê?

---Será que você não pode fazer o que eu peço uma vez na vida? ---ok, eu fui horrível! Primeiro que o Harry fez muitas coisas pra mim e não posso reclamar de nada. Me arrependi no momento que falei. Ele olhou pra mim magoado.

---Tudo bem...

---Desculpe, Harry, eu... ---e nesse momento Devylin olha pra mim e abre a boca, ou seja, ela me reconheceu! Ela me reconheceu! AAAHHHH! ---... Eu me ferrei!

---O que?! ---ele disse olhando confuso pra mim.

---BELLA, AMIGA! NUNCA PENSEI QUE A ENCONTRARIA AQUI! ---gritou ela e todos olharam pra minha linda cara. Eu olhei pra ela controlando a raiva e forcei um sorriso.

---Devylin! Que grande prazer, mas temos que...

---Devylin?! ---sussurrou Harry.

Ela veio até mim e abriu um abraço. A abracei.

---Querida, como você está? Que coincidência.

---Realmente. ---falei forçando um sorriso.

---Minha filha, você está linda! E... Concertou os dentes! Oh meu Deus. Ficou muito melhor assim, por mais que não se compare aos meus. ---falou sorrindo amigável. Harry a olhou com nojo e eu quase ri. O marido dela veio e a olhou.

---Amor, não corra assim, o bebe...

---Sim, sim, querido.

---Bom, Devylin, é um grande prazer, mas...

---Ai meu Deus, onde está minha educação? ---disse como se eu me importasse onde é que anda a educação dela. ---Este aqui é o David. O meu marido. ---falou completando com um beijo no marido.

---Muito prazer, David, meu nome é Bella e esse é o meu marido Harry. ---falei naturalmente querendo acabar com a conversa. Ela olhou pra mim como se eu tivesse matado um cachorrinho na rua e falou:

---Oh meu Deus! Esse é o seu marido?! Jesus... ---falou olhando Harry com desejo. Meu Deus, não era pra eu ter falado aquilo. Harry olhou pra nós duas sem saber o que fazer. ---Você teve sorte...

“E seu marido teve azar” pensei.

---Bom, agora eu preciso...

---Você não está notando isso aqui na minha barriga? ---falou apontando para a melancia engolida na sua barriga. “Sim, eu notei, mas eu preciso comentar?” ---Eu estou gravida, bobinha!

“Nossa, eu sou por acaso retardada, pra você falar desse jeito? Eu sabia que você estava gravida, é bem visível, sabia?” pensei. Mas o que eu falei foi:

---Nossa, parabéns! Foi acidental? ---falei e só faltei me suicidar ali mesmo.

---Não, bobinha. Nós estávamos muito querendo ter um filho, e então um dia fomos abençoados com essa belezinha que sabemos... É menina! ---Oh Deus. Olhei pros lados querendo ajuda e depois olhei pro Harry, ele olhava pra barriga dela com pena.

---Legal. Mas a gente precisa ir agora. ---falei rápido pra ela não me interromper.

---Antes de você ir, eu tenho que te falar... ---falou e baixou a voz como se alguém pudesse ouvir. ---Eu encontrei Amélia um dia desses e ela estava solteirona e sem filhos.

“Amélia tem vinte anos, ela não precisa ter filhos!” pensei, mas o que eu falei foi:

---Sério? Que horror. Ainda bem que eu e o Harry já vamos ter o nosso. ---falei sem pensar.

---O que?! ---falou ele e Devylin ao mesmo tempo.

POV HARRY!

Ok, antes eu estava achando graça, mas agora sinceramente eu estou em pânico.

O que a Bella estava pensando?

A tal da Devylin olhou pra mim confusa. Bella me olhou implorando e não consegui desmentir.

---O que?! Tipo, eu pensava que não quisesse dizer isso para ás pessoas ainda, meu amor. ---falei sorrindo.

---É...

---É normal ter medo no começo... Eu quase que não falava pra minha família, também eles são insuportáveis. ---falou Devylin. ---Quantos meses?

---Cinco meses. ---falou. Sorte que ela estava de vestido e parecia realmente que a sua barriga era um pouco grande. Não que isso a deixasse feia, por que sinceramente me surtia o efeito contrario. Devylin levantou a mão pra tocar a barriga e Bella se afastou.

---Bobinha, com ciúme, já? ---falou retirando a mão.

---Pode ser. Bom... Devylin foi ótimo ver você. Mas agora eu tenho que...

---Quê isso menina! Depois de tanto tempo sem nos vermos, você não quer ficar e conversar? ---Bella estava com uma cara enorme de “Não”, O tal de David parecia enjoado. ---Alias por que você não vai conosco pro nosso curso de pais? Nós precisamos, já que é nossa primeira vez.

Bella estava em pânico. E parecia não conseguir falar. Então tentei nos defender.

---Desculpe, Devylin, mas acho que...

---Quê isso, bobinho! Vocês podem fazer o que tiver que fazer outro dia. Vamos... ---Que filha da mãe! Não deixa nem os outros falarem. Juro, que se Bella não falasse agora, eu iria dá um belo de um chepe nela.

---Tudo bem. ---falou se rendendo. Eu queria é falar umas poucas e boas pra essa Devylin; Não conseguia entender por que Bella estava agindo assim. Por que ela simplesmente não dizia não?

---Eu sabia que você não resistiria! Vamos, é ali na frente. ---falou Devylin. O marido dela não parecia com vontade de ter companhia. E eu senti pena dele.

*

Assim que chegamos na aula constrangedora eu quase que saia correndo. Tinha vários casais espalhados pela sala com suas mesas e um Bebe de plástico. Com certeza eu estava com medo. Olhei pra Bella e a encontrei olhando pra mim.

---Você não me odeia, não é? ---sussurrou. Eu queria dizer que não e que na verdade sentia bem o oposto de odiar. Mas o que eu falei foi:

---Ainda não. ---sorri. Ela sorriu aliviada e olhou pra frente assustada. De repente eu imaginei Bella grávida de verdade. E nós casados. Sabe, não do jeito que estamos agora.

---O que estão fazendo aí parados? Vamos pro nossos lugares. ---gritou Devylin fazendo com que varias pessoas olhassem pra gente. Que vergonha. E eu nem vou ser pai de verdade.

Pegamos uma mesa o mais longe possível da Devylin e do marido otário. E pegamos nosso Bebe mutante e olhamos pra frente.

---Por que não sentam aqui? ---gritou Devylin. Ai meu Deus, como eu queria mata-la.

---Não, obrigado. Estou com falta de ar. Prefiro ficar aqui. ---falou Bella rápido tentando tirar a atenção das pessoas dela.

---Bobinha... ---se ela não parar de chamar a Bella e eu de Bobinhos, eu juro que vou matar ela e chama-la de bobinha quando o corpo dela for encontrado debaixo de um penhasco mutilado e comido por lobos selvagens...

---Harry? ---sussurrou Bella. Olhei pra ela perdido. ---O professor vai começar a falar.

---Você não está gravida de verdade, está? ---brinquei achando engraçado o fato de ela ficar agindo como uma aluna aplicada. Ela pareceu nervosa.

---É claro que não! É só que... Não queremos mostrar que estamos nem aí pra ás nossas aulas de como ser bons pais. ---falou acenando sem entusiasmo pra Devylin.

---Ok, pessoal, parece que temos novos alunos hoje aqui. Vamos começar com... ---ele olhou a lista e continuou. ---... Devylin e David! Por favor, nos falem sua historia.

O que?!

Entramos na aula certa? Bella me olhou paralisada e colocou a mão na cabeça;

---Bella, o que vamos fazer? ---perguntei em pânico. Ela gemeu de frustração. ---Não se preocupe, deixe comigo. ---ela me olhou surpresa.

---Tem razão, Harry. Temos que mostrar que somos melhores. ---Falou. Mas o problema é que eu não falei nada disso pra ela! Ela levantou a cabeça e segurou minha mão que formigou. Se ela quer agir como uma competidora nesse jogo, eu to dentro. E vou fazer todo mundo suspirar.

---Bem... A nossa historia é tão linda e meiga... Não sei se eu posso contar! ---fala Devylin com um sorriso. David estava sorrindo forçadamente. To começando a achar que se ele não fizer isso, ela vai bater nele.

---E por que não, Devylin? ---falou, todos da sala estavam olhando pra ela. Eu quase ria, quando ela falou:

---Elas Podem ficar com inveja! ---falou na cara de pau. Até o David ficou assustado. Ele deve estar se perguntando se casou com a pessoa certa.

---Tenho certeza que isso não vai mudar nada na sua vida. ---falou o professor meio sem graça.

---Tudo bem. Um pouco de inveja não mata ninguém. ---falou. Eu peguei um pedaço de papel e embolei. Assim que ela começou a fala eu joguei na cabeça dela. Ela nem sentiu, a bolinha ficou presa no cabelo e todo mundo riu. ---Calma gente, eu ainda nem comecei.

---Então comece, minha filha. ---falou um pai impaciente.

---ok, eu estava na minha casa, quando eu recebo uma carta anônima que dizia que alguém que eu não imaginava me amava mais que tudo. Bom... Eu realmente não fazia ideia, mas no outro dia ele apareceu na minha porta e me convidou pra sair. E no final do encontro ele disse que me amava e que foi ele que mandou a carta. Ele também disse que sempre quis me convidar pra sair, mas que não tinha coragem. Bom, eu me apaixonei por ele naquele dia. Nos casamos um ano depois, e agora depois de seis meses de casados, olha quem vai vim? Uma menina.

Bella estava chorando. E eu não estava acreditando que esse homem se apaixonou tanto por essa mulher. Mas acho que ela gosta dele. Ele sorriu pra ela e vi que dessa vez ele não estava fingindo. Olhei pra Bella e ela sorriu. Acho que estava pensando a mesma coisa que eu. Enquanto eles tinham uma verdadeira historia, nós estávamos lá inventando.

---Linda historia. Realmente deve ter muita gente com inveja nesta sala. ---falou o professor.

---Eu disse! ---falou Devylin agarrando o marido.

---Agora vamos ao segundo novo casal desta sala. Bella e Harry! ---falou. E eu levantei.

---Não precisa fazer isso, Harry. ---sussurrou Bella.

---Eu vou fazer todo mundo suspirar.

---Então eu também vou! ---falou levantando e segurando minha mão. Todo mundo que visse de longe iria pensar que nosso companheirismo é incrível.

---Podem começar;

Eu e Bella nos entreolhamos com paixão. Depois olhei para o meu publico e falei:

---Eu estava de férias em Londres, e lá em Londres tem vários bailes. E eu a conheci em um desses. Todos estavam de mascaras e nem víamos o rosto um dos outros. Eu a vi e a achei linda, a mulher mais linda do baile. Foi algo como... Ver o que você está esperando... Desde sempre... E que na verdade, você não sabe o que é até encara-la. ---Eu olhei pra Bella e tive vontade de beijá-la, não para provar algo e sim por que eu queria.

POV BELLA!

Eu não podia chorar, ia estragar tudo. Mas, sinceramente, como alguém que ama a outra pessoa ficaria se visse essa pessoa, que não a ama, falando como se amasse? Bom... Eu não me sinto bem. E queria beijá-lo mais que tudo. Mas tinha que falar alguma coisa antes que todo mundo pensasse que eu era uma maluca.

---Eu era muito tímida, então... Eu olhava pra ele e meio que olhava pro outro lado pra ele não vê o quanto eu ruborizava. Principalmente com ele me encarando do jeito que estava. ---eu sorri. ---Então quando eu menos esperava, senti alguém pegando minha mão de leve, eu olhei e o vi na minha frente. Ele me convidou pra dançar e eu só consegui fazer “Aham”. ---todos riram nessa parte. ---Com certeza foi a melhor dança da minha vida, e no final da noite, depois de muita conversa, eu descobri que estava apaixonada por ele.

---E eu por ela.

---Acabou? Não rolou nada? ---perguntou alguém.

---Quem disse? ---falou Harry de um jeito engraçado, eu o olhei sem saber que baixaria ele iria falar. Ia estragar tudo. ---Eu a acompanhei até a casa dela de mãos dadas, e quando chegamos na porta da sua casa, eu a beijei. Ficamos uns dez minutos nos beijando, e quando enfim eu a soltei, ela segurou minha mão e me convidou pra entrar.

---Safadinha, em?

---Liam!

---Vocês...

---Pois é, depois desse dia eu nem fui mais a mesma. ---falei meio irritada. Eu nunca faria isso.

---O amor faz isso, querida. ---falou Harry olhando pra mim. ---Eu mesmo fiquei parecendo um louco tentando não parecer desesperado e ligar pra você quando nem tinha feito um dia que tudo aconteceu.

---E eu fiquei como uma louca esperando você me ligar quando nem tinha feito um dia que tudo aconteceu. ---falei com um sorriso torto. Harry ficou sério, e me agarrou ali na frente de todo mundo. Eu segurei seu pescoço nem me importando com a plateia. Eu poderia passar a vida inteira só o beijando dessa forma. Todos batiam palmas quando nos soltamos. Harry parecia meio sem ar e confuso, e eu só estava sem ar.

---Precisamos dizer o final? ---falou Harry sem folego. ---Bom, além de não conseguir viver sem ela, temos um bebe a caminho.

Todos riram. Tem gente que estava chorando.

---Qual é o sexo do bebe?

Eu pensei um pouco. Falei o que eu queria. ---Menino.

---Menino? ---sussurrou Harry no meu ouvido. ---Geralmente ás mulheres querem ter meninas.

---Imagine um menino parecido com ele? ---falei mais alto sorrindo. Era realmente o motivo de eu querer menino. Ele foi de novo até o meu ouvido e falou:

---Eu preferia menina.

---Por que? ---perguntei. Talvez devesse ter falado que era menina.

---Imagine uma menina parecida com você. ---sussurrou sorrindo. Não sabia se ele estava me zombando ou elogiando. Sinceramente, nem sabia de nada quando se tratava do Harry.

---Bom, depois dessa historia fantástica, imagino que vamos ter que descontrair um pouco, não é?

***

---Nossa, a historia de vocês foi bastante emocionante. ---falou Devylin. Ela quase parecia gente.

---Obrigada. ---falei. Devylin e o marido sofredor até que estavam se dando bem, depois da perfeita declaração dela. Bom pra eles.

---Nem parece real, não é? ---falou Harry rindo.

---Pois é, né! Vocês estragaram totalmente a minha historia. Aposto que ninguém mais se importou com a minha depois que vocês falaram a sua. ---disse com lagrimas nos olhos. Acho que está mais assim por sua historia não poder virar lenda do que do fato da minha ser emocionante.

---Vamos, amor. Você não pode se estressar. Você sabe que tem pressão alta. ---falou o marido. Eu olhei pro Harry que estava se esforçando pra não rir.

---Sim, vamos. Tchau Harry, Tchau Bella. ---e então foi embora. Estávamos do lado de fora do curso.

*

---Por que a gente não vai para um lugar? ---falou Harry enquanto andávamos pra casa. Olhei pra ele.

---Estamos indo pra um lugar! Pra casa. ---falo sorrindo. Eu me sentia acabada. Fisicamente e emocionalmente.

---Você sabe o que eu quis dizer... Pra outro lugar. ---falou Harry categoricamente.

---Bom, se você não falar minha língua, eu nunca vou saber. ---falo cansada.

---Eu estava pensando em irmos pra uma Boate. ---fala Harry sorrindo olhando pra mim. Eu olhei pra ele abismada.

---Você já viu nosso estado? ---digo apontando pra ele depois pra mim. ---Estamos Horríveis.

---Não... ---olhou pra mim de cima a baixo. ---Você Não.

---Harry... ---olhei pro outro lado, pra ele não ver meu rosto totalmente enrubescido.

---Ah vai, Bella...

---Com certeza não. ---falei o olhando nos olhos pra ele ver o quão serio eu falava. ---Da ultima vez que eu fui... Bem... Não deu muito certo, não é?

Ele ficou calado por um minuto, e me perguntei o que ele estaria pensando.

---Prometo não deixar você beber mais que um copo de cerveja. ---disse. ---E nem mesmo aceitar qualquer coisa de estranhos.

---Principalmente isso! ---falei, depois sorri cedendo, ele sorriu olhando pra minha boca. Bom... Eu sou uma idiota!

*

Eu detesto Boates. Absolutamente. Por que se eu gostasse, eu também iria gostar de ver pessoas tirando a roupa uma das outras na frente de todo mundo. Ou gente vomitando. Ou gente fumando. Ou gente se matando. Sei lá.

Com certeza eu devia estar com cara de nojo, por que Harry olhou pra mim e começou a rir.

---Ok, Bella. Se continuar olhando pras pessoas assim, vai acabar sendo morta. ---falou ele segurando minha mão. Eu a apertei bem me sentindo segura.

Virgem. Acabei de ver um homem levantando a saia da mulher. Bom, além de nojento é anti-hético. Eles acham o que? Que ás pessoas gostam de ver ás partes um dos outros? Quer dizer, bem que esse povo deve gostar né?

 ---Esse lugar tá nojento. ---falou Harry chutando a cara de um homem desmaiado no chão. ---Vamos sentar no fundo.

---Não deve estar pior? ---perguntei com receio. No colégio, ás pessoas gostam de sentar no fundo pra fazer... Coisas que ninguém possa ver. Por mais que no caso dessa boate, o povo faz até no meio da rua.

Assim que sentamos em nossa mesa. Um cara veio até ela e falou olhando pra mim:

---Quer dançar? ---eu fiquei tão pasma que se não fosse o olhar furador do Harry eu quase que não respondo.

---Não obrigado.

---Que isso, amorzinho. É só uma dança;

---Mas ela está acompanhada, então sai fora! ---falou Harry ríspido, quase levantando.

---Você vai escolher ficar sentada com essa franguinha? Se ficasse comigo, seu corpo ia vibrar. ---disse ele e me agarrou. Juro por Deus. Ele me agarrou, e sua língua invadiu minha boca. Eu quase que vomito. Mas graças a Deus, não chegou a tanto, por que o Harry deu um murro no seu rosto. Ele caiu pra trás, mas não revidou, apenas falou:

---Você vai se arrepender! ---e saiu. Harry me olhou preocupado.

---Me desculpe. Você está bem? ---falou tocando o meu rosto pra ver se achava alguma coisa. Demorei um pouco pra responder, por que sinceramente eu estava chocada ainda. ---Que filho da mãe. Eu não acredito... Me desculpe, querida.

Todos estavam olhando pra gente. E tive que responder se não Harry iria atrás do cara.

---Estou... Bem. ---falei. Harry me olhou atentamente como se estivesse num conflito interno, e não soubesse o que fazer. E então me abraçou. Tão forte que quase não consegui respirar.

---Você quer sai daqui? ---sussurrou pra mim. Eu queria. E como! Mas sinceramente, não queria dar uma de princesa indefesa. Essas coisas acontecem, e o Harry estava agindo como se o cara tivesse tentado me matar.

---Não precisa. Eu estou bem. ---Falei mais claramente. Ele não sorriu, mas pelo menos pareceu mais calmo. Eu acho.

Nós sentamos de novo na mesa. O Harry olhou pro garçom com urgência.

---Me vê duas cervejas, por favor. ---falou.

---Eu não quero. ---falei incisivamente. Ele não discutiu.

---Eu já sabia. As duas são pra mim. ---falou pegando um copo e virando goela abaixo.

---Harry, não acho que isso seja uma boa ideia. ---falei afastando os copos dele.

---Nem me venha com essa, Bella. São só dois copos. Não é, Garçom? ---disse ele. O Garçom saiu sem nem falar nada.

---Qual é o seu problema? ---perguntei. Talvez ele tenha realmente se ofendido quando o homem o chamou de franguinha.

---Que problema? ---falou. ---Eu só quero me divertir. Por que você não quer?

---Eu só não consigo ver diversão em ficar vomitando por aí. ---falei suspirando.

---É por isso que eu sempre falo: Diversão é questão de ponto de vista---diz bebendo de vez outro copo. Eu já estava ficando assustada.

---Você se sentiu ofendido? Com o que o homem falou?

---Na verdade... ---disse, mas pareceu mudar de ideia. ---Eu apenas... Eu juro que ia falar alguma coisa, mas... O que foi que você perguntou, mesmo?

---Harry! ---eu já estava ficando preocupada e por incrível que pareça já tinha perdido a conta de quantos copos ele tinha bebido. ---Vamos ao banheiro.

---Não estou com vontade! ---diz alto.

---Não é pra isso. ---tento. ---Apenas venha, Harry. ---o puxo e enquanto ele está tropeçando nas pessoas, eu tento fazê-las sair da minha frente. Estava meio difícil, mas sinceramente, eu nem queria saber, passei mesmo e em algumas vezes nem pedia licença. Assim que entramos no banheiro, o Harry ficou verde e eu o levei até a privada. E então percebi que a privada era especialmente para vômitos. Fala sério. Olhei pra trás e vi um homem olhando pra minha cara. Encarei ele também, não entendendo. Depois percebi que aquele era o banheiro masculino. E meu rosto ficou vermelho. Queria que o Harry terminasse de vomitar logo pra gente sair dali. O homem continuou me olhando, será que ele não tinha percebido que eu não ia sair? Eu não ia deixar o Harry sozinho naquele lugar.

---Perdeu alguma coisa no meu rosto? ---perguntei irritada. Ele me olhou como se eu fosse uma maluca.

---Você sabe que aqui é o banheiro masculino, não é? ---disse.

“Não, sou cega” – Foi o que eu pensei,  o que eu falei foi:

---É, eu sei. Meu amigo está passando mal e não podia deixar ele vir sozinho. ---digo. A educação que meus pais me deram era mais forte do que a vontade imensa de manda-lo pra merda.

---Ah sim. Entendo. ---ele não parecia entender, mas também minha atenção foi desviada pela de Harry saindo do cubículo com uma cara de morto-vivo.

---O que é que esse cara quer? ---pergunta ele já se preparado pra briga. Virgem.

---Nada. Ele só estava sendo educado e me avisando que esse é o banheiro masculino. ---falei incisivamente pra ele entender. O Harry pareceu meio desorientado, mas deixou o cara em paz, que saiu correndo do banheiro.

Eu fui até o Harry, que se apoiou na pia e olhou pra mim.

---Está se sentindo melhor? ---perguntei primeiro antes de puxar ele pra fora do banheiro.

---Quase. ---falou, mas eu sentia que tinha algo a mais. Eu estava tão perto que com apenas um movimento ele segurou minha cintura e me puxou pra mais perto. Eu não lutei, por que na verdade, mesmo o Harry estando totalmente bêbado, eu conseguia ficar dez vezes pior que ele sem nem ao menos ter bebido um gole de cerveja, só pelo fato de ele segurar minha cintura.

---Harry... ---sussurrei meio arfando. Com uma mão na minha cintura e outra alisando meu rosto, ele se inclinou e encostou devagar seus lábios nos meus. Bem, pra quem estava completamente bêbado até que ele não era um bêbado bruto. Assim que nossos lábios se tocaram, eu segurei seu cabelo, colando seu corpo ainda mais pro meu. Eu sempre conseguia me descontrolar quando se tratava do Harry. Eu ouvi um barulho de porta se abrindo, depois se fechando. Provavelmente era alguém que queria ir no banheiro, mas viu que já estava sendo ocupado. Literalmente. E então num impulso rápido, Harry me levanta e me coloca em cima da pia, se colocando entre uma perna e outra. Não sei quanto tempo ficamos nos beijando, mas sei que foi muito tempo, e provavelmente empatando varias pessoas de fazerem suas necessidades. Mas aí me veio a ideia de que ele estava bêbado. E não iria lembrar de nada de manha. E se lembrasse? Seria pior? Com certeza, por que o Harry em sua consciência normal nunca iria me beijar. E agora parece que quer me comer. Bom, isso foi vulgar. O caso é que eu o amo. E não posso me fazer sofrer mais do que eu posso aguentar. Eu sei que se eu continuar, com certeza ele vai falar: “Ontem foi um erro, vamos fingir que não aconteceu”. Ou simplesmente fingir que não lembra. O caso é que todos esses pensamentos me fizeram fazer uma coisa em que eu sabia que iria me arrepender.

Eu me afastei. Foi bem rápido, por que assim não daria tempo de mudar de ideia. Eu acho que foi tão rápido que eu posso ter sido um pouco bruta. O que é meio cara de pau, já que á cinco segundos atrás eu estava agarrando o cara.

Ele me olhou confuso.

---Harry, você não sabe o que está fazendo. Não vai se lembrar de nada amanhã. ---falei, mas acho que saiu como um gemido, de alguém que correu uma maratona. Eu já estava em pé, um pouco próximo dele. Acho que eu devia me afastar. Ele se aproximou. Ok, tarde demais.

---Vou, sim. Bella... É o que eu mais quero. ---falou segurando minha cintura. Depois pareceu se dar conta de algo e se separou. ---A menos...

---A menos...

---A menos que você não queira. ---disse me olhando com expectativa.

---Acho meio impossível. ---falei sorrindo um pouco, e acho que pra ele foi o suficiente, por que depois disso, ele me agarrou de novo e quase que eu não tinha mais forças pra me separar, se um homem não tivesse entrado.

---Vocês não vão parar mais não? ---pergunta estressado. ---Eu quero ir no banheiro.

Deu vontade de falar: “Quem está te impedindo?” Mas o que eu fiz foi me separar constrangida. Harry pareceu mais estressado com o homem do que constrangido.

---Por acaso alguém aqui está impedindo você de fazer alguma coisa? ---disse estressado. Eu quase ri, se não tivesse constrangida.

---Mas é que é meio difícil fazer alguma coisa com gente se agarrando. ---disse o homem entrando no cubículo.

---Que filho do mãe. ---sussurrou Harry quando o homem já estava lá dentro. Depois olhou pra mim. ---Vamos pra casa.

Naquele momento eu imaginei tantas coisas daquela frase! É claro que aquela simples frase, tinha um significado que eu nem imaginava que um dia eu receberia do Harry. Mas ali estava. Uma insinuação tão perfeita e ao mesmo tempo tão assustadora que eu tinha que recusar. Ele estava bêbado. E provavelmente deve estar querendo pegar qualquer garota, mas como eu sou uma presa fácil, ele apenas aceitou um fato. Não podia pensar essas coisas do Harry, ele não era assim. Mas simplesmente sabia que ele não gostava de mim daquela forma. Ele só devia estar bastante bêbado.

---Acho que não, Harry! ---falei reunindo toda força que eu ainda tinha. ---Mas sim, vamos pra casa. Mas não pra... Pra continuar o que estávamos fazendo aqui... Eu simplesmente não posso. Você não quer isso.

---Eu não entendo! Você diz que não pode, e depois fala que eu não quero! A quem você quer enganar? ---diz ele chegando mais perto de mim, agora com raiva. É claro, eu atrapalhei o plano dele.

---A ninguém. Só quero fazer a coisa certa. ---falo e depois, antes que eu pudesse ceder a tentação, continuei: ---Vou te esperar no carro. --- e então saio rapidamente antes que eu pudesse mudar de ideia. A pior coisa foi ver os olhos dele, enquanto eu saia pela porta.

*

POV HARRY!

Não sabia qual era o sentimento mais forte. Saber que Bella não sentia o mesmo que eu ou ser rejeitado daquela forma. E ainda nem entendia tudo aquilo. Estava andando pela boate meio perdido, não querendo voltar a encará-la. Eu estava com raiva de mim, e dela. Não sabia muito bem por que. Só sabia que minha cabeça doía e que eu estava doente. Só podia. Primeiro um ciúme maldito, depois esse desejo tão forte, que eu pensei que explodiria dentro de mim. Nunca quis tanto Bella como naquela hora. Deve ser a bebida, ou eu realmente estou doente. Muito doente. Talvez até uma doença terminal. Ou talvez seja amor. Mas eu prefiro acreditar numa doença terminal.

Só tinha uma forma de descobrir. Eu tinha que beijar alguém. Minha cabeça doía.

Bem, é isso. Eu tinha que beijar alguém, ou até fazer mais que isso. É claro, deve ser falta de sexo. Quer dizer, eu nunca fiquei tanto tempo sem fazer sexo. Talvez o meu corpo, meu extinto, esteja faminto. Mas então por que eu só sentia isso com a Bella? Bem, talvez por que ela estava ali perto de mim. Era mais fácil. Mas agora eu tinha mais de cinquenta garotas pra escolher. Era só pegar uma e manda ver.

Ali! Uma mulher olhou pra mim e sorriu me encorajando. Eu tinha que ser rápido, por que Bella não podia ver... Quer dizer, ela pode. Ela não é nada minha. Ela acabou de me dispensar. Depois de um momento totalmente perfeito e... (Não acredito que vou falar isso) Romântico. É tenho que admitir, foi romântico e quero fazer de novo. Com ela. Meu Deus. Eu tenho que beijar logo, antes que eu enlouqueça.

POV BELLA!

Já estava meia hora esperando o Harry. O vidro do carro já estava embaçado por causa do frio repentino, e eu já estava congelando. Não queria ter que ir lá procura-lo, mas estava preocupada. E se ele tiver se metido em alguma confusão? Não podia ficar reclamando do frio enquanto ele estava lá dentro. Bêbado. Bêbado. Eu nunca detestei tanto essa palavra. Sai do carro mais com raiva de mim do que dele. E entrei na boate. A boate estava com mais gente se beijando do que dançando. Tentei passar sem olhar pra cara de ninguém.

E foi aí que eu vi.

O que sinceramente, para o meu bem, eu não deveria ter visto. O Harry estava agarrando uma garota no fim da pista. O Harry estava... Pensei que ia cair, mas graças a Deus tinha tantas pessoas ao meu redor, que nem ia dar. Estava é com dificuldade de respirar. Queria ir lá e matar ele e aquela... Então tentei andar. Não consegui. Por que eu não conseguia andar até ele e estrangulá-lo? Na verdade eu meio que não conseguia parar de olhar ele. E quando eu vi lagrimas já estavam escorrendo dos meus olhos. Precisava fazer uma coisa. Ou ir pra casa ou mata-lo. Escolha Bella.

Bem, eu podia fazer os dois.

Foi aí que eu consegui me mover. A base do ódio. Como pode ele me beijar e um segundo depois se agarrar com qualquer uma? Depois do nosso momento totalmente perfeito e romântico? Eu ia fazê-lo ver que ele não presta, ou não, mas pelo menos ele vai de ônibus pra casa!

Assim que cheguei perto dele, o cutuquei. Ele se separou da mulher bruscamente e olhou pra mim parecendo em pânico. A mulher simplesmente revirou os olhos e saiu. Bom! Se continuasse ali ela ia ver.

---Só vim dizer, que você vai de ônibus pra casa! ---disse e me virei. Ele segurou meus braços e me fez encará-lo.

---O que você queria, Bella? Você acabou de me dispensar e espera que eu não... ---ele pareceu não saber o que falar, e eu disse mais com nojo do que com raiva.

---Eu tenho nojo de você. ---falei quase chorando de novo, eu não podia chorar e mostra o quão apaixonada eu era pela aquela pessoa. ---E sabe o que eu queria, Harry? Eu queria, pelo menos, consideração da sua parte. Apenas isso.

E limpando uma lágrima que ameaçava cair, eu saí quase correndo.

Assim que entrei no carro, chorando quase que sem parar, Decidi que acabou.

Assim que esse maldito prazo acabar, eu vou me divorciar e voltar pra minha antiga vida. Sem o Harry.

Abre a porta de casa como alguém possuída. E sentei no sofá colocando a mão no rosto e chorando o máximo que eu conseguia. Mesmo sabendo que tinha uma câmera virada pra minha cara eu não conseguia parar. Eu estava frustrada comigo mesma. Quer dizer, eu não tenho direito nenhum de ficar chorando por algo que se foi. Por que ele nunca foi meu. Por mais que em uma hora... No banheiro publico... Eu tenha realmente pensado por um segundo que ele poderia sim. Mas não. Eu sou uma idiota. Ouvi alguém entrando e fiquei com medo de que pudesse ser o Harry. Limpei rapidamente minhas lagrimas e escondi o meu rosto o máximo possível.

---Bella? ---disse Lisa. Olhei pra ela e eu pude notar que eu fiz um péssimo trabalho tentando limpar minhas lagrimas. Lisa olhou pra mim preocupada e sentou do meu lado. ---O que aconteceu?

---Nada... ---sussurrei limpando os restos de lagrimas.

---Você e o Harry não marcaram um encontro hoje?

---Não foi um encontro. ---falei rápido, mas com a voz ainda afetada pelo choro.

---Bem, seja lá o que foi, não foi bem. ---falou. ---O que aconteceu?

 Pensei em mentir pra Lisa. Seria melhor que contar a verdade. Mas não o certo. E lisa é a pessoa que eu mais confio no mundo. Se eu não poder contar pra ela vou morrer com o sentimento dentro de mim.

---O... O Harry... ---ela ficou esperando eu continuar, mas ás palavras não saiam da minha boca. Se eu falasse alto, provavelmente tornaria ainda mais real.

---Desembucha, Bella! O Harry o quê?

---Eu vi o Harry beijando uma garota. ---falei rápido.

---Bella...

---Não assim, Lisa! Nós... Meio que... Nos agarramos no banheiro da boate.

---Você e o Harry? Se agarraram? Sóbrios? --- disse aflita.

---Bem... Só eu estava sóbria. Ele estava tão bêbado... ---falei triste querendo chorar.

---Então... Vocês se beijaram... Só? E ele foi e agarrou outra garota?

---Ia aconteceu muito mais do que um beijo se eu não tivesse parado.

---Então, por que...

---Lisa, ele estava bêbado. Nunca iria me beijar se estivesse sóbrio. Se tivesse rolado algo mais, nós acordaríamos pela manhã, eu mais feliz do que nunca e ele ia dizer: “Isso foi um erro, vamos fingir que nunca aconteceu!”

---O Harry não faria isso!

---Faria sim! Ou o que? Ele vai continuar casado comigo por que em uma noite de total embriagues ele se deixou levar pelas sua necessidades de homem? ---falei revoltada.

---Hei! ---Ela pensou em protestar, mas desistiu. ---Eu sinto muito.

---O caso Lisa. É que eu o amo. E a coisa mais difícil que já fiz foi parar aquele beijo e sair daquele banheiro. ---falei limpando as lagrimas que ameaçavam cair.

---Mas ele não merece sua lagrimas, Bella! Ele te beijou e faria muito mais se você não tivesse impedido, e agarrou qualquer uma que viu pela frente! Aposto que estava morrendo de vontade e se revoltou por você o ter rejeitado.

---Obrigado pela recapitulação Lisa...

----Bella, eu só acho que ele é um filho da mãe e vou fazer questão de matar ele quando chegar!

---Nem pense nisso, Lisa! Afinal ele não vai lembrar de nada pela manhã, e se lembrar do beijo eu vou fazer questão de dizer que foi um erro e que temos que fingir que não aconteceu. ---falei. ---Mas a cima de qualquer coisa, eu vou agir normalmente. Como se nada tivesse acontecido e que não tivesse a mínima importância. Já que pra ele também não tem.

Lisa só ficou me olhando e parecia sentir pena.

---Agora, Lisa? Quando ás pessoas estão bêbadas elas fazem o que queriam fazer ou...

---É. Elas meio que fazem aquilo que elas fariam se alguma coisa não impedissem elas.

---Ou seja, ele queria me beijar antes de ficar bêbado.

---E também queria beijar outra garota depois de você!

---Você não está ajudando.

---Só estou falando a verdade. Bella, não caia na lábia dele. Ele deve estar com muita vontade de transar, por que passou mais de dois meses sem. Deve estar fazendo isso agora se quer minha opinião...

---Não, eu não quero! ---falei tampando os ouvidos pra não enfartar.

---Desculpe. Eu não estou ajudando.

Ela estava. Eu precisava parar de sofrer pelo Harry e torcer pra acabar logo essa semana e me livrar dele pra sempre. Precisava ouvir a verdade e ver que... Ele não me ama. E eu tenho que aceitar isso.

---Não, você está. Eu precisava ouvir isso. ---falei me levantando. ---Eu vou dormir, por que estou enjoada.

---Bella, fez o teste...

---Que teste? ---depois me toquei. O teste de gravidez. ---Não.

---Bella... ---disse repreendendo.

---Tá, Lisa! Eu acabei de ver o amor da minha vida agarrando uma garota, eu não preciso imaginar nesse momento eu estar gravida dele. Por que eu quero conseguir dormir, ok?

---Tá bom, não ta mais aqui quem falou. ---eu já estava virando pra ir embora, quando ela fala: ---E Bella?... Você acabou de admitir que ele é amor da sua vida. Você sabe, né?

---Ah um bom tempo, Lisa. Ah um bom tempo.

---Quem diria? Bella e Harry. Harry e Bella. ---disse, eu a olhei irritada. ---Desculpe. Boa noite.

---Boa. ---e entrei no quarto. Deitei na cama e antes de dormir, acabei deixando cair uma lagrima. A ultima que deixarei cair por causa dele.


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Notas finais do capítulo

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